terça-feira, 26 de novembro de 2024

Guiné 61/74 - P26197: Bom dia desde Bissau (Patrício Ribeiro) (43): Passeio à ilha de Orango Grande, com passagem por Bubaque - Parte I




Foto nº 1 >  Viagem Bissau - Bubaque > 22 de novembro de 2023 > Navio, recentemente oferecido pelo governo português à Guiné-Bissau, e que passou a fazer o trasnporte de pessoas e cargas entre Bissau e Bubaque


Foto nº 2  > Viagem Bissau - Bubaque >22 de novembro de3 20024 > O pessoal... da 3ª classe


Foto nº 3 >  Viagem Bubaque - Bissau >  24 de novembro de 2024 > Convívio




Foto nº 4  > Viagem Bubaque - Bissau >  24 de novembro de3 2024 > "Música ao vivo",,,


Foto nº 5  >Viagem Bissau - Bubaque > 23 de novembro de 2024 > Ponte-cais  (1)




Foto nº 6 >Viagem Bubaque- Bissau  > 24 de novembro de 2024 > Ponte-cais  (2)


Foto nº 7  > Bubaque > 24 de novembro de 2024 > Casa do administrador, em segundo plano,  e  em primeiro "o meu táxi na ilha"
 


Foto nº 8 > Bubaque > 24 de novembro de 2024 : Pista de aviões, que é utilizada quase todos os dias


Foto nº 9  > Bubaque > 23 de novembro de 20024 >  A famosa casa do Luís Cabral


Foto nº 10  > Viagem Bissau - Bubaque > 22 de novembro de 2024 > Ilhéu dos Pássaros, a seguir à ilha do Rei (esta frente a Bissau), no estuário (ou canal) do Geba. Ficava frente a Bandim. Ao fundo, vè-se a ilha do Rei,,,

 

Foto nº 11 > Viagem Bissau - Bubaque > 22 de novembro de 2024 > Ilha de Rubane, a nordeste da ilha de Bubaque 


Fotos (e legendas): © Patrício Ribeiro (2024). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
 


1.  Reportagem fotográfica que o nosso Patrício Ribeiro fez nos passados dias 22, 23 e 24 do corrente, de Bissau a Bubaque e de Bubaque a Orango (a ilha mais atlântica, a sudeste, do arquipélago dos Bijagós). 

Ele é o "nosso embaixador" na Guiné-Bissau, onde vive há quatro décadas.   É um histórico do nosso blogue (está connosco desde 1 de junho de 2006)...Tem 170 referências. É autor da série "Bom dia desde Bissau" (iniciada em 3 de abril de 2017).   

 
Data - 26 nov 2024 6:32

Assunto - Viagem a Bubaque e a Orango, nos Bijagós, dias 22, 23 e 24

Fui num navio que foi oferecido recentemente pelo governo português à Guiné-Bissau.
Neste momento está a transportar pessoas e cargas entre Bissau e Bubaque.

Junto também umas fotos do passeio até à ilha de Orango Grande, e à tabanca de Eticoga,  dentro do Parque Nacional de Orango.

Mantenhas, Patrício.

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Guiné 61/74 - P26196: Agenda cultural (872): Convite, que nos chega através do António Graça de Abreu, para a 1ª Jornada de Tradução Chinês-Português, quinta, dia 28, às 11h00, na Universidade do Minho, Gualtar

 

Convite para a 1ª Jornada de Tradução Chinês-Português, Universidade do Minho, Gualtar, quinta, 28 de novembro de 2024, às 11h00, no Auditório B1.  Destaque para a participação,  neste evento, do nosso grão-tabanqueiro  António Graça de Abreu, conhecido sinólogo e tradutor de grandes clássicos da poesia chinesa.

Recorde-se que, há 34 anos, obteve o Prémio Nacional de Tradução 1990, do PEN Clube Português/Associação Portuguesa de Tradutores, com a tradução dos Poemas de Li Bai.

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Nota do editor:

Último poste da série > 25 de novembro de 2024 > Guiné 61/74 - P26190: Agenda cultural (871): Lançamento do livro "Manecas Santos: Uma Biografia da Luta", de Rosário Luz, dia 6 de Dezembro pelas 18 horas, no Grémio Literário de Lisboa, Rua Ivens, 37 - Baixa-Chiado


Guiné 61/74 - P26195: Manuscrito(s) (Luís Graça) (262): Porto Santo e a África aqui tão perto - Parte VI: Casa Colombo - Museu de Porto e dos Descobrimentos Portugueses



Região Autónoma da Madeira > Porto Santo > Vila Baleira > 4 de outubro de 2024 > Mural de Cristóvão Colombo, pintado a spray no edifício da Câmara Municipal do Porto Santo, da autoria de artista de arte urbana Mr. Dheo, natural do Porto e com obra espalhada por mais de dezena e meia de cidades de todo o mundo.



Região Autónoma da Madeira > Porto Santo > Vila Baleira > 4 de outubro de 2024 > Casa Colombo - Museu de Porto Santo e dos Descobrimentos Portugueses


Região Autónoma da Madeira > Porto Santo > Vila Baleira > 4 de outubro de 2024 > Casa Colombo - Museu de Porto Santo e dos Descobrimentos Portugueses






Madeira > Porto Santo > Vila Baleira > Casa Colombo - Museu da Madeira e dos Descobrimentos Portugueses > 4 de outubro de 2024 > A Odisseia dos Mares > Painel sobre o Tratado de Tordesilhas


Fotos (e legendas): © Luís Graça (2024). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Casa Colombo - Museu de Porto Santo e dos Descobrimentos Portugueses


1. Pois é... já lá vai o tempo em que os dois então poderosos vizinhos ibéricos pegavam no globo terrestre e, qual  "melancia", cortavam-no ao meio.. E toma lá, dá cá... A gente sabe como é que acabou a história: sobrou para nós, "os últimos soldados do império"... 

Foi isso que eu pensei quando em 4 de outubro me pus a ler estes painéis sobre a "Odisseia dos Mares", no Museu de Porto Santo, na Vila Baleira... Aliás, Casa Colombo - Museu de Porto Santo e dos Descobrimentos Portugueses...

Pois é, o Fernando Medina, o anterior presidente da Câmara Municipal de Lisboa,  queria criar na cidade um Museu dos Descobrimentos. É preciso distrair os turistas quando nos vêm "visitar" e deixar cá uns euritos... Que a cidade, em boa verdade, em matéria  de museus e monumentos nacionais e outras "atrações turísticas", não pode competir, nem de longe nem de perto com as rivais (Londres, Paris, Madrid, Roma, Amesterdão, Berlim....). (A culpa, dizem, foi do terramoto de 1755 que tudo levou, mais a beatice e a incultura  da maior parte dos nossos reis e rainhas que nunca foram grandes nem exigentes colecionadores de arte, muito menos profana.)

Caiu-lhe o Carmo e a Trindade em cima, ao pobre do Medina: "seu saudosista, seu imperialista, seu esclavagista, seu negreiro, seu colonialista, seu racista, seu filho daquele e daquela"... Enfim, quem tem ideias que não sejam "politicamente corretas", como esta pouco ortodoxa do "Museu dos Descobrimentos", está sujeito a levar  no "toutiço" dos historiadores, dos curadores de museus, dos dirigentes de associações de afro-descendentes, dos jornalistas, e por aí fora, sem esquecer os novos censores das redes sociais...

Mas os madeirenses (incluindo os porto-santenses) não deixaram cair a ideia em saco roto...e logo em 2023 decidiram, sem complexos,  remodelar e ampliar o museu local de Porto Santo, inaugurada em 1989 e reestruturado em 2004, passando a Casa-Museu Cristóvão Colombo,  a chamar-se Casa Colombo - Museu de Porto Santo e dos Descobrimentos Portugueses.

Afinal, foi aqui (e em Ceuta) que tudo começou...Para o bem e para o mal, para a glória e para a perdição...(Em boa verdade, o que seríamos nós, Luís Vaz de Camões, enquanto povo, se toda a gente tivesse dado ouvidos ao teu  "homem do Restelo" ?!...)

Pensando bem, até  já havia um núcleo museológico, baseado na casa onde, segundo a tradição,  o  descobridor do "Novo Mundo" viveu e casou com uma das filhas do capitão donatário da ilha, o Bartolomeu Perestrelo, filho de mercadores italianos. (Eu sempre o tratei, ao Colombo,  por idiota por  ter chamados "índios" aos desgraçados que foram "descobertos" para começarem logo a ser "dizimados"; e idiota por se ter enganado na leitura das cartas  de navegação e pensado que tinha chegado às "Índias"; se, calhar, mais do que idiota, mas isso é outra história, outra conversa,...).

A Casa Colombo - Museu do Porto Santo e dos Descobrimentos Portugueses apresenta uma nova museografia (nunca conheci a anterior), tendo  sido enriquecida com novos conteúdos e recheios, estes fruto da  doação mecenática de obras de oficinas nacionais e europeias (Alemanha, Espanha, Flandres, França), africanas, asiáticas e sul-americanas.

Do interessante espólio entretanto adquirido destacam-se peças que vão desde o século IV até ao século XVIII (tais como pratos, taças, travessas, terrinas, vasos, garrafa, bilha, azulejos, elmo, imagens devocionais em escultura e pintura, mobiliário, gravuras, mapas e moedas),  enfim, obras executadas nos mais diversos materiais com o porcelanas, faianças, cobres, marfins, madeiras exóticas, tartaruga, madrepérola, ferro, etc.. 

Em suma, é um pequeno grande espaço de cultura, de memória e de aprendizagem, que vale uma visita,e que aconselho  a quem, dos nossos amigos e camaradas, for passar uns dias à "Ilha Dourada". Os antigos combatentes têm acesso gratuito à Casa Colombo... 


PS - Contrariamente ao que aprendemos, nos anos 50, na escolinha primária do livro único, a ilha de Porto Santo não foi "descoberta" em 1420 pelos portugueses João Gonçalves Zarco, Tristão Vaz Teixeira e Bartolomeu Perestrelo, mas sim "reconhecida" por eles... Já vinha assinalada pela cartografia castelhana por volta de 1385. E em 1417 navegadores castelhanos tinham passado pela ilha (desabitada).... 

Vinte e seis anos depois, em 1446, os portugueses chegavam à Costa da Guiné... Podemos dizer, isso, sim, sem euforia (muito menos com arrogância) mas com orgulho, que foram os nossos antepassados quem abriu a grande autoestrada marítima que deu "novos mundos ao Mundo", unindo terras, ilhas,  mares, continentes, povos e civilizações... E tudo começou há mais de 600 anos... Porto Santo é, pois, uma referência emblemática, incontornável...

Como todas as odisseias humanas, reais ou míticas ou mitificadas (como a de Ulisses), a nossa "odisseia dos mares", os nossos "Descobrimentos", também tiveram efeitos perversos, é bom não esquecê-lo... Mas assumamos tudo isso, de maneira crítica, frontal  e...descomplexada!

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Guiné 61/74 - P26194: Parabéns a você (2332): Jorge Teixeira, ex-Fur Mil Art da CART 2412 (Bigene, Guidaje e Barro, 1968/70) e Manuel Lima Santos, ex-Fur Mil Inf da CCAÇ 3476 (Canjambari e Dugal, 1971/73)


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Nota do editor

Último post da série de 24 de novembro de 2024 > Guiné 61/74 - P26186: Parabéns a você (2331): Abel Moreira dos Santos, ex-Soldado At Art da CART 1742 (Nova Lamego e Buruntuma, 1967/69) e António (Tony) Levezinho, ex-Fur Mil Inf da CCAÇ 2590/CCAÇ 12 (Bambadinca, 1969/71)

segunda-feira, 25 de novembro de 2024

Guiné 61/74 - P26193: O nosso blogue como fonte de informação e conhecimento (108): Quais de nós, antigos combatentes, podem ajudar, como informantes privilegiados, um grupo de alunos do 43º Curso de Formação de Sargentos da GNR, UPM / IUM, que está a desenvolver um trabalho de pesquisa sobre o tema “Terrorismo no Portugal Ultramarino” ?

1. Mensagem que recebemos, com pedido de ajuda, de um grupo de alunos do 43º Curso de Formação de Sargentos da Guarda Nacional República – 4º Unidade Politécnica Militar (UPM) / Instituto Universitário Militar (IUM),




Grd Santos Almeida <almeida.ds@upm.ium.pt>
Data - terça, 12/11/20234 , 11:08
Assunto - Trabalho de pesquisa


Exmos. Srs.

No âmbito de um trabalho de pesquisa sobre o tema “Terrorismo no Portugal Ultramarino”, referente à disciplina de “Abordagem conceptual do Terrorismo” do 43º Curso de Formação de Sargentos da Guarda Nacional República – 4º Unidade Politécnica Militar, é nossa intenção conseguir obter informações credíveis e com base na experiência do terreno de quem vivenciou e combateu nessa época.

De tal modo após uma pesquisa literária surgiu o seu blog. Por esse motivo seria de todo o modo essencial para o sucesso do trabalho de pesquisa, que estes discentes conseguissem entrevistar e realizar um inquérito a militares com experiência na área do terrorismo na época do Ultramar.

Pedimos a V. Exas que nos possam indicar militares com a experiência referida superiormente.

Estamos disponíveis, para esclarecer qualquer dúvida.

Atenciosamente
Os Discentes
Furriel nº2180394 Daniel Almeida
Furriel nº 2180393 Bruno Silva
Furriel n º 2180451 Tiago Morais
Furriel nº 2100170 Luís Gomes
Furriel nº2090181 Pedro Fernandes

2. Comentário do editor LG:

Camaradas, teremos, com certeza,  todo o gosto em poder ajudar estes futuros graduados da GNR.  Quem quiser e  puder, e se achar com experiència e competência para ajudar com informação e conhecimento relevantes sobre esta matéria,  responda por favor através deste endereço;

Grd Santos Almeida <almeida.ds@upm.ium.pt>

Temos uma lista enorme de gente, que de 1961 a 1974, esteve envolvida na guerra do ultramar / guerra de África / guerra colonial, na altura conceptualizada, pelo Exército, como "guerra subversiva" e "contrassubversiva"... Mas a nossa experiência é fundamentalmente centrada no TO da Guiné e em unidades combatentes.   A  experiência e o saber dos nossos especialistas em operações e informações (alferes e furriéis milicianos).podem ser úteis.  

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Nota do editor:

Último poste da série > 22 de novembro de 2024 > Guiné 61/74 - P26179: O Nosso Blogue como fonte de informação e conhecimento (107): alguém conheceu Álvaro de Barros Geraldo, o fotógrafo oficial do gen Spínola, no período da guerra colonial, na Guiné-Bissau ?(Catarina Laranjeiro, investigadora no Instituto de História Contemporânea da NOVA/FCSH)

Guiné 61/74 - P26192: Por onde andam os nossos fotógrafos ? (28): Virgílio Teixeira (ex-alf mil SAM, CCS/BCAÇ 1933, Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) - Parte II: São Domingos

 

Foto n º 1 > Guiné > Região de Cacheu > São Domingos > CCS/ BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) >  Finais de 1968 ou princípios de 1969 > Sede da circunscrição e  centro da povoação (I)



Foto n º 1A > Guiné > Região de Cacheu > São Domingos > CCS/ BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) >  Finais de 1968 ou princípios de 1969 > Sede da circunscrição  (à direita) e  centro da povoação (II) 



Foto n º 2 > Guiné > Região de Cacheu > São Domingos > CCS/ BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) >  c. 1968/69  > Outra vista do  centro da povoação


Foto n º 3 > Guiné > Região de Cacheu > São Domingos > CCS/ BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) >  c. 1968/199 >  "Do centro ao rio... Foto titada do edifício da Administração   com a haste e a bandeira nacional, virada para a Avenida Principal, e única, com o fundo sempre do rio omnipresente".



Foto nº 4 > Guiné > Região de Cacheu > São Domingos > CCS/ BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) > c. 1968/69 > "Moranças e rua...  Rua paralela à Avenida e virada para o rio, em terra batida, com casas e palhotas, umas de zinco e outras de colmo de palmeira"




Foto nº 4A > Guiné > Região de Cacheu > São Domingos > CCS/ BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) >  c. 1968/69> "Moranças e rua" (detalhe)



Foto nº 5 > Guiné > Região de Cacheu > São Domingos > CCS/ BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) >1º semestre de 1969 > "Chegada ao aquartelamento de um Gr Comb  da CART 1744, após uma operação de rotina ou de reconhecimento".


Fot0 nº 6 > Guiné > Região de Cacheu > São Domingos > CCS/ BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) > c. 1968/69 > Pòr do sol


Fot0 nº 7 > Guiné > Região de Cacheu > São Domingos > CCS/ BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) > 3º trimestre de 1968 > O cais



Fot0 nº 8 > Guiné > Região de Cacheu > São Domingos > CCS/ BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) > 1968 > "Embarque em LDM para Ingoré"



Foto nº 9 > Guiné > Região de Cacheu > São Domingos > 22 de fevereiro de 1969 > "Pista de aviação"... e partida do autor para Bissau, em avioneta da TAGP

Fotos (e legendas): © Virgílio Teixeira (2018). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
 


1. Estamos a publicar alguumas das melhores  fotos (do ponto de vista técnico, estético e documental), do álbum do nosso grão-tabanqueiro Virgílio Teixeira, ex-alf mil SAM, CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69)...

Esteve cerca de 3 anos e meio "off line", por razões sobretudo de saúde  Volta agora, e manda-nos também novas fotos dos sítios por onde andou com os seus camaradas da CCS/BCAÇ 1933, nomeadamente as regiões do Gabu (Nova Lamego) e do Cacheu  (S. Domingos, Cacheu, Varela, Susana, Ingoré),  para além de Bissau.

Na série "Álbum fotográfico de Virgílio Teixeira, ex-alf mil, SAM, CCS / BCAÇ 1933 (São Domingos e Nova Lamego, 1967/69)", já publicámos 74 postes (já mais ou menos temáticos), desde 17/12/2017 até 27/1/2021. Não há ninguém que lhe bata o recorde... 

Hoje selecionámos mais umas tantas,  de São Domingos, sede de circunscrição e de batalhão. A numeração é nossa, e não do fotrógrafo.  Procuramos respeitar, tanto quanto possível, a sua legendagem. As suas legendas vèm com aspas. Às vezes, acrescentamos algo mais da nossa lavra. Todas as fotos são reeditadas por nós.

2. Em 13 de julho de 1968, o dispositivo no Sector 01 (S. Domingos) era o seguinte (c. de 1 mil homens em armas):

BCAÇ 1933 > 

  • Comando do setor O1 e CCS /BCAÇ 1933> S. Domingos
  • CCAÇ 3 (-) > Barro (2 Pelotões estavam no sector do BCAÇ  1932)
  • CCAÇ 1684 (-) > Susana ( e 1 Pelotão em Varela)
  • CCAÇ 1891 (-) >  Ingoré  (e 1 Pelotão em Sedengal)
  • CART 1774 > S. Domingos
  • CART 2381 > Ingoré
  • Pel Rec Daimler 2043 > Ingoré
  • CML 24 > Pel Mil  173 e 173 (S- Domingos),174 (Sedengal), 175 e 176 (Ingoré)
O Virgílio Teixeira esteve em S. Domingos até 22/2/1969, dia em que apanhou a avioneta da TAGP e voou para Bissau, embarcando no avião da TAP no regresso a casa.


(Seleção, revisão / fixação de texto, reedição das fotos:  LG)

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Nota do editor:

21 de novembro de 2024 > Guiné 61/74 - P26176: Por onde andam os nossos fotógrafos ? (27): Virgílio Teixeira (ex-alf mil SAM, CCS/BCAÇ 1933, Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) - Parte I: Beldades felupes de São Domingos

Guiné 61/74 - P26191: Notas de leitura (1749): A Guiné Que Conhecemos: as histórias sobre unidades do BCAV 2867 (1) (Mário Beja Santos)


1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá, Finete e Bambadinca, 1968/70), com data de 14 de Agosto de 2023:

Queridos amigos,
As Histórias dos "Boinas Negras" terão criado nas outras unidades do BCAV 2867 uma grande vontade de intervir, e de novo Jorge Martins Barbosa foi nomeado comandante-chefe de operação, arregimentou um bom punhado de autores, voltou a fazer uma súmula da história da Guiné e da presença portuguesa, não esqueceu a viagem no paquete Uíge, retomou a informação sobre a quadrícula do setor 1, no Quínara, entramos na matéria com os "Falcões" da CCS, esclarece-se a questão Buscardini e estamos já em 6 de maio de 1968, está a nascer o quartel de Nova Sintra, os "Cavaleiros" não têm mãos a medir, e minas antipessoal irão constituir um dos infernos das colunas. O leitor que se prepare, temos muito caminho para percorrer.

Um abraço do
Mário



A Guiné Que Conhecemos: as histórias sobre unidades do BCAV 2867 (1)

Mário Beja Santos

O livro Histórias dos “Boinas Negras”, referente à comissão da CCAV 2482 foi o rastilho de pólvora para que as restantes unidades do BCAV 2867 se pusessem em movimento. Conforme refere o coordenador, Jorge Martins Barbosa, antigos combatentes dos “Falcões” da CCS, dos “Cavaleiros de Nova Sintra” da CCAV 2483 e dos “Dragões de Jabadá”, da CCAV 2484 aderiram com os seus testemunhos, assim surgiu este extenso documento que é um misto de história e de literatura memorial. 

O coordenador começa por enunciar os diferentes colaboradores que se prestaram a depor com textos e imagens, e dá conta das fontes consultadas. Abre um excelente precedente, põe em paralelo um conjunto de relatórios de operações a que junta documentação do PAIGC constante nos Arquivos Casa Comum (biblioteca digital da Fundação Mário Soares).

Uma vez mais, o coordenador expende um relato histórico sobre os Descobrimentos, para se focar naquele ponto da África Ocidental onde se terá chegado ainda na primeira metade do séc. XV, descreve etnias, vicissitudes da presença portuguesa, mostra-nos o chão de cada uma das principais etnias e recorda que no início do séc. XX havia no norte da Guiné portuguesa uma importante comunidade de cabo-verdianos, na sua maioria descendentes dos que, em meados dos séc. XIX, se tinha fixado na zona de Farim, e que subsistiram com a produção de cana do açúcar e aguardente (tinham fugido da grande seca do arquipélago). Mais tarde, nos anos 1940, uma nova e intensa seca em Cabo Verde obrigou a mais uma emigração para a Guiné. Isto para notar, já em termos ideológicos, que o PAIGC contava com estas levas de cabo-verdianos para desencadear a guerra de libertação.

Retoma o posicionamento do BCAV 2867 na região do Quínara, era o setor 1, atuante nas zonas de Tite, Jabadá, Nova Sintra e Fulacunda. Havia outros povoados do Quínara, como Buba ou Empada que estavam fora do setor. O comando ficou sediado em Tite, bem como a CCS (“Falcões”). A distribuição das companhias operacionais: a CCAV 2482 (“Boinas Negras”) ficou em Tite; a CCAV 2483 (“Cavaleiros de Nova Sintra”) ficou sediada em Nova Sintra; e a CCAV 2484 (“Dragões de Jabadá”) em Jabadá. 

Observa o coordenador que durante o ano de 1969 o BCAV 2867 pôde contar com a colaboração da CCAÇ 2314, “Os Brutos”. Em agosto de 1968, foram colocados em Fulacunda, onde estiveram até serem substituídos pela nossa CCAV 2482. Duas outras unidades colaboraram em Tite, a CCAV 2443 e a CCAV 2765, houve operações conjuntas que o autor mostra claramente nos gráficos sobre as unidades militares de cavalaria que combateram nesta região.

Começando pelos “Falcões”, chamo a atenção para o seu diversificado papel que abarca a manutenção e conservação das partes comuns, a receção e a conferência de armamento, transportes, aprovisionamentos, secretariado, transmissões, manutenção auto, médicos e enfermeiros e capelania. Seguem-se depoimentos. O furriel miliciano Pinto Guimarães dá o seu testemunho, não esqueceu fases de sofrimentos como as minas antipessoal e minas anticarro, lembrou que fazia parte do contingente o furriel António Buscardini que, anos depois, e já na metrópole, julgou ser o chefe da polícia política do PAIGC e que fora assassinado no golpe de Estado de 14 de novembro de 1980 (ver-se-á que não foi este, mas sim um irmão). 

O furriel Sousa Cortez dá nota de que a CCS tinha a seu cargo o cais do Enxudé, recorda que houve uma flagelação a este aquartelamento. 

“A estrada Tite-Enxudé todos os dias era picada e instalados grupos de três homens. Ao longo do percurso, no entanto, por ordem do comandante do batalhão, essa rotina foi substituída por uma patrulha de autometralhadora e um jipe com militares. Um dia, num intervalo entre passagens, o IN colocou uma mina, provocando a explosão da auto e a morte de dois militares.”

Norberto Tavares de Carvalho, autor de um livro intitulado De Campo em Campo – Conversas com o comandante Bobo Keita, 2.ª edição do autor, novembro de 2020, testemunhou sobre António Alcântara Buscardini, nascido em Bolama em 1947. Foi chefe de posto em Bolama, antes de abraçar os ideários do PAIGC, prosseguiu os seus estudos na ex-Checoslováquia. Na noite do assassinato de Amílcar Cabral, teria sido violentamente espancado em Conacri. Depois da independência, dedicou-se à informação, e com sucesso. Foi mais tarde nomeado Secretário de Estado da Segurança e Ordem Pública. Assassinado em 14 de novembro de 1980. E Norberto Tavares de Carvalho observa: 

“A história dos fuzilamentos está muito mal contada. A começar pelas estatísticas alinhavadas e isentas de sustentos documentais… Quem pode acreditar que Nino, chefe absoluto das Forças Armadas, não tivesse conhecimento dos fuzilamentos? Justificar um golpe de Estado com tais argumentos e deixando à solta nas ruas, por exemplo, os comandantes militares como Irénio Nascimento Lopes, Iafai Camará e Quemo Mané, é faltar ao respeito dos guineenses, um autêntico escárnio à justiça e um opróbrio ao próprio partido de Cabral.” 

E esclarece qual dos Buscardinis era do PAIGC: 

“A foto do então furriel Buscardini que me foi enviada é do irmão mais novo de António Alcântara e chama-se José Manuel Buscardini, engenheiro agrónomo, depois da independência foi para a Guiné e trabalhou no Ministério da Agricultura.”

Entram agora em cena os “Cavaleiros de Nova Sintra”. Este quartel não existia antes de 6 de maio de 1968. 

“Nova Sintra era apenas, até então, uma zona de cerrada vegetação, sob o controlo do quartel de Tite. Estava a ocorrer uma restruturação das regiões operacionais, dentro de dias entram em funções Spínola, decidiu-se que Empada iria deixar de pertencer ao setor 1 para integrar o recém-criado COP 4, ficando Nova Sintra a constituir o aquartelamento mais estratégico a sul do setor 1.”

Nesse dia 6 de maio, um conjunto de forças militares, vindas de Tite e do destacamento de S. João, transportadas em dezenas de veículos com armamento e matéria de construção, começara a implantação do quartel, um esgotante trabalho de desmatação, de abertura de valas, de construção de abrigos, de latrinas e de uma pista de aterragem com 500 metros. O IN reagiu uma semana depois, causou a morte de um militar da cozinha do BART 1914. Nova Sintra situava-se no entroncamento de estradas provenientes de Tite, de Fulacunda e S. João, passou a ser uma zona bastante castigada pelo IN que, instalado junto ao tarrafo e nas matas de Brandão, Buduco e Bissássema, minavam todos os percursos e derrubavam frequentemente todos os pontões, visando dificultar o trânsito naquelas vias. 

Foi na estrada S. João-Fulacunda que explodiu em 2 de julho de 1963 a primeira mina anticarro da guerra da Guiné. E foi com minas que lamentavelmente, os “Cavaleiros de Nova Sintra” sofreram 5 mortos, todos no segundo semestre de 1969. O primeiro comandante da CCAV 2483 foi o capitão Joaquim Manuel Correia Bernardo, ferido gravemente por uma mina antipessoal em 11 de julho de 1969l. Iremos seguidamente ouvir o depoimento do furriel Soares da Silva que foi o vagomestre desta CCAV 2483.
Um detalhe da região do Quínara
Fonte de Tite, imagem do blogue Rumo a Fulacunda, com a devida vénia
Comandos portugueses em ação na Guiné, imagem retirada do jornal Correio da Manhã, com a devida vénia
Imagem de Nova Sintra, coleção do coronel Pais Trabulo, com a devida vénia
Aquartelamento de Nova Sintra, imagem retirada do blogue Lugar do Real, com a devida vénia

(continua)
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Nota do editor

Último post da série de 23 de novembro de 2024 > Guiné 61/74 - P26184: Notas de leitura (1748): "A pesca à baleia na ilha de Santa Maria e Açores", do nosso camarada e amigo Arsénio Puim: "rendido e comovido" (Luís Graça) - Parte II

Guiné 61/74 - P26190: Agenda cultural (871): Lançamento do livro "Manecas Santos: Uma Biografia da Luta", de Rosário Luz, dia 6 de Dezembro pelas 18 horas, no Grémio Literário de Lisboa, Rua Ivens, 37 - Baixa-Chiado

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Nota do editor

Último poste da série de 14 de novembro de 2024 > Guiné 61/74 - P26154: Agenda cultural (870): Museu Nacional de Etnologia, 30 out 2024 / 2 nov 2025 > Exposição: “Desconstruir o Colonialismo, Descolonizar o Imaginário. O Colonialismo Português em África: Mitos e Realidades

Guiné 61/74 - P26189: Fotos à procura de... uma legenda (188): é mesmo a última das 4 fotos aéreas de que falta identificar a localização, diz o fotógrafo, Morais Silva, cap art, cmdt da CCAÇ 2796, Gadamael, em finais de 1971

 

Foto nº 20


Foto nº 20A


Foto nº 20B


Foto nº 20C

Guiné > Região de Tombali > s/l > 1971 > Vista aérea de um reordenamento, talvez entre Catió e Cufar.



Foto s/n (1)


Foto s/n (2)


Guiné > Região de Tombali > Gadamael > 1971 > Vista aérea do reordenamento de Gadamel e da pista de aviação (em 1), e com maior detalhe (em 2).

Fotos (e legendas): © Morais da Silva (2024). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]




Guiné > Região de Tombali > Carta de Bedanda (1956) (Escala 1/50 mil) > Posição relativa de Bedanda, rio Cumbijã e, a sudoeste, Cufar, Mato Farroba, Ilhéu de Infandre e Príame (Catió).


Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2024)



Cor art ref Morais da Silva: (i) cadete-aluno nº 45/63 do Corpo de Alunos da Academia Militar (e depois, mais tarde, professor de investigação operacional na AM, durante cerca de 2 décadas); (ii) no CTIG, foi comandante da CCAÇ 2796, em Gadamael, entre jan 1971 e fev 1972; instrutor da 1ª CCmds Africanos, em Fá Mandinga;  adjunto do COP 6, em Mansabá;  (iii) fez parte do Grupo L34, na Op Viragem Histórica, no 25 de Abril de 1974; (iv) é membro da nossa Tabanca Grande, com cerca de 150 referências no blogue.



1. A foto nº 20 é mesmo a última das 4 fotos aéreas de que falta identificar a localização.  jlJá vimos que:

(i)  a nº 30 diz respeito a Cacine; 
(ii) as nºs 23 e 25 são de Catió; 
(iii) e a nº 29 é referente a Cabedu (*)...

O fotógrafo diz que a foto nº 20 pode ter sido tirada a um reordenamento dos arredores de Catió. As fotos nºs 23 e 25 não mostram a pista de aviação de Catió (que ficava a noroeste da vila e quartel de Catió).

Recorde-se que o cor art ref Morais Silva andava a "rearrumar" fotos do seu álbum da Guiné. Mas tinha umas tantas, sem legendas... E pediu-nos "ajuda"...

São vistas aéreas, tiradas de avioneta quando um dia, em finais de 1971, foi fazer uma visita de cortesia, camaradagem e amizade ao Augusto José Monteiro Valente (1944-2012), cmdt da CCAÇ 2792 (Catió e Cabedu, 1970/72) (precocemente falecido, com o posto de maj gen ref).

Na altura, ele comandava, desde janeiro de 1971, a CCAÇ 2796, os "Gaviões", em Gafamael. Deixou ao cuidado dos seus homens o aquartelamento de Gadamael. A caminho de Catió tirou umas tantas fotos ("slides"), incluindo umas quatro ou cinco do quartel e reordenamento de Gadamael.

Reconstituindo o seu percurso de avioneta (DO 27 da FAP ou Cessna dos TAGP), já vimos que:

  • ele seguiu para sul, ao longo do rio Cacine;
  • sobrevoou Cacine (foto nº 30);
  • atravessou a península de Cubucaré (que é delimitada pelos rios Cacine e Cumbijã);
  •  tirou uma foto ao destacamento de Cabedu (nº 29);
  • e chegou finalmente a Catió (fotos nºs 23 e 25).

Recorde-se que, na altura, em finais de 1971, o PAIGC ainda estava fortemente implantado no Cantanhez. A reocupação da península de Cubucaré começa só em finais de 1972 (Op Grande Empresa), não havendo aqui, até então, reordenamentos feitos pela NT.

Onde terá sido, pois, tirada esta última foto (nº 20) ? Catió, Príame, ilhéu de Infandre, Mato Farroba, Cufar, na margem direita do rio Cumbijã ?

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Nota do editor:

(*) Último poste da série > 20 de novembro de 2024 > Guiné 61/74 - P26171: Fotos à procura de... uma legenda (187): O fotógrafo, o então cmdt da CCAÇ 2796, "Gaviões" (Gadamael, 1970/72), Morais Silva (hoje cor art ref) pergunta se seria Cabedu... Vejam se o podem ajudar, que ele quer arrumar os "slides"...

Vd. postes anteriores:

18 de novembro de 2024 > Guiné 61/74 - P26163: Fotos à procura de... uma legenda (186): O "gavião" que perdeu, não a "pena", mas... as legendas das fotos nº 23 e 25 do seu álbum... Ele pergunta se será Catió (...falamos do cor art ref Morais Silva)

17 de novembro de 2024 > Guiné 61/74 - P26161: Fotos à procura de... uma legenda (185): O fotógrafo, o então cmdt da CCAÇ 2796, "Os Gaviões" (Gadamael, 1970/72), Morais Silva (hoje cor art ref) pergunta se seria Cacine... Vejam se o podem ajudar, que ele quer arrumar os "slides"...

16 de novembro de 2024 > Guiné 61/74 - P26159: Fotos à procura de... uma legenda (184): Vistas aéreas de guarnições militares, povoações, tabancas e reordenamentos da Região de Tombali (Morais Silva, cor art ref, ex-cmdt, CCAÇ 2796, Gadamael, 1970/72)

domingo, 24 de novembro de 2024

Guiné 61/74 - P26188: Cem pesos, manga de patacão, pessoal ! (9): uma viagem na TAP, de Bissau a Lisboa, em finais de 1970, custaria hoje c. 1450 euros (Valdemar Queiroz); uma viagem de férias (ida e volta), c. 1900 euros, em fevereiro de 1971 (Carlos Vinhal)



Bilhete de avião de regresso a Lisboa, em 18 de dezembro de 1970


Foto (e legenda): © Valdemar Queiroz (2014). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



1. Terminada a comissão,  o Valdemar Queiroz, que era de rendição individual (como todos os outros graduados e praças esepcialistas da CART 11), foi para Bissau onde gastou os últimos "pesos" (o patacão da guerra) e tomou o avião da TAP de regresso a casa, em 18/12/1970, como se pode comprovar no documento acima reproduzido.  

O bilhete,como era só de ida, custou-lhe a módica quantia de 4740 escudos, incluindo 80$00 (que deve ser o imposto de selo e  a taxa... "aeroportuária"). Lá se ia, quase todo, o "patacão" de um mês...




Recibo (?) nº 453, emitido pela agência de viagens Fernando S. Costa, Bissau, 13 de fevereiro de 1971

Foto (e legenda): © Carlos Vinhal (2015). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


2. Já o nosso coeditor Carlos Vinhal (fur mil art MA, CART 2732, Mansabá,1970/72, SPM 1388) veio de férias, em 15 de fevereiro de 1971, e pagou à agência de viagens Fernando S. Correia a importância de 6430$80 (vd. documento acima). 

Não sabemos se nesse valor estava incluído o preço da ligação aérea Lisboa-Porto (nem a comissão da agência).  De qualquer modo, para ir de férias, um furriel miliciano tinha que desembolsar mais do que o que ganhava num só mês.
 

3. Quanto valeria hoje esse patacão ?

(i) 4340$00 (em 1970) seriam hoje 1455 euros (!) (uma roubalheira ?);

(ii) 6430$80 (em 1971) equivaleriam  hoje a 1944 euros...

Fonte: Pordata > Simuladores > Simulador de Inflação > Quanto vale hoje o dinheiro do passado ?

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Nota do editor:

Último poste da série > 24 de novembro de 2024 > Guiné 61/74 - P26187: Cem pesos, manga de patacão, pessoal! (8): uma viagem, de avioneta, nos TAGP, de São Domingos a Bissau, em 22/2/69, custava 224 escudos (ou "pesos"), o equivalente hoje a 70 euros (Virgílio Teixeira, ex-alf mil SAM, CCS/BCAÇ 1933, Nova Lamego e São Domingos, 1967/69)

Guiné 61/74 - P26187: Cem pesos, manga de patacão, pessoal! (8): uma viagem, de avioneta, nos TAGP, de São Domingos a Bissau, em 22/2/69, custava 224 escudos (ou "pesos"), o equivalente hoje a 70 euros (Virgílio Teixeira, ex-alf mil SAM, CCS/BCAÇ 1933, Nova Lamego e São Domingos, 1967/69)


Guiné > Bissau > TAGP (Transportes Aéreos da Guiné Portuguesa) > Cópia de bilhete de passagem, de S. Domingos para Bissau > 22 de fevereiro de 1969 > Avião: Dornier > Passageiro: Virgílio Teixeira > Valor pago: 224$00. Foto do álbum de Virgílio Teixeira, ex-alf mil, SAM; CCS/BCAÇ 1933 (Nova Lamego e S. Domingos, 1967/69).


Foto (e legenda): © Virgílio Teixeira (2018). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



1. Patacão (em crioulo), massa, graveto, grana, carcanhol, guita, milho, maçaroca, cheta, caroço, arame, arjã, cacau, pastel, vil metal, tusto, cobres, prata, lecas, nota preta, pilim, massa, papel, aquilo-com-que-compram-os-melões... enfim, dinheiro! (como é prolixa, polissémica, rica, ao menos, a nossa língua).
 
Ora cá está um tema sobre o qual toda a gente, leia-se os antigos combatentes, pode aqui falar. E temos  de resto falado, embora de maneira avulsa... E muito irregularmente. O que valia o dinheiro  no nosso tempo, o que recebíamos, o que gastávamos, e em quê...

Reorganizámos os postes sobre o patacão, uniformizando os títulos, de acordo com a série, que já existia no início do blogue, "Cem pesos, manga de patacão pessoal"... 

São já uns tantos postes, os publicados, que merecem ser relidos, revisitados, citados comentados, acrescentados (*).

Por este precioso documemto, acima reproduzido,  que o Virgílio Teixeira guardou (foto de bilhete de viagem nos TAGP, de  São Domingos para Bissau, em linha reta é uma distância muitoenor do que os cerca de 125 km por estrada), ficamos a saber  que uma voltinha de Dornier (para apanhar o avião da TAP em Bissalanca, para a Metrópole) custava 224 escudos. 

A preços de hoje,  224 escudos (do BNU) seriam 78 euros... Como se tratava de "pesos" da Guiné, teríamos que aplicar a taxa de desvalorização de 10% (praticada no comércio de Bissau de então, 100 pesos valiam 90 escudos da metrópole). 

Portanto, grosso modo, eram 70 euros o bilhete de avioneta... 

224 escudos ou " pesos" era caro...Eram 10 dias do "per diem" de um militar (24,5 escudos por dia  para a alimentação).

O que se comprava mais com 224 escudos da Guiné em 1969 ?  Duas garrafas de uísque velho...Dez almoços em Bafatá (bife com batas fritas e ovo a c cavalo).

Era, enfim, o equivalente, mais ou menos, a   quanto se podia perder ou ganhar numa noite de lerpa (200 / 300 escudos em média, disse aqui o Humberto Reis, há 18 anos atrás). Ou a 90 maços de cigarros SG Filtro! (**).

Em suma, cem pesos já eram manga de patacão, pessoal !...

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Notas do editor:

(*) Último poste da série > 1 de outubro de 2011 > Guiné 63/74 - P8845: Cem pesos, manga de patacão, pessoal! (7): Os produtos e as marcas que não havia em Lisboa... ou eram "proibitivos" - Parte VI (Magalhães Ribeiro/José Colaço)

(**) Vde. poste3 de 28 de julho de 2005 > Guiné 63/74 - P129: Cem pesos, manga de patacão, pessoal ! (1): quanto se gastava e em quê... (Luís Graça / Humberto Reis / A. Marques Lopes / Luís Carvalhido / Sousa de Castro)

Guiné 61/74 - P26186: Parabéns a você (2331): Abel Moreira dos Santos, ex-Soldado At Art da CART 1742 (Nova Lamego e Buruntuma, 1967/69) e António (Tony) Levezinho, ex-Fur Mil Inf da CCAÇ 2590/CCAÇ 12 (Bambadinca, 1969/71)


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Nota do editor

Último post da série de 23 de novembro de 2024 > Guiné 61/74 - P26182: Parabéns a você (2330): José Saúde, ex-Fur Mil Operações Especiais da CCS / BART 6523/73 (Nova Lamego, 1973/74)