Roteiro do Ultramar, 1958 > "Sagres - Lugar sagrado da Pátria donde o Infante concebeu a gesta dos Descobrimentos"
Roteiro do Ultramar, 1958 > "Mapa da Guiné Portuguesa"... Na época havia apenas três concelhos (Bissau, Bafatá e Bolama) e oito circunscrições (Cacheu S. Domingos, Farim, Mansoa, Gabú, Fulacunda, Bijagós, Catió)...
Roteiro do Ultramar, 1958 > "Moderna esplanada da pousada da Praia de Varela, sobre o Atlântico"
Roteiro do Ultramar, 1958 > Guiné, pp. 3-5
1. Excertos do livro
Roteiro do Ultramar, que nos foi enviado pelo nosso camarada Santos Oliveira, em 16 de Fevereiro de 2008. Por pesquisa através da
Porbase - Base Nacional de Dados Bibliográficos, fica-se a a saber que esta publicação é da autoria de Manuel Henriques Gonçalves (Lisboa, s.n., 1958, 131 pp. + ilustrações).
Deste autor há, na Biblioteca Nacional Portuguesa, outros títulos sobre o Ultramar, incluindo
Jornadas na Guiné : impressões da viagem presidencial à Guiné / Manuel Henriques Gonçalves. Lisboa : [s.n.], 1955.
Publica-se agora a primeira parte desses excertos, na parte relativa à Guiné. Este tipo de informação sobre as colónias portugueses de África (rebaptizadas como províncias ultramarinas em 1951) tem de ser enquadrada no contexto da época (já fortemente marcado pela movimento de descolonização), e no esforço "nacionalista" do Estado Novo para, tardiamente, "levar a civilização e o progresso" à Guiné, depois de terminada, em 1936 (!), a última "campanha de pacificação"...
A capital tinha sido transferida de Bolama para Bissau em 1943. Em 1956, Bissau tem já cinco hotéis: além do Grande Hotel, o Avenida, o Internacional, o Miramar e o Portugal...
Há três concelhos: Bissau, Bolama e... Bafatá. E oito circunscrições: Cacheu, S. Domingos, Farim, Mansoa, Gabú, Catió, Fulacunda e Bijagós... Há governadores da província empreendedores como Sarmento Rodrigues. Bissau passa a ter infra-estuturas aero-portuárias. Há ligações: (i) marítimas, entre Bissau e Lisboa (aseguaradas por bracos mistos da Sociedade Geral); (ii) terrestres (com a África Ocidental Francesa, até Dakar, através de Zinguichor); e (iii) aéreas (bi-semanais, de Bissalana com Dakar, e daqui diariamente com o resto do mundo; e internas, com todas todos os concelhos e circunscrições).
O autor aponta três razões para justificar o relativo desconhecimento e abandono da Guiné: (i) clima quente; (ii) doenças tropicais; e (iii) ostracismo... A população branca é escassa, mas aumenta nas décadas de 1930 e 1940, passando de menos de mil (em finais de 1920) para cerca de 2300 (em 1950). Os guineenses, por sua vez, são meio milhão, em 1950.
Enfim, um documento datado, mas nem por isso menos interessante pata o conhecimento da Guiné desta época, anterior à guerra colonial, bem como da mentalidade dos tugas que lá viviam ou por lá passavam, como seria o caso do autor do
Roteiro do Ultramar. Os nossos agradecimentos ao nosso camarada Santos Oliveira (ex-Srg Mil Armas Pes / Op Esp, Pelotão Independente de Morteiros 912, 1964/66). Oportunamentem publicar-se-á a II e última parte. (LG)
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Nota de L.G.:
Vd. último poste desta série > 22 de Novembro de 2009 >
Guiné 63/74 - P5317: Historiografia da presença portuguesa em África (32): O que José Henriques de Mello viu no Cuor e em Bissau (Beja Santos)