1. Mensagem da nossa amiga Catarina Gomes, jornalista do "Público", coautora da reportagem sobre os "Filhos do Vento" e "O Meu Filho Ficou lá"; filha de ex-combatente da guerra colonial (em Angola), escreveu o livro "Pai, tiveste medo ?" (Lisboa, Matéria Prima Edições, 2014):
Data: 16 de junho de 2015 às 10:19
Assunto: Reportagem Angola
Caro professor,
Tal como lhe tinha dito, desde a ida à Guiné a a reportagem dos "filhos do vento", fiquei com vontade de contar uma história ao contrário, pelo lado de um pai de um "filho do vento". Tivemos a felicidade de acompanhar o António Bento, que esteve em Angola entre 1973 e 1975, e era furriel, e ir com ele ao encontro do filho que ele nunca conheceu, deixou a mulher com quem viveu durante um ano grávida.
É dessa aventura que dá conta a reportagem que sairá publicada na revista do "Público", no domingo dia 21 de Junho, e no Jornal da Noite da SIC, esta quinta-feira dia 18 de Junho.
Espero que a reportagem possa inspirar muitos pais a olharem para o passado e talvez a lembrarem-se que deixaram um filho para trás.
Aqui lhe deixo os dados da conta bancária da:
Associação da Solidariedade dos Filhos e Amigos dos Ex-Combatentes Portugueses na Guiné-Bissau (Fidju di Tuga)
Banco da África Ocidental em ligação à conta do Montepio em Lisboa.
114011010114
Um abraço
Catarina
2. Quinta-feira, dia 18 de junho, no 'Jornal da Noite', SIC [20h00-21h30],
Sinopse:
A Guerra Colonial levou milhares de soldados portugueses para África e deixou por lá muitas crianças sem pai, filhos de militares portugueses que acabaram as suas comissões de serviço e regressaram a Portugal. Há quem desconheça que por lá deixou um filho, há quem o esconda porque construiu uma nova família após o regresso e há quem nunca esqueça o que se passou.
Já na parte final do conflito, António Bento foi enviado, por dois anos, para Angola onde prestou serviço militar entre 1973 e 1975. Foi colocado no interior de Angola, na província de Luena, perto da fronteira com a Zambia.
Durante a comissão de serviço, António Bento apaixonou-se pela angolana Esperança. O soldado chegou mesmo a mudar-se e a ir viver para casa de Esperança, numa aldeia perto do quartel. Mas no início de 1975, a comissão de serviço termina e António Bento regressa a Lisboa pouco antes do filho de ambos nascer. O ex-combatente nunca esqueceu que se tinha despedido de uma mulher grávida.
A longa guerra civil em Angola e as dificuldades de comunicação com o interior do país foram algumas das barreiras que impediram António Bento de descobrir o paradeiro do filho. Mas nunca desistiu.
Hoje "Zito", o filho de António e de Esperança, tem 40 anos, a mesma idade de Angola independente. E só ao fim de 4 décadas pai e filho encararam-se, pela primeira vez, olhos nos olhos.
"O Meu Filho Ficou Lá " é a história de uma viagem ao interior de Angola e à emoção do primeiro encontro entre um pai e um filho. Uma 'Grande Reportagem' em parceria jornal Público /SIC.
Reportagem : Catarina Gomes
Ricardo Rezende (imagem e som)
Montagem: Ricardo Rezende | Rui Berton
Uma parceria jornal Público / SIC
Coordenação: Cândida Pinto
Direcção: Alcides Vieira | Rodrigo Guedes de Carvalho
Fonte: Cortesia de:
SIC | Ana Margarida Morais
Assunto: Reportagem Angola
Caro professor,
Tal como lhe tinha dito, desde a ida à Guiné a a reportagem dos "filhos do vento", fiquei com vontade de contar uma história ao contrário, pelo lado de um pai de um "filho do vento". Tivemos a felicidade de acompanhar o António Bento, que esteve em Angola entre 1973 e 1975, e era furriel, e ir com ele ao encontro do filho que ele nunca conheceu, deixou a mulher com quem viveu durante um ano grávida.
É dessa aventura que dá conta a reportagem que sairá publicada na revista do "Público", no domingo dia 21 de Junho, e no Jornal da Noite da SIC, esta quinta-feira dia 18 de Junho.
Espero que a reportagem possa inspirar muitos pais a olharem para o passado e talvez a lembrarem-se que deixaram um filho para trás.
Aqui lhe deixo os dados da conta bancária da:
Associação da Solidariedade dos Filhos e Amigos dos Ex-Combatentes Portugueses na Guiné-Bissau (Fidju di Tuga)
Banco da África Ocidental em ligação à conta do Montepio em Lisboa.
114011010114
Um abraço
Catarina
2. Quinta-feira, dia 18 de junho, no 'Jornal da Noite', SIC [20h00-21h30],
Grande Reportagem SIC: "O meu filho ficou lá"
Sinopse:
A Guerra Colonial levou milhares de soldados portugueses para África e deixou por lá muitas crianças sem pai, filhos de militares portugueses que acabaram as suas comissões de serviço e regressaram a Portugal. Há quem desconheça que por lá deixou um filho, há quem o esconda porque construiu uma nova família após o regresso e há quem nunca esqueça o que se passou.
Já na parte final do conflito, António Bento foi enviado, por dois anos, para Angola onde prestou serviço militar entre 1973 e 1975. Foi colocado no interior de Angola, na província de Luena, perto da fronteira com a Zambia.
Durante a comissão de serviço, António Bento apaixonou-se pela angolana Esperança. O soldado chegou mesmo a mudar-se e a ir viver para casa de Esperança, numa aldeia perto do quartel. Mas no início de 1975, a comissão de serviço termina e António Bento regressa a Lisboa pouco antes do filho de ambos nascer. O ex-combatente nunca esqueceu que se tinha despedido de uma mulher grávida.
A longa guerra civil em Angola e as dificuldades de comunicação com o interior do país foram algumas das barreiras que impediram António Bento de descobrir o paradeiro do filho. Mas nunca desistiu.
Hoje "Zito", o filho de António e de Esperança, tem 40 anos, a mesma idade de Angola independente. E só ao fim de 4 décadas pai e filho encararam-se, pela primeira vez, olhos nos olhos.
"O Meu Filho Ficou Lá " é a história de uma viagem ao interior de Angola e à emoção do primeiro encontro entre um pai e um filho. Uma 'Grande Reportagem' em parceria jornal Público /SIC.
Reportagem : Catarina Gomes
Ricardo Rezende (imagem e som)
Montagem: Ricardo Rezende | Rui Berton
Uma parceria jornal Público / SIC
Coordenação: Cândida Pinto
Direcção: Alcides Vieira | Rodrigo Guedes de Carvalho
Fonte: Cortesia de:
SIC | Ana Margarida Morais
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Nota do editor:
Último poste da série > 27 de maio de 2015 > Guiné 63/74 - P14670: Filhos do vento (35): "Não nego a existência de 'filhos da guerra', mas defenderei sempre a dignidade dos combatentes portugueses" (Jorge Cabral) / "Sempre considerei e tratei os/as guineenses como sendo tão portugueses/as como eu" (João Martins) / "Sou claramente pela concessão da nacionalidade, o Estado que assuma as suas obrigações" (José Manuel Matos Dinis)
Último poste da série > 27 de maio de 2015 > Guiné 63/74 - P14670: Filhos do vento (35): "Não nego a existência de 'filhos da guerra', mas defenderei sempre a dignidade dos combatentes portugueses" (Jorge Cabral) / "Sempre considerei e tratei os/as guineenses como sendo tão portugueses/as como eu" (João Martins) / "Sou claramente pela concessão da nacionalidade, o Estado que assuma as suas obrigações" (José Manuel Matos Dinis)
4 comentários:
Parabéns a este camarada que teve a coragem e a dignidade de ir ao encontro do filho que ele não conhecia, e que deixou em Angola em 1975, e que durante anos procurou...
Parabéns à Catarina Gomes e sua equipa... Acabo de ver a reportagem, feita com muito profissionalismo mas também grande empatia... Nada de voyeurismo, de pieguice, de lamechice, de sensacionalismo..
Percebi logo que o António Graça Bento tinha "boa pinta", era um homem com princípios e com valores... Emocionante o encontro dos dois, que estve na iminência de não acontecer,. já que o filho, de 40 anos, membro da Polícia de Intervenção Rápida, em Luena, a c. de 1300 km de Luanda, no leste...
Pormenor fabuloso: o filho que começa a tratar o pai como "papá" e no final vemo-lo de caderninho e lápis em punho a tomar nota da receita de cozinha do prato, seguramente, alentejano, que o pai estava a preparar para a sua nova família...
É um alentejano de Nisa, a tralhar em Montemor-o-Novo e a viver em Vendas Novas, segundo li na sua página no Facebook... Aqui:
https://www.facebook.com/antonio.gracabento
Já está disponível, na Net, a reportagem que a Catarina vai publicar na edição, em papel, na revista do Público, domingo, dia 21:
http://www.publico.pt/sociedade/noticia/quem-e-o-filho-que-antonio-deixou-na-guerra-1699039
É uma grande peça jornalística. É já uma grande senhora do jornalismo de reportagem e de investigação, esta nossa amiga Catarina, filha de ex-combatente, ela própria gerada em Angola, mas já nascida em Portugal, se não erro... Uma reprtagem destas não é para todos/as, é preciso ter muito talento, profissionalismo e sobretudo grande sensibilidade sociocultural... É preciso conhecer a história recente de Angola e a extensão e a profundidade da crueldade que foi a "segunda guerra da independência", em Angola...
Amigos, é uma história, a do António Bento e do seu filho "pula", é uma história com final feliz e com lágrimas, muito à nossa boa maneira portuguesa...e angolana. Oxalá pai e filhos (há mais duas filhas cá em Portugall ...) e netos possam e saibam recuperar todo o tempo perdido em que estiveram, longe, muito longe, uns dos outros... LG
António José Pereira da Costa
19 junh 2015 10:26
Mandei para aí um texto (pequeno) sobre a actuação das mulheres nos convívios da malta.
Ora informa se recebeste.
Estiva a ver o programa dos filhos dos portugueses.
Desta vez funcionou porque o pai também procurou e parece que levou a família a aceitar o seu "passado"
Se assim não fosse...
Por mim, fico com a sensação de que faltam ali pormenores (importantes) para uma apreciação correcta, mas o que interessa isso? O que interessa é o "impacto" dos factos. Não é?
Enfim, estou a tornar-me moralista.
Um ab. e fico à espera do próximo inquérito...
TZ
Obrigada pelos elogios. Sabem sempre bem. Um abraço a todos os tabanqueiros. Catarina Gomes
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