Foto nº 1
Foto nº 2
Foto nº 3
Foto nº 4
Foto nº 4 B
Foto nº 5A
Foto nº 6
Foto nº 6 B
Foto nº 6 D
Foto nº 7 A
Foto nº 7
Aqui vai o segundo pacote de fotos:
(i) As duas primeiras (Fotos nºs 1 e 2) retratam um patrulhamento das NT, feito ainda em junho de 1974;
(ii) As outras retratam a primeira visita dos militares do PAIGC à tabanca de Fulacunda, com destaque para a 3ª e 4ª foto, onde a população ouve atentamente o comissário politico, sobre as "mudanças" que se avizinham;
(iii) Nesta sessão também é visível o Administrador de Posto, Sr, Norberto (Fotos nº 4, 4A e 4B) ;
(iii) Nesta sessão também é visível o Administrador de Posto, Sr, Norberto (Fotos nº 4, 4A e 4B) ;
(iv) As fotos nºs 5 e 6 retratam a visita, a pedido expresso, dos militares do PAIGC ao porto de Fulacunda, por onde era feito o nosso reabastecimento [, porto fluvial, no rio Fulacunda, vd, poste P12368];
(v) A última foto (nº 7) retrata, à entrada da messe de oficiais, o comandante de bigrupo, Bunca Dabó, que atacou várias vezes o aquartelamento e a tabanca de Fulacunda, durante os dois anos em eu que lá estive.
As fotos evidenciam que a "confiança", por parte dos militares do PAIGC, ainda estava para nascer!!! ....(Já estávamos em Julho de 1974...) Também ficou por explicar a utilidade desta visita, pois não fomos fazer nada nem ver nada de novo.
Recebe o meu forte abraço amigo e desejos de que a semana te corra otimamente bem
JPinto
2. Comentário de um leitor distraído:
Manda-me o editor dizer que corrigiu o nome do comandante do bigrupo, Bunca Dabó... Jorge, na tua mensagem, o apelido vinha grafado D'Abó... Ele julga que seja apelido beafada, Dabó. Se estiver errado, ele depois corrige... Parece que eles têm, na Tabanca Grande, um tal Cherno Baldé, que é o assessor científico deles, em Bissau, para as questões étnico-linguísticas e religiosas... Ele poderá confirmar ou infirmar essa suposição do editor...
Jorge, ele manda dizer que o título do poste não é teu, mas que não ofende ninguém (nem foge à verdade factual) quando ele diz que o bigrupo do tal Bunca Dabó vinha "armado até aos dentes"... Pelo menos, para uma visita de "cortesia a ti", aos teus camaradas e aos teus fregueses de Fulacunda... Porra, só RPG, a contar pelos tubos, são mais do que os elementos do bigrupo (que parece muito reduzido)...
O editor tem outra dúvida: o comandante... será mesmo o comandante ou o comissário político ? É um "caixa d' óculos", tem ar "citadino", de "intlectual", parece demasiado novo para ser comandante... Deve ter vindo da URSS, ou da Europa de leste, ou de Conacri, ou do liceu de Bissau, ou de Dacar... E, pelo apelido, seria um beafada...
Pergunta o editor, e eu só transmito o recado que ele me pediu para te dar, já que sou teu conhecido e vizinho e tu és amigo do meu pai: como é que aquele homem (, parece-me mais novo do que eu, que tenho 30), se sentiria, uns tempos antes, atacando Fulacunda onde provavelmente teria parentes ?...
Enfim, reflexões serôdios de um "tuga" (,diz o editor, ) que passou, há quase meia centena de anos, por tabancas fulas, mandingas, balantas, e andou no mato aos tiros contra homens armados de Kalash, "costurinhas" e de RGP, e já se interrogava, "in loco", nessa altura, em 1969/71, sobre o raio do sentido da guerra, em geral, e daquela guerra, em particular... "Guerra de libertação" ou "guerra civil" ?... Guerra, "tout court", meu estúpido, diz ele, o editor: pior que a peste (do latim, "peius", a pior doença), é a guerra... (Enfim, o raio do vosso editor parece que gosta muito de ir à origem etimológicas das palavras).
E mais manda dizer, por este leitor distraído que sou eu: lembras-te, Jorge, tu que foste professor de história, e és da terra dos monges, Alcobaça, lembras-te da ladaínha que o nosso povo rezava na santa missa de domingo, "Da peste, da fome e da guerra [, em voz alta,] ,... e do bispo da nossa terra [, baixinho,], 'libera nos, Domine'!" [... livrai-nos, senhor!]...
O que terão dito, nessa altura, os teus habitantes de Fulacunda que estavam sob a tua proteção?... Em tempo de peste, fome e de guerra, bispo, comissário político, senhor da guerra, comandante de bigrupo, chefe de posto, e tropa... são tudo a mesma coisa, mensageiros de desgraça e de morte... "Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades" (Luís de Camões)...
Agora , Jorge, amigo do meu pai e meu vizinho, deix-me, a mim, leitor distraído, fazer-te uma pergunta e um agradecimento: que será feito deste Dabó ? E dos outros Dabós ?... E da tua tropa que passou por Fulacunda ? E daquela pobre gente que lá "vivia" em Fulacunda, e que era tão portuguesa como os tipos da tua terra, Turquel, Alcobaça ? Ou que vivia no "mato" a que o Bunca Dabó chamava "zona libertada" ?
Olha, Jorge, obrigado na mesma, mas as fotos da guerra, com gente fardada e com armas, fazem-me sempre impressão. Não fiz tropa, nasci em 1985, no meu tempo, felizmente, já tinha acabado a guerra. Mas o meu pai também andou nessa guerra.... e não sabe (ou, melhor, não quer) explicar-me certas coisas....
É talvez por ele, que não é nada dado a estas coisas da Net, que eu às vezes paro por aqui, neste blogue, e fico a ver e a ler estas merdas... O meu pai ralha-me: "Ó filho, deixa-te disso e trata mas é da tua vida. A guerra nunca existiu. Ou então foi como um pesadelo: tens um sonho mau, de noite, mas no dia seguinte acordas, felizmente vivo e inteiro, e não te queres lembrar mais dessa merda, desse pesadelo"... Eu acho que ele não razão, a guerra existiu mesmo, estas fotos são prova disso...
Cumprimentos lá em casa, A.
______________
Nota do editor:
Último poste da série > 1 de março de 2016 > Guiné 63/74 - P15813: (De)Caras (31): José Manuel Lopes (Josema), o poeta duriense de Mampatá... Relembrando um dos seus poemas de antologia, Pica na mão à procura delas..., tac, tac, tac, tac, tac, TOC!!!
2. Comentário de um leitor distraído:
Manda-me o editor dizer que corrigiu o nome do comandante do bigrupo, Bunca Dabó... Jorge, na tua mensagem, o apelido vinha grafado D'Abó... Ele julga que seja apelido beafada, Dabó. Se estiver errado, ele depois corrige... Parece que eles têm, na Tabanca Grande, um tal Cherno Baldé, que é o assessor científico deles, em Bissau, para as questões étnico-linguísticas e religiosas... Ele poderá confirmar ou infirmar essa suposição do editor...
Jorge, ele manda dizer que o título do poste não é teu, mas que não ofende ninguém (nem foge à verdade factual) quando ele diz que o bigrupo do tal Bunca Dabó vinha "armado até aos dentes"... Pelo menos, para uma visita de "cortesia a ti", aos teus camaradas e aos teus fregueses de Fulacunda... Porra, só RPG, a contar pelos tubos, são mais do que os elementos do bigrupo (que parece muito reduzido)...
O editor tem outra dúvida: o comandante... será mesmo o comandante ou o comissário político ? É um "caixa d' óculos", tem ar "citadino", de "intlectual", parece demasiado novo para ser comandante... Deve ter vindo da URSS, ou da Europa de leste, ou de Conacri, ou do liceu de Bissau, ou de Dacar... E, pelo apelido, seria um beafada...
Pergunta o editor, e eu só transmito o recado que ele me pediu para te dar, já que sou teu conhecido e vizinho e tu és amigo do meu pai: como é que aquele homem (, parece-me mais novo do que eu, que tenho 30), se sentiria, uns tempos antes, atacando Fulacunda onde provavelmente teria parentes ?...
Enfim, reflexões serôdios de um "tuga" (,diz o editor, ) que passou, há quase meia centena de anos, por tabancas fulas, mandingas, balantas, e andou no mato aos tiros contra homens armados de Kalash, "costurinhas" e de RGP, e já se interrogava, "in loco", nessa altura, em 1969/71, sobre o raio do sentido da guerra, em geral, e daquela guerra, em particular... "Guerra de libertação" ou "guerra civil" ?... Guerra, "tout court", meu estúpido, diz ele, o editor: pior que a peste (do latim, "peius", a pior doença), é a guerra... (Enfim, o raio do vosso editor parece que gosta muito de ir à origem etimológicas das palavras).
E mais manda dizer, por este leitor distraído que sou eu: lembras-te, Jorge, tu que foste professor de história, e és da terra dos monges, Alcobaça, lembras-te da ladaínha que o nosso povo rezava na santa missa de domingo, "Da peste, da fome e da guerra [, em voz alta,] ,... e do bispo da nossa terra [, baixinho,], 'libera nos, Domine'!" [... livrai-nos, senhor!]...
O que terão dito, nessa altura, os teus habitantes de Fulacunda que estavam sob a tua proteção?... Em tempo de peste, fome e de guerra, bispo, comissário político, senhor da guerra, comandante de bigrupo, chefe de posto, e tropa... são tudo a mesma coisa, mensageiros de desgraça e de morte... "Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades" (Luís de Camões)...
Agora , Jorge, amigo do meu pai e meu vizinho, deix-me, a mim, leitor distraído, fazer-te uma pergunta e um agradecimento: que será feito deste Dabó ? E dos outros Dabós ?... E da tua tropa que passou por Fulacunda ? E daquela pobre gente que lá "vivia" em Fulacunda, e que era tão portuguesa como os tipos da tua terra, Turquel, Alcobaça ? Ou que vivia no "mato" a que o Bunca Dabó chamava "zona libertada" ?
Olha, Jorge, obrigado na mesma, mas as fotos da guerra, com gente fardada e com armas, fazem-me sempre impressão. Não fiz tropa, nasci em 1985, no meu tempo, felizmente, já tinha acabado a guerra. Mas o meu pai também andou nessa guerra.... e não sabe (ou, melhor, não quer) explicar-me certas coisas....
É talvez por ele, que não é nada dado a estas coisas da Net, que eu às vezes paro por aqui, neste blogue, e fico a ver e a ler estas merdas... O meu pai ralha-me: "Ó filho, deixa-te disso e trata mas é da tua vida. A guerra nunca existiu. Ou então foi como um pesadelo: tens um sonho mau, de noite, mas no dia seguinte acordas, felizmente vivo e inteiro, e não te queres lembrar mais dessa merda, desse pesadelo"... Eu acho que ele não razão, a guerra existiu mesmo, estas fotos são prova disso...
Cumprimentos lá em casa, A.
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Nota do editor:
Último poste da série > 1 de março de 2016 > Guiné 63/74 - P15813: (De)Caras (31): José Manuel Lopes (Josema), o poeta duriense de Mampatá... Relembrando um dos seus poemas de antologia, Pica na mão à procura delas..., tac, tac, tac, tac, tac, TOC!!!