Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
sexta-feira, 9 de janeiro de 2015
Guiné 63/74 - P14133: Convívios (648): O primeiro Encontro de 2015 da Magnífica Tabanca da Linha é já no próximo dia 22 de Janeiro no sítio e com a ementa do costume (José Manuel Matos Dinis)
1. Mensagem do nosso camarada José Manuel Matos Dinis (ex-Fur Mil da CCAÇ 2679, Bajocunda, 1970/71 e actual amanuense da Magnífica Tabanca da Linha), com data de 8 de Janeiro de 2015:
Carlos, meu bom amigo
Se é verdade que os amigos são para as ocasiões, prepara-te, pois chegou a ocasião de prestares um grande auxílio à Magnífica. De facto, o senhor Cmdt Rosales, que escapou sem apoquentações aos pesados exercícios natalícios, já se apoquentava com a minha falta de atenção ao decorrer do tempo, e telefonou-me, muito educadamente, com preocupações sobre a minha saúde, a minha alegria, e a de todos os meus no rescaldo das festas de Natal e da passagem do ano, telefonou-me, exactamente quando eu digitava o número dele com a mesma preocupação: a de prover aos magníficos da Linha, o tradicional encontro lambareiro, onde se avaliam as barriguinhas, e trocam-se impressões sobre análises clínicas, consultas ortopédicas, e outras temáticas que preenchem os espaços de interesses por onde evoluem os veteranos mais reformados.
Assim, aprazou-se que hoje, S. Ex.ª passaria por minha casa entre as 14 e as 15 horas, para nos deslocarmos a Oitavos. Três ou quatro minutos depois das 14H00 era eu a telefonar-lhe, e S. Ex.ª a responder que estava a entrar para a sua magnífica e luzidia viatura de uma conceituada marca japonesa (a minha também é japonesa, mas já conta quase duas décadas, e tem sofrido um bocadinho pela acomodação de uma razoável quantidade de equídeos, de que não faço uso por via da desqualificação dos meus olhinhos, embora, garanto, ainda passa dos duzentos com facilidade), que ele conduz com extremos de cuidado, tanto relativamente à máquina, como em relação ao código. Um exemplo de civismo.
Combinámos tomar o café num local à minha beira, onde nos encontraríamos. O Pedro, que lá trabalha, ao ver-me a entrar, logo tirou um cafezorro, daqueles que eu gosto pela quantidade, como pelo palato, uma selecção de uma proveniência alentejana. Também produz vinho, mas é caro. No entanto, quando passarem por Campo Maior, recomendo vivamente que visitem a adega, como as vinhas adjacentes, dois bons exemplos de empreendedorismo. Abri o porta-moedas em cima do balcão, tomei a bica, rocei a atenção por um noticiário televisivo que transmitia as últimas de França, olhei de viés para uma boazona que ia apostar no euro-milhões, confirmei que o tempo estava magnífico de luz e de temperatura, cocei os testículos para ocupar o tempo, e... de repente, tranquilo, com ar bonacheirão, S. Ex.ª entrou com um sorrizinho suficiente: - Então, já tomaste o café? Quis saber. Que sim, respondi. Tinha deixado a viatura a uma distância razoável para não incomodar a normal circulação de pessoas e bens, conforme estabelecem os tratados comunitários e o nosso código da estrada. Calmo, que S. Ex.ª é muito calmo, calmamente, conduziu-me através das lindas ruas de Cascais, num intervalo do cosmopolitismo, o que me permitiu apreciar as linhas de algumas arquitecturas, a verdura dos jardins, os ramos das árvores em prece para o céu, e, novamente, algumas silhuetas do belo sexo que circulavam graças a Deus.
Sem que tivesse decorrido muito tempo, chegámos a Oitavos, e ainda brilhava o sol no seu esplendor, enquanto a atmosfera era serena a aconchegar o ambiente. Lá em baixo, o mar azul reflectia a luz em reflexos vivos e suaves.
Quando abrimos a porta, preparava-se para sair o senhor Ricardo, gerente e responsável por alguns bons momentos que temos passado. Depois dos cumprimentos da praxe sentámo-nos a uma mesa junto a um grande vidro da janela virada ao sol, o que conferia excelente ambiente. Escolhemos o dia 22 de Janeiro e a mesma ementa: marisco com bianda, partindo do princípio de que, em equipa vencedora não se mexe (1). Conversámos sobre pingas e doces, para reafirmarmos que a propósito de tintos e brancos, queremos permanecer fiéis às marcas usufruídas, respectivamente, do Douro e de Palmela.
Convencionada esta fase importante e essencial da negociação, passámos à abordagem selectiva da sobremesa, que ficou decidido consubstanciar-se em salada de frutas e uma opção de tarte. Como de costume, porque não ocorreu falarmos, contamos com uns queijos, e derivados carnívoros para entradas.
S. Ex.ª visivelmente satisfeito e a pedir mais alguma coisa, perguntou-me se queria ir a algum lado, e encheu o peito de ar e auto-confiança, quando a alturas da Casa da Guia, parou antes de uma passagem para peões, que passou a ser utilizada por uma ainda jovem senhora de óculos escuros, que a meio abrandou a marcha, e brindou o passageiro condutor com um olhar fixo e emoldurado por um belo sorriso. Ainda continuou a sedução, enquanto a viatura de S. Ex.ª permanecia no seu (dela) alcance visual.
Ora digam V. Exªs. não dá gosto cumprir uma missão nas circunstâncias descritas?
Recordo que no último encontro, estiveram presentes mais de sessenta mastiganres. Agora, está assegurado que até noventa, a casa não vai abaixo, e sobra espaço. Portanto, como de costume, no conhecido local que deriva da estrada do Guincho para Oitavos, pelas 12H30 do próximo dia 22, quinta-feira, terá lugar o ansiado encontro de magníficos, e tratem de proceder à rápida inscrição - até ao dia 19, pois há ameaças de comparecer para cima de um batalhão. Já agora, divulguem por todos os que beberam água da bolanha. E não se esqueçam, cada um/a, de se fazerem acompanhar por 15 euros, para pagamento do usufruto da vista circundante.
Os telefones do costume:
Rosales - 914 421 882; o amanuense Dinis - 913 673 067.
(1) em http://blogueforanadaevaotres.blogspot.pt na rubrica da Magnífica Tabanca da Linha há referências simpáticas sobre a ementa, bem como no blogue dos sexmachine incorporated oh yé!
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Nota do editor
Último poste da série de 29 de dezembro de 2014 > Guiné 63/74 - P14092: Convívios (647): A Tabanca de Bedanda na sede nacional da ADFA, em Lisboa, Av Padre Cruz, no passado dia 18, a convite do Fernando de Jesus Sousa, autor de "Quatro Rios e um Destino” (Chiado Editora, 2014)
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2 comentários:
Olá Camaradas
Duas inscrições duas ainda a tempo.
António e Isabel Costa.
A hora >H é às 12H30?
Ora informem.
Um Ab.
António J. P. Costa
Caríssimo,
as inscrições já estão aceites, e contamos com a vossa jovial presença para o encontro anunciado.
S.Exa. o Senhor Comandante, encarrega-me de vos apresentar, desde já, as boas vindas.
Com um abraço
JD
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