quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Guiné 61/74 - P26176: Por onde andam os nossos fotógrafos ? (27): Virgílio Teixeira (ex-alf mil SAM, CCS/BCAÇ 1933, Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) - Parte I: Beldades felupes de São Domingos

 







Guiné > Região do Cacheu > S. Domingos > c. 1968/69 > Beldades felupes. Além da beleza física destas jovens ("bajudas"), atente-se também nos seus penteados e adornos.

Fotos (e legenda): © Virgílio Teixeira (2018). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Depois de um interregno de 3 anos e tal, motivado sobretudo por razões de saúde, temos de volta, felizmente para ele e para os seus amigos e camaradas do blogue, o nosso grão-tabanqueiro Virgílio Teixeira, ex-alf mil SAM, CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69)... 

Economista e gestor, reformado, é natural do Porto, vive em Vila do Conde, e tem já cerca de 180 referências no nosso blogue.

É autor da série "Álbum fotográfico de Virgílio Teixeira, ex-alf mil, SAM, CCS / BCAÇ 1933 (São Domingos e Nova Lamego, 1967/69)", de que já publicámos 74 postes, desde 17/12/2017 até 27/1/2021. O que é uma marca notável.

Ele tem um álbum de cerca de 5 mil fotografias da Guiné (!), da época de 1967/69, que antes da pandemia estava a organizar por datas, locais e áreas temáticas, devidamente numeradas, contextualizadas e legendadas. Além de outras, de épocas posteriores (quando voltou à Guiné-Bissau em viagens de negócios).  Estava também a finalizar um livro de memórias desse tempo.

Vamos fazer uma antologia das suas fotos, já publicadas no blogue (tarefa difícil, trata-se de escolher algumas dezenas em muitas centenas), e começamos pelo "chão felupe", para "provar ao Patrício Ribeiro", "homem grande de Varela"  (e também aos nossos leitores que nunca lá puseram  os pés...), que no tempo do nosso fotógrafo (1968/69) não havia só vacas, hipopótamos e pescadores de arco e flecha...

Obrigado, Virgílio.

Nota do fotógrafo:

 "Estas fotos foram captadas por mim, com autorização delas [as bajudas,], depois ofereci uma cópia a cada uma, quando vieram reveladas. Era assim que eu mantinha um bom relacionamento com estas jovens, e com quem convivia no dia a dia. Com estas apenas pretendo mostrar os vários tipo  de mulher guineense, sem qualquer outro propósito." (**)

Comentário do editor LG:

Espero que, um dia, o Virgílio Teixeira possa juntar todo esse valioso espólio fotográfico (expurgado eventualmente das fotos mais pessoais e de valor sentimental para a família) e doá-lo ao Arquivo Histórico-Militar. É uma sugestão que fazemos a ele, e a todos os camaradas que no CTIG fizeram também o papel de fotocines, documentando aquela guerra e aquela terra... Mas, por enquanto, ainda vamos tendo o nosso blogue para partilharmos, uns com os outros, as nossas memórias e afetos. 

(Seleção e edição das fotos: LG)



Guiné > Região de Gabu > Nova Lamego > CCS / BCAÇ 1933 (1967/69) > c. set/out 1967 > Tabuleta com as indicações das distâncias em quilóetros, para Sul, Norte e Leste, localizada numa das saídas-entradas de Nova Lamego. Bafatá para sudoeste a mais longa, com 53 kms, e temos de juntar mais cerca de 60 dali até ao porto fluvial e depósito da Intendência em Bambadinca

Foto (e legenda): © Virgílio Teixeira (2018). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

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Notas do editor:

4 comentários:

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Estes "cortes de cabelo" são verdadeiros sistemas de signos, reveladores provavelmente de estratificação social e etária na comunidade felupe... Alguém (etnólogos...) já se interessou pelo seu estudo ?... Será que, com a "modernização" da sociedade guineense, entraram em desuso ? ... É uma área fascinante da etnologia: no Norte de Portugal, até aos anos 50/60, as raparigas só cortavam as tranças quando passavam a namorar e/ou vinham para a cidade, nomeadamente estudar... Cortar as tranças era um verdadeiro "rito de passagem"... E os rapazes também estavam sujeitos a regras, no que dizia respeito ao bigode, às suiças ou patilhas, e mesmo ao corte de cabelo...

O mesmo se pode dizer dos lenços que se usavam à cabeça... Dos adereços e adornos (brincos, colares. pulseiras...). Hoje na nossa sociedade há outro tipo de aculturação, o fenómeno da moda (por exempçlo, a tatuagem feminina, impensávekl no nosso tempo, há 50 anos!)... Na sociedade felupe, estas coisas não eram assim, e a mudanças de "usos e costumes", reproduzidos pela tradição, era muito lenta...

Mas esta diversidade cultural está-se a perder sob o "rolo compressor" da "globalização", da imposição dos mesmos padrões de produção, consumo, comportamento, vestuário, pensamento, etc. Mas não era isto que o colonialismo europeu do séc. XIX/séc. XX queria atingir ? "Civilizar", impôr um padrão, fazer tábua rasa das diferenças, da diversidade, das culturas, identidades, línguas, religiões, representações sociais...!

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Virgílio, estes rostos são lindos!... Para quê distrairmo-nos com o acessório ?

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Está na altura de ler ou reler os trabalhos, de índole etnográfica, que o nosso saudoso Luiz Fonseca (1949-2024) , ex-Fur Mil Trms, CCAV 3366/BCAV 3846 (Suzana e Varela , 1971/73), dedicou aos seus queridos felupes de Suzana... Ele publicou pelo menos 15 postes... Este foi o último.

23 de janeiro de 2008> Guiné 63/74 - P2474: Cusa di nos terra (15): Susana, Chão felupe - Parte IX: Os indomáveis guerreiros felupes (Luiz Fonseca, ex-Fur Mil TRMS)

Valdemar Silva disse...

A tabuleta das distâncias entre localidades, marca uma diferença de 1 km entre Paunca e Pirada. A "olho" parece ser a mesma distância entre Xime e Bambadinca que julgo ser mais que 1 km.
Virgílio, o penteado das bajudas deveriam ser uma mise in plis à la mode.

Valdemar Queiroz