quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Guiné 63/74 - P3232: Gloriosos Malucos das Máquinas Voadoras (2): O Honório, meu amigo (Torcato Mendonça / Alberto Branquinho)

Guiné > Região de Tombali > Guileje > 1967 > CART 1613 (1967/68) > Um Dornier, DO 27, na pista, de terra batida, do aquartelamento. Foto do saudoso Cap Ref José Neto (1927-2006). Haverá quem sabe responder à pergunta: o Honório também andou pelo sul, pela região de Tombali ?

Foto: © Luís Graça & Camaradas da Guiné (2007). (Foto do José Neto † , reeditada por Albano Costa). Direitos reservados.


Guiné > Região de Tombali > Guileje CCAÇ 2617, Magriços do Guileje, Março de 1970 / Fevereiro de 1971 > CCAÇ 2617... A chegada da avioneta com o correio (e, às vezes, alguns víveres)... Na foto, em primeiro plano, da esquerda para a direita, o Fur Mil Abílio Pimentel, um alferes e o piloto da aeronave, cuja identidade se desconhecia, até o membro da nossa Tabanca Grande, o Jorge Félix, ex-Alf Pil Av, identificar a aeronave (um Cessna vermelho) que pertencia aos TAGCV - Transportes da Guiné e Cabo Verde e o piloto, de nome Castro... Ou seja naquele tempo (1970/71) já havia aviação civil, mesmo que só houvesse um Cessna vermelho...

Foto : © Abílio Pimentel / AD - Acção para o Desenvolvimento (2006). Direitos reservados. (Reprodução com a devida vénia...)


1. Comentário do Torcato Mendonça, ex-Alf Mil, CART 2339 (Mansambo, 1968/69), e nosso muito querido amigo e camarada, meio alentejano e meio algarvio, com residência (fixa) no Fundão, ao último poste do Alberto Branquinho (*):

Levantei-me e corri em busca de um espelho para ver a minha cor...o dia decorreu mal e podia ter provocado alteração...olhei e, reflectido no dito, apareceu um velho pêra quase branca, olheiras de noitada ou...

Estarrecido dei um passo atrás e voltei. Porra esqueci-me de ver a cor, isto pode ser a senilidade ou pior a vir...!

Mas: Conheci o Piloto Honório, era antigo aluno das agrícolas, deu-me uma boleia até Bigene, carregaram um caixão e viemos até Bissau...Era amigo do Cap Neto que estava em Nova Lamego...passou, o Neto, pelo desastre do Cheche e contou-me...

Tratava o Honório por Irmão e vice-versa. Lastimo, mas lastimo mesmo, a morte de um ex-Camarada que era um Homem estimado pela malta apeada e não só. Não me lembro a cor da sua pele.

A Nônô, em noite de amor quando despi a camisa, perguntou-me de onde eu era...era mais clara que eu...é do Sol, disse-lhe eu...mas isto da cor tem porras...misturem o verde e o azul, ou o vermelho e o preto e por ai fora. Querem falar de homens? Aí é mais fácil, há uma raça A HUMANA...e ponto.

Abraços do Torcato

2. Mensagem, de última hora, do Alberto Branquinho:

Caro Luis Graça:

A propósito do conteúdo do POST 3226 (**) venho dizer o seguinte:

1- Parece que há quem tenha ficado incomodado com a referência a "preto", "mulato" no meu texto do Post 3224 a propósito do Honório. Essas palavras devem ser entendidas como "faits-divers" reportados ao tempo em que ocorreram (porque ocorreram mesmo) e que, mesmo agora, teriam sido verosímeis. O Honório foi meu amigo, cheguei a ser seu passageiro numa viagem em Dornier entre Bambadinca e Bissau e, mais tarde, nos TACV, entre o Sal e a Praia. Convem não esquecer que eu próprio sou "Branquinho"... ( Que "gosto" de falar de mim !!! ).


2- Estava convencido que ele também voava T6.

3- No que se refere às "...questões de fractura, conflito e transição..." depois da independência de Cabo Verde e com o regresso dele à terra natal, sei que sofreu, sei de um só pormenor, ele não falava no assunto e foi essa a razão por que escrevi "... várias vicissitudes...".

4- No que respeita à sugestão para se falar da Marinha, foi isso que senti e foi isso que disse no meu último mail com o qual enviei um texto sobre algumas experiências dos vários casos de transporte fluvial e quase-marítimo da minha Companhia.

Um abraço ( extensível, como é óbvio, aos co-Editores )

Alberto Branquinho

__________


Notas de L.G.

(*) Vd. poste de:´


22 de Setembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3224: Não venho falar de mim... nem do meu umbigo (Alberto Branquinho) (7): Honório, o aviador...

(**) Vd. poste de:

23 de Setembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3226: Gloriosos Malucos das Máquinas Voadoras (1): Honório, Sargento Pil Av de DO 27 (Jorge Félix / J. L. Monteiro Ribeiro)

3 comentários:

jorge félix disse...

Quem ler no Blog acima, ..."e o piloto da aeronave, cuja identidade se desconhecia, até o membro da nossa Tabanca Grande, o Jorge Félix, ex-Alf Pil Av, identificar a aeronave (um Cessna vermelho) que pertencia aos TAGCV - Transportes da Guiné e Cabo Verde e o piloto, de nome Castro... Ou seja naquele tempo (1970/71) já havia aviação civil, mesmo que só houvesse um Cessna vermelho..." pode ficar com a ideia que naquela data, 1969, só havia um/a Cessna e não havia aviação civil.E o desconhecido piloto deveria ser desconhecido toda a vida. (lol)
Informei por email que este é um raciocínio errado, e mais lembrei, que na época voava o "famoso" Com. Pombo e em finais de 79 voava nos TAGV, o Furriel Duarte, (TáTá).
Jorge Félix

Unknown disse...

Chamo-me Débora Soares e sou filha de um ex-piloto da FAP, colega do então Sarg Adj PA Domingos Arrojado Póvoa Baptista, entre outros. O meu pai depois abandonou a FAP e ingressou no Táxi Aéreo e posteriormente foi para os TAGP - (Transportes Aéreos Guiné Portuguesa), sendo o Cmte Pombo seu colega (o Cmdte Pombo faleceu na Guiné assim como os seus passageiros). O meu pai, Amadeu Ribeiro Soares e o Honório depois foram para Angola para a CTA, para o TA e monda química do algodão em Malange - Angola. Em 1968/9 já os TAGP tinham vários aviões e pilotos. Eu pretendo reunir informação sobre o meu pai e o Honório (que eram muito amigos) pois gostaria de lhes prestar homenagem e que não se perdessem no esquecimento, assim pedia a todos quantos os conheceram a possibilidade e o favor de me enviarem informação e estórias deles e sobre eles, fotos e filmes. É um legado que gostaria de passar aos nossos descendentes. África foram momentos únicos e inesquecíveis. Eu própria nasci em Moçambique, pois os meus pais também lá viveram e sobrevoaram muito esses céus. O meu contacto é 12.deborasoares@gmail.com. Já vi aqui no vosso blog o Trush Commander que o meu pai pilotava em Malange. Bem hajam.

Unknown disse...

Tenho a acrescentar que o Honório em Angola também "fazia das dele". Sempre que ia almoçar ao Quela, ia de avião, aterrava na rua principal, estacionava o avião no parque de estacionamento junto aos carros e depois do almoço levantava voo fazendo da rua, pista.

O Honório foi uma lenda viva em toda a África portuguesa!

Débora Soares