domingo, 27 de dezembro de 2020

Guiné 61/74 - P21700: Boas Festas 2020/21: Em rede, ligados e solidários, uns com os outros, lutando contra a pandemia de Covid-19 (33): Desde o ar fresco do Círculo Polar Ártico... (José Belo, régulo da Tabanca da Lapónia)


Suécia > Tabanca da Lapónia > 27 de dezembro de 2020 > Ainda se vê o pneu sobresselente  (ou sobressalente, tanto faz...) do jipe do régulo!...


Foto (e legenda): © José Belo (2020). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem de Joseph Belo, enviada hoje, 
27 do corrente, às 17h21:

Desde o ar fresco do Círculo Polar Árctico (na noite de ontem 42 graus negativos), os Votos de um Bom Ano Novo para os Amigos e Camaradas.

Problemas?... Nunca!... Do jeep ainda se vê parte do pneu sobressalente [, foto acima].

Portanto... tudo OK !

Um abraço do 
J.Belo

16 comentários:

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Joseph, estás fora (mas não foragido...) da Pátria de Camões há 4 décadas, e continuas a falar o português de lei. Tiro-te o chapéu!...

Fui ao dicionário ver se se dizia "sobrasselente"... Eu costumo escrever "sobresselente"... Mas as duas grafias são corretas... Em bom português nos entendemos... Até com as renas da Lapónia!...

Depois deste "annus horribilis" de 2020, que os deuses nos permitam uma folga para respirar, carregar as baterias e, no meu caso, substituir algumas "peças". (Ainda bem que há, ou vai havendo, "sobressalentes"!... que foi uma coisa que faltou na nossa guerra: às tantas, já não havia "sobressalentes" paras as Daimler, as Fox, as Panhard, a artilharia, os T-6, os Fiat G-91, os capitães, os infantes, as MG 42, e sobretudo para as estratégias, a motivação, a liderança, o espirito de corpo...).


sobressalente | adj. 2 g. | s. m.

so·bres·sa·len·te
(espanhol sobresaliente)
adjectivo de dois géneros
1. Que sobressai. = SOBRESSALIENTE

2. Que serve de reserva para substituir outro do mesmo género.

nome masculino
3. Aquilo que sobressai ou excede.

4. Aquilo que sobeja.

5. Pneu de reserva.


Sinónimo Geral: SOBRESSELENTE


"sobressalente", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2020, https://dicionario.priberam.org/sobressalente [consultado em 27-12-2020].

Anónimo disse...

Em verdade quem terá ensinado os brasileiros a falar..... “A Língua”....fomos nós.
Mas porque será que os ensinámos sempre mal?

Terá sido pelo facto de os 10 milhões e meio de portugueses serem bem poucos para darem as ,à evidência,tão necessárias aulas explicativas aos 209 e meio milhões de aprendizes brasileiros?

-*Sobresselente*será o termo usado pelos verdadeiros donos da Língua .(NÓS!)
-*Sobressalente* termo usado pelos tais... maus alunos tropicais.(Os 209 milhões .... e meio)

Teremos de admitir que,no centro do Universo da “Lusitaniedade” que era o Estoril e Cascais dos anos sessenta,se usava o termo *sobresselente* quando referíamos algumas práticas sexuais menos ortodoxas, mas não sendo este local para tais “desvios” não vamos (literalmente!) entrar por aí porque, e por arrastamento, lá viria a discussão quanto a “línguas vivas” e ,acabamos por vir a cair na Obra Literária .... “A Marca dos Avelares” que, infortunadamente ainda não recebeu o Prémio Nobel internacionalmente tão merecido.

Um abraço do J.Belo

Valdemar Silva disse...

J. Belo
Brrrrrrrr!!! que frio, só de ver a fotografia, por não fazer ideia do frio de -40º.
Quanto a sobresselente, sobressalente, sobrasselente ou sobrassalente é como der mais jeito, que quanto a pneus será sempre o pneu suplente.
Mas, desde que haja calor dentro de casa e a tal de 90º à sombra, vai-se lá saber do pneu suplente do jeep.

Um abraço e saúde da boa
Valdemar Queiroz

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Estamos de acordo: a língua é a de quem a fala e escreve...Também fomos, os "lusitanos", maus alunos do latinatório do conquistador e senhor romano...

Avacalhámos tudo... Afinal o português é um crioulo do latim...

Os gajos escreviam:

(i) Adeamus ad montem fodere putas cum porribus nostrus

Ou:

(ii) Piscis foderunt conas

... e a gente traduzia à letra...

Afinal, os grandes conquistadores queriam dizer:

(i) Vamos até ao monte plantar/cavar batatas com as nossas enxadas;

(ii) Os peixes furaram as redes.

... Como é que se educa um Zé Povinho que nunca aprendeu a declinar o Rosa rosae ?

PS - Em boa verdade, o Cícero teria dificuldade em entender aquelas "calinadas" pseudo-latinas...

Tabanca Grande Luís Graça disse...

E que dizer do nosso Ze Povinho fardado que, na portuguesíssima Guiné, na Spinolândia, aumentou e enriqueceu o léxico da ação psico-sexual, quero eu dizer, psico-social, com termos do crioulo de caserna como "parte punho" e "parte catota" ?...

Quem disse que não somos criativos ?...

José Botelho Colaço disse...

O que era bom penso eu é um suplente ano 2021 isento de covid 19.

Valdemar Silva disse...

Luís
Sempre me fez muita confusão a tal 'fodere putas cum porribus nostrus' ser 'cavar batatas com as nossas enxadas'.
Então se as batatas, de patata, são de origem da América do Sul só tendo chegada à Europa em meados do século XVI, como é que os romanos arranjaram o cavar do que não existia.

Abracelo (esta vai ficar)
Valdemar Queiroz

Tabanca Grande Luís Graça disse...


Valdemar, boa questão...Já estava à espera...De facto nem os romanos nem os lusitanos comiam batatas... Só mil anos e muitos séculos depois... É óbvio que se trata de "latim macarrónico"... Como sabes, foi a língua em que se formavam os nosso doutores, na Universidade de Coimbra, até muito tarde... Em França, o latim só foi abolido com a Revolução Francesa... O latim foi, no passado, o equivalente ao moderno inglês, agora "googlês"...


Encontrei uma explicação num sítio brasileiro, "Consultpor juridico", que tomo a liberdade de reproduzir:


PÉROLAS PROCESSUAIS
Pérolas: Adeamus ad montem fodere putas cum porribus nostrus.
31 de outubro de 2003, 15h59

"Adeamus ad montem fodere putas cum porribus nostrus" -- foi a frase empregada como fecho de uma petição judicial, na comarca de Soledade (RS).

Na ação se discutia a indenização pela destruição de uma plantação de batatas, invadida pelo rebanho de gado da propriedade vizinha. Por cautela, o juiz da causa solicitou que o advogado explicitasse e traduzisse o suposto ditado latino.

O profissional da Advocacia manifestou ao juiz que não se preocupasse e explicou: "essa frase de aparente linguajar incompatível com o vocabulário forense significa 'vamos à montanha plantar batatas com as nossas enxadas'.

Mas não é bem assim! O Espaço Vital pediu ao advogado Milton Carlos Loff, que foi professor de Direito Romano na Ufrgs, que traduzisse a frase.

Explicação

O professo disse: "Não encontrei nos dicionários as palavras 'putas' e 'porribus'. Existe o verbo 'puto', eu julgo, eu estimo do infinitivo 'putare' = julgar, estimar, calcular. Tem também o significado, não usual de limpar, podar. 'Putas' é a segunda pessoa do indicativo presente do verbo putare = tu julgas.

Não encontrei a palavra 'puta', que pertence à primeira declinação latina, com o significado de 'batata'. Se, de fato, 'puta' é batata, a concordância está certa. 'Putas' é o objeto direto plural de 'puta'. E 'porribus', se existe, deve ser o ablativo de 'porris'.

'Porrum' ou 'porrus', palavra da segunda declinação neutra, ou masculina, significa alho porró. Se existe 'porribus', a concordância com o adjetivo deve ser 'nostris'. O início da frase é correto: vamos ao monte cavar ou plantar com enxada. 'Fodere', entre outros significados -- sem nenhum com relação ao português -- é plantar, cavar com enxada". (...)

https://www.conjur.com.br/2003-out-31/adeamus_ad_montem_fodere_putas_cum_porribus_nostrus

______________

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Valdemar:

A outra locução também é latim macarrónico, do 7º ano do liceu, do nosso tempo, para armar ao pingarelho

"Pisces foderunt conas"... Não é o que estás a pensar...

"Piscis" é peixe... O verbo "fodere" significa escavar, cavar. (e não “futuere”, fornicar) "Conas! não exiate... Sim, “cunnus”, que é o órgão sexual feminino... Rede é "rete"...

Aqui vão algumas frases, que estão corretas:

(i) In aqua vivere non possum. Ego non sum piscis. [Não posso viver na água. Não sou um peixe.]

(ii) In hoc lacu pisces retibus capere non licet. [Neste lago não é permitida a pesca com redes.]

O Zé Povinho durante séculos foi enganado com o latinório, na igreja e fora da igreja... Mas também já sabia fazer um manguito;

"A fome peste et bello libera nos domine", da fome, da peste e da guerra, livrai-nos, Senhor!... E o povo acrescentava baixinho: ... e do bispo da nossa terra, ámen!

Valdemar Silva disse...

Luís
Aprender, aprender sempre.
Mas, o 'vai cavar batatas' ficou, para não se dizer 'sobe o mastro e fica lá em cima de vigia' à moda do Porto.

Valdemar Queiroz

Anónimo disse...

Como em comentário anterior se referem as inocentes batatas.....

Batata=Potatis (Suécia) foneticamente...potátis
=Potet (Noruega) ...potét
=Peruna (Finländia) ...péruná
=Kartoffel (Dinamarca) ...kártóffel

A batata fresca é muito apreciada em toda a Escandinávia.
Colhida no início de Junho, o quilo das primeiras batatas frescas suecas vendeu-se em 2020 pelo equivalentea a 259(!) euros.

Este ano a maioria dos grandes produtores locais, em gesto de gratidäo, ofereceu estas batatas iniciais ao pessoal hospitalar que trata as vítimas da pandemia.

Um abraco J.Belo

Anónimo disse...

Ainda a propósito de ....batatas... mas estas culturais.

Ao referirem-se as tais línguas “vivas” tenho de admitir ter sido uma testemunha privilegiada deste fenómeno criativo.
No início do ano de 1975 frente a vasta formatura um dos Oficiais com demasiado vastas (para ele!) responsabilidades político-militares,levado pelo seu proverbial entusiasmo,ao referir-se à “esmagadora maioria dos portugueses “ repetiu (não uma vez,mas pelo menos quatro) a palavra....... *esmagadoria* dos portugueses!

(Já passaram boas décadas mas este exemplo perfeito quanto a línguas vivas ainda não esqueci,acompanhado pela recordação de ter olhado atentamente para um Capitão amigo que a meu lado se esforçava por conter a gargalhada pouco conveniente em tão solene cerimónia)

J.Belo

Tabanca Grande Luís Graça disse...

"Esmagadoria" ? O Ciberdúvidas responde (, ou melhor O saudoso João Carreira Bom):

Pergunta:

Confrontado com o termo esmagadoria inserto na expressão [… com a massificação da cultura urbana difundida pela esmagadoria dos órgãos de comunicação social,…], consultei vários dicionários e não consegui concluir da legitimidade do seu uso. Será que o termo existe? Se existe, é uma contracção de esmagadora + maioria? Ou significa o mesmo que esmagamento e,
nesse caso, este é o termo preferível?

Solicitando o vosso precioso apoio, agradeço a vossa atenção e apresento os melhores cumprimentos.

José A. S. Tavares Portugal

Resposta:

Tal como diz, presumo que se trate de contracção (involuntária) de «esmagadora maioria». O empastelamento de caracteres ocorria nos antigos processos de composição e verifica-se também nos actuais computadores. É fácil. Prime-se uma tecla por engano e...

João Carreira Bom 12 de outubro de 2000

https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/consultorio/perguntas/esmagadoria/6152

Anónimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
José Botelho Colaço disse...

O infeliz Jeep aí na Lapónia não tem direito uma garagem ou um telheiro onde não sofra as agruras da neve?

Anónimo disse...

Caro José Colaço

Ao olhar-se com atenção para as árvores verifica-se que surgiu uma sucessão de intensos nevões em temperaturas abaixo dos vinte e tal graus negativos.
Ao querer-se utilizar futuramente o SUV (Jeep) este deverá ser guardado em garagem aquecidas,ao mesmo tempo que o veículo é também electricamente aquecido.
A ficar mais algumas curtas horas estacionado no lugar torna-se difícil de ser encontrado por quem não saiba onde ele está.
E o trabalho de “escavação” é demorado e pesado,principalmente para os que tenham....pressas!
(Pressas muito limitadas nos Invernos do Árctico)

Há alguns detalhes importantes quanto aos veículos e as temperaturas envolventes.
Quando viajantes de regiões mais ao Sul da Suécia aqui surgem em visita ou turismo de Inverno, esquecem sempre (!) que ao parquear a viatura,mesmo no centro de uma cidade ou vila,não podem deixar o carro travado com o travão de mão pois este congela e é um trabalhão para o por de novo a funcionar.
Um outro destes “detalhes” é o de os limpa pára-brisas deverem sempre ficar levantados do vidro quando o carro fica parqueado curtas horas na rua.
A assim não se proceder a borracha dos mesmos “esboroa-se” em pó.
Pequenos-grandes erros que só se cometem...uma vez!
Há felizmente já uns bons anos atrás ,quando ainda se usavam chaves para abrir as portas dos carros,tornava-se necessário ter sempre no bolso um pequeno frasco de spray para se descongelar as fechaduras no Inverno.



Um abraço do J.Belo