quarta-feira, 9 de março de 2011

Guiné 63/74 - P7914: Núcleo Museológico Memória de Guiledje (18): Mais achados 'arqueológicos' (Pepito)



Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > Núcleo Museológico Memória de Guiledje > Foto 1




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Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > Núcleo Museológico Memória de Guiledje > Foto 3




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Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > Núcleo Museológico Memória de Guiledje > Foto 9




Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > Núcleo Museológico Memória de Guiledje > Foto 10








Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > Núcleo Museológico Memória de Guiledje > Foto 11




Fotos: © Pepito / AD - Acção para o Desenvolvimento  (2011). Todos os direitos reservados.


1. Mensagem do nosso amigo Pepito, com data de 7 do corrente

Assunto: Novidades de Guiledje

Olá, Amigo:
A “arqueologia” em Guiledje continua. Mando-te fotos com as últimas descobertas:

(i) Fotos 1-2-3: removeu-se toda a terra que existia entre a Messe dos Oficiais e a casa do Capitão Neto. Agora nota-se perfeitamente o conjunto que existia.

(ii) Foto 4: descobriu-se um “armazém” subterrado onde estava grande número de garrafas de cerveja que, ao longo destes anos todos, sofreram a oxidação das tampas e ….. perderam o conteúdo. Eram fabricadas pela CUFP (Companhia União Fabril Portuense). Algumas ainda conservam o rótulo.

(iii) Foto 5: parte de uma placa em que julgamos ter estado escrito “COP 5”. Não sabemos onde estava, antigamente, localizada esta placa. Alguém sabe?

(iv) Foto 6: sandália de plástico que já não se fabrica. Os fulas chamavam-lhe “pontada de burro”, querendo com isso dizer que a separação entre as tiras de plástico são tão grandes como as pontas (início e fim das costas) de um burro   

(v) Foto 7: tapete metálico

(vi) Foto 8: chaleira de água

(vii) Foto 9: cama metálica (embora haja quem duvidasse da sua existência em Guiledje…)

(viii) Foto 10: prato metálico com algumas balas

(ix) Foto 11: estado de avanço das obras de recuperação da antiga Messe dos Oficiais e que irá servir de alojamento do técnico Domingos Fonseca e local de trabalho da AD para toda a zona transfronteiriça.

Como vez, a pouco e pouco vamos pondo no lugar o puzzle da Memória de Guiledje.
Abraços
pepito


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Nota de L. G.:


Último poste da série >  25 de Janeiro de 2011 > Guiné 63/74 - P7670: Núcleo Museológico Memória de Guileje (17): recuperação e reconstrução da antiga messe de oficiais (Pepito)

terça-feira, 8 de março de 2011

Guiné 63/74 - P7913: Notas de leitura (214): Jardim Botânico, de Luís Naves (Francisco Henriques da Silva)


1. O nosso camarada Francisco Henriques da Silva* (ex-Alf Mil da CCAÇ 2402, , Mansabá e Olossato, 1968/70), ex-embaixador na Guiné-Bissau nos anos de 1997 a 1999, enviou-nos a seguinte mensagem em 6 de Março de 2011:

Queridos Amigos,

Li a recensão crítica ao livro "Jardim Botânico" de Luís Naves elaborada pelo meu amigo de longa data e camarada de armas, Mário Beja Santos no poste (Guiné 63/74 - P7902: Notas de leitura (213): Jardim Botânico, de Luís Naves (1) (Mário Beja Santos))

Escusado será de dizer que devorei, com acrescido apetite, o romance em apreço de uma única assentada.
Concordo genericamente com os comentários do Mário e com a classificação dada. Trata-se com efeito de um belo romance, os dramas humanos da guerra civil estão bem retratados, as personagens ganham forma, dimensão e consistência ao longo das páginas, Luís Naves, como sublinha o nosso camarada Beja Santos, "ficciona superiormente um tempo de dilúvio que ainda hoje mantém um povo traumatizado".
Tenho, porém, quatro pontos críticos importantes a relevar:
- em primeiro lugar - e aqui há um erro de alguma gravidade por parte do autor - a guerra civil começou a 7 de Junho de 1998 e não a 9. Estes dois dias são importantes para se entender o encadear dos eventos. Muito embora assista ao romancista uma ampla margem de liberdade para relatar os acontecimentos e dar largas à sua criatividade, esta imprecisão histórica basilar reveste-se de enorme relevância, na medida em que os acontecimentos cruciais que desencadeiam a insurreição ocorrem a 7, com dois pontos focais: Brá (onde são inicialmente emboscados os carros do protocolo e da segurança do Estado) e nas imediações de Santa Luzia (onde se encontrava a residência do brigadeiro Ansumane Mané, líder da revolta, que "Nino" mandara deter). A situação político-militar acabaria por fixar-se, com dois campos definidos e com posições no terreno relativamente demarcadas, a 8 ou 9 de Junho. O pedido para a intervenção estrangeira (senegalesa e da Guiné-Conakry) é, oficialmente, feito a 8 (se é que não estava já na forja desde há muito). Na mesma data, uma tentativa de assalto a Brá por parte das forças governamentais falha rotundamente, sendo esta ofensiva rechaçada com grande número de baixas pelos insurrectos. É a 8 que se sabe que o cargueiro "Ponta de Sagres" poderá eventualmente deslocar-se a Bissau. Os combates, designadamente os duelos de artilharia prosseguiram com intensidade durante todo este tempo. A 9 desembarcaram os primeiros contingentes senegaleses. A fuga da população para o interior do país tem lugar logo nos primeiros dias. A evacuação dos portugueses e estrangeiros no navio referenciado só tem lugar a 11.
- em segundo lugar, Luís Naves não menciona um acontecimento fundamental do conflito de 98-99, de que o autor foi uma das raras testemunhas presenciais (que eu me lembre foi talvez o único jornalista português que assistiu a esses sucessos) e que determinou tangivelmente a sorte da guerra. É claro que o romancista é livre para o fazer, mas o episódio merecia ser relatado. Refiro-me à batalha de Mansoa que teve lugar a 22 de Julho de 1998 e que permitiu à Junta Militar de Ansumane Mané o controlo de Mansoa e do cruzamento estratégico de Jugudul garantindo-lhe o acesso irrestrito ao Leste (Bafatá, Gabu, Bambadinca) e ao Norte (Bula, Bissorã, Mansabá, Farim). Nesta batalha uma das mais importantes da guerra civil, as forças senegalesas e ninistas sofreram uma pesada derrota, tendo sido feitos prisioneiros muitos soldados bissau-guineenses, que combatiam do lado do Presidente da República, para logo em seguida mudarem de campo e se juntarem aos efectivos da Junta. Esta com a batalha de Mansoa obtém o controlo quase total do país, reduzindo-se as forças governamentais e “aliadas” ao “Bissauzinho” (a parte central da Bissau colonial). O avanço só foi sustido pela assinatura de um Memorando de Entendimento entre o Executivo de João Bernardo Vieira e a Junta Militar, a bordo da fragata “Corte Real”, mediado pelo Grupo de contacto da CPLP, em 26 de Julho. Por outras palavras, a alteração das posições no terreno teve implicações certas nas negociações de paz e na evolução da situação.
- Em terceiro lugar, tanto quanto sei e encontrava-me em Bissau, na altura, Luís Naves jamais entrou na capital ou se o fez tê-lo-á feito da forma clandestina que relata no livro, o que, a meu ver, é pouco crível dada a insegurança então reinante, correndo em permanência risco de vida. se acaso tentasse.
- Finalmente, como é relatado no romance, o regresso de 4 pessoas a Bissau, poucos dias depois de terem sido evacuadas no “Ponta de Sagres”, designadamente da médica russa (Ana), não faz muito sentido. É claro que o jornalista estava incumbido de uma missão específica, Daniel buscava os papéis da mina e o Dr. Fonseca por lá tinha os seus negócios. Há, obviamente, sempre gente para tudo e quem goste de aventuras arriscadas, mas prevalece aqui uma boa dose de exagero. Quem é que vai fazer turismo às profundezas do inferno, a não ser que a tal seja, de algum modo, obrigado?
Posto isto, li com prazer o “Jardim Botânico”, que muito me tem ajudado a meditar sobre a guerra absurda que então vivi e como o Mário Beja Santos sublinha marcou indelevelmente a Guiné-Bissau. Tenho pena que exista tão escassa literatura sobre o conflito armado. Assim, esta obra é uma referência obrigatória.
E por aqui me fico.

Como se diz na Guiné-Bissau,
Mantenhas
Francisco Henriques da Silva
(Alf. Mil da C.Caç 2402 - Có, Mansabá e Olossato, 1968-1970; ex-embaixador na Guiné-Bissau, 1997 a 1999)
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Notas de M.R.:

Vd. último poste desta série em:

5 de Março de 2011 > Guiné 63/74 - P7902: Notas de leitura (213): Jardim Botânico, de Luís Naves (1) (Mário Beja Santos)

Guiné 63/74 - P7912: Memorial aos Soldados do Concelho de Silves mortos na Guerra de África (1961-1974) (Amílcar Ventura/João Pargana)

1. O nosso Camarada Amílcar Ventura, ex-Fur Mil da 1.ª CCAV/BCAV 8323, Bajocunda, 1973/74), enviou-nos uma mensagem solicitando a divulgação da seguinte carta:

Camaradas,
Agradeço a divulgação da carta do meu Amigo João Pargana, que foi Capitão de Engenharia em Moçambique, para se construir um Monumento aos Combatentes da Guerra de África em Silves.

Eu também estou a tentar tudo o que me é possível, junto dos mais altos responsáveis da Câmara Municipal, para que tal possa vir a ser uma realidade.
Obrigado.
Amílcar Ventura
Fur Mil da 1.ª CCAV do BCAV 8323
Memorial aos Soldados mortos na Guerra de África (1961-1974)do Concelho de Silves

Ex.ma Senhora
Presidente
Câmara Municipal de Silves
Praça do Município
8300 SILVES


Silves, 15 de Fevereiro de 2011
m. ref. 11353

Assunto: Memorial aos Soldados do Concelho de Silves e aos Soldados Desconhecidos mortos na Guerra de África (1961-1974). Proposta.

Ex.ma Senhora:

Considerando que, passados 37 anos sobre o termo de Guerra de África (1961-1974), estarão esbatidos todos os complexos ideológicos quanto à designação com que a História recordará esse conflito,
Considerando a convicção de que a designação Guerra de África (1961-1974) será aquela que a História vai adoptando, e a que vem sendo progressivamente a ser adoptada pela generalidade dos autores independentes,
Considerando que não cabe aos soldados decidir sobre a guerra, e que se a fazem, é na convicção do cumprimento de um dever,
Considerando que o cumprimento desse dever até ao sacrifício da própria vida os torna credores da gratidão dos seus concidadãos,
Considerando a vocação histórica de Silves e do seu Concelho,
Considerando que honrar os seus mortos, além de um dever primário, é um contributo para a consolidação dessa vocação,
Considerando que na guerra acima referida morreram não menos de 32 soldados nascidos no Concelho de Silves.

Venho com a presente propor à Câmara Municipal da mui digna Presidência de V. Exª que seja construído na rotunda da Cruz de Portugal um memorial aos Soldados do Concelho de Silves e aos Soldados Desconhecidos Mortos na Guerra de África (1961-1974).
Na expectativa do melhor acolhimento para esta iniciativa, sou, com os meus mais respeitosos cumprimentos,

De V. Exª
Atentamente

(João José Gonçalves Pargana)

P.S. - Com a minha modesta homenagem àqueles que souberam tudo dar, sem nada esperar em troca.
____________
Notas de M.R.:

Diz textualmente o Sr. Capitão João Pargana na carta: “Memorial aos Soldados do Concelho de Silves e aos Soldados Desconhecidos mortos na Guerra de África (1961-1974)”

Peço desculpa pela minha ignorância, mas “… Soldados Desconhecidos…”?

Não estão todos os soldados falecidos em combate nas três frentes da Guerra de África devidamente identificados?

Vd. último poste sobre um Monumento em:
4 de Março de 2011 > Guiné 63/74 - P7897: Monumento aos Mortos da Grande Guerra do Concelho de Loures (José Martins)

Guiné 63/74 - P7911: As Nossas Mães (8): O tempo passa depressa - Homenagem à Mulher, à Mãe (Juvenal Amado)

1. Mensagem de Juvenal Amado* (ex-1.º Cabo Condutor da CCS/BCAÇ 3872, Galomaro, 1972/74), com data de 07 de Março de 2011:

Caros Luís, Carlos, Virgínio, Magalhães e restante atabancados.
As nossas mulheres serão sempre fonte de inspiração, não quero por isso deixar passar o seu dia sem uma pequena referência.

Um abraço e bom Carnaval
Juvenal Amado




 "Mother and Child" de Don Miller


O TEMPO PASSA DEPRESSA

Os olhos rasos de água
Olhavam para as mãos dele
Da boca sai um esgar, que pretende que seja sorriso
Em presença do inevitável
Tenta enganar o medo

Quando partes?

O coração tinha partido à desfilada
A realidade estava ali
O filho para si ainda menino
Quer perguntar
Mas uma garra esgana-a

Quando partes?

Da boca não sai nenhum som
Os olhos alternavam entre o rosto e farda
Mas o verde é esperança!
Dir-lhe-ão que o tempo passa depressa
Segundo a segundo, minuto a minuto

Quando partes?

Ela não houve a resposta
O grito que tem preso na garganta abafa todos os sons
Cada notícia de morte
Esmaga-lhe o coração
O peito dói como se amamentasse
Tantos anos depois a dor regressa

Quando partes?

Depois em silêncio
Desmancha os sacos
Corta e cose as bainhas
Cada ponto tece uma promessa
E pergunta para si baixinho
Quando regressas?

Juvenal Amado
8 de Março 2011
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Notas de CV:

(*) Vd. poste de 28 de Janeiro de 2011 > Guiné 63/74 - P7690: Estórias do Juvenal Amado (35): Rodéro, o corneteiro com falta de embocadura

Vd. poste de 13 de Dezembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7426: As nossas mulheres (18): Mulher é ...mulher (José Brás)

Guiné 63/74 - P7910: A guerra vista de Bafatá (Fernando Gouveia) (78): Na Kontra Ka Kontra: 42.º episódio




1. Quadragésimo segundo episódio da estória Na Kontra Ka Kontra, de Fernando Gouveia (ex-Alf Mil Rec e Inf, Bafatá, 1968/70), enviado em mensagem do dia 7 de Março de 2011:


NA KONTRA
KA KONTRA


42º EPISÓDIO

Aproxima-se o dia da boda e são os próprios noivos que decoram a capela com uma única espécie de flores: Narcisos poetas.

O casamento do Alferes Magalhães na
capela da Boa Nova.

O casamento é celebrado pelo pároco de Leça da Palmeira. São tiradas as fotografias da praxe e o almoço de casamento é servido no restaurante ali ao lado. Ao fim da tarde, o agora casal, segue para a viagem de núpcias. A intenção é irem ao longo da costa até ao Algarve. Porém no primeiro dia não passam de Coimbra…

De boas intenções está o inferno cheio, como se costuma dizer e é bem verdade: No segundo dia não “conseguem” passar de São Martinho do Porto e no terceiro, de Óbidos… Depois Lisboa foi uma autêntica barreira para continuarem mais para Sul. Para isso também contribuiu muito o terem ficado alojados num Hotel em plena Baia de Cascais, local espectacular que ele conhece muito bem. No curso intensivo sobre Informações que tinha tido em Lisboa antes de ir para a Guiné, tinha ficado alojado na messe dos Altos Estudos, em Pedrouços, perto de Cascais.

Nos dias que aí se mantêm, sempre lhes servem o pequeno almoço na varanda do quarto após o que rumam à capital onde muito há que ver. Não deixam de ir à feira da ladra, outro sítio que o Alferes conhece bem pois é nas imediações que se situa o “Casão” da Manutenção Militar e também o departamento onde o então Aspirante Magalhães frequentou o tal curso intensivo.

Já de regresso ao Porto, resolvem parar no “Pedro dos Leitões” pois ambos gostam muito de leitão à Bairrada. Quando estavam a deliciar-se com tal petisco notam que na maioria das mesas se come pescada ou bacalhau. Acham muito estranho ir àquele local e não comer leitão. Seguem viagem. Chegados a casa dos familiares comentam o caso do restaurante. Resposta imediata:

- Então não sabeis que hoje é Sexta-feira Santa? Como o amor é cego…

Até acabarem as férias da Páscoa da agora esposa de Magalhães Faria, os dois aproveitam todas as horas vagas da mulher para conhecerem melhor o Minho, com o seu verde inconfundível.

Quando dá por ela, o nosso Alferes já está metido num avião a caminho da Guiné, mas pouco tempo está em Bafata e, na Guiné. Acaba a comissão e regressa à Metrópole, agora no navio “Carvalho de Araújo”, mais um cargueiro adaptado para o transporte de tropas.

Chegada do navio Carvalho Araújo ao Funchal.

Passa pela ilha da Madeira que não conhece e aproveita as seis horas disponíveis para, numa excursão encomendada ainda do barco em alto mar, visitar o que é considerada a paisagem mais espectacular da Madeira: A Eira do Serrado de onde se vê a povoação do Curral das Freiras, uns setecentos metros por baixo de uma escarpa quase na vertical.

Madeira. O Alferes Magalhães na Eira do
Serrado com o Curral das Freiras lá ao fundo.

Em Lisboa, o ainda Alferes Magalhães, desembarca por volta das nove da manhã e como era de rendição individual, toma um táxi, leva as malas à Estação de Santa Apolónia onde as deposita e sempre no mesmo táxi vai aos Adidos e à sua Unidade de Mobilização, o RAL 1, tratar da sua desmobilização. Chega novamente a Santa Apolónia, paga a corrida de toda a manhã com uma nota de cinquenta escudos e ainda tem tempo para almoçar um óptimo coelho de cebolada, num restaurante ao lado da estação.

Porque do barco, por questões de segurança, não se podiam mandar telegramas, apenas receber, o agora simplesmente Magalhães Faria não pode avisar ninguém da sua chegada, pelo que aparece no Porto de surpresa.

Fim deste episódio
Até ao próximo camaradas.
(Fernando Gouveia)
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 7 de Março de 2011 Guiné 63/74 - P7905: A guerra vista de Bafatá (Fernando Gouveia) (77): Na Kontra Ka Kontra: 41.º episódio

Guiné 63/74 - P7909: O Nosso Livro de Visitas (106): Manuel Alberto Cunha Bento, ex-1.º Cabo Radiotelegrafista no CAOP 1

1. Mensagem de Manuel Alberto Cunha Bento, ex-1.º Cabo Radiotelegrafista do CAOP (Chão Manjaco), com data de 5 de Março de 2011:

Boa tarde colegas
Só ultimamente tenho entrado no blogue, mas sinceramente como não sou nenhum perito em informática é-me muito difícil compreender como isto funciona. Agora que estou reformado e tenho vagar, vou tentar descobrir.

Vi as várias noticias do massacre no CHÃO MANJACO, onde os 3 Majores e Alferes foram assassinados. Eu pertencia ao CAOP, era Cabo Telegrafista e estava sempre em contacto com os referidos oficiais.

Alguém do Agrupamento lhes prestou uma homenagem por escrito e deu-me uma fotocópia que eu guardei nos meus arquivos, e que junto para ser inserida no blogue se acharem conveniente.

Gostava de encontrar os seguintes camaradas, que além dos referidos oficias, também faziam parte do CAOP:

Alf Mil Giesteira, Fur Mil Bento, o Lisboa, o Nunes, o 2.º Cabo Faria, José Carlos e outros que agora não me lembro, pois fomos todos em rendição individual e éramos cerca de uma dúzia.

Por agora é tudo. Aguardo noticias.

Cumprimentos
Manuel Alberto Cunha Bento
manuelben@gmail.com
Telem 969 609 701


Majores Joaquim Pereira da Silva e Raul Passos Ramos, Alf Mil Fernando Giesteira Gonçalves e Major Magalhães Osório
Foto: Maria da Graça Passos Ramos / Círculo de Leitores. In: ANTUNES, J.F. - A Guerra de África: 1976-1974. Vol. I. Lisboa: Círculo de Leitores. 1995. p. 373. (Com a devida vénia...).



2. Comentário de CV:

Caro Manuel Bento, muito obrigado pelo teu contacto e pelo envio da homenagem escrita feita aos camaradas, barbara e gratuitamente, assassinados no Chão Manjaco no dia 20 de Abril de 1970, tinha eu apenas três dias de Guiné.
Aquilo não foi um acto de guerra, foi um puro assassínio a sangue frio.

Esperemos que venhas a encontrar os camaradas que estiveram contigo no CAOP, como no teu tempo se designava, já que no dia 1 Agosto de 1970 passou a CAOP Oeste e poucos dias depois, no dia 22, a CAOP 1.
Temos na tertúlia um camarada, o ex-Alf Mil António Graça de Abreu, que esteve no já CAOP 1, entre 1972 e 1974.

Se quiseres aceitar, ficas desde já convidado a  integrar a nossa tertúlia, bastando para tal que nos envies uma foto tua actual e outra do tempo de tropa.
Diz-nos quando foste e quando regressaste e se estiveste sempre no CAOP em Teixeira Pinto.
Conta-nos uma pequena história para começares a participar, juntando algumas das fotos que tens guardadas.

Aceita um abraço em nome da tertúlia
O teu camarada
Carlos Vinhal
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 2 de Fevereiro de 2011 > Guiné 63/74 - P7709: O Nosso Livro de Visitas (105): José Figueiral, ex-Alf Mil da CCAÇ 6 (Bedanda)

Guiné 63/74 - P7908: Parabéns a você (224): António Marques Lopes, Coronel DFA (Reformado), ex-Alf Mil da CART 1690 e CCAÇ 3 (Tertúlia / Editores)


PARABÉNS A VOCÊ

08 DE MARÇO DE 2011


Caro camarada Marques Lopes*, a Tabanca Grande solidariza-se contigo nesta data festiva.

Assim, vêm os Editores, em nome de toda a Tertúlia desejar-te um feliz dia de aniversário junto dos teus familiares e amigos.

Que esta data se festeje por muitos anos, repletos de saúde, tendo sempre por perto aqueles que amas e prezas.

Na hora do brinde não esqueças os teus camaradas e amigos do Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné, que irão erguer também uma taça pela tua saúde e longevidade.

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Notas de CV:

(*) A. Marques Lopes, hoje Coronel DFA na reforma, (Guiné 1967/69) foi Alf Mil na CART 1690 que esteve em Geba e na CCAÇ 3 que esteve em Barro.

(*) Marques Lopes tem um Blogue "Coisas da Guiné", dedicado às suas lembranças do tempo de guerra e já fora dela, nas suas palavras.

(*) 8 de Março de 2010 > Guiné 63/74 - P5950: Parabéns a você (85): A. Marques Lopes, mouro de Lisboa disfarçado de morcão em Matosinhos faz hoje 66 luas... (Os Editores)

Vd. último poste da série de 1 de Março de 2011 > Guiné 63/74 - P7881: Parabéns a você (223): Fernando Chapouto, Fur Mil Op Esp da CCAÇ 1426 (Tertúlia / Editores)

segunda-feira, 7 de março de 2011

Guiné 63/74 - P7907: Álbum fotográfico de Vitor Raposeiro (Bambadinca, 1970/71) (5): Há festa na tabanca...

 .
Guiné > Zona Leste > Sector L1  > Bambadinca >  1970  > Convívio no bar de sargentos, em meados de 1970 (ainda estávamos em lua de mel, a CCAÇ 12, e os "piras" do BART 2917, aqui representados pelo 2º Comandante, Maj Art Anjos de Carvalho, e o 1º Sargt Art Fernando Brito... As senhoras: à direita do Brito, a Helena, mulher do Carlão; à direita do Anjos de Carvalho, a esposa do Major de operações B.B. (Barros Bastos) e à sua direita, a mulher do Coelho, o Fur Mil Enf da CCS/BART 2917. Não me parece que tivesse sido o jantar de Natal, ou coisa parecida: nessa altura, as relações com o major Anjos de Carvalho, a três meses de acabar a nossa comissão,  eram muito tensas... Inclino-me mais para uma festa de anos, logo no princípio da chegada do BART 2917 a Bambadinca, que veio render o BCAÇ 2852... Pede-se ao pessoal da CCAÇ 12 e do BART 2917, para completar as legendas...(LG)




"Aqui do lado direito: 1º o falecido Rodrigues [Alf Mil do 4º Gr Comd da  CCAÇ 12], a seguir o Carlão [Alf Mil do 2º Gr Comb da CCAÇ 12], em 3º o Branquinho (de Évora) [ Fur Mil da CCAÇ 12, do 1º Gr Comb] e do lado oposto parece-me ver o 1º sarg Brito (tendo em atenção as fotos anteriores, à sua direita, encoberta, a mulher do Carlão), o maj Anjos de Carvalho [2º comandante do BART 2917]. Que raio de jantar terá sido este? Já não me lembro. Oficiais do Bart junto com sargentos da CCAÇ12?" (Legenda: Humberto Reis)




"Ao fundo brilham os óculos do 2º sarg Piça, á direita com a boina no ombro o ex-fur Mil Enfermeiro do 1917, o Coelho (era de Évora), à direita do Piça o 1º sarg da engenharia ( tal que dizia "pró Xime? Vão lá os cabos que são novos")... Reconheço-me eu com a minha pera, ao lado do camarada o que está com o copo na boca, e o que está de frente e ao lado, com bigode, já não me lembro quem são. [Em primeiro plano, de perfilç, de bigode o Vacas  de Carvalho, o comandante do Pe l Rec Daimler]." (Legenda do Humberto Reis)

Fotos: © Vitor Raposeiro (2009) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados.


 Fotos do Álbum do Vitor Raposeiro (ex-Fur Mil, Radiotelegrafista, STM, de rendição indiviual, que passou por Aldeia Formosa, Bambadinca, Bula e Bissau, 1970/72) (*).
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Nota de L.G.:



Guiné 63/74 - P7906: Convívios (297): Almoço/convívio do pessoal da CART 2519, dia 7 de Maio de 2011, no Moita do Ribatejo (Mário Pinto)


1. O nosso Camarada Mário Gualter Rodrigues Pinto, ex-Fur Mil At Art da CART 2519 - "Os Morcegos de Mampatá" (Buba, Aldeia Formosa e Mampatá - 1969/71), enviou-nos a seguinte mensagem:
CART 2519 OS MORCEGOS DE MAMPATÁ OS COIRÕES

ALMOÇO/CONVÍVIO
Fazemos este ano 40 anos que chegámos da Guiné, vamos comemorar esta data no dia 7 de Maio de 2011 na Quinta do Branco – MOITA DO RIBATEJO, com concentração dos Coirões junto às instalações da CP.
Programa
10h00 – Início da concentração (Largo da Estação da CP)
12h00 – Recepção na Quinta do Branco
12h30 – Entradas e aperitivos na esplanada
13h00 - Almoço servido no (Salão)
15h00 – Baile
17h00 – Abertura do Bufete (lanche)
18h00 – Partir do bolo e espumante
19h00 – Encerramento
Almoço – Sopa do Mar, Vitela assada c/batatinhas assadas e legumes, Gelado á Chefe. Bebidas – Vinho Tinto e branco, Cerveja, sumos e águas, café e digestivo.
Haverá – Imperial, sumos e águas durante a tarde. Bufete (Lanche) – Camarão, Leitão, Lombo de Porco, Franguinhos, Presunto, Carnes frias, Enchidos, Saladas várias, Pastelaria e Doces vários.
Nota – Os Whiskys e Aguardentes velhas não estão incluídos.
Custo p/pessoa: 35 Euros.
Crianças até aos 10 anos: 17,5 Euros.
Crianças até aos 4 anos: Estão isentas.
Transportes
Os camaradas que optarem por virem de comboio, tanto do Norte como do Sul, devem utilizar a Estação do Pinhal Novo, com ligação á MOITA DO RIBATEJO.
A comissão
Mário Pinto...... Telef. 212051384 ou 931648953
Inácio................ Tel 922094072 ou 965268234
Edmundo.......... Tel 963735598
__________
Nota de M.R.:
Vd. o último poste desta série em:

Guiné 63/74 - P7905: A guerra vista de Bafatá (Fernando Gouveia) (77): Na Kontra Ka Kontra: 41.º episódio




1. Quadragésimo primeiro episódio da estória Na Kontra Ka Kontra, de Fernando Gouveia (ex-Alf Mil Rec e Inf, Bafatá, 1968/70), enviado em mensagem do dia 6 de Março de 2011:


NA KONTRA
KA KONTRA


41º EPISÓDIO

Os dias vão passando e em determinada altura o Ibraim confidencia ao amigo que pretende ir para a Metrópole trabalhar. O pai, Régulo de Canquelifá, estaria disposto a ajudá-lo com dinheiro. O Alferes, medindo bem as palavras, pois não quer criar outra situação de melindre, diz-lhe que na Metrópole a vida não está fácil, principalmente para um africano e que ficaria lá totalmente desinserido do resto da sociedade. Enriquecer só com o fruto do trabalho será uma ilusão.

Pareceu ao Alferes que o amigo não gostou das suas advertências dado que nos dias a seguir deixou de o ver pelo cinema. Passam duas semanas sem o Ibraim ser visto. Avoluma-se no Alferes a ideia de que o amigo estivesse novamente agastado com ele.

Numa ida ao cinema onde ia ver o “Marnie” do Hitchcock, novo “NA KONTRA” com o amigo que explicou o motivo da sua ausência, concluindo o Alferes que o Ibraim não tinha nada contra ele.

O Ibraim tinha sido chamado a Bissau para prestar provas, pois tempos atrás, tinha concorrido a um curso para Pára-quedistas.

Muito mais tarde soube que o Ibraim não tinha sido admitido no curso apesar de parecer física e intelectualmente muito apto. Consequências dos exames médicos? Se assim foi nada disse pois talvez quisesse ocultar que tinha qualquer problema se saúde.

Março de 1970. O Alferes Magalhães vai novamente de férias, desta vez para se casar. O Alferes tinha conhecido em Bafata um soldado africano, o Seidi, que ia ser julgado em tribunal militar em Bissau. Este pedira-lhe que o fosse ver à prisão quando passasse por Bissau, onde sabia que iria ficar preso.

Chegado à capital, de imediato vai a Santa Luzia onde sabe que fica a prisão. Quer resolver logo o prometido. Já perto da prisão ouve chamar. Era o Seidi, que depois de muitas queixas quanto ao tratamento dos presos, e uma vez que era muçulmano, lhe pede para interceder junto do Major responsável pela prisão, no sentido de não lhe darem vinho às refeições substituindo-o pelo correspondente “patacão” para poder comprar o que mais necessita.

Despedem-se e o Alferes vai fazer o pedido ao Major. Ainda não tinha acabado de explicar a situação e já o Major aos berros, perfeitamente possesso:

- Não conhece o RDM? Não sabe que não se podem visitar presos sem a minha autorização? O que é que o nosso Alferes faz aqui em Bissau?

- Vou de férias à Metrópole.

E aos berros continuou:

- Ia, ia.

Em circunstâncias normais o Alferes teria reagido mas, vendo a sua vida, e não só a sua, a andar para trás, comete o que ele considera a maior humilhação da sua vida.

- Mas, meu Major, não vou só de férias. Vou casar e está tudo marcado para o casamento.

O Major como que limpa a espuma, qual besta enraivecida e manda o Alferes embora. Da tropa também faz parte isto.

Não acontecem mais peripécias e o Alferes Magalhães embarca no Boing 727, rumo à Metrópole. Revê novamente com agrado a costa africana e após a prevista escala na Portela chega ao Porto.

Desta vez não tem dúvidas de quem estará à sua espera. Como sabe que depois das férias já vai estar pouco tempo na Guiné sente-se como se já estivesse em casa definitivamente.

Como o casamento está marcado para quinze dias depois, aproveita para, juntamente com a noiva, reverem a família no Nordeste Transmontano, de onde ambos são oriundos, cada um de sua aldeia: Uma quase debruçada sobre o fértil Vale da Vilariça, a outra nas encostas do “selvagem” rio Sabor. Quer um quer outro gostam muito das suas aldeias, principalmente pela alternância de montes e vales que caracterizam a região. Magalhães Faria, embora gostando muito da Guiné, só lhe põe um defeito: Não ter o relevo que há em Trás-os-Montes.

O vale da Vilariça envolto em nevoeiro.

Revistas as respectivas famílias, dão grandes passeios pelas encostas do rio Sabor. Visitam o castelo roqueiro da Marruça de onde se aprecia uma paisagem única em Portugal: O rio serpenteando ao fundo da ladeira e, de onde em onde, antigos moinhos. Nas imediações não há viv’alma e o local convida ao amor… Regressam já noite à povoação.

O rio Sabor visto do Castro da Marruça.

É preciso ultimar os preparativos do casamento e ambos voltam ao Porto.

Aproxima-se o dia da boda e são os próprios noivos que decoram a capela com uma única espécie de flores: Narcisos poetas.

O casamento do Alferes Magalhães na
capela da boa Nova.

O casamento é celebrado pelo pároco de Leça da Palmeira. São tiradas as fotografias da praxe e o almoço de casamento é servido no restaurante ali ao lado. Ao fim da tarde, o agora casal, segue para a viagem de núpcias. A intenção é irem ao longo da costa até ao Algarve. Porém no primeiro dia não passam de Coimbra…

Fim deste episódio
Até ao próximo camaradas.
(Fernando Gouveia)
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 4 de Março de 2011 > Guiné 63/74 - P7896: A guerra vista de Bafatá (Fernando Gouveia) (76): Na Kontra Ka Kontra: 40.º episódio

domingo, 6 de março de 2011

Guiné 63/74 - P7904: Recortes de imprensa (40): Ruínas de uma guerra e ódio destruidor de uma liberdade não preparada (D. António Marcelino, Bispo Emérito de Aveiro, Diário de Aveiro)

1. Recorte do jornal Diário de Aveiro enviado por  Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, Comandante do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), em mensagem do dia 1 de Março de 2011, que publicamos com a devida vénia ao referido Jornal e ao autor do artigo de opinião nele contido:



Clicar na imagem para ampliar
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Vd. último poste da série de 11 de Fevereiro de 2011 > Guiné 63/74 - P7765: Recortes de imprensa (39) "Não queria morrer sem voltar à Guiné... E já voltei" (J. Casimiro de Caravlho, JN - Jornal de Notícias, 6/2/2010)

Guiné 63/74 - P7903: Álbum fotográfico de Vitor Raposeiro (Bambadinca, 1970/71) (4): Em Bula, com o Cap Cav Salgueiro Maia, e com o Gen Spínola



Guiné > Região do Cacheu > Bula > O Cap Cav Salgueiro Maia (comandante da CCAV 3420, Bula, 1971/73) observando a visita do Gen Spínola a Bula em Fevereiro ou Março de 72. 



Guiné > Região do Cacheu > Bula > 1972 > Visita do Gen Spínola em Fevereiro ou Março de 72 



Guiné > Região de Tombali > Aldeia Formosa  > Junho ou Julho de 1970 > Operação helitransportada com tropas especiais...

Fotos: © Vitor Raposeiro (2009) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados.


Fotos do Álbum do Vitor Raposeiro (ex-Fur Mil, Radiotelegrafista, STM, de rendição indiviual, que passou por Aldeia Formosa, Bambadinca, Bula e Bissau, 1970/72) (*).



1. Mensagem de Vitor Raposeiro, com data de 19/11/2009:


Companheiros:


Ontem quando me referi ao dia 13 de Janeiro está claro que foi em 1971 e não em 1970 (*), pois neste ano ainda não tinha chegado à Guiné.Eu acho que vocês perceberam o lapso. 

Aqui vão mais algumas curiosidades,  não de Bambadinca,  mas tambêm são interessantes para a história da Guiné daquele tempo. Vivo em Setúbal e conheço bem o Durães.

Primeira  foto: visita do Gen Spínola a Bula em Fevereiro ou Março de 72. As fotos que fiz foram com o zoom no máximo pois fomos proibídos (toda a tropa) de sair do quartel porque ele queria provar aos jornalistas estrangeiros que o povo estava com ele e o resto era propaganda anti-lusitana.

Segunda foto: o Capitão Salgueiro Maia e outros oficiais e sargentos observam a cena em cima de um dos abrigos do quartel. Quando tiver tempo e pacência conto-vos uma história que se passou entre mim e o Cap Salgueiro Maia que só no dia 25 de Abril eu percebi e dei valor.

Terceira foto,  tirada em Junho ou Julho de 1970. Refere-se a uma grande operação helitransportada com tropas especiais,  etc. Observe-se a arma que o Parafuso está a usar.Tenho muito mais fotos desta operação.Bom por agora já

Chega,  já me doem as costas de tanto escrever. Saudações do Vitor
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Nota de L.G.:

(*) Vd. poste de 4 de Março de 2011 > Guiné 63/74 - P7898: Álbum fotográfico de Vitor Raposeiro (Bambadinca, 1970/71) (3): O malogrado Fur Mil At Inf Luiciano Severo de Almeida (CCAÇ 12, 1969/71)

sábado, 5 de março de 2011

Guiné 63/74 - P7902: Notas de leitura (213): Jardim Botânico, de Luís Naves (1) (Mário Beja Santos)

1. Mensagem de Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, Comandante do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 2 de Março de 2011:

Queridos amigos,
É bem agradável entrar numa livraria e encontrar um romancista português que se embrenha no terrível conflito político-militar 1998-1999 e escreve um belo romance. Luís Naves nasceu em 1961, é repórter e escreve sem a nostalgia do combatente. Devemos ter orgulho nesta escrita e neste multiculturalismo.
Uma saudação muito especial a este Luís Naves, um novo tipo de camaradagem da e com a Guiné.

Um abraço do
Mário


Jardim Botânico (1):
Um belo romance português sobre o conflito guineense de 1998-1999


Beja Santos

Por vezes, o repórter afeiçoa-se aos lugares onde, por dever e inerência da velocidade dos despachos, passa meteoricamente; acontecimentos há que forçam a um olhar mais demorado, a expectativa acicata a curiosidade, reproduz as perguntas, estimula a imaginação. E, mais tarde, numa vazante imprevista, o jornalista começa a preencher com paciência a tela vazia. Temos romance, o que visto e ouvido é o barro trabalhado da fantasia que arrebatou o captador de notícias.

Luís Naves é jornalista e fez reportagens na Guiné-Bissau, Paquistão e Coreia do Norte. “Jardim Botânico” é um romance que tem como palco a Guiné-Bissau durante o conflito que estalou em Junho de 1998. Ainda hoje a Guiné-Bissau não se recompôs deste cataclismo. Mas naqueles dias, as populações puseram-se em fuga, acirraram-se ódios, em espiral sucederam-se os dramas. Para quem tudo aquilo observava, aquelas catástrofes humanas podiam despertar o tal barro da fantasia. Luís Naves tomou nota dessa gente à deriva, registou todo esse tempo de incerteza, a começar por uma capital cercada onde um ditador fantasmático foi forçado a admitir que o seu poder absoluto fora absolutamente contestado. “Jardim Botânico” é um belo romance, merece ser apreciado, ficciona superiormente um tempo de dilúvio que ainda hoje mantém um povo traumatizado (“Jardim Botânico”, por Luís Naves, Quetzal Editores, 2011).

Há qualquer coisa de realismo mágico no arranque da obra: “Uma misteriosa forma de medo ocupa a mente daqueles que viveram situações assustadoras. O medo, por ser contagioso, pega-se de um homem a outro ainda mais depressa do que as banais constipações. Pode ser por contágio instantâneo ou propagar-se como doença silenciosa, com a lentidão que usam os micróbios. O medo é sempre extravagante, como os chapéus de senhora, os vestidos de noite e a vegetação subtropical. Quer dizer, tem aparência firme, mas na realidade consiste num impulso que se decide num instante”. O que para o caso interessa é que no dia 9 de Junho de 1998 quando um cortejo de carros oficiais se dirigia para o aeroporto começou um tiroteio. Houve mortos e começaram as retaliações. O medo tomou conta daquela gente, da apatia ou da disfarçada indiferença, passou-se para o pânico e daí as colunas de civis em fuga, como se lê no romance: “Tudo o que tinha rodas avançou rumo ao interior (jipes, camiões, toca-tocas, bicicletas e carrinhos de bebé). Mas o grosso da coluna marchava. Havia mulheres de trouxa à cabeça e crianças agarradas à saias; um formigueiro em marcha, com fanatismo de insecto: os do meio sem saberem porque seguem aquele caminho, os da frente nunca se sentindo os da frente; pois que cada um vai atrás do outro, esse outro de ainda outro, e assim sucessivamente, numa correnteza. Viam-se pernas finas e pés descalços, braços empunhando objectos inúteis, um rádio, a ruína de um motor, ripas de madeira, colchões, pedaços soltos, a cadeira viajando no topo do monte de roupa, como se fosse um trono. E foram vistos velhos de mãos vazias caminhando em sentido oposto; veteranos da guerra colonial, que se dirigiam para os quartéis em torno do aeroporto. Foi assim que os rebeldes engrossaram as forças. Crescia a maré da fuga, vinha o refluxo do passado. É no meio do pesadelo que se ouvem os silvos, os estrondos, a multiplicidade dos disparos. Edifícios a desfazerem-se, desmembrados pelas nuvens das explosões, refugiados a chorar, num espectáculo dantesco muitas pessoas conseguiram embarcar no Ponta de Sagres, que partiu rumo a Dakar. Começara o conflito político-militar. O barco atraca, é altura do romancista apresentar personagens: Daniel está no cais, é ali que repara numa ruiva com aspecto de solidão abandonada, ela é a médica russa, o seu nome Ana. Ela está indocumentada, tem um passaporte soviético caducado. Estão os dois à deriva, ambos decidem voltar à Guiné, conseguem formar um grupo, marcham em direcção ao desconhecido. Mais personagens estão apresentados. Por exemplo, o doutor Fonseca: “Era um mulato gordo, com os dentes desalinhados e um sorriso simpático. Trabalhara como secretário do Estado e era ligado ao presidente. Dois anos antes, tinha sido afastado do poder mas mantivera-se no partido e ainda morava numa das boas casas do centro da cidade. Agora, tentava montar um negócio de importações, mas fora surpreendido pelo golpe militar quando estava quase a convencer um sócio senegalês a investir numa empresa mista”. Há outras figuras como Nelo, a mais famosa voz da rádio em Bissau, uma sua prima que leva um ramo de flores, de nome Maria Adilia, vai participar no enterro da filha. Viajam num sept-places, foi difícil negociar o preço para levar aquela gente até à Guiné. Seguem-se as peripécias da viagem numa terra esvaziada, aqueles corpos humanos, suados, vão colados uns aos outros. Cabe aqui uma descrição da crueza de todo aquele território, daqueles estados de alma, daquela natureza dominada por um calor anestesiante: “Entraram de novo em campos infindos, sem movimento; na terra esvaziada, havia por vezes manchas de capim seco; um rasgão de nuvem branca como se fosse um risco numa folha azul, o ar rodopiava e surgia uma miragem, ao fundo, zona tremente que se mistura com o horizonte, dando a impressão de uma lagoa distante. Durante quilómetros, a estrada serpenteava por bizarras colinas amarelas, terra de areia, mais plana e sem árvores. Depois, muito devagar, chegaram a uma paisagem denominada por grandes pedras partidas, rocha visível, como se o esqueleto do mundo tivesse emergido das profundezas da carne. Pararam. O silêncio. Não havia ninguém nas bordas da estrada. À volta, arbustos ligeiros, rastos. E sobre o resto pairava o reflexo das ondas de pó, entre branco e transparente, que a luz pesada do sol incendiado transformava em véu asfixiante”.

Mais peripécias, desta feita negociações com guardas senegaleses que afirmam que o motorista não pagou o seguro. Já saíram de Koldá, estão perto da fronteira. É nisto que aparece Ferreira Gomes, o sócio de Daniel. A viagem prossegue, chegam a Bafatá.

Como diz o autor, “Esta é a história de 4 pessoas no meio da catástrofe humana”. Era preciso que alguém escrevesse sobre aquela guerra e todos aqueles dramas que, bem vistas as coisas, foram uma curta notícia durante alguns dias em certas agências noticiosas. É uma história onde o medo pesa. E, talvez a coisa mais importante, há que saudar o jornalista e o repórter português que enfrenta com grande galhardia este desmedido jardim botânico que é a Guiné.

(Continua)
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 4 de Março de 2011 > Guiné 63/74 - P7899: Notas de leitura (212): Angola 61 - Guerra Colonial - Causas e Consequências, por Dalila Cabrita Mateus e Álvaro Mateus (Mário Beja Santos)

Guiné 63/74 - P7901: Convívios (296): Pessoal da CCAÇ 3518, dia 4 de Maio de 2011, no Funchal (Daniel de Matos)

1. Mensagem de Daniel Matos (ex-Fur Mil da CCaç 3518, Gadamael, 1971/74), com data de 2 de Março de 2011:

Prezado Camarada
Agradecendo a respectiva divulgação no blog, quando possível, junto envio os dados relativos ao convívio que iremos realizar em Maio próximo, no Funchal.

Um abraço
Daniel de Matos
(Os Marados de Gadamael)


CONVÍVIO DA COMPANHIA
DE CAÇADORES INDEPENDENTE 3518

“OS MARADOS DE GADAMAEL”
GUINÉ 1971-1974
37º ANIVERSÁRIO DO REGRESSO



No FUNCHAL (Madeira), DIA 14 DE MAIO



HOTEL JARDINS DA AJUDA
(RUA NOVA DO VALE DA AJUDA)

INSCRIÇÕES de preferência até 15 de Abril:

Contactar:

J. Gouveia, 4º pelotão, tel 966 856 171 ou 291 522 924

Jarimba, 3º pelotão, tel 963 757 509

Manuel Teixeira, 1º Pelotão, tel 962 811 224, ou 291 623 567 entre as 19h30 e as 21 horas
e-mail: teixeirabelmira@homail.com

Reserva de quarto no próprio Hotel, até 15 de Março (opcional, diária 50 euros). 

Contacto: Sr. José Fernandes
tel. 962 307 053 ou 291 708 000; fax 291 708 001

Concentração às 16 horas junto à Câmara Municipal do Funchal (Praça do Município) ou às 18h30 horas junto ao Hotel Jardins da Ajuda
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 28 de Fevereiro de 2011 > Guiné 63/74 - P7878: Convívios (211): XXII CONVÍVIO DO BCAÇ 2884, em 28 de Maio na Régua (José Firmino)

Guiné 63/74 - P7900: Agenda cultural (113): Apresentação de Lugares de Passagem, de José Brás, sábado, 12 de Março de 2011, pelas 16h30, na Livraria Fonte das Letras em Montemor-o-Novo

Leva-se ao conhecimento da tertúlia mais uma apresentação do livro Lugares de Passagem, do nosso camarada José Brás, desta vez na sua terra natal (ou melhor, adoptativa), Montemor O Novo, no próximo dia 12 de Março de 2011, sábado, pelas 16h30, na Livraria Fonte das Letras, Rua das Flores,  em Montemor-o-Novo.


CONVITE


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Notas de CV:

Vd. postes de:

7 de Janeiro de 2011 > Guiné 63/74 - P7564: Agenda cultural (99): Lugares de Passagem, de José Brás: Apresentação hoje, 6ª feira, 7, às 18h30, no Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil, Av Gago Coutinho, 90, Lisboa

11 de Janeiro de 2011 > Guiné 63/74 - P7588: Lugares de Passagem, de José Brás (1): Carta aberta a um amigo (José Brás)

12 de Janeiro de 2011 > Guiné 63/74 - P7596: Lugares de passagem, de José Brás (2): Amigos e camarigos presentes na sessão de lançamento, em Loures, 6 de Janeiro de 2011
e
14 de Janeiro de 2011 > Guiné 63/74 - P7614: Notas de leitura (188): Lugares de Passagem, de José Brás (Mário Beja Santos)

Vd. último poste da série de 3 de Março de 2011 > Guiné 63/74 - P7891: Agenda cultural (112): Convite para o lançamento de Mulher Grande de Mário Beja Santos, no próximo dia 10 de Março de 2011, pelas 18h30 na Livraria Bertrand Chiado

sexta-feira, 4 de março de 2011

Guiné 63/74 - P7899: Notas de leitura (212): Angola 61 - Guerra Colonial - Causas e Consequências, por Dalila Cabrita Mateus e Álvaro Mateus (Mário Beja Santos)

1. Mensagem de Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, Comandante do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 1 de Março de 2011:

Queridos amigos,


Interessante e decepcionante, é o comentário curto após a leitura de um documento que devia requerer mais exigência aos investigadores. Enfim, uma corrida apressada para aparecer nos escaparates em cima do acontecimento do cinquentenário.
Dalila Mateus, veremos noutras recensões, é uma estudiosa dos arquivos da PIDE, talvez sem rival. Mas não se pode tratar tão ligeiramente o universo das consequências e desenvolvimento da guerra que mudou o curso da história de Portugal.
Trata-se de uma investigação de grande fôlego, é uma atribulada maratona que requer paciência e cabeça fria.


Um abraço do
Mário


Angola 1961: causas e desenvolvimento da guerra colonial

Beja Santos

“Angola 61, Guerra Colonial: causas e consequências, o 4 de Fevereiro e 15 de Março” é título da obra assinada por Dalila Cabrita Mateus e Álvaro Mateus (Texto Editores, 2011). Trata-se de uma investigação que tem o reconhecido mérito de proceder ao levantamento dos acontecimentos da guerra em Angola predominantemente à luz de uma fonte até agora muito pouco consultada na generalidade deste tipo de estudos: os arquivos da PIDE.

Os autores procuram a compreensão do início da guerra mediante o enquadramento dos seus antecedentes mais próximos, a África de 1960, o processo da independência do antigo Congo Belga, dando-nos uma água-forte do colonialismo praticado em Angola. Em seguida, reconstroem a revolta da Baixa de Cassange, descrevendo as condições de opressão, exploração e miséria dos cultivadores de algodão. Segue-se a resposta em termos de terror preto e branco. A apreciação do levantamento do 4 de Fevereiro e a sublevação do 15 de Março têm uma interpretação singular graças à consulta dos arquivos de Salazar e da PIDE, assentará aqui um dos aspectos mais significativos desta investigação. Com efeito, há um uso e recurso de fontes de grande importância e nalguns casos temos verdadeiras novidades interpretativas. O major Rebocho Vaz, comandante da 4ª Companhia de Caçadores Especiais faz um relato contundente da actividade da COTONANG, temos aqui um libelo dos trabalhos da cultura do algodão, sujeitos a uma exploração desenfreada. São postas em equação as diferentes versões do 4 de Fevereiro de 1961, a primeira grande acção pró-independentista, o início da guerra colonial. Quanto ao 15 de Março, a PIDE e as autoridades administrativas não foram apanhadas de surpresa, os autores documentam minuciosamente as responsabilidades da UPA e a resposta ao terror negro.

Na segunda parte do livro (Consequências e Desenvolvimentos da Guerra Colonial), os autores enveredaram por trilhos de investigação e tratamento da documentação fazendo leituras perigosamente abreviadas, se não mesmo levianas ou pretensiosas. Não há nada de novo sobre a resposta do regime de Salazar e a descrição do chamado “golpe Botelho Moniz”. O chamado “caso Deslandes” é uma originalidade, é bem provável que venha a dividir os historiadores. O general Venâncio Deslandes, novo Governador-geral de Angola, aparece como um visionário, um heterodoxo do regime, e Adriano Moreira como um conformista, um ultra e um perfeito sicário de Salazar. Seguem-se descrições apressadas sobre a posição dos EUA e a aproximação do regime de Salazar aos regimes racistas da África austral. Quanto à evolução e efeitos da guerra colonial, somos atirados imprevistamente para o agravamento dos teatros de operações da Guiné e de Moçambique.

De novo, somos convocados para as informações que a PIDE vai fornecendo às direcções políticas e militares, com destaque para os acontecimentos que envolveram Guidage e Gadamael. Ao tempo, Fragoso Alas, responsável pela delegação da PIDE na Guiné envia uma carta à Direcção-Geral: “Praticamente perdemos a vantagem da Força Aérea e não dispomos de meios aéreos que possam constituir força de dissuasão ou que nos permita castigar duramente as bases de apoio. Temos de encarar como possível que o PAIGC venha, em curto prazo de tempo, a estabelecer novas áreas libertadas e a dificultar ou impedir o trafego aéreo e até mesmo aniquilar algumas guarnições, que agora passam a não poder contar com o apoio aéreo para as defender, evacuar os feridos ou reabastecer”. Nesta mesma altura, o inspector Galante, chefe do posto de Leiria da PIDE, envia para a Direcção-Geral uma informação sobre a situação militar na Guiné. Diz ter obtido, “de fonte fidedigna”, a notícia que o general Spínola se preparava para deixar a Guiné, território que se encontrava numa situação crítica. O general informara um amigo de que “a situação era de tal gravidade que esperava se desse um colapso” tendo advertindo o governo para tal hipótese. E prevendo a impossibilidade de resistir ao poderio militar do PAIGC, teria mesmo “tentar entabular negociações com o grupo de Amílcar Cabral”. Depois de, em Setembro de 1973, os guerrilheiros do PAIGC terem atacado uma coluna entre Teixeira Pinto e Bissau, a PIDE envia para Lisboa um comentário cáustico, dizendo que a inércia dos militares portugueses é praticamente total.

A enumeração dos efeitos da guerra colonial aparecem num relato quase telegramático, com todas as desvantagens que este tipo de olhar apressado acarreta. Aliás, o texto da conclusão repete, em grande parte, dados já expostos no elenco das causas e consequências.

Se é de indiscutível importância direccionar todo este tipo de investigações mergulhando nos arquivos de Salazar e da PIDE, não deixa de causar surpresa como uma investigadora com os créditos de Dalila Mateus correr como gato pelas brasas sobre as causas e consequências da guerra colonial. Não se pode perante o “acontecimento histórico mais importante da segunda metade do século XX português” fazer uma leitura exaustiva dos acontecimentos que ocorreram exactamente há 50 anos atrás, através de um olhar cuidado e, quiçá, original e de seguida amontoar elementos consabidos com uma relativa leviandade e irrelevância, não se pode aceitar que a massa dos dados implicados se sujeite a uma versão redutora de 14 anos de guerra que parecem levar inexplicavelmente à génese e triunfo do Movimento das Forças Armadas.
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 1 de Março de 2011 > Guiné 63/74 - P7883: Notas de leitura (211): Antologia Poética da Guiné-Bissau (3) (Mário Beja Santos)

Guiné 63/74 - P7898: Álbum fotográfico de Vitor Raposeiro (Bambadinca, 1970/71) (3): O malogrado Fur Mil At Inf Luiciano Severo de Almeida (CCAÇ 12, 1969/71)


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Guiné > Zona Leste > Sector L1  > Bambadinca >  1970  >  Em destaque o malogrado Fur Mil At inf Luciano Severo de Almeida,  da CCAÇ 12, que morreria, em circunstâncias violentas, depois de regressar à metrópole. Até agora tínhamos apenas um ou duas fotos dele. Alguém privou com ele, depois da sua/nossa pasasagem à vida civil ? Não sei em que data morreu nem por quê... Vivia na margem sul do Tejo. Na última foto, a preto e branco, reconheço o Alf Mil Abílio Machado, da CCS/BART 2917 (1970/72), o nosso querido Bilocas. É o primeiro à esquerda, frente ao Luciano.  Lembro-me do Luciano como um "puto reguila e temperamental"...

Fotos: © Vitor Raposeiro (2009) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados.
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Nota de L.G.:

Último poste da série > 4 de Março de 2011 > Guiné 63/74 - P7895: Álbum fotográfico de Vitor Raposeiro (Bambadinca, 1970/71) (2): O fatídico dia 13 de Janeiro de 1971