Cópia da capa do livro de João Barreto, História da Guiné, 1418-1918. Prefácio do Coronel Leite de Magalhães. Lisboa: 1938 (Imprensa Beleza). 452 pp. (Existe na rede de Bibliotecas Municipais de Lisboa).
Foto: © Beja Santos (2007). Direitos reservados.
1. Texto enviado, em 11 de Outubro último, pelo Beja Santos (ex-alf mil, comandante do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70).
Assunto - A primeira «História da Guiné», e vale a pena apreciar os seus méritos
Conheci o livro de divulgação do Dr. João Barreto (1) em 1969, quando fui a Bissau, no rescaldo de uma mina anticarro. Ele era médico de Saúde Pública, estudou a doença do sono e o paludismo, Bolama ficou a dever-lhe uma campanha antilárvica, limpou a cidade do perigo anofelino.
Registou muitos dados, mas não era historiador, caíu em omissões, há relatos imprecisos, era por mentalidade um quadro colonial que transmitiu às suas observações. Foi através dele que fiquei a saber que Infali Soncó tinha sido uma boa peste...
É um texto de 1938, denota com algum rigor uma mentalidade, um importante estado de espírito. Se tiver interesse para os membros da nossa tertúlia, poderei falar abreviadamente dos seus conteúdos.
2. Comentário do editor L.G.:
Mário: Para aqueles que não são tão "ratos de biblioteca" como tu - sem desprimor - mas que têm curiosidade sobre o passado da Guiné-Bissau e das suas gentes, vale a pena, decididamente, fazeres uma recensão crítica do livro que, pelo que sei, é uma obra de difícil consulta: por exemplo, não existe na nossa Biblioteca Nacional; em contrapartida, existe na British Library... Há 2 exemplares na rede de bibliotecas municipais de Lisboa, resulltado de doações particulares... Assim vai o nosso património cultural, a nossa memória... Pode não ser obra de historiador académico nem profissional, mas é seguramente o trabalho de um estudioso, erudito e conhecedor do terreno... Manda quando quiseres ou puderes. L.G.
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Nota de L.G.:
(1) João Barreto é citado por A. Teixeira da Mota, na sua introdução (escrita em Luanda, 1970) ao livro As viagens do bispo D. Frei Vitoriano Portuense à Guiné. Biblioteca da Expansão Portuguesa, Publicações Alfa, S.A., Lisboa, 1989:
(...) Ao invés do que se verifica em relação às cidades de Angola e de Moçambique, cuja história tem merecido a atenção de numerosos estudiosos, o passado da cidade e da ilha de Bissau não tem concitado grandes atenções. Além do contido nas monografias clássicas de Chelmicki e Varnhagen e de Lopes de Lima, respeitantes a Cabo Verde e à Guiné, nas histórias gerais de Sena Barcelos e de João Barreto e em alguns relatórios de governadores, a bem pouco se reduz a bibliografia da história de Bissau. Assim, apenas nos ocorrem, nesse domínio, certas partes do relatório do médico Damasceno Isac da Costa, o estudo de Cunha Saraiva sobre a última fortaleza, a anotação de Damião Peres sobre a defesa castrense da povoação e o cuidado, mas breve, estudo de Fausto Duarte. (...)
Fonte: Senegâmbia > 7 de Agosto de 2005 > Introdução a "As viagens do bispo D. Frei Vitoriano Portuense à Guiné"
Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
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