1. O nosso Camarada José Teixeira (ex-1.º Cabo Enf.º da CCAÇ 2381, Buba, Quebo, Mampatá e Empada, 1968/70), membro da Direcção da Tabanca Pequena e do Grupo de Amigos da Guiné-Bissau (ONGD), enviou-nos a seguinte Mensagem com:
Caríssimos editores.
A tabanca de Matosinhos solicita o favor colocarem no blogue a informação que segue sobre as novas instalações do Milho Rei.
A TABANCA DE MATOSINHOS TEM INSTALAÇÕES RENOVADAS
Nos anos de 2004 e 2005 eclodiram dois fenómenos estranhos nas relações entre os antigos combatentes da Guiné.
Em 2004, quando o Luís Graç lança o Blogue Fora Nada (entretanto rebaptizado tLuís Graça e Camaradas da Guiné), logo surge uma avalanche de combatentes a escrever, contando as suas vivências. Assim libertavam as tensões acumuladas anos e anos seguidos que tanto os faziam sofrer. Por outro lado começaram a contribuir para a construção da realidade histórica dessa malfada guerra. O avolumar de documentos escritos, acompanhados de fotografias no terreno, tem sido tão grande que o "fora nada" rapidamente se esgotou (800 postes), dando lugar ao "fora nada e vão três" atual (já com cerca de 10 mil postes), sendo o pessoal da Tabanca Grande mais de meio milhar (cerca de 560).
Talvez seja tempo de juntar, a este, o velhinho "fora nada" pois o que lá está escrito tem tanto valor como o que vai sendo contado e vivenciado no "Fora nada e vão três".
Em 2005, surgiu do nada a ideia da tertúlia de Matosinhos, ou melhor, de uma sardinhada semanal a três compinchas que assim solidificavam uma nova amizade criada a partir de uma viagem de saudade à Guiné.
Fenómeno estranho que merece ser estudado. Ou... talvez uma necessidade de os combatentes se redescobrirem, comunicarem pessoalmente, contarem e vivenciarem de novo as suas aventuras desventuras, sofrimentos e alegrias. O certo é que o grupo começou a crescer, a crescer... do mesmo modo como o blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné.
Ao fim de algum tempo alguém teve a feliz ideia de batizar este grupo. que já ia nos 15 comensais em média por semana, como TABANCA PEQUENA DE MATOSINHOS.
Foi crescendo ao ponto de ter de mudar de poiso, dado que as instalações do restaurante, junto ao porto de Leeixões se tornaram exíguas. Não foi fácil localizar um restaurante com condições de acolhimento para tanta gente, que transforma semanalmente a sala num refeitório barulhento com tantos magalas.
O Restaurante Milho Rei, na Avenida Heróis de França (dizem que a Câmara Municipal de Matosinhos está a pensar seriamente em alterar o nome para Avenida Heróis da Guiné) foi o escolhido. e em boa hora.
Uma sala com as condições ideais para esta gente que não se conhecia de lado nenhum. Apenas nos une um factor comum - Vivemos a Guerra Colonial na Guiné - mas que, logo depois de uns segundos de apresentação, parece que já somos velhos amigos. Tantas picadas trilhadas em tempos diferentes, tantas aventuras vivenciadas nos mesmos locais, tantas pessoas nativas com quem partilhamos... e assim se inicia uma amizade talvez diferente das habituais, solidificada com o recordar de velhos tempos, no meio do sabor de uma sardinha ou de um copo de tinto.
Outro fenómeno está a surgir. Pequenos grupos que se encontram à quarta-feira no Milho Rei e aí organizam outros tipos de convívios a pretexto de um bom petisco algures ou uma boa pinga, um passeio, ou visita turística, etc. "As Tabanquinhas"
Daqui a ideia progrediu. Hoje há tabancas por esse país fora. Os motivos variam, pese embora estejam de algum modo centradas no petisco e na convivência sadia.
Ultimamente surgiram as Tabancas no Facebook- Outra forma de comunicar e unir combatentes - Por terras ou regiões, por especialidades, por companhias ou outras motivações, certo é que este fenómeno, o mais recente está em crescimento.
Ouso afirmar, com risco de "levar na tabuleta" que a culpa é do Luís Graça e da Tabanca de Matosinhos.
O Sr. Silvério, proprietário do Restaurante Milho Rei, entendeu que os tabanqueiros mereciam melhores condições para celebrarem a sua festa à quarta-feira. Vai daí toca a mandar-nos embora por uns tempos (diga-se de passagem que fomos muito bem acolhidos no Restaurante do Centro Hípico do Porto) e toca a fazer obras.
Ficou bonito e acolhedor o nosso poiso semanal e a petiscada é convidativa como sempre.
Estão a chegar as sardinhas. Vamos a elas!
O Sr. Silvério não sabe onde se meteu. Com as condições que nos proporcionou corre o risco de a procura por parte de combatentes na Guiné ser tão elevada que tenhamos de mudar novamente de poiso.
Juntamos algumas fotos para apreciação dos bloguistas e deixamos um convite, venham até à tabanca de Matosinhos.
Zé Teixeira