Algures na Polónia, antes da II Guerra Mundial, c. 1938... Julgo que tenha sido o último encontro da
família Schwarz... Do lado esquerdo, Clara, o pai Samuel e a mãe Agata... Clara deveria ter cerca de 23 anos... Depois desta data, o mundo não haveria de ser mais o mesmo... Clara Schwarz atravessou todo o século XX, e chegou até hoje, ao dia de hoje, com uma memória prodigiosa... Acabei de falar com ela esta manhã, pelo telefone, e desejar-lhe os nossos melhores votos de saúde, em nome de toda a Tabanca Grande!...
Lisboa, c. 1920 > Clara, com os pais, Samuel e Ágata
Samuel Schwarz (1880-1953)... Bilhete de cidadão nacional... 25/1/1941 > Assinatura
Fotos acima: Cortesia de João Schwarz da Silva > Des gents intéressants > Samuel Schwarz
Requerimento de Samuel Schwarz dirigido ao Presidente do Conselho e Ministro dos Negócios Estrangeiros [António de Oliveira Salazar], com data de 16 de novembro de 1939. O pedido de visto para o cidadão polaco Aleksander Schwarz, irmão de Samuel, foi indeferido. Ver despacho a vermelho, no canto superior esquerdo, que diz o seguinte: "Não. Ver ofício da da Polícia de Vigilância e Defesa de Estado, nº 16080, de 7-12-39" (Assinatura ilegível).
Aleksander (Oles) Schwarz, sua esposa Sonia, os seus dois filhos Violusia e Georges com Clara Schwarz, aquando da sua estadia em Lisboa, em 1940. O engº químico Aleksander Schwarz , diretor de uma conhecida fábrica de produtos químicos, tinha conseguido refugiar-se na Suécia, passando pela Lituânia.
Em 1939 Samuel Schwarz naturalizou-se português. E em novembro desse ano pediu a Salazar un visto para o seu irmão Aleksander que tinha conseguido fugir, depois de ter sido feito prisioneiro pelos soviéticos, refugiando-se em Estocolmo, Suécia. Esse visto foi recusado, face a uma informação da Polícia de Vigilância e Defesa de Estado (PVDE), antecessora da PIDE/DGS, o que não impediu Aleksander e sua família de chegar a Portugal em maio de 1940, na vaga de refugiados a quem Aristides de Sousa Mendes, o cônsul português de Bordéus, concedeu um visto, contrariando ordens de Salazar.
Durante a II Guerra Mundial, Samuel Schwarz foi incansável na ajuda solidária ao gueto de Varsóvia, enviando nomeadamente géneros alimentícios (café, sardinhas, etc.).
Clara Schwarz, c. anos 40 do séc. XX > Pintura de Luciao Santos (com ateliê em Alcobaça). Clara casou em 14 de outubro de 1940 com o advogado Artur Augusto Silva. O casl foi viver em Alcobaça-
Cortesia de João Schwarz da Silva > Des gents intéressants > Artur Augusto da Silva
Clara Schwarz da Silva, aos 31 anos, 1946... Fotografia no passaporte do marido, Artur Augusto da Silva.
Fotos acima: Cortesia de João Schwarz da Silva > Des gents intéressants > Artur Augusto da Silva
Em Martinho d Porto, os avós Ágata e Samuel com os netos, por volta dos finais dos anos 40, Henrique à esquerda, João à direita.... Carlos (Pepito), o mais novo, nasceria, em 1949, em Bissau, para onde o pai foi em 1948, e a quem se juntaria depois a famílía. Samuel viria a falecer em 1953. Em Lisboa a família vivia na Av António Augusto de Aguiar, 118-1º.
Foto: Cortesia de João Schwarz da Silva > Des gents intéressants > Samuel Schwarz
Mapa (francês) da Guiné, de 1760
Foto: Cortesia de João Schwarz da Silva > Des gents intéressants > Artur Augusto da Silva
1. Mandei, em meu nome e da minha fmília, uns versinhos de parabéns à dona Clara que faz hoje 101 anos:
Uma "gracinha" do Luís Graça para a nossa amiga,
muito querida,
Clara Schwarz da Silva,
neste dia muito especial em que celebra 101 aninhos!
Já não são anos, são aninos!...
neste dia muito especial em que celebra 101 aninhos!
Já não são anos, são aninos!...
Dona Clara, nossa "mindjer grandi",
temos muito orgulho e ternura por si,
e estamos muito honrados por ser
temos muito orgulho e ternura por si,
e estamos muito honrados por ser
e continuar a ser por muitos anos
a decana da nossa Tabanca Grande!...
a decana da nossa Tabanca Grande!...
Um xicoração muito fofo do Luís Graça, da Alice, da Joana e do João (em viagem).
Fazer anos, que maçada,
Já não tenho, p’ra isso, idade,
Mas estou-vos muito obrigada,
P'los votos… de eternidade!
Decana, eu ? Ah, pois sou,
Com muita honra e prazer!
E ao blogue ainda vou,
Mesmo sem poder escrever.
Nesta terra querida,
Tive mundo, e tive amor,
Não me posso queixar da vida,
Tive tudo, e também dor.
Fazer anos, que maçada,
Já não tenho, p’ra isso, idade,
Mas estou-vos muito obrigada,
P'los votos… de eternidade!
Decana, eu ? Ah, pois sou,
Com muita honra e prazer!
E ao blogue ainda vou,
Mesmo sem poder escrever.
Nesta terra querida,
Tive mundo, e tive amor,
Não me posso queixar da vida,
Tive tudo, e também dor.
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Nota do editor:
Último poste da série > 9 de fevereiro de 2016 > Guiné 63/74 - P15729: Manuscrito(s) (Luís Graça) (76): A vida são dois dias e o Carnaval são três (Provérbio popular)
Último poste da série > 9 de fevereiro de 2016 > Guiné 63/74 - P15729: Manuscrito(s) (Luís Graça) (76): A vida são dois dias e o Carnaval são três (Provérbio popular)