Choro a vida de cada bombeiro,
Que, cada ano,
É sacrificada aos incêndios malvados
De miseráveis mãos que os ateiam,
A soldo, de horrendos criminosos...
Devem ser rechaçados, sem clemência!...
Choro as lágrimas dolorosas
Dos seus pais e dos seus filhos,
Com seus irmãos,
E da gente toda da aldeia
Que carinhosamente os viu nascer!...
Choro...choro...até morrer...
Por esta prova de amor,
Gratuita, mesmo divina,
De cada bombeiro que morre,
Nosso irmão!...
Berlim, 6 de Setembro de 2013
9h30m
Somos como somos...
O que somos e temos cá dentro a fervilhar,
Acaba por vir ao de cima
E tudo comandar,
Nas sendas da nossa vida.
Cada um não é um fruto do acaso.
Tem, para trás,
Uma árvore, muito antiga,
Com raízes, de tão fundas,
Se perdem nos negrumes,
Como segredos enigmáticos
Que correm nas nossas veias...
Se enlaçam, se engrenham uns aos outros,
Segundo a lei da sorte,
Que o destino nos ofereceu,
E se enriquecem com a arte
Que nos desabrocha espontânea,
À luz e força
Da nossa mente
E nossa vontade,
Como forja que se acende,
À chuva e vento,
Do ambiente que nos rodeia...
É assim que somos.
Uma mistura livre
E determinada,
Entre a herança que herdamos
E o que alcança
Nosso corpo e nossa alma...
Ouvindo Hélène Grimud, em Jean S.Bach
Berlim, 11 de Setembro de 2013
7h14m
Regresso a casa...
Aqui em Mulhouse,
Há uma cortina de plátanos verde-amarelados,
Frente à minha janela.
Grossos braços levantados,
Parecem não acordar.
Nada bole.
Só a brancura de dois cisnes,
Suavemente deslizantes
Sobre o lago,
Fazem ondinhas,
À flor da água,
Que se espraiam
Como fumo.
O céu de cinza tão opaco
Nada escreve...
Quase toca nos meus olhos,
A despertar.
Está na hora de fazer as malas
E ir para a estrada...
Nova etapa,
Rumo a casa,
Que me espera,
Tão distante,
Depois de França,
Toda a Ibéria,
Com saudade,
Junto ao mar.
Mulhouse, 14 de Setembro de 2013
Joaquim Luís Mendes Gomes
[ex-alf mil, CCAÇ 728, Cachil, Catió e Bissau, 1964/66; jurista, reformado]
______________
Nota do editor:
O que somos e temos cá dentro a fervilhar,
Acaba por vir ao de cima
E tudo comandar,
Nas sendas da nossa vida.
Cada um não é um fruto do acaso.
Tem, para trás,
Uma árvore, muito antiga,
Com raízes, de tão fundas,
Se perdem nos negrumes,
Como segredos enigmáticos
Que correm nas nossas veias...
Se enlaçam, se engrenham uns aos outros,
Segundo a lei da sorte,
Que o destino nos ofereceu,
E se enriquecem com a arte
Que nos desabrocha espontânea,
À luz e força
Da nossa mente
E nossa vontade,
Como forja que se acende,
À chuva e vento,
Do ambiente que nos rodeia...
É assim que somos.
Uma mistura livre
E determinada,
Entre a herança que herdamos
E o que alcança
Nosso corpo e nossa alma...
Ouvindo Hélène Grimud, em Jean S.Bach
Berlim, 11 de Setembro de 2013
7h14m
Regresso a casa...
Aqui em Mulhouse,
Há uma cortina de plátanos verde-amarelados,
Frente à minha janela.
Grossos braços levantados,
Parecem não acordar.
Nada bole.
Só a brancura de dois cisnes,
Suavemente deslizantes
Sobre o lago,
Fazem ondinhas,
À flor da água,
Que se espraiam
Como fumo.
O céu de cinza tão opaco
Nada escreve...
Quase toca nos meus olhos,
A despertar.
Está na hora de fazer as malas
E ir para a estrada...
Nova etapa,
Rumo a casa,
Que me espera,
Tão distante,
Depois de França,
Toda a Ibéria,
Com saudade,
Junto ao mar.
Mulhouse, 14 de Setembro de 2013
Joaquim Luís Mendes Gomes
[ex-alf mil, CCAÇ 728, Cachil, Catió e Bissau, 1964/66; jurista, reformado]
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Nota do editor:
Último poste da série > 31 de agosto de 2013 > Guiné 63/74 - P11996: Blogpoesia (353): Pôr-do-sol (Juvenal Amado)
3 comentários:
Bom regresso a casa com as suas poesias os seus olhos e o seu coração.
Um abraço fraterno
Felismina mealha
Do nosso poeta, de regresso a casa, 15set2013, 7h12:
Com um abraço...
A vida , sem amor,
Humano ou divino,
É negra, pesada e dura.
Não faz sentido...
Basta um abraço
Bem apertado
Dum bom amigo,
Na hora cega,
- melhor que tudo -
Para se voltar a ver a luz
E continuar a andar,
Até dar a volta ao mundo...
Girona, 15 de Setembro de 2013
8h6m
Joaquim Luís Mendes Gomes
Joaquim Luis Mendes Gomes
16/972013
08:17
Voltar ao lar...
É doce atravessar o rio e subir a ladeira,
Entre silvados carregadinhos de amora negras...
Que doçura!...debicá-las...
Ver o nosso fiel
Correr para nós,
Dando ao rabo, vertiginoso,
Ladrando as saudades de dois meses...
Eram tantas como as minhas,
Abrir o cancelo, inclinado,
Sempre o mesmo,
Pronto a abrir,
Ver as portas cerradas que se abrem
E um rosto a sorrir,
Banhado em lágrimas...
E aqueles abraços,
Em brasa a arder,
Da gente da casa...
Valeu a pena a caminhada.
Parecia não ter mais fim.
É sempre assim...
Ouvindo Hélène Grimaud, em adágio de Mozar
Mafra, 16 de Setembro de 2013
8h10m
Joaquim Luís Mendes Gomes
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