1. Mensagem datada de 24 de Outubro de 2011, do nosso camarada António Martins de Matos* (ex-Ten Pilav, BA 12, Bissalanca, 1972/74, actualmente Tenente General (R)), dirigida à Revista Mais Alto com conhecimento ao nosso Blogue:
Caro Senhor
Nuno Esteves da Silva
Chefe da redacção da Revista Mais Alto
Acabo de ler a segunda parte do artigo "Strela, a ameaça ao domínio dos céus do ultramar português"**.
Tenho que reconhecer não ter gostado de ambos os textos.
Já o tinha referido aquando da publicação inicial, em devido tempo enviei um email dirigido ao Director da Revista referindo as minhas dúvidas, email de que infelizmente não obtive nenhum "feedback".
As razões que me levam a voltar a escrever-vos são:
- Em primeiro lugar a importância do tema, um dos poucos períodos da sua História em que a FAP teve "mortos em combate".
- Em segundo lugar a maneira como o tema foi abordado, dando a ideia ao leitor de que a solução para enfrentar os mísseis apareceu ao nível do Estado Maior em Lisboa, quando efectivamente de Lisboa nada recebemos, tudo foi "cozinhado" na Guiné, desde a descoberta da arma que nos atacava, sua identificação, medidas evasivas, directivas locais,... decisões que o EM se limitou posteriormente a copiar e "promulgar",...
- Em terceiro lugar pelo pouco rigor nas fotos e documentos apresentados, no primeiro texto o DO-27 não tem nada a ver com Strelas (falha de motor a beam da ilha do Como), no segundo texto a foto do piloto MC será "enganadora" para o leitor, já que o referido piloto (ainda que ocasionalmente presente no território) não fez parte dos que enfrentaram os mísseis Strela.
- Em quarto lugar por várias imprecisões em termos do que efectivamente se passou nos céus da Guiné.
E porque amanhã, daqui a 50 anos, a revista Mais Alto será uma das fontes de consulta dos historiadores, penso ser uma obrigação de todos os intervenientes de serem o mais fieis possível, a verdade sem entraves pruridos ou dúvidas.
Por tudo isto resolvi escrever a minha experiência, vivida na Guiné desde o aparecimento do primeiro míssil até 10Fev74, data em que regressei a Lisboa.
Apenas referirei a Guiné, já que foi aí que vivi o acontecimento, nada sei sobre Lisboa ou Moçambique e, ao contrário de outros, não escrevo por ter "ouvido falar".
Quando pronto irei enviar-lhe, poderá interessar-lhe, um eventual complemento aos artigos anteriores.
Caso não lhe interesse agradeço que mo diga, haverá outros locais onde poderei publicar o artigo.
Sem outro assunto
António Martins Matos
Ten Gen (R)
____________
Notas do Editor:
(*) Vd. postes de:
22 de Setembro de 2011 > Guiné 63/74 - P8806: Recortes de imprensa (48): Strela, a ameaça ao domínio dos céus do ultramar português - I Parte - Revista da FAP, Mais Alto, n.º 392 , Jul / Ago 2011
e
16 de Outubro de 2011 > Guiné 63/74 - P8912: Recortes de imprensa (51): Strela, a ameaça ao domínio dos céus do ultramar português - II Parte - Revista da FAP, Mais Alto, n.º 393 , Set / Out 2011
Vd. último poste da série de 19 de Outubro de 2011 > Guiné 63/74 - P8926: (Ex)citações (151): O Sold Rodrigues, prisioneiro do PAIGG (de Junho de 1971 a Março de 1974), pertencia à CCAÇ 3489/BCAÇ 3872, que esteve em Cancolim (1971/74) (Luís Dias)
Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
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2 comentários:
Meu caro António Martins de Matos
Ficamos a esperar os teus textos, testemunha e actor fundamental no tempo dos Strela e pós Strela.
Os dois textos da revista da Força Aérea não me pareceram mal, destacam os factos reais e o papel brilhante e valoroso dos pilotos.
Mas não estarão isentos de erros. Por isso, meu caro, dá-nos o teu saber de experiência feito.
A nossa História faz-se com factos,
com a realidade do vosso (pilotos) e do nosso dia a dia.
Abraço,
António Graça de Abreu
Meu caro António Martins de Matos eu acredito naqueles que viveram e sofreram os momentos também fico a espera da tua História.
Já fui aqui alvo de critica por pensar assim.
Um abraço
Colaço
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