Tudo passa
Tudo esquece, por mais grave.
Até a dor profunda se desvanesce.
O tempo e suas circunvoluções,
Outros males,
A distância e a ausência
São adversárias da memória.
Com a bonança logo se esquece a tempestade.
Não adianta agravar a dor ensimesmando.
Façamos pausa.
Exigir que a mente se entregue a outra causa.
Divisar de longe desvanesce
E só se enxerga o saliente.
ouvindo Wagner,
Berlim, 11 de Fevereiro de 2016
8h23m
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
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Perseverar
Tantas vezes sangraram os meus joelhos.
Tantas me levantei e comecei a caminhar.
Tantas horas de insónia.
Tanta fome de dormir.
Não adianta o desespero
Porque o sono é dorminhoco…
Na hora certa há-de voltar.
E o milheiral como era verde.
Tanta neve o esmigalhou
Com vontade de matar.
Veio o sol.
Redobraram suas forças.
Espigou.
Tanto verde, parece um mar.
Corre mal a nossa vida.
Até parece o fim do mundo.
Cai a chuva e vira o vento.
Vem o sol e o amor.
Dobra a vontade de viver...
Berlim, 13 de Fevereiro de 2016
5h34m
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
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Nota do editor
Último poste da série de 7 de fevereiro de 2016 Guiné 63/74 - P15715: Blogpoesia (435): Domingo de Sol (Joaquim Luís Mendes Gomes, ex-Alf Mil da CCAÇ 728)
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