Título > Desertor ou Patriota
Autor > David Costa
Editora > Ausência
Local > Vila Nova de Gaia
Ano> 2004
Nº pp > 160
Preço > 12 €
A extraordinária aventura de um soldado raso
David Costa nasceu na freguesia de Fânzeres, concelho de Gondomar, a 12 de Dezembro de 1945. Incorporado em Julho de 1966, casado à pressa para ver se se livrava da mobilização, nem com um filho recém-nascido e outro a caminho escapou. Como ele diz a certa altura, só os cegos e os paralíticos podiam ter alguma esperança.
Tudo começou em Fevereiro de 1967. No cais da Rocha Conde de Óbidos ouviu a prelecção habitual:
- Soldados de Portugal! É grande a vossa honra, pois a Pátria chama-vos a defender aquelas terras tão orgulhosamente portuguesas.
Embarcou no Uíge num daqueles dias frios para cinco dias depois respirar o ar quente de Bissau. Nem deu tempo para dar uma volta pela cidade. Encaixotados nas viaturas, lá rumaram, ele e os camaradas, a caminho de Mansoa.
Um tipo cheio de sorte. Ainda em Lisboa deram-lhe a notícia:
- O teu serviço vai ser trabalhar na secretaria, incorporado na CART 1660.
Em Mansoa encontrou-se com os velhinhos do BCAÇ 1912, que não deixaram passar a oportunidade de praxar a periquitada:
- A vossa chegada não tarda vai ser condignamente festejada...Não vai faltar molho! - E, de facto, assim aconteceu.
Numa daquelas noites, a gozar o cinema ao ar livre, aí vai aço, tugas de um raio! “Corríamos inseguros à procura de qualquer coisa que nos abrigasse”, remata o infeliz amanuense condutor que, afinal, estava a ver que também sobrava alguma coisa para ele.
David Costa nasceu na freguesia de Fânzeres, concelho de Gondomar, a 12 de Dezembro de 1945. Incorporado em Julho de 1966, casado à pressa para ver se se livrava da mobilização, nem com um filho recém-nascido e outro a caminho escapou. Como ele diz a certa altura, só os cegos e os paralíticos podiam ter alguma esperança.
Tudo começou em Fevereiro de 1967. No cais da Rocha Conde de Óbidos ouviu a prelecção habitual:
- Soldados de Portugal! É grande a vossa honra, pois a Pátria chama-vos a defender aquelas terras tão orgulhosamente portuguesas.
Embarcou no Uíge num daqueles dias frios para cinco dias depois respirar o ar quente de Bissau. Nem deu tempo para dar uma volta pela cidade. Encaixotados nas viaturas, lá rumaram, ele e os camaradas, a caminho de Mansoa.
Um tipo cheio de sorte. Ainda em Lisboa deram-lhe a notícia:
- O teu serviço vai ser trabalhar na secretaria, incorporado na CART 1660.
Em Mansoa encontrou-se com os velhinhos do BCAÇ 1912, que não deixaram passar a oportunidade de praxar a periquitada:
- A vossa chegada não tarda vai ser condignamente festejada...Não vai faltar molho! - E, de facto, assim aconteceu.
Numa daquelas noites, a gozar o cinema ao ar livre, aí vai aço, tugas de um raio! “Corríamos inseguros à procura de qualquer coisa que nos abrigasse”, remata o infeliz amanuense condutor que, afinal, estava a ver que também sobrava alguma coisa para ele.
Uma brincadeira de mau gosto, que lhe saiu cara
Mas nessa noite como em outras que se seguiram estava longe de adivinhar o que, dezenas de anos depois, chamou “a extraordinária aventura que eu vivi”.
Foi no fatídico dia 17 de Maio de 1967 que começou a odisseia do David. Brincalhão, cheio de arte e manha, era o encarregado do transporte do correio, o que o levava a Bissau sempre que havia avião.
“Tudo não passou de uma simples brincadeira com uma carta mal fechada, da qual caíra uma foto de uma linda rapariga. Com essa fotografia, destinada ao Floriano, resolvi fazer umas graças, exibindo-a como troféu de grande conquistador que eu era. Brincadeira de mau gosto, certamente, imperdoável também, com certeza, mas que me saiu tão cara!...”
Condenado pelos camaradas que lhe viraram as costas, resolveu ir dar uma volta pela povoação.
Foi andando, diz ele, a matutar, acabrunhado, andando até dar por ela que era noite e já estava fora de Mansoa e sem sequer vislumbrar qualquer referência. Em pânico, desorientado, meteu-se pelo mato, andou para trás e para a frente e para os lados possivelmente, até que pela madrugada viu um holofote a girar. Era um destacamento das NT que ele não fazia ideia qual fosse.
Entra, não entra, arrisca a entrar por baixo do arame farpado, a desaparecer pelo chão, quando lhe vem à cabeça a ideia de poder ser visto à distância por alguma sentinela que, certamente, não o identificaria e, o mais certo, pensou para ele, fura-me todo.
Escapa-se do aquartelamento (ao longo de toda a história vê-se que conjuga o verbo escapar de trás para a frente) e decidiu internar-se no mato ao encontro, não sabia ainda, de uma pequena coluna da guerrilha.
Estava ele a dizer “Tem calma David!”, quando uns vultos estacam à frente dele. Curvados, observam-lhe a cara, murmuram entre eles, até que um se chega à frente de um David a tremer por todos os lados.
- Que andas aqui a fazer fora do quartel?
- Fugi, ontem à noite - saiu-lhe pela boca, sem pensar, diz ele.
Mas nessa noite como em outras que se seguiram estava longe de adivinhar o que, dezenas de anos depois, chamou “a extraordinária aventura que eu vivi”.
Foi no fatídico dia 17 de Maio de 1967 que começou a odisseia do David. Brincalhão, cheio de arte e manha, era o encarregado do transporte do correio, o que o levava a Bissau sempre que havia avião.
“Tudo não passou de uma simples brincadeira com uma carta mal fechada, da qual caíra uma foto de uma linda rapariga. Com essa fotografia, destinada ao Floriano, resolvi fazer umas graças, exibindo-a como troféu de grande conquistador que eu era. Brincadeira de mau gosto, certamente, imperdoável também, com certeza, mas que me saiu tão cara!...”
Condenado pelos camaradas que lhe viraram as costas, resolveu ir dar uma volta pela povoação.
Foi andando, diz ele, a matutar, acabrunhado, andando até dar por ela que era noite e já estava fora de Mansoa e sem sequer vislumbrar qualquer referência. Em pânico, desorientado, meteu-se pelo mato, andou para trás e para a frente e para os lados possivelmente, até que pela madrugada viu um holofote a girar. Era um destacamento das NT que ele não fazia ideia qual fosse.
Entra, não entra, arrisca a entrar por baixo do arame farpado, a desaparecer pelo chão, quando lhe vem à cabeça a ideia de poder ser visto à distância por alguma sentinela que, certamente, não o identificaria e, o mais certo, pensou para ele, fura-me todo.
Escapa-se do aquartelamento (ao longo de toda a história vê-se que conjuga o verbo escapar de trás para a frente) e decidiu internar-se no mato ao encontro, não sabia ainda, de uma pequena coluna da guerrilha.
Estava ele a dizer “Tem calma David!”, quando uns vultos estacam à frente dele. Curvados, observam-lhe a cara, murmuram entre eles, até que um se chega à frente de um David a tremer por todos os lados.
- Que andas aqui a fazer fora do quartel?
- Fugi, ontem à noite - saiu-lhe pela boca, sem pensar, diz ele.
Apanhado pelo PAIGC, levado para o Morés e, depois, para o Senegal
Começa assim a odisseia do soldado raso David Costa. Levado pelo Comandante Alexandre Dias Correia e mais seis elementos bem armados e equipados com fato camuflado, dirige-se à mata de Morés. Sempre bem tratado pela guerrilha e pela população, conhece José Landim, que se apresenta como chefe militar da base de Morés.
Depois foi a viagem por trilhos, bolanhas e ribeiros, em direcção ao Senegal. No trajecto ainda conheceu em Iracunda, bem perto do Olossato, o Aristides Pereira, futuro Presidente da República de Cabo Verde que, contente pela deserção do soldado, o abraçou e tratou com muita simpatia. Foi aí que assistiu a uma sessão política, que o deixou boquiaberto. Acarinhado por todos, rumou novamente em direcção à linha de fronteira, conduzido pelo Comandante Alexandre Correia e pelos seus homens. Dois ou três dias depois chegaram.
Antes de embarcar numa camioneta que o aguardava, chorou abraçado ao Comandante, que à despedida lhe disse:
-Vai em paz e que Deus te acompanhe. Obrigado por seres dos nossos…
Em Ziguinchor teve honras de ser recebido por Luís Cabral e pelo Mário Pádua, um médico português que desertara do Exército Português em Angola e tratava agora dos feridos e doentes do PAIGC.
Levaram-no a um alfaiate, tirou medidas para um fato, comprou camisas e sapatos, fumou Craven-A e Rothelmans, parecia-lhe tudo surreal, diz ele.
Numa noite, após jantar com Luís Cabral, duas senhoras e o Mário Pádua, este entrou-lhe no quarto e perguntou-lhe a quem queria dar notícias.
Que pergunta! O David não parava de pensar na sua jovem mulher. Então, o Pádua passou-lhe para as mãos uma carta escrita e uma folha de papel de avião em branco com o respectivo envelope.
“Quando me deixou só, comecei a ler aquela folha e fiquei muito desanimado. À medida que a ia lendo, ia perdendo a vontade de continuar. Não entendia nada de política, mas qualquer um perceberia que aquela carta era uma condenação. Eu ia dizer à minha mulher para não se preocupar comigo. Que estava muitíssimo bem e não me faltava nada. Que tivesse confiança, pois mais tarde ou mais cedo iria ter comigo, onde quer que eu estivesse. E pelo meio destas mensagens cheias de esperança dizia-se que quem tinha a culpa de tudo era Salazar…Que Salazar e Tomás eram doidos e o Cardeal Cerejeira também. Mesmo ignorante, logo percebi que jamais voltaria a Portugal sem problemas gravíssimos…”, escreve o David no seu livro.
Fez o que lhe sugeriram, copiou com a sua letra a folha que o Pádua lhe entregara.
Depois o David continua a contar as atribulações que diz ter passado. Deram-lhe uma espécie de dinheiro de bolso e deixavam-no passear sozinho. Dias depois, diz ter escrito uma carta para a mulher contando a sua própria versão e pedindo que fizesse a entrega da carta no QG, no Porto.
A aventura no Senegal continua em Dakar para onde foi levado e conhece na sede do PAIGC um tal José Augusto, natural de Braga, ex-apontador de morteiro de uma unidade militar portuguesa, que desertara em tempos e que vivia no Senegal com a mulher e a avó.
Começa assim a odisseia do soldado raso David Costa. Levado pelo Comandante Alexandre Dias Correia e mais seis elementos bem armados e equipados com fato camuflado, dirige-se à mata de Morés. Sempre bem tratado pela guerrilha e pela população, conhece José Landim, que se apresenta como chefe militar da base de Morés.
Depois foi a viagem por trilhos, bolanhas e ribeiros, em direcção ao Senegal. No trajecto ainda conheceu em Iracunda, bem perto do Olossato, o Aristides Pereira, futuro Presidente da República de Cabo Verde que, contente pela deserção do soldado, o abraçou e tratou com muita simpatia. Foi aí que assistiu a uma sessão política, que o deixou boquiaberto. Acarinhado por todos, rumou novamente em direcção à linha de fronteira, conduzido pelo Comandante Alexandre Correia e pelos seus homens. Dois ou três dias depois chegaram.
Antes de embarcar numa camioneta que o aguardava, chorou abraçado ao Comandante, que à despedida lhe disse:
-Vai em paz e que Deus te acompanhe. Obrigado por seres dos nossos…
Em Ziguinchor teve honras de ser recebido por Luís Cabral e pelo Mário Pádua, um médico português que desertara do Exército Português em Angola e tratava agora dos feridos e doentes do PAIGC.
Levaram-no a um alfaiate, tirou medidas para um fato, comprou camisas e sapatos, fumou Craven-A e Rothelmans, parecia-lhe tudo surreal, diz ele.
Numa noite, após jantar com Luís Cabral, duas senhoras e o Mário Pádua, este entrou-lhe no quarto e perguntou-lhe a quem queria dar notícias.
Que pergunta! O David não parava de pensar na sua jovem mulher. Então, o Pádua passou-lhe para as mãos uma carta escrita e uma folha de papel de avião em branco com o respectivo envelope.
“Quando me deixou só, comecei a ler aquela folha e fiquei muito desanimado. À medida que a ia lendo, ia perdendo a vontade de continuar. Não entendia nada de política, mas qualquer um perceberia que aquela carta era uma condenação. Eu ia dizer à minha mulher para não se preocupar comigo. Que estava muitíssimo bem e não me faltava nada. Que tivesse confiança, pois mais tarde ou mais cedo iria ter comigo, onde quer que eu estivesse. E pelo meio destas mensagens cheias de esperança dizia-se que quem tinha a culpa de tudo era Salazar…Que Salazar e Tomás eram doidos e o Cardeal Cerejeira também. Mesmo ignorante, logo percebi que jamais voltaria a Portugal sem problemas gravíssimos…”, escreve o David no seu livro.
Fez o que lhe sugeriram, copiou com a sua letra a folha que o Pádua lhe entregara.
Depois o David continua a contar as atribulações que diz ter passado. Deram-lhe uma espécie de dinheiro de bolso e deixavam-no passear sozinho. Dias depois, diz ter escrito uma carta para a mulher contando a sua própria versão e pedindo que fizesse a entrega da carta no QG, no Porto.
A aventura no Senegal continua em Dakar para onde foi levado e conhece na sede do PAIGC um tal José Augusto, natural de Braga, ex-apontador de morteiro de uma unidade militar portuguesa, que desertara em tempos e que vivia no Senegal com a mulher e a avó.
Da Gâmbia até Bissau: o início de outro pesadelo, incluo a célebre chapada de Spínola
A odisseia do David no Senegal acaba num Convento em Dakar, levado por um padre que o encontrara desanimado numa igreja. Não falta nesta história uma freira, jovem e bonita… Foi, aliás, através das freiras que obteve um passaporte e foi levado para Bathurst, Gâmbia, de onde depois de ter enviado um telegrama ao Comando Chefe das FA em Bissau, regressou numa avioneta civil à Guiné.
Bom, depois começou outra história. Prisão, interrogatórios, julgamento, condenação por deserção, chapada de Spínola...
Ironia ou não, o David regressou em 20 de Junho de 1971 no mesmo navio que, em Fevereiro de 1967, o transportara para a Guiné...Passou à disponibilidade em 29 de Agosto de 1971.
__________
Nota de vb:
(*) Sobre Dr. Mário Pádua, vd. o filme-documentário As Duas Faces da Guerra, de Diana Andringa e Flora Gomes:
AS DUAS FACES DA GUERRA
DIANA ANDRINGA E FLORA GOMES
DOCLISBOA 2007 - INVESTIGAÇÕES
Luta de libertação para uns, guerra de África para outros: o conflito que, entre 1963 e 1974, opôs o PAIGC às tropas portuguesas é visto, desde logo, de perspectivas diferentes por guineenses e portugueses. Mas não são essas as únicas “duas faces” desta guerra: mais curioso é que, para lá do conflito, houve sempre cumplicidade: “Não fazemos a guerra contra o povo português, mas contra o colonialismo”, disse Amílcar Cabral, e a verdade é que muitos portugueses estavam do lado do PAIGC. Não por acaso, foi na Guiné que cresceu o Movimento dos Capitães que levaria ao 25 de Abril. De novo duas faces: a guerra termina com uma dupla vitória, a independência da Guiné, a democracia para Portugal. É esta “aventura a dois” que é contada pelas vozes dos que a viveram.
EXTRAS
Capítulos
Diana Andringa, Flora Gomes Filmografias
Legendas: Inglês
Chico Bá Paulo de Jesus Filinto de Barros Agnelo Lourenço Fernandes Sulei Balde Carlos Sambú Amílcar Domingues António Iria Revez Teresa Barbosa António Lobato Manecas Santos Osvaldo Lopes da Silva João Marques Dinis Vasco Lourenço Pedro Pires Ansumane Sambú António Marques Lopes Lassana Njai Alfredo Santi Mário Pádua Manuel Boal Maria da Luz (Lilica) Boal Fernando Baginha Amélia Araújo Leonel Martins Pedro Gomes José Mendes Sentieiro Mbana Cabra Manuel Monge Agnelo Dantas Dalme Embunde Féfé Gomes Cofre Assana Silá Alexandre Coutinho e Lima Mamadi Danso e Assana Silá Dauda Cassamá Aladje Salifo Camará Isabel Coutinho e Lima Manuel Batoréo
Argumento e Realização: Diana Andringa e Flora Gomes; Imagem: João Ribeiro; Som: Armanda Carvalh; Montagem: Bruno Cabral; Produtor: Luís Correia; Produção: Lx Filmes.
Portugal, 2007, 105’, P/B e Cor, Betacam Digital, som 2.0, formato 4:3, Português e Crioulo
© Lx Filmes 2007
(P) Midas Filmes 2007
A odisseia do David no Senegal acaba num Convento em Dakar, levado por um padre que o encontrara desanimado numa igreja. Não falta nesta história uma freira, jovem e bonita… Foi, aliás, através das freiras que obteve um passaporte e foi levado para Bathurst, Gâmbia, de onde depois de ter enviado um telegrama ao Comando Chefe das FA em Bissau, regressou numa avioneta civil à Guiné.
Bom, depois começou outra história. Prisão, interrogatórios, julgamento, condenação por deserção, chapada de Spínola...
Ironia ou não, o David regressou em 20 de Junho de 1971 no mesmo navio que, em Fevereiro de 1967, o transportara para a Guiné...Passou à disponibilidade em 29 de Agosto de 1971.
__________
Nota de vb:
(*) Sobre Dr. Mário Pádua, vd. o filme-documentário As Duas Faces da Guerra, de Diana Andringa e Flora Gomes:
AS DUAS FACES DA GUERRA
DIANA ANDRINGA E FLORA GOMES
DOCLISBOA 2007 - INVESTIGAÇÕES
Luta de libertação para uns, guerra de África para outros: o conflito que, entre 1963 e 1974, opôs o PAIGC às tropas portuguesas é visto, desde logo, de perspectivas diferentes por guineenses e portugueses. Mas não são essas as únicas “duas faces” desta guerra: mais curioso é que, para lá do conflito, houve sempre cumplicidade: “Não fazemos a guerra contra o povo português, mas contra o colonialismo”, disse Amílcar Cabral, e a verdade é que muitos portugueses estavam do lado do PAIGC. Não por acaso, foi na Guiné que cresceu o Movimento dos Capitães que levaria ao 25 de Abril. De novo duas faces: a guerra termina com uma dupla vitória, a independência da Guiné, a democracia para Portugal. É esta “aventura a dois” que é contada pelas vozes dos que a viveram.
EXTRAS
Capítulos
Diana Andringa, Flora Gomes Filmografias
Legendas: Inglês
Chico Bá Paulo de Jesus Filinto de Barros Agnelo Lourenço Fernandes Sulei Balde Carlos Sambú Amílcar Domingues António Iria Revez Teresa Barbosa António Lobato Manecas Santos Osvaldo Lopes da Silva João Marques Dinis Vasco Lourenço Pedro Pires Ansumane Sambú António Marques Lopes Lassana Njai Alfredo Santi Mário Pádua Manuel Boal Maria da Luz (Lilica) Boal Fernando Baginha Amélia Araújo Leonel Martins Pedro Gomes José Mendes Sentieiro Mbana Cabra Manuel Monge Agnelo Dantas Dalme Embunde Féfé Gomes Cofre Assana Silá Alexandre Coutinho e Lima Mamadi Danso e Assana Silá Dauda Cassamá Aladje Salifo Camará Isabel Coutinho e Lima Manuel Batoréo
Argumento e Realização: Diana Andringa e Flora Gomes; Imagem: João Ribeiro; Som: Armanda Carvalh; Montagem: Bruno Cabral; Produtor: Luís Correia; Produção: Lx Filmes.
Portugal, 2007, 105’, P/B e Cor, Betacam Digital, som 2.0, formato 4:3, Português e Crioulo
© Lx Filmes 2007
(P) Midas Filmes 2007
21 comentários:
"Quando me deixou só,[o Dr. Mário Pádua,] comecei a ler aquela folha e fiquei muito desanimado. À medida que a ia lendo, ia perdendo a vontade de continuar. Não entendia nada de política, mas qualquer um perceberia que aquela carta era uma condenação. Eu ia dizer à minha mulher para não se preocupar comigo. Que estava muitíssimo bem e não me faltava nada. Que tivesse confiança, pois mais tarde ou mais cedo iria ter comigo, onde quer que eu estivesse. E pelo meio destas mensagens cheias de esperança dizia-se que quem tinha a culpa de tudo era Salazar…Que Salazar e Tomás eram doidos e o Cardeal Cerejeira também. Mesmo ignorante, logo percebi que jamais voltaria a Portugal sem problemas gravíssimos"...
Ainda não li o livro do David Gomes, não conheço a sua génese, nem sequer sei se ele foi ajudado, por alguém, jornalista ou outro, na conceção, redacção e publicação do seu livro... É um livro de maturidade, publicado em 2004, quando o autor está prestes a entrar nos 60... Não é um livro escrito, quando as memórias ainda estavam frescas, por exemplo, a seguir ao seu regresso a Portugal...
Choca-me,em todo o caso, o excerto que transcrevo logo à cabeça deste comentário. O PAIGC tem obviamente todo o interesse em instrumentalizar, politizar, aproveitar, para efeitos de propaganda, a "infeliz" deserção do David Gomes...
Em abono da verdade, o nosso camarada não desertou, foi apanhado pelo PAIGC fora do seu aquartelamento, por estar desorientado e ter feito uma besteira... Não se entregou ao PAIGC, fez o número que lhe convinha quando foi feito prisioneiro... E manteve esse número por uns tempos. Passou a ser considerado, lisongeado, ganhou inclusive a liberdade...
A carta à mulher é que é dura de roer... Será possível que um homem, com a craveira intelectual, humana e profissional, do Dr. Mário Pádua, lhe tenha feito "essa maldade" ? Um guineense ou um caboverdiano do PAIGC podia fazê-lo... Mas um português sabia que o David tão cedo não poderia juntar-se livremente à mulher e aos filhos... O David não era um intelectual, um antifascista, um homem politizado, informado, consciente... Era apenas, na época, um pobre diabo de um soldado raso...
É possíbel que esta história esteja mal contada, ou que a versão dos acontecimentod possa estar um pouco enviesada pela distância temporal...
Eu sei que, do nosso lado, também se obtinham, com relativa facilidade, dos prisioneiros do PAIGC, "confissões e declarações" que nos eram politicamente favoráveis... A PIDE/DGS (e alguns militares) tinha os seus argumentos assaz convincentes...
Aqui, ou melhor, em Ziguinchor, no Senegal, utilizaram a ingenuidade do pobre David... O PAIGC não precisava disso para nada... A ser verdade o que se passou (refiro-me ao conteúdo da carat), é decepcionante... Não sei se há mais versões desta história, a começar pelo testemunho do dr. Mário Pádua, hoje um homem de paz... Talvez que ele nos possa (e queira) esclarecer este ponto, que me incomoda...
L.G.
Li agora o comentário e dava-me vontade de responder. Digo simplesmente que falta uma palavra - no Titulo do Escrito e nos Marcadores - Traidores.Não a aplico ao autor do livro.
O Militar David teve azar...acontece e depois entrou no jogo. O que faria um qualquer?
Nada mais digo a não ser que estamos quase no Natal e eu, crente do Papá Natal, espero ancioso pelas prendas.
Já me alonguei...em tempos, há muitos anos atrás combati com a fúria possível o PAIGC. Foram os meus inimigos e eles fizeram o mesmo para comigo. Mas respeitei-os outrora e aceito-os hoje, normalmente, sem qualquer rancor. Que sejam felizes... Abraços do Torcato
Pois a mim não me espanta nada, meu caro camarigo Luis Graça!
Se de um lado se serviam de coisas terriveis para levar a sua avante, para nos levarem para a guerra, do outro lado os meios eram exactamente iguais e às vezes até piores e não me refiro tanto ao PAIGC.
Vai-se conhecendo a história da URRS e o que vamos conhecendo vai-nos envergonhando enquanto humanidade.
Lemos livros como o de Zita Seabra e ficamos, "ou não ficamos", admirados com os métodos utilizados.
Entre uns e outros, "venha o diabo e escolha"!
Olha, como diz o Torcato, é quase Natal!!!
Abraço camarigo
Caro Torcato, traidor é uma palavra forte... Eu sei, tal como desertor. Temos que a pesar... Não sei se a devemos incluir (e, portanto, consagrar) no nosso léxico, no dicionário dos amigos e camaradas da Guiné...
Não te esqueças que, mal ou bem, decidimos não fazer juízos de valor sobre o nosso comportamento (operacional), como combatentes, como militares. De um lado, tínhamos gente - como tu, como eu - que no mínimo tinha dúvidas sobre a legitimidade daquela guerra... Do outro tínhamos os homens (e as mulheres) que nos combatíam, faziam mal, matavam, feriam ...
Mário Pádua era um combatente da rectaguarda, um português que abandonou as fileiras do exército para servir, como militante, revoluciuonário e médico, o PAIGC. Até 1966 foi o único médico do hospital do PAIGC em Ziguinchor... Recuso-me a chamar-lhe traidor, a ele ou a qualquer outro. Respeito os motivos de consciência que levam um homem a tomar partido...e nomeadamente em condições muito difíceis... Os guineenses que estiveram do nosso lado, terão sido traidores ? Estou do lado deles, contra os acusadores do PAIGC vitorioso... O Cap Salgueiro Maia e tantos outros militares que fizeram o 25 de Abril são traidores ? Estou do lado deles, contra os seus detractores que os acusam de crime lesa-Pátria...
Se seguirmos este caminho, entramos numa espiral (absurda) de acusações e contra-acusações de traição à Pátria... ou ao Partido... ou a Deus... ou a outra entidade qualquer... E a partir vêm as Santas Inquisições, os Tribunais Plenários, os Gulags...
A emoção não é boa conselheira, Torcato. Continuo a pensar que nós, seres humanos, somos capazes do melhor e do pior, do sublime e do abjecto... Mesmo em democracia, nas nossas organizações e instituições (que tendem a ser totalitárias...), utilizamos métodos de persuasão e repressão, mais sofisticados, mas que levam ao mesmo fim: formatar os indivíduos... Vê os filme do Wiseman que e estão agora em retrospectiva no Doc Lisboa 2008,
http://www.doclisboa.org/
Um Alfa Bravo, camarada.
Meu caro Luís Graça
Tenho muita pena mas não concordo contigo.
Pela tua “definição” nunca há traidores.
Sei que traidor é uma palavra forte, mas como se chama então a quem está num exército a combater, (com razão ou não), e passa para o outro lado para ajudar os que andam a combater os seus antigos camaradas de armas?
Julgo que nada tem a ver com os guineenses que combateram connosco, porque essa foi uma “opção” que tomaram legitima, pois à data, a Guiné quer se quisesse quer não era Portugal e eles eram considerados portugueses.
Se algum desertou do PAIGC para o nosso exército é também quer se queira quer não, traidor.
Muitos portugueses desertaram, por razões políticas ou outras, mas não foram engrossar as fileiras dos que nos combatiam.
A não ser que arranjemos outra palavra, não sei outra para utilizar, que não esta.
Abraço camarigo
Joaquim Mexia Alves
Quem devia julgar esta guerra devia ser o povo da Guiné, mas não tiveram direito a um JUIZ GARZON.
Nem eles nem Angolanos nem milhões de outros africanos.
Antº Rosinha
Começo pelo fim:- Não sei o que tem um Senhor Juiz a ver com esta questão. Se falasse de África, ou das antigas Colónias ou Províncias Ultramarinas, continuava a afirmar como o fiz pela manhã. Não sei se você, Antº Rosinha, foi Combatente e onde. Mas tem todo o direito de opinar e eu respeito.Tudo bem.
O Meu Camaramigo, politicamente estamos afastados e ainda bem. Só assim, pensando de forma diversa, em respeito mútuo,convergindo e divergindo encontramos a nossa verdade.Igual por vezes. Caro Joaquim não leio todos os livros- estimo o meu estômago. O nosso Amigo LG, englobo por ousadia todos,é hábil a tentar dar a volta. Meu Caro Luís sabes a minha posição politica, não a quero "meter" aqui.O comentário é mais pela razão. Se há emoção é pelo respeito aos nossos Camaradas.
É forte a palavra? Se eu, depois de combater no Exército do meu País, por qualquer razão vestisse a farda do outrora Inimigo e viesse atacar os meus ex-camaradas?- até me arrepio- o que era? Concordas?! Eu Sabia!Estão quase 800mil a ler e isso me arrepia também. Abraços a todos do Torcato
Arbitrariedades tanto da parte do P.A.I.G.C. ou de Portugal através das forças militares ou da P.I.D. Não há dúvida que elas existiram. Como em qualquer guerra.
O que me parece é que o David era naquele momento, um homem fraco, abatido a necessitar de apoio e não de críticas.
O que eu não consigo perceber é que nestes casos de fraqueza perante o adversário, os detentores do poder só vêm o castigo como resolução.
Foi assim ocaso da Índia com general Vassalo e Silva.
Que foi crismado e chamávamos-lhe
o Vassíla e Salva-se, com o major Coutinho e Lima em Guileje idem, a lista continua e o nosso David até levou a chapada do Spínola.
Um abraço de perdão do tamanho de
Portugal e da Guiné
20/10/2008 Colaço
Está aqui uma discussão feita com
o coração,esquecendo a razão.
Não gosto de entrar nesta conversa
de desertores e traidores,torna-se
muito fracturante,existem,ainda,
muitos anti-corpos.A História,feita
por historiadores,esclarecerá as
coisas.Não façamos julgamentos com
o coração ao pé dos dedos que clicam as teclas.
O gen.De Gaulle,perante o regime de
Vichy,era um traidor e um desertor,
mas a história demonstrou que era
um herói.
O ten.cor.Maggiolo Gouveia,em Timor
deixou o Exer.Português para
combater pela UDT.Foi traidor ou
foi herói?Teve as duas facetas,
conforme a força política que faça
a análise,a História,um dia,dirá
de sua justiça.
Abraço
Santiago
Meu caro e dilecto camarigo Paulo Santiago
Quando escrevi o que escrevi fi-lo com o coração mas também com a razão.
Como se chama a alguém que abandona as fileiras do exército do seu país para lutar contra aqueles que eram os seus camaradas de armas?
O regime de Vichy era um regime instalado por aqueles que tinham ocupado a França e o Gen. DeGaule não se revoltou contra o exército francês, mas esteve com o exército francês que tinha sido infelizmente derrotado pelos alemães.
O Ten. Cor. Magiolo Gouveia se desertou do exército português para enfileirar num “exército” que combatia as tropas portuguesas, foi um traidor, quer se queira quer não.
É com o coração, sim, mas também com a razão, porque o traidor é aquele que atraiçoa, e aquele que esteve ao meu lado a combater comigo e passou para o lado dos que me combatem, atraiçoou-me sem margem para dúvidas.
Há muitas maneiras de se afirmarem posições politicas ou outras sem ser combater ou ajudar aqueles que combatem os antigos camaradas de armas.
Eu podia calar-me, mas aqui reconheço, o coração não me deixa!
Abraço camarigo, como tu sabes do
Joaquim Mexia Alves
Olá Mexia
Num primeiro aparte devo dizer
que não li,nem irei ler livros da
Zita Seabra.Ressaibiados e oportunistas não me merecem crédito
Mas li um livro que me agoniou,tal
as monstrusidades e crimes de que
fala,"ESTALINE a corte do csar
vermelho"escrito por Simon Sebag
Montefiore.É um horror o que se
passava na URSS.
Voltando ao tema dos traidores.
Penso que o Dr Paiva não foi militar,esteve ao lado do PAIGC
como médico,não como guerrilheiro.
Será que neste caso poderá ser
considerado traidor?Não será possível que a omnipresente PIDE
terá contribuído para aquela opção?
Já agora como classificar os pides?
Sabemos que a Checa,o NKVD,oKGB,o
Beria,o Moltov eram criminosos a
chefiar organizações criminosas e
assassinas.Ressalvando a nossa
dimensão,como classificar a PVDE,
a PIDE,o Agostinho Lourenço ou o
Homero de Matos?
O De Gaulle não levou o exército
francês para Londres,grande parte
do que restava do exer.francês,
principalmente os quadros superiores,ficaram com Pétain,o exer.do De Gaulle foi a Resistência
o Maquis.
Não quero dar uma classificação ao
caso do Magiollo Gouveia,mas,
traidor ou não,incomoda-me que os
seus restos mortais tenham sido
trazidos para Portugal com grande
pompa e propaganda,esquecendo os
nossos camaradas mortos em combate
e sepultados,alguns em locais pouco
dignos,da Guiné,Angola e Moçambique
Há julgamentos que me custa fazer,
e também não conheço nenhum caso
de militar português(antiga Metrópole)que se tenha passado e
combatido do lado da guerrilha.
Abraço de camaradagem
P.Santiago
Caro Paulo
Também não li o livro de Zita Seabra, mas apenas partes que chegaram.
Tenho coisas mais interessantes para ler.
Se citei o livro foi apenas para tentar confirmar que há atitudes que são uma constante de procedimentos pelo que não me admirava que o Pádua tivesse procedido como o livro do David Costa descreve.
Eu não quis ver as coisas pelo lado politico, nem quero, mas sim pelo lado simples de dois lados de uma guerra.
O Pádua foi militar português ao que sei mobilizado para Angola e daí desertou e foi ajudar o PAIGC.
Se andou na guerra ou só trabalhou na saúde não sei.
O que sei é que foi, quer queiramos quer não, ajudar o "inimigo" nos tempos de então.
As explicações, justificações, para a tomada dessa atitude e tudo o que se quiser dizer não anulam esse mesmo acto, pelo menos para mim.
E não estou a fazer um julgamento, mas uma constatação de facto.
Nem sequer o condeno, porque não tenho esse direito.
E mais não digo, porque acho que o assunto não o merece e estou farto de ser o mesmo chato de sempre.
O abraço camarigo de sempre
Joaquim Mexia Alves
Caros Amigos Tertulianos,
Traição, de origem latina, etimologicamente falando teve duas interpretações, uma mais suave no século XII, no século XIII é-lhe dada uma mais forte.
Em termos de Direito Penal comum define a quebra de confiança de uma vítima pelo meio enganoso, com que foi praticado o crime.
Como termo designificativo de crime de Traição cometido por um nacional (independentemente qual o País seja) contra a segurança,por ofença ou que ponha em perigo a integridade do País.
Em Portugal o crime de traição tem fortes tradições de consideração como o maior que um cidadão pode cometer contra a sua Pátria, sendo dos mais severamente punidos. Convem recordar que a alta traição no Código de Justiça Militar de 1925 era punida com a pena de Morte (apesar da D.Maria).
Sem complexos e revertendo a verdade, no Juramento de Bandeira, de qualquer Militar estava implícito: "Juro defender a Pátria".
Quanto a Degaulle, (O guerrilheiro dos microfones)também mandou executar os intelectuais que se tinha agachado ao Nazismo.
São coisas concretas:
Quem abandona a minha trincheira, e passa a combater-me da trincheira contrária. Sem pruridos e com análise fria, oque será ele para mim?
É complicado não é? Mas há quem tenha traido a sua palavra e os seus camaradas.´
É duro mas é verdade!
Mas não devemos ser nós a tratar deste assunto que é realmente fracturante a meu ver.
Já chega (desculpem a espressão)a trampa da "Guerra militarmente perdida" deu mesmo nisso!
É hora de completarmos a nossa História, quando não, pode vir por aí muita lama e basta-nos as dos pântanos e bolhanhas.
Mantenhas,
Como sempre do tamanho do Cumbijã aquele abraço.
Mário Fitas
agora depois de tudo perdido e ainda continuarem a falar asneiras será que os senhores teem duvida que esses territorios eram portugueses só que deveriam ser melhores admenistrados porque tudo era portugues e todos deveriam ter obrigaçaoies e direitos iguais ai tudo era portugues mas agora o leite foi derramado nao tem mais jeito agora que esses territorios eram portugueses isso eram
eu nao sou formado em nada tenho sim a faculdade da vida e fiz o primario da nossa época e nao pertenço a qualquer partido politico mas a gente tem de entander que a 60 anos atrás a europa era toda pobre e ditador por todo lado e portugal nao fugia á regra eramos pobres viviamos mal mas os outros nao viviam muito melhor eu vim para uma ex colonia portuguesa que se chama brasil e nós portugueses que aqui fizamos nossa vida ouvimos hainda que os portugueses roubaram o ouro do brasil minha resposta no ato nao os portugueses eram o dono do brasil por isso nao roubaram nada de voces eu estou escrevendo estas coisas mas nao a para desrrespeitar quem quer que seja só o dr mario padua foi traidor assim como um cara em moçambique fugiu com o aviao e foi ser terrorista quando de moçambique independente esse sr teve um cargo politico foi um grande corupto e nao condenado a morte porque era muito amigo do chefe por isso eu pergunto eles queriam ver um pais livre e o povo melhor ou eles queriam encher o bolso deles por isso eu sou contra o 25 de abril porque a criançada covardes e que nao queriam ir mais á guerra para africa queriam a fazer em portugal porque de 25 de abril até chegar o longo 25 de novembro os garotos quase destroiem portugal e essas despesas foram todas pagas pelo povo portugues e por favor troquem o nome da ponte?e portugal teve muitos herois mas tambem muitos traidores o pcp principal só iam a portugal só para roubar
e nao venham com historias que portugal tinha a guerra perdida porque a tudo mentira a onde ela estava mais violenta era numa colonia que nunca deveria ir um soldado entregava logo para o amilcar com algumas negoçiaçaoes das x do teu pib e trate bem o povo isso tudo feito na onu esta certo que alguns paises nao querem saber da onu para nada porque esses paises sabem montar o terrorismo mas nao o sabem combater invadem o pais dos outros e nao querem saber da onu para nada quem fundou o terrorismo nas nossas colonias os senhores sabem muito bem quem foi nao queriam um portugal grande porque portugal grande talvez fosse um pouco ruim para eles visto a capacidade do povo portugues porque iamos produzir muita coisa e que eles iam ficar tristes mas foi tudo pelo ralo graças a muitos portugueses claro que portugal melhorou mas nao foi o 25 de abril foi sim o tempo que nós temos estradas maravilhosas temos mas foi ue todo mudou e será que isso nao tem de ser pago e de novo lavai o povo pagar que politico nao paga além que politico tambem a povo mas eles em todo mundo gostam de meter a mao no bolso do povo e a isso meus amigos vamos tentar falar a verdade para os nossos netos bisnetos que sao eles que vao pagar a conta asim como o povo das nossas colonias o esta fazendo porque eles sao livres e eu nao vi melhoria para o povo e fui
meu caro amigo portugues portugues nao tem cor pelo menos os bons portugueses o senhor por acaso nao sabe quem lhe prendeu foi pcp e o senhor otelo que é moçambicano e os vascos um até foi governador militar de lisboa que só fez asneiras coitado tambem nao sabia fazer nada mas acho que ele fundou um negocio 25 de abril mas para se benefeciar a si próprio acho que o vi falar de futebol a povo portugues aguenta efui meu amigo marcelino um abraço mata meu e-mail g.necho@hotmail.com
e por favor meu povo portugues obriguem os senhores politicos a trocarem o nome da ponte sobre o rio tejo claro a mais antiga que a mais nova tem um nome lindo e por falar o nome lindo que tem muitos mais nomes lindos mas agora nao sei para que eles lutaram tanto tudo que eles fezeram foi perdido quase tudo com o tal dia 25 portugal voltou ao tempo do neto do primeiro rei de portugal foi uma pena
Fui colega do David Costa na CART 1660 em Mansoa e assisti ao vivo e a cores ao incidente que levou o rapaz a desertar do quartel e bem assim, acompanhei o caso até ao meu embarque para a metropole,tendo mesmo escoltado e assistido ao vivo ao seu julgamento no tribunal militar de Bissau.
Tudo se começou na caserna.
O cabo enfermeiro Chantre, vinha-se queixando não ter recebido duas cartas de datas diferentes ambas com foto da namorada.
Quem por norma trazia o correio era o David Costa mas, naquele dia (trágico para o David) não tinha sido ele a ir a Bissau trazer o correio onde mais uma vez, a namorada enviava ao Chantre uma 3ª foto sua dentro da carta.
Desta vez então, o Chantre recebeu a carta e feliz com a foto , mostrava-a aos colegas de caserna.
Porem, uns dias antes, o David...tinha mostrado a um dos colegas, uma foto igualzinha à que o chantre acabava de receber e mostrava a esse mesmo colega que já tinha visto a outra foto nas maos do David.
Daí até se descobrir que tinha sido o David quem violou as cartas com as fotos anteriores, foi um pequeno passo.
Ao ver-se descoberto, o David desapareceu do quartel e a partir daí, só ele mesmo sabe o que se passou.
Depois dele ter regressado, tres meses depois do inicio da sua odisseia, contou-nos la em Mansoa a versão da sua aventura de forma diferente a uns e a outros dos colegas.(Isto já em prisão, claro).
Sinceramente eu passei a desacredita-lo e mais desacredito hoje em dia, depois de ler em diversos bloggs da internet, versões diferentes segundo parece deixadas por si ou com o seu conhecimento.
Há coisas que não coincidem. Nuns lados ele diz que passou por uns locais e noutros porem fala em outros bem diferentes...
Num lado diz que dormitava quando foi capturado pelo IN, e noutras ele diz ter-se esbarrado de frente com os guerrilheiros do PAIGC.
Tambem me parece estranho como é que ele foi parar a Morés, quando ele tinha dito que ao sair de Mansoa tinha entrado na estrada de Bissorã a qual o levaria a um destino bem diferente de Morés.
Estas e outras contradições tornaram o seu livro pouco credível.
Há aqui qualquer coisa que não bate certo. 1- O David Quando chegou a Mansoa, o batalhão que lá se encontrava era o Batº 1856 e não o Bat, 1912 como ele refere no livro.
2- Penso ser injusto criticar o Dr Mário Pádua por este na altura como adversário politico de Salazar tivesse convidado o David Costa a copiar aquela carta já redigida. Ora se o David se apresentava perante o PAIGC, não como prisioneiro mas sim como fugitivo, é perfeitamente aceitável que o tenham convidado a copiar a tal carta visto que ele alegou ter fugido da nossa tropa porque não queria a guerra e portanto foi considerado na altura como ( Um apoiante deles PAIGC...).
3- Pelos vistos, houve da parte dele mais do que uma (brincadeira de mau gosto como ele diz no livro). Uma delas, teria sido a história da carta e da fotografia.... e a outra foi ter-se metido a conduzir uma viatura depois de embriegado a pontos de ter um acidente a escassos dias do seu regresso facto que lhe poderia custar muito caro, provavelmente mais meia dúzia de anos de prisão caso não fosse o Sr General Spínola ter sido um homem com agá (H) grande. Abraço a todos os camaradas de guerra.
Enviar um comentário