Blogue do Albino Silva > Bat Caç 2845 Teixeira Pinto... Ou dos blogues...
O nosso camarada Albino Silva, além de poeta e escritor, natural da Gandra, Esposende, apresenta-se na blogosfera como tendo como "ocupação: procurar camaradas".... E acerca dele diz mais o seguinte: "Muito jovem ainda, pois tinha apenas 11 anos quando fui para Angola trabalhar, pois foi dentro de um Balcão que comecei a despertar para o trabalho e para a vida. Hoje tenho saudades de Camabatela, aquela Linda Vila que deixei lá no Norte, e até hoje jamais esqueci.
"Já são muitos os anos, é verdade, mas nem com o tempo esqueci todo o meu passado de menino, daquele Vila de Camabatela que me acolheu e de quem guardo muitas saudades. E por isso vou recordando Camabatela, sempre que escrevo alguma coisa, com Amor e Dedicação" (...) .
1. Comentário de Albino Silva (Sold Maq, CCS/BCAÇ 2845, Teixeira Pinto, 1968/70) ao poste P7937 (*):
Sou o Albino Silva, aquele Soldado Maqueiro ali sentado e escrevendo, com a G 3 a meu lado, no mato sim, e [escrevendo justamente] um aerograma para uma madrinha de guerra.
Quero dizer ao José Vegar,conselheiro editorial, e colaborador do Expresso, que na Guiné e sempre que podia, ia desabafando ao escrever fosse para quem fosse.
Cá, por trauma ou nem sei quê, escrevi um livro com a História da Unidade do BCAÇ 2845, e ainda outro, Armados para a Paz. [ Edição de autor, 2010].
O problema é que, como falam da Guerra Colonial na qual participei, acabaram por ficar na Gaveta já que poucos foram para Camaradas do Batalhão, e editados por mim.
É claro que não são romances, nem ficção, mas relatam uma realidade vivida numa guerra,e por isso sem divulgação, o que me deixa triste já que ninguém mais saberá de sua existência.
Estão aqui na gaveta porque não tenho posses para ir mais longe, pois tenho muito para falar daquele passado triste que não se esgota nas nossas memórias.
Albino Silva
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Nota de L.G.:
(*) Vd. poste de 13 de Março de 2011 > Guiné 63/74 - P7937: (Ex)citações (132): "Continuo a ter dúvidas de que as histórias [dos combatentes da guerra colonial] devem ter o livro como destino, mas não tenho dúvida alguma de que estas histórias precisam de um sítio onde fiquem acessíveis para os vindouros" (José Vegar, conselheiro editorial, Expresso, 12/3/2011)
5 comentários:
Caro Albino,
Por favor, mande os livros que ainda lhe restam para as bibliotecas públicas, universitárias, municipais, etc. É muitíssimo importaqnte que os seus livros não fiquem no esquecimento. E pode estar certo que não o ficarão se enviar exemplares (ou os entregar pessoalmente) para as bibliotecas. Aí sim, terá garantias de que ficarão nos catálogos, bases de dados, etc. Se, por exemplo, uma biblioteca dessas levar a cabo uma exposição ou catálogo sobre a Guiné ou a Guerra do Ultramar, os seus livros não poderão deixar de lá constar.
Desculpe-me a sugestão (ou melhor, um pedido quase imperioso) mas é um serviço à nossa Cultura que prestará.
Um abraço,
Carlos Cordeiro
As Palavras aqui deixadas por este "Anónimo" Carlos Cordeiro,são para mim corajosas .
Pois embora poucos exemplares, eu defacto já deixei alguns em algumas bibliotecas,mesmo até na Liga dos Combatentes, mas até ao momento ninguém me falou neles.
O Livro (História da Unidade do Bat. Caç, 2845) todo ele escrito em VERSOS,fala do Batalhão, e inclui o Nome Numero e Especialidade de todos e de todas as Companhias, seja; CCS-2366-2367-2368,e fala ainda de África,Guiné,
e até inclui o nome de Missões e Operações,tudo em 182 páginas.
O segundo também em VERSOS mas só co 70 páginas tem o Titúlo de "Armados para a Paz" e fala da Guinè e sobretudo da Minha Comp. CCS.
Tenho outro não Editado embora concluido á 5 Anos, mas guardado em CD,pois custa caro Editar e nem sei das Editoras.
Esse Livro também em Versos com 190
páginas é dedicado a ANGOLA e a um passado da minha infancia lá no Norte e até ao Dia 15 de Março de 1961"Horrivel".
Esse Livro tem o Titulo de "Aromas de Angola"
Este deve continuar guardado pois como disse custa caro editar um Livro.
De todo o modo vou continuar a desabafar em Versoa o meu passado sobretudo na Guiné, e aos mais Jovens lhes vou contando o passado daquela Guerra, pois faz parte de Nossa História e eles nem sabem.
Obrigado, Carlos Cordeiro.
Albino Silva
Olá Malta.
Aqui na Nossa Tabanca Grande á quem me chame de Poeta,mas na verdade não sou nada disso,embora me de mais geito escrever assim, e se estiver bem humorado começo e nunca mais acabo.
Para dar uma ideia,um Dia de Verão na Praia de Ofir e durante 3 Horas escrevi 380 Versos, ou seja de toda uma companhia do meu Batalhão,
mas nada de ser Poeta.
Tenho por gosto e passatempo olhar para meu passado na Guiné, e estou sempre inspirado para escrever sobre ele, e por isso vou continuar a fazer isto que gosto, ao mesmo tempo que vou contando a realidade desse passado, pois os Ex Combatentes não mentem,como por ventura andará por aí alguém a julgar isso, mas esses nada sabem de Guerra de Sacrificias e muito menos Honrar a Pátria e por ela dar a Vida como nós o fizemos depois de ter Jurado perante a Nossa Sagrada Bandeira.
Quem não nos vê assim e não acredita em nós,são aqueles que vivem regalados e sem espécies de Traumas, e que não acordam de noite a fugir aos Tiros que ainda ouvem e a se esconderem do Inimigo.
Albino Silva
Albino:
Se queres atingir um público mais vasto, tens o nosso blogue...que também é teu.
Descobri, ao (re)visitar o(s) teu(s) blogue(s), que viveste em Camabatela, no norte de Angola... Curiosamente, foi o sítio onde esteve o meu cunhado mais novo, natural do Marco de Canaveses, e a viver em Matosinhos, em São Mamede de Infesta (se não erro)...
Tens, no nosso blogue de família (A Nossa Quinta de Candoz) um poste alusivo à sua passagem por Camabatela (1969/72) e à celebração dos seus 22 anos, em 8 de Setembro de 1970:
http://anossaquintadecandoz.blogspot.com/2010/09/angola-camabatela-8-de-setembro-de-1970.html
Obrigado Luis Graça, e mais ainda pelo endereço do Blogue que me mandas-te e que vou já ver isso.
Tenho o Blogue mais recente de Camabatela e que é assim.
camabatelaemagia.blogspot.com
Gosto de lembrar meu passado em Camabatela desde 1958 a 1961, onde após o 15 de Março fui obrigado a abandonar, e por isso me resta as Saudades.
Um Dia destes irei falar aqui na Nossa Tabanca de muitas coisas passadas na Vida, pois quando fui para a Guiné já sabia o que era África e Africanos.
Obrigado Luis e um Grande abração.
Abraços ainda para toda a Tabanca Grande.
Albino Silva
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