Guiné > Bissalanca > BA12 > 1974 > 26 de março de 1973 > O então ten pilav Miguel Pessoa na pista do aeroporto, em maca, ... À esquerda, a 2.ª srgt enfermeira paraquedista Giselda Antunes (mais tarde, Pessoa). No dia anterior, domingo, 25, e em pleno dia, o aquartelamento de Guileje fora duramente atacado durante cerca de hora e meia. Foram usados foguetões 122 mm. A parelha de Fiat G-91 (Miguel Pessoa e António Martins de Matos) que estava de alerta em Bissalanca, nesse dia e hora, veio em apoio de fogo. A aeronave do Miguel Pessoa, que vinha à frente, foi atingida por um Strela, sob os céus de Guileje... Foi o primeiro Fiat G-91, na história da guerra da Guiné, a ser abatido pela nova arma, fornecida pelos soviéticos ao PAIGC, o míssil terra-ar SAM-7 Strela (de resto, já usada e testada na guerra do Vietname)... O ten pilav Miguel Pessoa conseguiu, felizmente, ejectar-se. E a sua posição foi sinalizada pelo seu asa... Vinte quatro horas depois, era resgatado, são e salvo, pelo grupo de operações especiais do Marcelino da Mata e por forças da CCP 123, comandadas pelo malogrado cap paraquedista João Cordeiro).
Foto: © Miguel Pessoa (2009). Todos os direitos reservados, (Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné)
Nota do MP: "Caro Luís: Olhando para as fotos que acabei de te enviar, lembrei-me que não te expliquei a razão de eu segurar uma garrafa de espumante na mão, enquanto era transportado na maca... Não, não fazia parte do meu kit de sobrevivência! E eu também não estava a soro! Na minha transição do local da evacuação para o hospital, o heli aterrou primeiro no aquartelamento do Guileje, onde alguém resolveu presentear-me com a referida garrafa. Devo dizer que nunca cheguei a bebê-la pois, tendo sido mais tarde evacuado para Lisboa, resolvi deixá-la à guarda das nossas enfermeiras pára-quedistas, as quais confirmaram a boa qualidade do produto e o gosto requintado do pessoal do Guileje. Um abraço, Miguel Pessoa".
1. Mensagem do José Belo, com data de 18 do corrente 10:44
[ foto atual à direita: José Belo, ex-alf mil inf, CCAÇ 2381 (Ingoré, Buba, Aldeia Formosa, Mampatá e Empada, 1968/70); atualmente é cap inf ref e vive na Suécia há quase 40 anos; no outono / inverno, costuma "emigrar" para Key West, Florida, EUA, onde a família tem negócios; foi autor da série "Da Suécia com saudade" de que se publicaram 55 postes (*); vai mantendo troca de emails, intermitente, com o nosso editor LG]
Assunto - E mais uma vez, esquecidos por näo referidos ao grande público nacional
Nos Estados Unidos teriam feito um filme sobre a história (única!) do casal e... ganho uns bons milhöes de dólares!
Mas, no nosso querido Portugal, quantos (fora dos antigos combatentes da Guiné) terão conhecimento desta histórica única (!) relacionada com o casal dos militares Giselda e Miguel Pessoa?
Para mais... ambos com contactos pessoais com os mísseis "Strela"!
Parece incrível, mas os meios de comunicação lusitanos não se têm interessado, ou terão conhecimento, de tal história.
2. Tabanca do Centro > 18 de março de 2017 > P893: Uma análise do nosso camarigo José Belo > Inesperadamente, a minha profunda inveja do amigo e camarada Miguel Pessoa
[Reproduzido com a devida vénia ao autor, José Belo, e ao editor, Miguel Pessoa, da Tabanca do Centro]
Hoje, ao começar o dia trocando alguns e-mails com o "Herr Överste" (Senhor Coronel em sueco) Miguel Pessoa, surgiu bruscamente no meu pensamento algo que até agora não tinha considerado com a devida atenção.
Nas conversas com antigos combatentes, sejam eles portugueses ou norte-americanos (também por lá vivo!), surge sempre a referência às frustrações sentidas quando se procura descrever aos familiares, amigos, ou simples conhecidos, as experiências e sentimentos de cada um aquando da passagem por teatros de guerra.
Sente-se sempre que este tipo de comunicação, na procura de explicações, sejam elas geográficas, sociais ou outras, é extremamente difícil de ser apreendido em todas as suas "variantes" por quem nos escuta.
Muitas vezes sente-se que não escutam... aparentam escutar! Isto sem se entrar em referências a situações concretas de combate, estas ultrapassam totalmente quem as não viveu.
Se a "comunicação" é difícil em Portugal, em famílias portuguesas, os que formam família no estrangeiro, com filhos quase automaticamente estrangeiros e com netos ainda mais estrangeiros que estes, torna as referências a uma guerra colonial como algo de pré-histórico... no melhor dos casos!
É sempre necessária infindável introdução quanto aos enquadramentos históricos e sociais, ao significado dos 400 anos de colonialismos vários, as consequências do longo período da ditadura no tipo muito específico de formação que, aos nascidos e educados nesses tempos, acabou por ser imbuída muito mais profundamente do que muitos hoje gostam de reconhecer.
MAS... no caso do Miguel Pessoa tudo é... diferente! Casado com uma nossa Camarada de armas.
Alguém que com ele COMPARTILHOU, no conjunto de difíceis situações de guerra, certamente inesquecíveis, mas (e principalmente!)... sem necessitarem das tais infindáveis explicações quanto a factos, quando, porquê e quem!
Confesso, mais uma vez, nunca ter pensado neste pequeno-grande "detalhe", em relação aos outros ex-combatentes.
Hoje em Portugal, em situação muito diferente quanto à paz e tipo de serviço militar, casamentos entre camaradas de armas não serão invulgares.
Mas... compartilhando o pior teatro de guerra das guerras de África, como o era a Guiné... ao mesmo tempo... nos mesmos locais... e em algumas situações incríveis... não haverá muitos... se alguns houver!
Será que em relação aos outros (a nós), tanto a Giselda como o Miguel terão consciência do privilégio que é esta não necessidade das tais tão limitativas "explicações"?
Um grande abraço do
José Belo
Guiné > Bissalanca > BA 12 > 1972 > A Giselda (à direita), com um militar do Exército e a enfermeira Rosa Mota (Mendes pelo casamento).
Foto (e legenda): © Giselda Pessoa (2009). Todos os direitos reservados.(Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné)
3. Comentário do editor LG:
Zé Belo, querido amigo e camarada da diáspora, és sempre bem-vindo, a qualquer hora do dia, da semana, do mês ou do ano... Levantas a eterna questão da (in)comunicação humana, que já de si não é complexa, e ainda mais quando envolve combatentes e não-combatentes de uma guerra...
Será que o casal Miguel & Giselda por serem camaradas de armas, do tempo da guerra de África, tem esse problema "simplificado" ou "resolvido"?
Só eles, enquanto casal, poderão responder te, a ti e a nós... Mas, à partida, há questões sobre as quais estarão melhor sintonizados do que nós e as nossas caras-metade... ou nós e os nossos filhos, ou nós e os nossos amigos que não foram à guerra...
Quanto à sua história de amor e guerra, estamos de acordo: dava um grande filme, um grande documentário, um grande debate, um grande livro...
Há tempos uma das nossas estações televisivas interessou-se pelo seu "caso". Tanto quanto me lembro, era um daqueles programas, em direto, para o "grande público", de manhã ou de tarde, tendencialmente a puxar para o "popularucho", com conversas da treta, abordando problemas, alguns sérios, na verdade, mas de maneira ligeira, sem contextualização, explorando por vezes o sensacionalismo, quiçá o anedótico, o "voyeurismo" e até a lágrima fácil. Os convidados correm o risco de, expondo-se e expondo a sua vida íntima, fazerem o papel de "macaquinhos do circo"... Em suma, não devia ser para um trabalho sério de jornalismo de investigação, como estás a habituado a ver na Suécia, na terra dos teus filhos...
Contactaram-me, já não me lembro se foi no dia dos namorados... Conhecendo o Miguel como eu o conheço, ainda lhe telefonei a medo... Ia apanhando com um "Fiat G-91" na cabeça... Nem sequer sondei a Giselda...
Apesar de serem o "casal mais 'strelado' do mundo" (, como a gente lhes chama carinhosamente) (**), são o casal militar mais discreto e avesso à fama que eu conheço... Aliás, não conheço mais nenhum casal militar do nosso tempo, se bem que haja mais algumas enfermeiras paraquedistas casadas com camaradas de armas...
Enfim, são seguramente dois camaradas com um grande sentido de dignidade e querem respeitar (e fazer respeitar) a sua privacidade... Ambos têm partilhado, nas redes sociais, aquilo que entendem pertencer à história e ao "domínio público"... Mas não mais do que isso.
4. Comentário do José Belo, com data de 18 do corrente:
Desconhecia ter sido o Miguel Pessoa já anteriormente abordado pela TV quanto a um programa sobre eles, e que o mesmo se recusou a participar por razões, quanto a mim, bem justificáveis.
Daí que o meu E-mail anterior sobre o assunto só deverá ter um azimute que é o... TRASH (lixo)!
5. Resposta do editor LG:
José: Não concordo contigo quanto ao destino a dar à tua mensagem. Já expliquei no ponto 3 que o convite do programa televisivo não era aceitável pelo Miguel & Giselda,
Se não te importas, deixas-me fazer um poste (já estava feito na manhã do dia 18...) com a tua mensagem para mim, o texto publicado na Tabanca do Centro e a um comentário... Continuo a pensar que o Miguel e a Gisela mereciam/merecem muito mais e melhor... Este país, esta "nossa gente", tem que aprender ser grata e reconhecer o valor dos seus compatriotas, que se destacam, seja em que domínio for, incluindo na guerra e na paz. É preciso muitas vezes que esse reconhecimento venha "de fora", da "estranja"...
Até novas ordens, o poste (que estava feito, à espera de publicado) não vai para a "pubela", como diziam os nossos beirões, alentejanos ou transmontanos dos anos 60 nos "bidonvilles" de Paris...
Vamos esperar também, o OK dos visados... Se eles disserem SIM, tu por certo dirás YES... Penso que é essa a tua vontade, afinal, porque muito os estimas e admiras.
(...) Mais morto de alma do que vivo de corpo.
Mais vale um camarada vivo do que um herói...morto!
Miguel & Giselda, o casal mais 'strelado' do mundo
Muita saúde e longa vida, porque tu mereces tudo (...)
(***) Último poste da série > 9 de março de 2017 > Guiné 61/74 - P17119: (De) Caras (68): Buruntuma, 1961: o enfermeiro Cirilo e o professor primário Timóteo Costa... (Jorge Ferreira / Mário Magalhães)
Na Suécia (mais fria e analítica) teriam criado interessante documentário sobre o assunto; bem enquadrado em referências históricas, políticas e sociais; apresentado em hora e dia favoráveis a um grande número de espectadores.
Também (tradicionalmente) seria seguido de alargado debate com a participação de vasto público.
Mas, no nosso querido Portugal, quantos (fora dos antigos combatentes da Guiné) terão conhecimento desta histórica única (!) relacionada com o casal dos militares Giselda e Miguel Pessoa?
Para mais... ambos com contactos pessoais com os mísseis "Strela"!
Parece incrível, mas os meios de comunicação lusitanos não se têm interessado, ou terão conhecimento, de tal história.
Haverá por aí alguém com "conhecimentos" nos meios de comunicação?
(O assunto está hoje publicado na Tabanca do Centro)
Um abraço,
José Belo
(O assunto está hoje publicado na Tabanca do Centro)
Um abraço,
José Belo
2. Tabanca do Centro > 18 de março de 2017 > P893: Uma análise do nosso camarigo José Belo > Inesperadamente, a minha profunda inveja do amigo e camarada Miguel Pessoa
[Reproduzido com a devida vénia ao autor, José Belo, e ao editor, Miguel Pessoa, da Tabanca do Centro]
Hoje, ao começar o dia trocando alguns e-mails com o "Herr Överste" (Senhor Coronel em sueco) Miguel Pessoa, surgiu bruscamente no meu pensamento algo que até agora não tinha considerado com a devida atenção.
Nas conversas com antigos combatentes, sejam eles portugueses ou norte-americanos (também por lá vivo!), surge sempre a referência às frustrações sentidas quando se procura descrever aos familiares, amigos, ou simples conhecidos, as experiências e sentimentos de cada um aquando da passagem por teatros de guerra.
Sente-se sempre que este tipo de comunicação, na procura de explicações, sejam elas geográficas, sociais ou outras, é extremamente difícil de ser apreendido em todas as suas "variantes" por quem nos escuta.
Muitas vezes sente-se que não escutam... aparentam escutar! Isto sem se entrar em referências a situações concretas de combate, estas ultrapassam totalmente quem as não viveu.
Se a "comunicação" é difícil em Portugal, em famílias portuguesas, os que formam família no estrangeiro, com filhos quase automaticamente estrangeiros e com netos ainda mais estrangeiros que estes, torna as referências a uma guerra colonial como algo de pré-histórico... no melhor dos casos!
É sempre necessária infindável introdução quanto aos enquadramentos históricos e sociais, ao significado dos 400 anos de colonialismos vários, as consequências do longo período da ditadura no tipo muito específico de formação que, aos nascidos e educados nesses tempos, acabou por ser imbuída muito mais profundamente do que muitos hoje gostam de reconhecer.
MAS... no caso do Miguel Pessoa tudo é... diferente! Casado com uma nossa Camarada de armas.
Alguém que com ele COMPARTILHOU, no conjunto de difíceis situações de guerra, certamente inesquecíveis, mas (e principalmente!)... sem necessitarem das tais infindáveis explicações quanto a factos, quando, porquê e quem!
Confesso, mais uma vez, nunca ter pensado neste pequeno-grande "detalhe", em relação aos outros ex-combatentes.
Hoje em Portugal, em situação muito diferente quanto à paz e tipo de serviço militar, casamentos entre camaradas de armas não serão invulgares.
Mas... compartilhando o pior teatro de guerra das guerras de África, como o era a Guiné... ao mesmo tempo... nos mesmos locais... e em algumas situações incríveis... não haverá muitos... se alguns houver!
Será que em relação aos outros (a nós), tanto a Giselda como o Miguel terão consciência do privilégio que é esta não necessidade das tais tão limitativas "explicações"?
Um grande abraço do
José Belo
Foto (e legenda): © Giselda Pessoa (2009). Todos os direitos reservados.(Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné)
3. Comentário do editor LG:
Zé Belo, querido amigo e camarada da diáspora, és sempre bem-vindo, a qualquer hora do dia, da semana, do mês ou do ano... Levantas a eterna questão da (in)comunicação humana, que já de si não é complexa, e ainda mais quando envolve combatentes e não-combatentes de uma guerra...
Será que o casal Miguel & Giselda por serem camaradas de armas, do tempo da guerra de África, tem esse problema "simplificado" ou "resolvido"?
Só eles, enquanto casal, poderão responder te, a ti e a nós... Mas, à partida, há questões sobre as quais estarão melhor sintonizados do que nós e as nossas caras-metade... ou nós e os nossos filhos, ou nós e os nossos amigos que não foram à guerra...
Quanto à sua história de amor e guerra, estamos de acordo: dava um grande filme, um grande documentário, um grande debate, um grande livro...
Há tempos uma das nossas estações televisivas interessou-se pelo seu "caso". Tanto quanto me lembro, era um daqueles programas, em direto, para o "grande público", de manhã ou de tarde, tendencialmente a puxar para o "popularucho", com conversas da treta, abordando problemas, alguns sérios, na verdade, mas de maneira ligeira, sem contextualização, explorando por vezes o sensacionalismo, quiçá o anedótico, o "voyeurismo" e até a lágrima fácil. Os convidados correm o risco de, expondo-se e expondo a sua vida íntima, fazerem o papel de "macaquinhos do circo"... Em suma, não devia ser para um trabalho sério de jornalismo de investigação, como estás a habituado a ver na Suécia, na terra dos teus filhos...
Contactaram-me, já não me lembro se foi no dia dos namorados... Conhecendo o Miguel como eu o conheço, ainda lhe telefonei a medo... Ia apanhando com um "Fiat G-91" na cabeça... Nem sequer sondei a Giselda...
Apesar de serem o "casal mais 'strelado' do mundo" (, como a gente lhes chama carinhosamente) (**), são o casal militar mais discreto e avesso à fama que eu conheço... Aliás, não conheço mais nenhum casal militar do nosso tempo, se bem que haja mais algumas enfermeiras paraquedistas casadas com camaradas de armas...
Enfim, são seguramente dois camaradas com um grande sentido de dignidade e querem respeitar (e fazer respeitar) a sua privacidade... Ambos têm partilhado, nas redes sociais, aquilo que entendem pertencer à história e ao "domínio público"... Mas não mais do que isso.
4. Comentário do José Belo, com data de 18 do corrente:
Desconhecia ter sido o Miguel Pessoa já anteriormente abordado pela TV quanto a um programa sobre eles, e que o mesmo se recusou a participar por razões, quanto a mim, bem justificáveis.
Daí que o meu E-mail anterior sobre o assunto só deverá ter um azimute que é o... TRASH (lixo)!
5. Resposta do editor LG:
José: Não concordo contigo quanto ao destino a dar à tua mensagem. Já expliquei no ponto 3 que o convite do programa televisivo não era aceitável pelo Miguel & Giselda,
Se não te importas, deixas-me fazer um poste (já estava feito na manhã do dia 18...) com a tua mensagem para mim, o texto publicado na Tabanca do Centro e a um comentário... Continuo a pensar que o Miguel e a Gisela mereciam/merecem muito mais e melhor... Este país, esta "nossa gente", tem que aprender ser grata e reconhecer o valor dos seus compatriotas, que se destacam, seja em que domínio for, incluindo na guerra e na paz. É preciso muitas vezes que esse reconhecimento venha "de fora", da "estranja"...
Até novas ordens, o poste (que estava feito, à espera de publicado) não vai para a "pubela", como diziam os nossos beirões, alentejanos ou transmontanos dos anos 60 nos "bidonvilles" de Paris...
Vamos esperar também, o OK dos visados... Se eles disserem SIM, tu por certo dirás YES... Penso que é essa a tua vontade, afinal, porque muito os estimas e admiras.
Vistos de fora, os nossos camaradas, que são um casal, são dois heróis... Dentro da parvónia, limitaram-se a cumprir o seu dever... A história deles tem de merecer um outro olhar: tem de ser vista de cima, do Olimpo!... Que raio, com tantos comendadores da treta, não há guardião das comendas que diga: "Eh!, aquela homem e aquela mulher, aquele piloto aviador e aquela enfermeira paraquedista honraram a nossa Pátria, e têm em comum uma história bonita de coragem e de amor que deve servir de inspiração aos nossos filhos e netos"...
Acho que a questão que tu, Zé, pões, é muito interessante, a da (in)comunicação dos combatentes, vista de longe, vista da Tabancas da Lapónia e da Flórida. Os nossos queridos camaradas Miguel e Giselda não têm que responder ou acrescentar nada, já fizeram o que tinham a fazer, sem alardes... Quero/queremos que eles entendem isto como uma simples homenagem... e uma demonstração de carinho, tua e de todos nós.
6. Comentário do Miguel, com data de ontem:
Caro Luís; se foi publicado na Tabanca do Centro, naturalmente poderá sair igualmente na Tabanca Grande... De resto, a abordagem do Zé Belo pareceu-me bastante interessante.
Aliás, de há muito que tenho um acordo com o Carlos Vinhal para reproduzirem os textos que vos possam interessar, sem mais burocracia.
Eu e a Giselda temos por hábito aceitar participar em programas (preferencialmente gravados) em que nos seja proposto falar das nossas experiências no Teatro de Operações da Guiné, fugindo a programas de entretenimento, em directo, que roçam o popularucho. E, como dizes, sou (somos) um bocado avesso(s) a dar nas vistas...(***)
Abraço.
Miguel
Acho que a questão que tu, Zé, pões, é muito interessante, a da (in)comunicação dos combatentes, vista de longe, vista da Tabancas da Lapónia e da Flórida. Os nossos queridos camaradas Miguel e Giselda não têm que responder ou acrescentar nada, já fizeram o que tinham a fazer, sem alardes... Quero/queremos que eles entendem isto como uma simples homenagem... e uma demonstração de carinho, tua e de todos nós.
6. Comentário do Miguel, com data de ontem:
Caro Luís; se foi publicado na Tabanca do Centro, naturalmente poderá sair igualmente na Tabanca Grande... De resto, a abordagem do Zé Belo pareceu-me bastante interessante.
Aliás, de há muito que tenho um acordo com o Carlos Vinhal para reproduzirem os textos que vos possam interessar, sem mais burocracia.
Eu e a Giselda temos por hábito aceitar participar em programas (preferencialmente gravados) em que nos seja proposto falar das nossas experiências no Teatro de Operações da Guiné, fugindo a programas de entretenimento, em directo, que roçam o popularucho. E, como dizes, sou (somos) um bocado avesso(s) a dar nas vistas...(***)
Abraço.
Miguel
________
Notas do editor:
(...) Aqui fica uma nova versão, por ordem alfabética. Está longe de estar completa... É apenas o embrião do proverbiário ds Tabanca Gramde... É uma recolha, onde todos/as podem colaborar... Cultivamos o humor e o humor (ainda) não paga imposto (...)
Notas do editor:
(*) Vd. poste de 20 de outubro de 2015 > Guiné 63/74 - P15270: Da Suécia com saudade (55): Despedida do blogue, dos editores e de todos os de mais camaradas... Afinal, também há 4 décadas saí do nosso querido Portugal sem bilhete de ida e volta... Os amigos terão sempre uma "casa portuguesa" ao dispor, na Lapónia sueca, em Estocolmo, ou em Key West, Flórida, EUA (José Belo)
(**) Vd.poste de 9 de julho de 2015 > Guiné 63/74 - P14853: O nosso livro de estilo (9): proverbiário da Tabanca Grande...
(**) Vd.poste de 9 de julho de 2015 > Guiné 63/74 - P14853: O nosso livro de estilo (9): proverbiário da Tabanca Grande...
(...) Mais morto de alma do que vivo de corpo.
Mais vale um camarada vivo do que um herói...morto!
Miguel & Giselda, o casal mais 'strelado' do mundo
Muita saúde e longa vida, porque tu mereces tudo (...)
(***) Último poste da série > 9 de março de 2017 > Guiné 61/74 - P17119: (De) Caras (68): Buruntuma, 1961: o enfermeiro Cirilo e o professor primário Timóteo Costa... (Jorge Ferreira / Mário Magalhães)
8 comentários:
José Belo
19/3/2019, 18h12
Caro Luís:
Tendo trocado e-mails com o Miguel,e por ter desconhecimento dos antecedentes quanto a tais programas de TV,compreendi e respeito a vontade expressa de näo querer compartilhar assuntos privados em praça pública,para mais,quando esta não é de modo algum adequada.
A longa ausëncia dos nossos "meios" e suas regras,fazem com que os meus entusiasmos (e as amizades!) por vezes se sobreponham às realidades e regras locais
Ao longo de uma vida demasiadamente "variada" julguei que as raízes e valores lusitanos que me formaram se iriam sobrepor (sempre!) aos naturais estrangeirismos que,involuntariamente,se vão adquirindo depois de muitas décadas de contactos com outras culturas.
Infelizmente,os meus mais frequentes contactos dos últimos tempos com o nosso querido Portugal têm vindo a provar-me errado nesta conviccão.
De qualquer modo creio ser adequado um contacto teu com o Miguel, "antes de qualquer publicação" ,pois o texto que está colocado na Tabanca do Centro foi-lhe por mim apresentado anteriormente para análise,com respeito total da minha parte quanto às suas opiniões sobre o assunto e inerentes privacidades.
Um grande abraco
Zé, como já temos falado (ou melhor, escrito), mas "off record", longe do nosso "terreiro", e dos poilões onde se esconde os nossos irãs, tu és sempre bem vindo e eu admiro as tuas tentativas, nem sempre bem sucedidas, de aproximação a esta "comunidade virtual" a que chamamos Tabanca Grande....
A edição, animação e moderação de um projeto como este, o nosso blogue, não planeado, exige a difícil arte do equilíbrio dinâmico que é a essência da própria vida... incluindo a arte do compromisso.
A minha intenção (e eu penso que também dos restantes editores e colaboradores permanentes , assim como dos autores que nos "municiam", além dos leitores que nos leem, comentam, apoiam, criticam, dinamizam, divulgam, acarinham, etc.) é: enquanto houver gente e vontade de contar as nossas "petites histoires" da guerra e da paz, vamos continuando...
Olhando para trás, vejo que muitos de nós fizemos, ou temos feito, um investimemto de tempo razoável no blogue, com prejuízo, nalguns casos, das nossas vidas (familiar, pessoal, profissional, recreativa, cultural, social, etc.).
O balanço está por fazer...Eu, por minha parte, confesso que não tenho o sentido de missão (nem fui formatado para isso).. O blogue começou por ser o meu espaço de escrita pessoal, a par da minha página mais "académica"... Deixou, ao fim de ano e meio, em 2004/2005, de ser o meu blogue para ser o dos camaradas da Guiné... Em contrapartida, tenho feito boas amizades e conhecido as mais desvairadas gentes. E sobretudo grandes seres humanos, muitas vezes "outsiders", "marginais-secantes", gente da diáspora, da "estranja" nos quais se incluem pessoas como tu, ou o João Crisóstomo (Nova Iorque) ou o saudoso Pepito (Bissau), só para citar três nomes que me ocorrem de imediato... (Há mais outros "estrangeirados", felizmente, que fazem o favor de ser meus amigos.)
O ser português, o ADN, a identidade, a pertença, a idiossincrasia, a geografia, a história..., nada disso é assim tão relevante. É importante, mas não decisivo... Somos "sábios sábios" e cidadãos do mundo, que têm como língua materna o português... Esse é que me parece que é o nosso o traço de união mais importante...
Espero que não desistas de nós, brava gente lusitana, às vezes difícil de entender a partir de fora: pensando bem, temos muitas coisas em comum... E temos que "falar mais vezes".. Agora que me reformei (fiz 70 em 29 de janeiro), talvez possa ter mais tempo para as pessoas de quem gosto, incluindo amigos e camaradas que estão longe...
Um xicoração fraterno, Luís
Miguel, já nem escreve ao coronel... Nem um bilhete postal ?!... Cambada de ingratos!
Este último comentário ultrapassa-me.
Fraternalmente,Rui Santos Lima.
Queria dizer, em tom de brincadeira, "Miguel, já ninguém escreve ao coronel... Nem um bilhete postal ?!... Cambada de ingratos!"...LG
OLÁ!!!
O meu APLAUSO a TODOS, com uns abraços de permeio!
(Gostava ver aqui publicada a história da Giselda quando ficou enterrada no lodo da beira-rio, mai-lo piloto, mai-la outra enfermeira pára-quedista, sem esquecer o avião...).
Não sei se conhecem).
Abraços
Alberto Branquinho
Caro Alberto
A história da queda do DO-27 junto à ilha de Como podes vê-la aqui, incluída neste Post:
https://blogueforanadaevaotres.blogspot.pt/2009/02/guine-6374-p3892-fap-12-o-fur-mil-pil.html
ou então neste outro Poste, a mesma história com uma apresentação diferente:
http://tabancadocentro.blogspot.pt/2013/01/alodando-no-como.html
Um abraço
Miguel Pessoa
Ó Miguel!!
Eu queria vê-la aqui escrita tal qual a escreveu e está impressa no livro "NÓS, enfermeiras pára-quedistas". Tal e qual.
Abraço. Um beijo à Giselda.
Alberto Branquinho
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