terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Guiné 63/74 - P3935: Banalidades da Foz do Mondego (Vasco da Gama) (II): O artigo da Visão e o meu direito à indignação

1. Mensagem do Vasco da Gama, ex-Cap Mil da CCAV 8351, Cumbijã, 1972/74:


Neste texto a seguir, o nosso camarada, figueirense exerce o seu direito à indignação...

PORRA! NÃO QUERO NEM PEÇO NENHUM RECONHECIMENTO, MAS NÃO ADMITO SER OFENDIDO.



BANALIDADES DA FOZ DO MONDEGO II > AINDA O POSTE 3925 (*)


[Bold, a cor, da responsabilidade do editor, L.G.]

Comandante Luís Graça,

Sempre preferi o silêncio dos bastidores à luz da ribalta e, para o meu gosto, estou a aparecer demasiadas vezes.

Obrigado pela publicação do meu pobre e singelo comentário (**), mas a singeleza é sinónimo de sinceridade, que tanto prezo e tento manter em tudo o que faço.

Quando hoje reli o comentário do nosso camarada Torcato, que não tenho o prazer de conhecer pessoalmente, comentário esse que referi no texto que te enviei e que me ajudou a escrevinhá-lo na parte que diz respeito ao Gen Spínola, fiquei com a pulga atrás da orelha no que diz respeito a uma citação que ele retira da revista Visão. Como não tinha lido a Visão e a tinha procurado, sem êxito, por Buarcos, pedi a pessoa amiga que fizesse o favor de me enviar o referido texto. Vou completar a citação que o nosso camarada Torcato faz, dando à luz todo o parágrafo:

“ Raramente havia combates frontais, sendo as explosões de minas e os acidentes de viação as principais causas das baixas entre as tropas portuguesas, que recorriam à concentração das populações em aldeias estratégicas, ao uso de napalm e até mesmo aos massacres como armas ditadas pelo desespero.”

Caros camaradas: de que estamos à espera para reagir a um texto destes que diz preto no branco que, para além dos ralis que fazíamos e que pelos vistos provocavam imensas vítimas com os despistes dos nossos bólides, para além de umas minas que explodiam de quando em vez, fomos também assassinos que recorriam a massacres e ao napalm?


Como é possível ficarmos indiferentes a baboseiras destas, se nos lembrarmos de todos os mortos que tivemos em combate, dos camaradas que ficaram estropiados para toda a vida, da fome, do frio, dos paludismos, das condições desumanas em que vivemos, do sacrifício do abandono das nossas famílias, da interrupção dos estudos que poucos retomariam, de famílias desfeitas, de empregos perdidos…


Ataque-se o regime, ataquem-se os governantes de então, ataquem-se os grandes comandantes militares, mas não belisquem nem a honra nem a dignidade dos que eram obrigados a ir combater.

PORRA! NÃO QUERO NEM PEÇO NENHUM RECONHECIMENTO, MAS NÃO ADMITO SER OFENDIDO.

Por favor, camaradas, alguém com capacidade de escrita ensine a esta gente o quão importante foi a nossa geração.

Temos escritos magníficos no nosso blogue; há que juntá-los, há que os publicar, há que os divulgar para fora do nosso círculo, se não por nós, que seja feito em memória dos nossos camaradas mortos em combates frontais!

Um abraço, nervoso, do camarada e amigo

Vasco

2. Comentário de L.G., editor:

Os amigos e camaradas que queiram comentar o texto da Visão, assinado por Luis Almeida Martins (é sempre aconselhável lê-lo primeiro, na íntegra), e em especial o polémico parágrafo citado pelo Vasco da Gama (i), poderão fazê-lo, directamente, no nosso blogue, mas também poderão enviar uma mensagem para o Correio dos Leitores, daquele semanário.

A mensagem a enviar deverá conter até 60 palavras (no máximo), além do vosso nome, morada e tefefone. Deve ser enviada por mail. O endereço electrónico da Visão é: visao@edimpresa.pt

A revista sai às quintas-feiras.

(i) O parágrafo completo é o seguinte (pp. 50-51):

"Principiada em Angola em 1961, a guerra colonial na sua nova faceta menos tribal e politicamente mais organizada estendera-se à Guiné em 1963 e a Moçambique em 1964. Não de tratava de uma guerra de frentes, mas de uma intrincada sucessão de acções de guerrilha, difícil de travar e desafiadora de qualquer planificação eficaz. Raramente havia combates frontais, sendo as explosões de minas e os acidentes de viação as principais causas das baixas entre as tropas portuguesas, que recorriam à concentração das populações em aldeias estratégicas, ao uso de napalm e até mesmo aos massacres como armas ditadas pelo desespero."



__________




Que imagem vamos passar aos nossos filhos e netos ? Nós fomos combatentes, não fomos assassinos! - é a reacção generalizada dos veteranos da guerra da Guiné, a este excerto de um artigo ("Portugal e o passado"), de Luís Almeida Martins, evocativo dos 35 anos da publicação do livro de Spínola, Portugal e o Futuro , na edição da revista Visão, desta semana (nº 833, 19 a 25 de Fevereiro de 2009, pp. 50-51)...

Na mesma semana, por ironia, em que há algumas dezenas de homens e até de mulheres, ex-combatentes da guerra colonial (na sua maioria), que seguem, por terra, em caravana, do Porto, de Coimbra e de Portimão, a levar ajuda humanitária a (e a matar saudades de) um povo que eles consideram irmão...

Não vi a imprensa de Lisboa (rádio, televisão, jornais) dedicar 30 segundos ou um parágrafo sequer a este pequeno grande evento, que culmina meses e meses de trabalho, anónimo e voluntário, e que é bem revelador do sentido de nobreza, compaixão, generosidade, ecumenismo fraternidade e solidariedade de um povo... Não são as sobras dos ricos que eles levam em contentores que já seguiram por mar, mas sim artigos essenciais que fazem muita falta às crianças da Guiné-Bissau, na sua maioria material escolar, didáctico e sanitário... E até um parque infantil, o primeiro de Bissau, vai ser montado desta vez! (LG).







Visão nº 833, de 19 a 25 de Fevereiro de 2009 > Artigo de Luís Almeida Martins, "Portugal e o passado" (pp. 50-51). O nosso camarada Vasco da Gama, ex-Cap Mil da CART 8351 (Cumbijã, 1972/74), não gostou do que o jornalista escreveu, a propósito do quotidiano da guerra colonial:

"Raramente havia combates frontais, sendo as explosões de minas e os acidentes de viação as principais causas das baixas entre as tropas portuguesas, que recorriam à concentração das populações em aldeias estratégicas, ao uso de napalm e até mesmo aos massacres como armas ditadas pelo desespero."...

 
__________

Notas de LG.:

(*) Vd. poste de 23 de Fevereiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3925: Efemérides (16): Portugal e o Futuro, de António Spínola, um best-seller há 35 anos

(**) Vd. poste anterior desta série de 24 de Fevereiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3929: Banalidades da Foz do Mondego (Vasco da Gama) (I): Antes que me chamem spinolista...

30 comentários:

Anónimo disse...

Caros Camarigos

Não sei quem é o sr. Luís Almeida Martins e nem me interessa!

Quando as coisas me tocam cá por dentro, confesso que me irrito, será lá o tal “stress da guerra” como já me disseram, e respondo desabridamente.

Hoje neste país qualquer sujeito escreve nos jornais e revistas porque tem umas ideias sobre umas coisas e vai daí decide expor as suas teorias.

É verdade que muitas baixas foram devidas a acidentes, não só de viação, mas de armas de fogo, mas com certeza e também de emboscadas e ataques e flagelações.

Reduzir a guerra a umas bombas de napalm e a umas aldeias montadas por nós, é de quem não faz ideia do que está a dizer, nem faz ideia do que se passou.

"massacres como armas ditadas pelo desespero."..." Será o desespero de quem escreve uma merda destas.


Não seria grave para mim, pois quem escreve tal coisa apenas merece a minha total indiferença, mas nós temos filhos e netos e esses têm obrigação de saber que nós não andámos numa “guerra do raul solnado”.

Não vou escrever para a Visão, porque “tão ladrão é o que vai à vinha como o que fica a vigiar”, ou seja, aquela revista há-de ter um director que tem por obrigação dar um mínimo de credibilidade àquilo que na mesma é escrito.

Mas não tenham dúvidas meus camarigos, isto faz parte de uma “estratégia”, agora que começou a falar-se mais nos ex-combatentes.

Dêem a vida pela nação, mas não chateiem! Há dinheiro para almoços e jantares, prémios de administrações e quejandos , mas não há para os desgraçados que andaram por África a combater.

Sabem porquê? Porque eles afinal não estiveram na guerra, não houve combates frontais, foram apenas baixas de acidentes e minas!!!!

Não peço nada para mim, mas exijo para aqueles que ainda não dormem e têm os seus sonhos povoados de gritos e explosões, para aqueles que ainda não conseguem dominar as suas irritações, para aqueles que ainda não conseguem ter uma vida familiar estável.

Estes “escritores” não merecem o meu desprezo!

Abraço a todos camarigos e levantemo-nos decididamente, porque todos não somos demais para lutar por aqueles que tendo estado connosco ainda precisam da nossa ajuda.
Joaquim Mexia Alves

Luís Graça disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Luís Graça disse...

Pois é, à força de aparecerem em letra de forma, à força de serem repetidas até à exaustão, há ideias feitas, preconceitos, estereótipos, que se tornam ‘verdades’... Além disso, é sempre abusivo fazer generalizações. Só conheci o TO da Guiné, em 1969/71. E para mais, durante o 'consulado' spinolista. Seria abusivo, da minha parte, falar de Angola e de Moçambique, e dos seus teatros de guerra. Seria abusivo pôr tudo no mesmo saco: 1961, 1971... Por exemplo, Schulz e Spínola... É preciso contextualizar a guerra, e dar-lhe a dimensão sócio-antropológica, do quotidiano, que não vem nos relatórios, nas estatísticas, nem sequer nos arquivos, nem nos livros de história... É pena que o jornalista da Visão não tenha tempo, ao menos, de visitar, de vez em quando, o nosso blogue... Sabemos do que falamos, não sei se o jornalista Luis Almeida Martins sabe do que fala... Refiro-mo à experiência de guerra, vivida, no TO da Guiné... Se calhar nem tem que saber, para falar do Spínola, que é uma figura que já faz parte da nossa história...

Tudo isto para te dizer, Vasco, que entendo e partilho a tua indignação. Mais uma razão para, parafraseando o 'slogan' do nosso blogue, "não deixarmos que sejam os outros a contar a nossa história por nós"... É que quem conta um conto, acrescenta-lhe um ponto... Neste caso, parece que nos querem tirar, não um, mas muitos pontos...

Anónimo disse...

Caros Companheiros:

Já enviei em mail a minha indignação ao texto e à apreciação.

Ignorantes escrevinhadores.

Eu estive lá e não foi bem assim.

Um Abraço,
CMSantos
Mansambo 68/69

Anónimo disse...

"Vozes de burros não chegam ao céu" e "Os burros zurram e a caravana passa", são dois ditados; um já tem barbas e o segundo é novo, inventado por mim, para definir a categoria de "escrivante" como este da Visão, cujo nome não decorei, nem me interessa saber minimamente.
Ninguém é obrigado a saber tudo, quando muito o maior "sabichão" do mundo, sabe muito sobre determinada matéria, ou um pouco de muitas matérias.
Tudo ninguém sabe!
Este "escrivante", se não sabe devia saber que não é obrigado a saber tudo, sobre o que se passou na Guerra do Ultramar/Colonial, ninguém sabe!
Embora devore tudo o que me aparece sobre a esta guerra, e tenha sido um dos protagonistas, sou filho de um ex-militar que cumpriu quase 50 anos de serviço e fez 5 comissões no Ultramar (2 ainda em paz).
Apesar disto tudo não sei quase nada da guerra, porque todos os dias, até no "nosso" blogue, aprendo coisas novas e vou continuar a aprender.
O que o "escrivante" da Visão tinha obrigação ética e histórica, era de se informar e MUITO BEM, antes de descarregar aquelas "tretas" na sua revista (que também só lê e dá algum valor quem quer).
É preciso que alguém diga a este "escrivante", que ainda estão vivos uns cerca de 500 mil ex-Combatentes, e que muitos deles são autênticas enciclopédias nesta matéria, por isso, que se informe tendo sempre em atenção que nem todos os protagonistas desta guerra merecem respeito e credibilidade naquilo que dizem.
Mais tem que se dizer, que, infelizmente, existem alguns ex-Combatentes "cegos" pela doutrina e obediência politico-partidária, por maldade e, ou, outros motivos obscuros omitem e deturpam a verdade de muitos acontecimentos e factos passados na guerra.
Nos meus 57 anos, nunca ouvi dizer, nem sequer aos "mal-dizentes", que se usou "napalm" na Guerra do Ultramar/Colonial, e talvez fosse uma boa ideia obrigar o "escrivante", caso seja do seu conhecimento pessoal algum destes bombardeamentos, a dizer onde é que o mesmo foi efectuado.
Mas, como diz o outro "Quem não se sente não é filho de boa gente" e o "nosso" Vasco da Gama, também é de certeza filho de boa gente, aqui deixo esta minha mensagem sobre aquilo que eu penso.

Anónimo disse...

Em geral são os herois que regressaram por BADAJOZ, menosprezando aqueles que regressaram pela barra do TEJO!

Esta guerra e suas consequências históricas nunca, mas nunca mesmo, podem ser genuinamenten analizadas por aqueles que querem justificar o seu comportamento pessoal!

Não gostei nada de uma reação na biblioteca de ALVERCA, de JOAQUIM FURTADO, a uma pergunta simples de um ouvinte que lhe perguntou apenas onde esteve durante a guerra. Perdeu o fair play completamente...

Antº Rosinha

Anónimo disse...

Camaradas
Concordo com a porra do grito do Vasco; acho de grande clarividência as razões do Luis;junto-me à indignação dos restantes.
De facto, há meninos que gostam de carnavalar, e este veio de palhaço.
A revista Visão, pela desconsideração relativamente àqueles que se sacrificaram pela Pátria, com nobreza de carácter e respeito pelo IN, deve retratar-se.
Todos sabemos que pode ter havido algum excesso, aqui ou ali, mas não pode tomar-se a núvem por Juno, sob pena de cair no descrédito e no ridiculo. Como se refere o Joaquim, que merda de escrito é este? com que fundamento?e a que propósito?
Provavelmente devíamos massacrar a Visão, enviando-lhe mensagens singelas que reflictam a indignação.
Abraços fraternos
José Dinis

Anónimo disse...

Camaradas
Concordo com a porra do grito do Vasco; acho de grande clarividência as razões do Luis;junto-me à indignação dos restantes.
De facto, há meninos que gostam de carnavalar, e este veio de palhaço.
A revista Visão, pela desconsideração relativamente àqueles que se sacrificaram pela Pátria, com nobreza de carácter e respeito pelo IN, deve retratar-se.
Todos sabemos que pode ter havido algum excesso, aqui ou ali, mas não pode tomar-se a núvem por Juno, sob pena de cair no descrédito e no ridiculo. Como se refere o Joaquim, que merda de escrito é este? com que fundamento?e a que propósito?
Provavelmente devíamos massacrar a Visão, enviando-lhe mensagens singelas que reflictam a indignação.
Abraços fraternos
José Dinis

Anónimo disse...

Camarigos e camarigo Luís Graça

Ainda volto à liça para dizer que em minha opinião estes comentários e os mais que aqui fossem colocados deveriam ser todos colocados como post, para que aqueles que visitam esta Tabanca se apercebam de imediato da nossa indignação.

Tenho dito!

Abraço camarigo
Joaquim Mexia Alves

Anónimo disse...

Caro pessoal da Tabanca Grande

Não há crise?

Uma porra!Há e é de valores!

Andei aqui a rodilhar, para não ultrapassar as 60 palavras.
Mas estou preparado, se lhe não agradar, não escrevem.
Mas pelo menos disse ao sr. Luís Martins, que tinha pena de ele não me ter acompanhado nas e bolanhas da Guiné, e convideio a visitar Luisgraça&camaradasdaguiné, _vamos ver é se contam uma palavra_ para ver se aprende alguma coisa.
É claro que estou em consonância com toda a Tabanca. E aqui se vê como aquela linda Terra une a malta, independentemente das sensibilidades.
Força Tabanqueiros! Aqui se escreve e aqui se diz o que estes... ia largar uma morteirada Alentejana, mas... Não vale a pena!
Também morrem! Julgam que ficam cá para semente?
És barro e à terra voltarás.
Em frente! Vamos para o milhão!

Hoje ainda mais forte não só do Cumbijã, mas de todos os rios da Guiné o Veterano Abraço,

Mário Fitas

Anónimo disse...

Caro Vasco da Gama: compreendo a tua indignação. Quando li a Visão (sou leitor donº1...), enviei aos nossos Estimados Editores um mail.
Claro que para mim há pessoas que ficam transparentes. Ou seja: pelo comportamento deixam de ser Seres.Mas tudo tem limites e este é demasiado desagradável. Há jornalistas que nunca leio, este nem me lembro o nome. Mesmo aqui são feitos comentários que é impensável eu responder.Admito a opinião diferente, a liberdade da tomada de posição contrária á minha desde que honesta. Não gosto, por educação, formação e etecetera, levar "desaforo" para casa. Se há questão resolve-se logo. O caso vertente merece um tratamento que, esclareça e, seja porventura o "tiro de partida" para dizer basta. Fico por aqui!
2 - Se me perguntassem o nome de três Comandantes meus, pelos quais gostei de ser subalterno diria: o quarto CMDT da minha Companhia. Capitão QP Laranjeira Henriques, Coronel Hélio Felgas e General António de Spinola. Tive muita estima e consideração por outros.
Isto para dizer que, mesmo discordando com algumas tomadas de posição do Gen. Spinola, foi para mim, na Guiné, um Comandante extraordinário.Ainda sou do tempo do Gen Shultz.
Cá em Portugal não comento, obviamente. Ia politizar a questão. Mas sempre o respeitei, mesmo não o compreendendo em determinada ...enfim. Respeito hoje a sua memória Não esqueço lá muita da sua acção com Comandante Chefe.
Não é ser spinolista, meu caro e estimado Camarada, prefiro não ser "ista" nenhum. Sou eu com os meus defeitos, as minhas interrogações, pensares em voz alta. Um ser normal, a preferir a quietude...só que é utópico, a mim, encontra-la.
Feitios. Dentro em breve escrevo ou volto a escrever. Até lá um abraço fraterno e,em musica de fundo pode ficar o som do Adriano ou do Zeca...

Luís Graça disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Luís Graça disse...

Reforço o que disse acima, como editor:

"Que imagem vamos passar aos nossos filhos e netos ? Nós fomos combatentes, não fomos assassinos!" - parece ser a reacção natural de qualquer um dos nossos camaradas que são veteranos da guerra da Guiné, e que partilham os valores consagrados no nosso blogue...

Por sinal, por ironia, por coincidência ou não, o artigo da Visão, evocativo dos 35 anos do livro do Spínola, "Portugal e o Futuro", surge na mesma semana em que camaradas generosos e solidários como o António Camilo (Lagoa), o José Moreira (Coimbra) ou o Xico Allen (Matosinhos / Porto), e mais umas dezenas de outros, ex-combatentes na sua maioria da guerra colonial, seguem, por terra, em caravana, a levar ajuda humanitária a (e a matar saudades de) um povo que nós consideramos irmão...

Que me perdoem os jornalistas portugueses, mas eu não vi a grande imprensa (rádio, televisão, jornais) - com excepção de alguns jornais regionalistas, como o Diário As Beiras, de Coimbra - a dedicar um bocadinho da sua preciosa atenção a esta expedição humanitária nem aos seus preparativos, aos meses e meses de trabalho, anónimo e voluntário, e que exemplifica bem o que é o melhor do povo português, o seu sentido de nobreza, compaixão, generosidade, ecumenismo e solidariedade. Andamos todos distraídos com a crise... (que é sobretudo de valores!)

PS - Não posso esquecer aqui o Carlos Fortunato, o Carlos Silva e o resto da malta da Ajuda Amiga (da região de Lisboa), que seguem de avião este fim de semana, a caminho de Bissau,também em missão humanitária e turismo de saudade. Para todos eles, que são os melhores d todos nós, aqui vai um Alfa Bravo do tamanho deste pequeno grande Portugal.

Amigos e camaradas, "partam mantenhas" com aquele povo gentil que não guarda ressentimentos nem ódios do tempo em que nos combatemos uns aos outros, portugueses e guineenses contra outros guineenses (mas também contra alguns portugueses, alguns cubanos, alguns caboverdianos)...

Anónimo disse...

Eu fui um Soldado, servi a minha Pátria, com sacrificio, na qualidade de Alf de Infantaria.
Só pode comentar por quem lá passou.
Esses que falam assim nem coragem têm para pegar numa arma.
A descolonizaçao foi a miséria para nós aqui e lá.
O nossos que iam para lá eram empresarios que ensinavam aquela gente a trabalhar.
Agora vão para a Suiça por 6 meses para serem criados dos outros.
Esta gente cortou as pernas ao nosso povo.
Traidores.
Porque è que o Mario Soares entregou Á Índia (dado) o ouro que era nosso e que estava no Estado da Índia.
O Comandante da TAP Solano de Almeida, trouxe-o mesmo na última, aquando da vergonhosa invasão?

Paulo Lage Raposo

Santos Oliveira disse...

Havia feito o propósito de não efectuar mais intervenções que se poderiam apelidar polémicas. Pois, sr jornalista, não sei como e quando nasceu, mas, seguramente não teve instrução isenta (se é que a teve) e, nesta época, daqueles valores, já não existem mais. Decerto não acredita que existiu o D. Afonso Henriques. Respeito a sua crença. Mas quero dizer-lhe que eu fui um dos que no dia 16NOV64 “morreu” na Ilha do Como, segundo informação ditada pelos cânones da sua Cartilha, após ter disparado 216 Granadas de Morteiro. Não me pareceu tê-lo feito para ouvir rebentamentos. O IN (da época) estava lá de modo desproporcionado e não havia ido confrontar-nos só para “chatear”.E eu, ainda estou vivo.
Santos Oliveira

Anónimo disse...

Amigos!Camaradas!

Não posso deixar de juntar a minha,

à vossa voz! O referido jornalista

ofende os nossos mortos e a cada um

de nós, enquanto militares e Portu-

gueses.

Infelizmente a trapaça escrevinhada

não corresponde apenas à vesga

opinião do sujeito,mas consubstan-

cia sólida mentira,que de tanto

repetida,qualquer dia se transforma

em verdade "oficial".

Cabe-nos gritar bem alto-Basta!Não

nos insultem!Nós demos o melhor,

a nossa Juventude!

Se não sabem,não falem...

Jorge Cabral

Anónimo disse...

Caros Companheiros desta Tertúlia,
É por estas e por outras que é fundamental existirem espaços como este onde se pode contar na primeira pessoa o que realmente foi acontecendo na Guerra Colonial.
Infelizmente, se calhar mais vezes do que seria desejável, pessoas que nada sabem ou que pretendem fazer passar uma determinada mensagem, sabe-se lá com que objectivo, têm acesso desigual a formas de comunicação de massas face a quem de facto viveu esses acontecimentos, passando uma mensagem errada, injusta e desleal (para não dizer outras coisas).
Penso que o desagrado, descontentamento e indignação de quem amargou na Guerra Colonial e não se revê de forma nenhuma nesse escrito, deveria ter agora a mesma oportunidade de divulgação que as aleivosias desse artigo aos quatro ventos lançou (1).
Lamento que no meu País, a maioria das vezes que se fala da Guerra Colonial, com potencial grande audiência, seja para diminuir os intervenientes e exprimir relatos enviesados dos acontecimentos.

Todos sabemos que não foi um campo de férias, claro, era Guerra. Se alguns desses senhores tivessem tido a necessidade de desactivar alguma mina numa qualquer picada, como vi apenas nalgumas fotografias (felizmente), de certeza comunicariam de forma diferente ( desactivado com sucesso, claro, porque os infelizes que não tiveram essa “sorte”…).


(1) Embora me apeteça, não quero dizer que esse artigo não deveria ter sido publicado, pois censura nunca mais, no entanto, o rigor e equidade deveria ser garantido quando se divulga qualquer notícia ou opinião. Agora, já que isso não aconteceu deveria ser dada a mesma expressão ao contraditório.

“De Nada a Forte Gente se Temia”
Saudações Especiais,
João Carlos Silva, MMA, Jaguares (FIAT G-91), 2ª/79

Anónimo disse...

Caros Camaradas, embora retardado, ao ler o que um aprendiz de escrevinhador teve o desplante de dar à estampa, também me sinto ofendido.
"Perdoai-lhe Senhor que não sabe o que diz" é o que me vem á memória da minha educação de criança.
Mas isto é tudo fruto de quem nos tem governado, que não há maneira de tornarem obrigatório o ensino nas Escolas do nosso passado rewcente. Perdem-se com coisas de somenos importância...e depois dá nisto. Mas nós que fomos combatentes talvez tenhamos alguma culpa. Falo por mim, que vejo agora os meus netos, ignorantes destes assuntos, ficarem admirados por me verem tão empenhado nas leituras da Nossa Tabanca. E lá vou, a pouco e pouco contando alguma coisa.
O célebre parágrafo é verdadeiramente ultajante, para não dizer "assassino", para qualquer interveniente na Guerra Colonial. Fomos todos ofendidos. Os "paisanos" e os "profissionais". Por isso, na minha santa ingenuidade, aguardo resposta adequada do Chefe Supremo das Forças Armadas.
Dum insignificante "paisano" que, pelo menos, se fartou de efectuar ralis numa bela pista alcatroada MANSOA-MANSABÁ e que se tivesse tido um azar...teria morrido de acidente de viação!
Um abração do tamanho de Potugal à Guiné, para todos os combatentes.
Jorge Picado

Anónimo disse...

Isto não me surpreende, vem de encontro à marginalização a que somos lançados pelos sucessivos Governos. Consideram-nos um pesado fardo!
Compete-nos defender este espaço de liberdade, onde podemos fazer ouvir a nossa voz e mostrarmos a nossa força.
A melhor resposta a estas situações é fazer como os nossos camaradas, que partiram para a Guiné para levar ajuda e uma palavra amiga aos nossos irmãos e amigos.
O meu aplauso à atitude do Vasco da Gama.

Um abraço amigo
Manuel Reis

Anónimo disse...

Estive fora. Regressei hoje. A Paulinha disse-me para comprar a Visão. Disse-lhe que não. Fiz bem não comprar. Nem quero ler. Isto é um nojo.
Mais grave é que o famoso site da RTP não é muito melhor...
Nem quero acreditar que o País, através destes documentos, pensa isto de mim e de todos os que participaram nesta guerra.
Resta-ma a minha consciência...

Manuel Amaro
CCAÇ 2615

Anónimo disse...

Caros Companheiros da Grande Tabanca

Como disse Jesus ao ser pregado na cruz, eu digo perdoai-lhes Senhor, porque eles não sabem o que fazem (o que dizem, o que escrevem) e perdoai-lhes, porque eu não! Não, porque já não tenho idade e paciência para certos senhores da noissa praça que escrevem e falam do que não sabem, do que não viram, do que não viveram, do que sentiram os que por lá tiveram de combater. Num parágrafo resume-se quase 13 anos de guerra e 8 mil e tal mortos. Nós não queremos ser heróis, mas alguns julgam-se importantes, de certeza unicamente em firmamento próprio,porque alguém lhes dá espaço, reserva, para omitirem as opiniões, mesmo que lamentavelmente erradas. Não só pelos mortos, não só pelos estropiados e feridos no corpo e na alma, mas também por todos que fizeram a guerra, voltaram e têm contribuido de forma decisiva para que este país se tenha levantado. Pelos milhares de combatentes vivos é tempo de se exigir CORRECÇÂO e VERDADE, por aqueles que se sacrificaram, que deram o melhor tempo das suas vidas - mesmo não querendo - pela pátria.Basta de ilusionistas, de encantadores com balões coloridos, de escribas opinadores do que não sabem. Quem não sente não é filho de boa gente! É o que diz o ditado - a voz populi. Mesmo que a Dignidade dos Combatentes não lhes convenha, esta, juntamente com a Verdade é como a Justiça, não se pede, exige-se!

Um abraço a todos aqueles que ainda têm a postura cervical direita e sabem honrar a memória e o espírito de todos aqueles que, mesmo em condições extremamente difíceis, souberam manter um elevado espírito de moral combatente e dignificar o ser soldado português.

Luí Dias

Unknown disse...

Infelizmente a maior parte dos jornalistas, hoje em dia, presumo que nem saem de casa. Reolhem umas informações aqui e ali, nao pesquisam, escrevem o que lhes dá na alma. Enchem um espaço de texto na revista ou no jornal e está feito. Julgo que até os vulgares editores, chefes e sub-chefes de redação desapareceram. Porque quando alguem resolve "botar faladura" sobre a Guerra do Ultramar, só se lêm asneiras. Mas são os jornalistas que "temos". Que juntamente com os governos, deputados e afins pretendem apenas, julgo eu, esconder uma realidade que muitos de nós, os que ainda por cá andamos -já só somos 500.000 conforme disse um camarada ? - não queremos agora mais do que nunca esquecer nem deixar que aqueles treze anos sejam considerados como safaris que uns tantos Portugueses passaram em terras de África. Quer queiram, quer não, temos direito à indignação como somos tratados e exigimos fazer parte da História da nossa Terra, da qual não fugimos.
Um forte abraço para a Tabanca e para todos que por África andaram "com armas ditadas pelo desespero a massacrar populações e de Napalm às costas".
Desculpem camaradas, mas esta frase, li-a e reli-a várias vezes. É a coisa mais estúpida que escrevi na vida. Mas a autoria não é minha. É do pseudo-jornalista da Visão.

Anónimo disse...

A quantidade de comentários, e que parece merecerem a concordância de todos, são a maior prova de que o direito à indignação ainda está bem vivo entre os Ex-combatentes.
Já muita coisa foi escrita e acredito que não pare por aqui. Na causa da morte, em quase todas as listas conhecidas, entre 40 a 50% dos mortos, fruto de uma classificação hipócrita e interesseira, foram por acidente ou doença.
Esta inverdade que nunca foi muito contestada, levou agora este "aprendiz" a concluir que se tratou de acidentes de Viação.
Estará a pensar que naquele tempo todos tinham carros e motas como hoje, e que quando iamos para África os podíamos levar conosco?
Estará a pensar que havia estradas alcatroadas onde se podia andar a cento e cem à hora?
Claro que não está a pensar em nada, porque não tem "imagem" de grande pensador, ou então pensa pela cabeça de outros.
Se o Senhor Jornalista da Visão tiver oportunidade de ler os comentários aqui deixados, convém que fique pelo menos a saber que em 1965 só havia alcatrão ente Bissau e Mansoa, e mais dois ou três Kms na direcção de Cutia. Veículos civis pertença de militares, havia alguns, e como tal eram bem conhecidos, mas não totalizavam uma dezena.

Anónimo disse...

Mandei um protesto para a Visão,mas
devo dizer:é muito complicado em
60 palavras chamar cretino e
ignorante a um tipo.Parece que
ultrpassei o nº,será que publicam?
Abraço
P.Santiago

Anónimo disse...

Este gajo da Visão (se calhar um visionário alienígena), de certeza que vê muitos filmes americanos do tipo "Apocalipse Now", lê muitas estórias aos quadradinhos ou tem graves pesadelos traumo-psíquicos de guerras dantescas e maradas.
O que é certo, é que o tipo do modo leviano como despejou o seu lixo, provocou, desrespeitou e insultou as nossas já muito martirizadas honra e dignidade, como geração que sofreu, em alguns casos sacrifícios inimagináveis, e morreu na guerra (mais de 9000 no total – cerca de 4000 em combate).
Uma guerra que nos foi imposta (quem tiver pachorra que explique ao gajo que nós - os milicianos -, éramos todos sujeitos ao Serviço Militar OBRIGATÓRIO), o que, na generalidade, implicava, nas nossas melhores idades 21/22 anos, guia de marcha para a Guerra, chamem-lhe do Ultramar, ou Colonial, para mim tanto faz.
Que o gajo regurgite bacoradas sobre aquilo que não sabe, não me admira nada neste mirrado pais, o que me espanta é que o gajo não tenha um supervisor, chefe, ou algo semelhante, que lhe abra os olhos e o ensine a trabalhar. Ou será que aquilo na Visão, seja tudo da mesma igualha, o que eu não quero crer!
Afirmações como: “Raramente havia combates frontais, sendo as explosões de minas e os acidentes de viação as principais causas das baixas entre as tropas portuguesas…”, dão bem a ideia da falsidade e ignorância da realidade e dos factos.
"... uso de napalm... " na Guerra do Ultramar/Colonial? Onde e quando?
“… massacres como armas ditadas pelo desespero…” onde é que este gajo da Visão terá ido buscar esta idiótica afirmação?
Será que o gajo sabe que, com os cerca de 13 anos de guerra em Angola, mais 12 em Moçambique e 11 na Guiné, se perfizeram cerca de 36 anos de guerra, apenas se ouviu falar de um infeliz e pontual caso - “Wiriamu” -, e generalizou a toda a restante guerra, nas 3 frentes – Angola Moçambique e Guiné -, aplicando a mesma bitola a tudo que foi acção/reacção?
Como é que este gajo não sabe que nós, os ex-Combatentes, ainda hoje quando nos deslocamos a Angola, Moçambique e Guiné, somos recebidos e tratados pelas populações como se fôssemos mais que seus amigos… seus familiares?
Saberá ele porquê? Ou este “estranho” facto não lhe interessa!
Como diz o Luís Graça, e muito bem, interessar-lhe-á alguma coisa, ou à sua revista - a Visão -, saber que a caminho da Guiné vão nesta data 8 jipes, com 20 pessoas (ex-Combatentes e familiares), com alguma ajuda humanitária para o tão necessitado povo da Guiné-Bissau?
Infelizmente todas as guerras têm os seus lados negativos, que são sempre o tema mais ideal e aliciante para auto-recriações de indivíduos mentalmente doentes, mal-intencionados, servindo obscuros interesses próprios e, ou, servindo abjectas doutrinas e orientações politico-partidárias.
Que fique bem claro, que eu não sou apologista de que se omitam/escondam tais factos, antes pelo contrário penso que devem ser bem investigados/dissecados e relatados, a bem da verdade e da História de Portugal, onde devem constar todos os bons e maus momentos, doa a quem doer.
Agora distorcer e adulterar os acontecimentos… além de criminoso, é um nojento e insultuoso testamento a ser legado às futuras gerações.
Magalhães Ribeiro

Anónimo disse...

Qualquer dia ainda vão dizer que estivemos lá a passar férias, e como as não pagamos, exigir o seu pagamento.Mas camaradas,em parte, não será culpa nossa? O que temos feito para que nos respeitem? O que temos feito para que os políticos,assumam de uma vez por todas,as suas responsabilidades e deixem dos nos desprezar e pior ainda, maltratar? Contrariamente ao que diz o Portojo,no comentário acima, já somos menos de 400.000, e mesmo assim não temos uma posição de "imposição"? Qualquer dia por este andar deixam de ter "chatice" connosco(já temos 60's e tais). Curiosamente,aqui há dias tive uma forte discursão com um "amigo" de 48 anos,já tem uma idadezinha,que dizia e afirmava convicto de que a maior parte das mortes lá ocorridas, foram devidas a acidentes,e...a brincadeiras com as armas.Claro, como não bateu lá com os costados!... Se não fosse trágico até dava para rir. Infelizmente, pelos vistos, este é o pensamento de muitos portugueses. E de quem é a culpa?...Este é o país que temos... Como alguém(eu)dizia -ORGULHOSO DE SER PORTUGÛES-VERGONHA DE VIVER EM PORTUGAL.Um abraço a todos os ex-combatentes veteranos de guerra e uma homenagem sentida aos"nossos"mortos. cumprim/jteix CART2412

Anónimo disse...

Os Alentejanos são Assim:
Sugestão para encher a caixa de correio da "Visão"

Texto:
Exmo sr. Director da Revista Visão
Favor transmitir ao Exmo. Sr. "JORNALISTA" Luís Almeida Martins, a tristeza que se apoderou de mim, por o referido Sr. não me ter acompanhado, nas matas, bolanhas, lalas e rios da Guiné.
Com os desejos de grandes reportagens como a efactuada por Luís Almeida Martins.
Com os melhores cumprimentos,

Um turista na Guiné

Mário Fitas

Anónimo disse...

Os Alentejanos são Assim:
Sugestão para encher a caixa de correio da "Visão"

Texto:
Exmo sr. Director da Revista Visão
Favor transmitir ao Exmo. Sr. "JORNALISTA" Luís Almeida Martins, a tristeza que se apoderou de mim, por o referido Sr. não me ter acompanhado, nas matas, bolanhas, lalas e rios da Guiné.
Com os desejos de grandes reportagens como a efactuada por Luís Almeida Martins.
Com os melhores cumprimentos,

Um turista na Guiné

Mário Fitas

Anónimo disse...

Li agora no, o parágrafo do artigo da Visão e fiquei convencido de que, a juventude que andou na guerra do Ultramar, andou lá a fazer tiro ao alvo aos elementos das populações locais e depois, para justificar que andavam na guerra, desataram a disparar uns contra os outros.
Fizeram explodir minas só para inglês ver e espetaram com as viaturas umas contra as outras, para dizerem que foram minas.
Então de acordo com esta atitude, morreram milhares de jovens, desapareceram em combate outras dezenas deles e milhares de muitos outros são hoje deficientes das forças armadas.
Claro que o jornalista que escreveu esta aberração de artigo, no tempo em que por lá andávamos, ainda devia andar no cu dos franceses.
Este idiota, não tem outro nome, devia era ter lá andado, como nós, e com alguns de nós, que passaram as passas do Algarve, sem ter de comer, com água da pior qualidade, muitos sem sequer terem material de guerra, para poder responder ao IN (inimigo para ele saber o que isto quer dizer).
Não há dúvida, nós fomos os maus e os outros foram os bons.
No entanto são os maus da fita que organizam expedições, como esta que partiu agora de Coimbra com destino à Guiné, para levar algo útil àquele povo.
Pergunto onde estava a Visão que deste belo acto não viu nada? O que este jornalista merecia sei-o eu. Era pregarmos-lhe um susto, que podia ser do género: uma pequena manifestação de demonstração de repúdio às anedotas que ele escreveu, feita por nós - ex-Combatentes -, à porta da revista Visão.
É que além de tudo, este palerma só demonstrou uma enorme falta de respeito por uma geração que deu tudo à Pátria.
Júlio Pinto
Ex-Combatente em Angola como 2º Sarg.º Art.ª
pinto.jvp@gmail.com

Anónimo disse...

O jornalista da VISÃO, que escreveu as barbaridades que afirma,onde estava no 15 de Março de1961?.
Eu estive lá e o meu irmão mais velho que eu seis anos, foi morto á catanada.Tinha 18 anos e era paralítico dos membros inferiores.Esse sr. visitou na altura NAMBUANGONGO? Onde estava ele, quando eu e outros, estivemos nas matas do CHOQUEMONE; POMTA MATAR; BALANGAREZ e tantas outras e em todas as bolanhas enterrados até á cintura e não só?
A minha solidariedade com a indignação do nosso camarada, é elimitada.Quem não se sente não é filho de boa gente.
Quando em 1971, em pleno dia de vesperas de Santo António, lançaram mísseis sobre Bissau, visaram somente os militares Português?

Com a indignação a engasgar-me, tenho dito!

Um grande abraço ao Vasco da Gama.
Estou solidário contigo.

Jorge Fontinha
Ex-Furriel miliciano
CCAÇ 2791-BULA/T.PINTO