Rosa Serra, ex-enfermeira pára-quedista e membro da nossa Tabanca Grande
Giselda Pessoa, ex-enfermeira pára-quedista e membro da nossa Tabanca Grande
Cristina Silva, ex-enfermeira pára-quedista (ferida em combate emm Moçambique)
Anabela Oliveira, casada com um ex-militar vítima de stresse pós-traumático de guerra e hoje viúva (se a memória me não falha)
Isilda Alves, professora, casada com um ex-militar vítima de stresse pós-traumático de guerra, e hoje viúva
Lucília Costa, casada com um ex-militar vítima de stresse pós-traumático de guerra, ainda vivo (segundo informação do nosso camarigo Silvério Lobo, de Matosinhos, que é amigo do casal)
Manuela Castelo, viúva de um oficial pilav, morto em combate (Julgo tratar-se do Cap Pilav Fernando José dos Santos Castelo, piloto do AL III, morto em M oçambique, em 7 de Março de 1974, segundo informação recolhida pelos nossos camaradas do Portal Ultramar Terraweb, relativos ao militares da FAP, mortos em serviço entre 12 de Abril de 1959 e 14 de Novembro de 1975)
Manuela Mendes, esposa que acompanhou o marido, médico (miliciano, se não me engano)
Maria Lurdes Costa, casada, que acompanhou o marido em África (Angola, se não me engano; é irmã do nosso camarada José Martins)
Maria Alice Carneiro, irmã de 2 militares em África (Moçambique e Angola), e correspondente de outros militares nos três TO
Estas são algumas das 21 mulheres que entram no filme, e que ficam aqui listadas por ordem alfabética (na próxima publicaremos mais fotos):
Ana Maria Gomes, Anabela Oliveira, Aura Teles, Beatriz Neto, Clementina Rebanda, Conceição Cristino, Conceição Silva, Cristina Silva, Ercília Pedro, Fernanda Cota, Giselda Pessoa, Isilda Alves, Júlia Lemos, Lucília Costa, Manuela Castelo, Manuela Mendes, Margarida Simão, Maria Alice Carneiro, Maria Arminda Santos, Maria Augusta Filipe, Maria De Lourdes Costa
Fotos da rodagem do filme Quem Vai à Guerra, disponíveis no mural da respectiva página no Facebook (Aqui reproduzidas com a devida vénia...)
Uma das mulheres da nossa Tabanca Grande que também foi à guerra é a Maria Dulcineia Rocha, esposa do Henrique Cerqueira... Fica aqui lançado, não o repto, mas o convite, para ela partilhar connosco, em primeira mão, as suas recordações de Bissorã... Já conhecemos a versão do Henrique, mas não a da Ni (seu "nickname" ou nome de guerra)...
3. E, já agora, fica aqui a notícia para todos os nossos leitores: não percam o filme (documentário) da Marta Pessoa, Quem Vai à Guerra, que vai entrar no circuito comercial, no dia 16 de Junho próximo:
Lisboa, Cinema Cirty Classic Alvalade
Porto, Zone Lusomundo Mar Shoping
Aveiro, Zon Lusomundo Fórum Aveiro
FICHA TÉCNICA
Realização > Marta Pessoa
Direcção de Fotografia > Inês Carvalho
Cenografia > Rui Francisco
Montagem > Rita Palma
Direcção de Som > Paulo Abelho, João Eleutério e Rodolfo Correia
Maquilhagem > Eva Silva Graça
Marketing e Comunicação > Fátima Santos Filipe
Direcção de Produção > Jacinta Barros
Produtor > Rui Simões
Produção > Real Ficção
Recorde-se aqui a sinopse do filme, que tem duas horas e 10 minutos de duração:
« Entre 1961 e 1974, milhares de homens foram mobilizados e enviados para Angola, Moçambique e Guiné-Bissau para combater numa longa e mal assumida guerra colonial. Passados 50 anos desde o seu início a guerra é, ainda hoje, um assunto delicado e hermético, apoiado por um discurso exclusivamente masculino, como se a guerra só aos ex-combatentes pertencesse e só a eles afectasse. No entanto, quando um país está em guerra, será que fica alguém de fora? 'Quem vai à Guerra' é um filme de guerra de uma geração, contada por quem ficou à espera, por quem quis voluntariamente ir ao lado e por quem foi socorrer os soldados às frentes de batalha. Um discurso feminino sobre a guerra.»
Fica também aqui um excerto da nota do crítico de cinema o Semanário Expresso / Suplemento Atual, Jorge Leitão Ramos (com a devida vénia...)
(...) "As mulheres dos soldados portugueses estiveram na guerra, viveram-na, em forma de receios e palavras escritas em aerogramas censurados, ou na descoberta de terras e modos de vida diferentes, com a urgência e o medo a marcar-lhes o quotidiano.
"Para o grupo de 46 enfermeiras pára-quedistas, únicas mulheres militares, a realidade era a da experiência directa da guerra, dos ataques, das evacuações, das mutilações e mortes dos soldados que ao longo desses 13 anos de guerra socorreram.Há nestas mulheres uma história da guerra colonial portuguesa. Quem Vai à Guerra recria em estúdio, a partir dos objectos, fotografias e ambientes mais marcantes destas memórias femininas, um espaço de apresentação de testemunhos, onde as mulheres partilham as suas histórias de guerra. Em cenários de assumida teatralidade, vão sendo construídas as imagens femininas da guerra, onde os universos doméstico e bélico se cruzam. Cenário feito também de violência e da desolação de uma guerra, contrariando um olhar romântico, que tão rapidamente se pode tornar nostálgico.Se há algo que sobressai do discurso feminino sobre a guerra é a ideia de que esta é sempre iníqua e devastadora. Afinal, é de guerra que se fala.
“A guerra colonial é olhada aqui pelo lado feminino: esposas, noivas, correspondentes, enfermeiras de guerra, companheiras na retaguarda... Experimentam a dor de ver morrer combatentes ou de suportar as sequelas longos anos, testemunhando uma vívida e diferente perspectiva” (,,,)
Jorge Leitão Ramos in ATUAL / Jornal EXPRESSO
Reproduzido, com a devida vénia, do blogue da Real Ficção, o produtor do filme, que também reproduziu algumas das nossas fotos da ante-estreia, no Grande Auditório da Culturgest
4. Conforme peça da Lusa, de 13 do corrente, reproduzido no portal Sapo Notícias, "as mulheres, Marta Pessoa descobriu-as em todo o lado. E achou que havia uma história de guerra para ser contada. Na internet, há 'uma espiral que nunca mais acaba' de coisas sobre a guerra, mas tudo 'muito cerrado no ponto de vista masculino (...) 'As mulheres portuguesas não falam. Não há registos femininos. O Estado Novo pior ainda, não houve pior momento para a mulher do que o período da ditadura', afirmou a realizadora em entrevista à Lusa.
"Marta Pessoa criou um teatro de guerra - com o cenógrafo Rui Francisco e a fotógrafa Inês Carvalho - e cada uma das mulheres conta a sua história no cenário que lhe corresponde. Foi tudo filmado no espaço A Capital, onde antes estavam os Artistas Unidos. A ideia foi 'fazê-las sair da casa, deslocá-las da zona de conforto, tirá-las das distracções domésticas', explicou a realizadora. 'Tinha curiosidade em ver como é que o discurso, sendo deslocado do espaço habitual, seria transmitido', reconheceu Marta Pessoa que com este filme quis 'espelhar um bocado a realidade da guerra - os soldados iam para a guerra de todo o lado, não era só no Interior, não era só no Litoral, não era só no Norte, não era só no Sul.
"A realizadora não esconde a ligação pessoal. Nascida em 1974, é filha de um militar de carreira, que esteve na Guerra Colonial, na Guiné-Bissau, e estudou num colégio interno, onde tinha amigas órfãs de guerra. 'Se a minha mãe não tivesse ficado à espera [do meu pai] eu teria feito este filme? Não sei, mas também é muito difícil encontrar pessoas da minha geração que não tenham alguém na família que não tenha tido alguma relação com a guerra. A guerra não afectou só as pessoas que foram, afetou os que decidiram não ir', mulheres e homens' "(...)
Vd. também o nosso blogue
9 de Maio de 2011 > Guiné 63/74 - P8249: Agenda cultural (122): Sexta feira, 13, estreia, em Lisboa, do documentário Quem vai à guerra, de Marta Pessoa: as histórias do heroísmo (invisível, no feminino) que ficaram por contar
11 de Maio de 2011 > Guiné 63/74 - P8259: As mulheres que, afinal, também foram à guerra (3): O(s) discurso(s) feminino(s) (Luís Graça)
14 de Maio de 2011 > Guiné 63/74 - P8274: As mulheres que, afinal, também foram à guerra (4): As primeiras fotos da estreia do filme "Quem Vai à Guerra", de Marta Pessoa (Luís Graça)
5 comentários:
Já deixei na nossa página no Facebook (Tabanca Grande Luís Graça) a sugestão:
Era giro a malta (homens e mulheres) do Porto, Aveiro e Lisboa irem, em grupo, à estreia (comercial) do filme da Marta Pessoa, dia 16 de Junho... E no final juntarem-se para uma amena cavaqueira... E alguém tomar duas notas e escrever um "postalito" para o nosso blogue...
Malta, toca a ir ao cinema, ver o documentário "Quem Vai à Guerra"... É português, é nosso. Feito com as nossas mulheres, as mulheres que "foram à guerra", de muitas maneiras... E mais: cinema feito pelas nossas filhas e filhos...Tudo "made in Portugal"...
Tomem nota na vossa agenda, 16 de Junho de 2011, 5ª feira,
Lisboa, Cinema Cirty Classic Alvalade
Porto, Zone Lusomundo Mar Shopping
Aveiro, Zon Lusomundo Fórum Aveiro
Parece-me ser muito importante a participação dos depoimentos das mulheres.
Estiveram na frente de combate, caso das enfermeiras pára -quedistas, acompanharam os maridos em diversas situações e disso temos exemplo aqui no blogue, foram mães, esposas, namoradas,madrinhas de guerra, amigas, companheiras.
Depois estiveram connosco no regresso.
Parte importante essa, demasiado importante. Foram elas que connosco fizeram a travessia da aclimatação á vida interrompida. Foram elas que ,muitas vezes orientaram tantos.
Tanto por dizer...fica para quando a recuperação esteja feita e a saúde me o permitir pois tenho dificuldade em ver.
AB T
Caro Luís Graça,
Mais algumas informações e rectificações:
As mulheres que aparecem no final do filme fazem parte da Associação APOIAR e integram um Grupo de Ajuda Mútua. deste grupo, só a Isilda Alves é que é viúva. Logo, na foto 4, a Anabela Oliveira não é viúva.
Na foto 8, posso acrescentar que Manuela Mendes acompanhou o marido, que era Alferes miliciano da Marinha, e médico, ao Lago Niassa, em Moçambique.
Na foto 9, a Maria de lourdes não acompanhou o marido, mas sim foi uma namorada que ficou à espera e que casou quando ele regressou.
Marta pessoa
A "posição de Maris de Lourdes Costa" no filme é a de namorada que aguardou o regresso do namorado.
Foi muita i informação que o filme tem, pelo que é impraticavel conseguir "digerir" tudo no espaço detempo de transmisão do filme.
Gaí, e noutro post, ter sugerido a edição em livro dos depoimentos de todas as mulheres que fizeram a guerra. Assim será muito mais facil apreender o texto e o contexto em que tudo aconteceu.
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