sexta-feira, 14 de julho de 2023

Guiné 61/74 - P24475: (In)citações (254): Por favor, não sigam o alce-cherne, que é animal híbrido que não existe no bestiário da minha Lapónia (José Belo)




Fotos enviadas pelo Joseph Belo (2023): os alces que rondam a minha porta...


 1. Mensagem do José Belo, o nosso correspondente no círculo polar ártico:

Data - 25/06/2023, 20:22
Assunto - O alce, o cherno... e o alce-cherno

O quadro jurídico de muitas nações e a declaração universal dos direitos humanos contempla o direito de resposta.

Com o reconhecimento deste direito é possível defender a honra, a dignidade e a integridade do indivíduo. Mais não é que um mecanismo legal para combater a difusão de informações falsas.

Com liberdades poéticas, tão suaves como martelo de pedreira, o  rei das florestas nórdicas é “amortalho” num poema sobre o Cherne (peixe simpático, mas peixe é peixe!)

A intenção do poeta seria a melhor... mas como explicar ao orgulhoso e altivo alce o sentimento poético lusitano que o põe... "já morto, a boiar ao lume de água, nos olhos rasos de água?"

Estas coisas espalham-se como a neblina nas infindáveis florestas nórdicas.

Não será por acaso que, desde a publicação do poste (P24418) o largo rio que corre a 200 metros da minha casa é diariamente visitado por alces fêmeas que, acompanhadas pelos seus vitelos, procuram observar na superfície do rio o tal "alce-cherno" a boiar.

Seria mais do que edificante esta educação compulsiva-geracional dos alces, não fora ela baseada em falsas premísseis lusitanas.

Surge ainda o agravante colateral provocado pelas contínuas visitas destas alimárias com as respectivas crias. Estão a provocar profundas depressões nervosas nos meus cães de guarda,  habituados a ganhar honestamente o seu pão diário afastando lobos e ursos e não familiares chorosos de alces-cherne. (**)

Um grande abraço do JBelo WWW

PS - Em e-mail seguem fotos comprovativas.
____________

Notas do editor;

(*) Vd. poste de 20 de junho de 2023 > Guiné 61/74 - P24418: (In)citações (251): Sigamos o alce, que vem pachorrentamente pastar à porta do Joseph Belo, à hora do jantar...

Vd. também poste de 6 de julho de 2023 > Guiné 61/74 - P24454: S(C)em comentários (11): "Na imensidão da Lapónia a Natureza é uma das terapias espirituais" (José Belo)

22 comentários:

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Sigamos a andorinha de Candoz!... Hoje já ganhei o dia: ao dar o meu passeio matinal, de muletas (em alternativa ao ginásio que fica parado dez dias), pela terra de Candoz (em socalcos, sempre a subir...), tive a imensa alegria de poder confirmar que as minhas andorinhas já têm casa nova!... Da última vez que cá estive, no início da Primavera, mal tinham começado a reconstrui-lo, acabadas de chegar do Norte de Africa!...

Quase todos os anos o enorme ninho tem de ser refeito: no alpendre ( construido estranhamente à volta do fio da lâmpada exterior que terá 40/50 cm de comprido) de uma das nossas casas (a do caseiro, sem uso, elas fizeram o seu palácio e maternidade... No último ano, as crias já crescidas caíram junto com o "soalho"... Ainda fomos a tempo de as salvar... Este ano voltaram e quiseram-nos "agradecer" desta maneira tão "linda"... Confesso que fiquei sensibilizado e "prometi-lhes" fazer um poste para o blogue... A andorinha de Candoz é como a fénix renascida... E um exemplo singelo da natureza: nunca se pode desistir porque a vida continua, tem de continuar...

Sigamos o exemplo delas!

Alberto Branquinho disse...


Pelo que parece e segundo o texto de José Belo, os alces-fêmeas (porque temos uma acompanhada de vitelo), são aqueles (animais) que não têm cornos.
De alces-chernes não é dada nota em imagem, mas a gente imagina. Ou não será assim?

Abraço
Alberto Branquinho

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Zé, não publiquei a foto da presa e predador, porque me pareceu "pornográfica" : o cacador (felizmente não és tu...), o portentoso alce abatido e a seus pés a a carabina com mira telescópica...
Nada tem de épico, é deprimente, a foto do "snipper", louro e olhos azuis...

Estes pachorrentos animais não têm com que se defender desta tecnologia da morte... Tal como as vítimas dos cruéis "snippers" das guerras dos Balcãs ou agora da Ucrânia...

Déclaração de interesses: nunca fui caçador, ou melhor, fizeram-me à força "caçador" num companhia de caçadores na Guiné, a CCAÇ 12...









Valdemar Silva disse...

Misoginia à parte, dizia-se que o pior é aturar uma mulher bêbeda.
Mas bem pior, e nosso J. Belo o saberá, é lidar com alces bêbados por terem comida maçãs do chão já fermentadas.

Saúde da boa
Valdemar Queiroz

JB disse...

Caro Luís

Respeitando as tuas sensibilidades cinegéticas, creio que a adenda ao texto que te enviei será necessária para se compreenderem as dicotomias éticas nele contidas.
O comentário do Amigo e Camarada Alberto Branquinho será um bom exemplo quanto à necessidade da….adenda!

JBelo

JB disse...

Caro Amigo e Camarada Alberto Branquinho

Colocas pergunta pertinente quanto ao “alce-cherne”.
Ao ler o meu tão escandinavo texto,muito distante das realidades lusitanas, senti de imediato a necessidade de enviar uma adenda ao mesmo.
A ter sido publicada, a pergunta existencial de Alberto Branquinho não teria certamente surgido.

(O meu poeta português preferido escreveu:
Sentir é uma maçada!
A própria forma plebeia da frase lhe dá sal e pimenta)

Ao ler-se o texto,*depois da adenda não publicada*,encontra-se nas entre linhas a tal dicotomia ética entre o humanitarismo e o humanismo.

Sobre o assunto Fernando Pessoa foi ainda mais longe ao afirmar:
“Há sempre uma relação sistematizada entre o humanitarismo e a aguardente de bagaço”

Enfim,isto de textos e comentários é um pouco como…..”Ler o futuro no passado!”

Um grande abraço do JBelo

JB disse...

Caro Amigo e Camarada Valdemar Queiroz

Lidar com alces depois de comerem maçãs fermentadas é útil para exercitar a paciência.

Mas aturar finlandesas bem bebidas (as tais do país mais feliz da Europa) leva quase,quase,quase, a ir buscar a carabina usada para abater alces .

Um abraço do JBelo

Valdemar Silva disse...

Ahahahah, caro amigo e camarada J. Belo
Essa das finlandesas é das boas e dizem ter a mania de beber uns bons bioxenes em roupa interior.
Em roupa interior, lembro-me 1966(?) na "Alga" uma piquena apanhar uma das boas e entornar do tinto nas calças que foi lavar à casa de banho. Como estava bem servida veio saber se alguém lhe dava um cigarro enquanto esperava que as calças secassem, alta era ela e com os copos em roupa interior bem podia ter costela finlandesa.

Um abraço
Valdemar Queiroz

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Zé, peço desculpa, mas hoje estou sem Net no Portátil aqui em Candoz,
à beira do Douro. Mas já reproduziste a adenda. Talvez eu faça um poste quando tiver rede...

O bom humor só faz bem e estou mesmo a precisar dele... Isto é, de "desopilar"...

JB disse...

Caro Luís

Os problemas da Net trazem sempre a saudade dos pombos correios.

Em verdade não reproduzi a adenda.
O comentário “floreado”, em resposta ao Amigo Alberto Branquinho,está muito aquém da adenda original.
Aquém quanto ao encadeamento profundo das ideias expostas;aquém quanto à forma dialéctica das mesmas;aquém quanto à infinidade de caminhos por elas abertos no espírito do leitor atento e…iniciado!

E,*para além do aquém*, a ser-me desculpada esta verdadeira jóia digna de tribuna do PREC,falta-nos,com a não publicação da adenda original, todos os estrangeirismos que todos sabemos tanto terem contribuído para a nossa….Kul-tura!

Que pena!Que pena!
(Como tão bem cantava a saudosa Gal Costa da nossa juventude…..já para alguns….perdida no horizonte!)

Com respeito,consideração e estima.
JBelo

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Zé, não quero que te falte nada... Afinal, somos pobrezinhos, honrados e hospitaleiros...

E, até ler (só agora aos 76 anos...) as "Memórias do Cárcere", do Camilo Castelo Branco, eu até chava que éramos também "um povo de brandos costumes"...

Ele há cada ideia que metem na cabeça de um pobre cristão...

JB disse...

Camilo Castelo Branco, alternando obras geniais com muitas outras que qualquer um de nós poderia ter escrito,ou seja….. medíocres!
Não foi um dos tais estrangeirados;no que de valorativo (ou desvalorativo)isso possa acarretar.

Com a ***esmagadoria***{mais uma jóia linguística digna de tribunos do PREC)das suas aventuras sentimentais a somarem-se a pressões económicas e graves problemas de saúde física e psíquica,não suportou ir até ao “além do aquém” ……compreende-se!

Um abraço do JBelo

Alberto Branquinho disse...


JB

Atão, man! Qu'é d'adenda? Benha ela, carago!
(Pá gente poder entender a qúeston!)
AB

JB disse...

Afinal são muitos os estrangeirados neste blogue.

Até língua mirandesa….quase!

Compreendo a tua impaciência quanto à ressurreição da tão esperada adenda.
Luís Graça possui,como muitos de nós, profundos conhecimentos religiosos.
Julgo que ele ,ao reler agora o Novo Testamento (o que nunca é demais!) espera 3 dias para ressuscitar a….adenda!
A não se tratar de problema teológico só nos resta culpar os pombos correios que,como muitas alimárias “sempre à mão” não são tão inocentes como isso.

Mas o melhor, meu Amigo e Camarada Alberto Branquinho,é voltarmos aos estrangeirismos ,estes desde os States,com um sempre útil nestas situações…..(I Don’t Give a ***DUCK***!)

Com um abraço de Mais Valias
JBelo

Alberto Branquinho disse...


PÓIS!

Mas: duck ou duque? (Daqueles que só me saem...)
3 dias?! Ressurexit non est hic! Fói-se!

Ab.
A.B.

Anónimo disse...

A vida do nosso Zé Belo tem tido muitas peripécias,tanto em Portugal como no estrangeiro.
Com saber, ou com sorte, soube sempre dar-lhes a volta por cima.
Espero que antes de desaparecer acabe por publicar umas memórias.
Principalmente as referidas ao período de 28 Setembro 74 mais o meio ano posterior.
Muita surpreza haverá com detalhes desconhecidos mas importantes.
Todos passados do outro lado de convenientes cortinados duplos,ou mesmo triplos.
No início dos anos oitenta foi contatado por conhecido editor meu amigo que lhe terá oferecido muito razoável quantia em dinheiro para publicar um livro.
Sei que recusou,ao mesmo tempo que comentava entre dentes :Ainda quero viver mais uns anos.
Hoje,resguardado por economia muito sólida,ainda terá menos incentivos quanto a publicar.
Esperemos que lá mais para o fim da picada,usando o seu constante humor,nos ponha a gargalhar com alguns dos detalhes destas histórias à volta de figuras polícas e militares quase sempre de cócoras perante acontecimentos para eles inesperados.

Manuel Teixeira.

JB disse...

Meu Coronel Manel

(O Otelo teria dito:É pá até rima!)

Sem seres nem Manuel nem Teixeira pergunto-me onde terás ido buscar o….heterónimo?
Por razões muito relacionadas com botas cardadas (as tais que não fazem crescer o pão e pisam o alecrim)custa-me crer teres sido leitor atento de Pessoa nos seus heterónimos.

Quanto ao pseudo livro por ti tão “ fogueteiramente” referido (isto de auto-protagonismos tem o que se lhe diga) a surgir um dia de futuro afastado,com a maioria dos “referido” já bem mortos,terá pelo menos uma página dedicada a ações tuas,infelizmente eivadas das subserviências que te caracterizavam naquele período…..

JBelo

Tabanca Grande Luís Graça disse...

"I dont' give a duck"... (em portuguès, literalmente. " eu náo dou um pato")... Por mim, traduzo: "estou-me a cagar para o assunto!"... É isso, Joseph ?

________________

[British slang]
give a duck

Phrs. To care about, to have a concern, however usually used in phrases such as who gives a duck, or to not give a duck. Euphemistic for 'give a fuck'.

Examples
We don't give a duck if you're completely gay.


https://eng.ichacha.net/ee/give%20a%20duck.html

JB disse...

E,mais uma vez,lá caímos no “Ler o Futuro no Passado”.
Estes comentários como que auto reproduzem-se .
Será que o ano é mesmo 2023?

Para mim ,será altura de o clarim de ordens tocar a destroçar.
(Com adendas ou sem elas)

Um já saudoso abraço do JBelo

JB disse...

Antes de destroçar,e depois da pergunta de Luís Graça no comentário anterior,sinto-me obrigado a “situar” a muito americana expressão……I don’t give a duck!

Vem substituir ,com fonética semelhante e quase a mesma grafia,o menos conveniente *Fuck*.

As t-shirt com o trocadilho são abundantes um pouco por toda a parte,e não menos na minha Key West ,célebre por todas as suas “inconveniências”.
Uma visita à Net ou ao YouTube mostra a variedade quanto ao uso do trocadilho.
Existe mesmo no YouTube uma música…”I don’t give a Duck”!

(Mais um estrangeirismo para enriquecer culturas)

Um grande abraço do JBelo

Tabanca Grande Luís Graça disse...

A vida pessoal e familiar dos nossos camaradas e amigos da Guiné pode aqui ser partilhada por ELES, se assim o entenderem. A sua devassa por OUTROS ( para mais escudando-se sob nomes falsos, o mesmo é dizer sob o anonimato ou escondendo-se por detrás do bagabaga), isso é que não.

Temos a obrigação de proteger o direito ao sigilo e à privacidade dos membros da Tabanca Grande. LG

JB disse...

“…..essa alegria humana de existir como um animal em mangas de camisa “


O escritor quase analisa alguns dos comentários anónimos.

JBelo