quinta-feira, 24 de junho de 2010

Guiné 63/74 - P6641: Os Nossos Seres, Saberes e Lazeres (22): José Corceiro, um bom filho, um melhor pai, um avô babado


Foto 1 > 24/6/1948: O José Corceiro "ao colo de sua querida mãe"... Faz precisamente 62 anos que esta foto foi tirada... Era(é) dia de S. João na terra [, Sabugal,] do nosso camarada... E hoje também avô pela segunda vez...

1. Mensagem de José Corceiro (ex-1.º Cabo Trms, CCaç 5 - Gatos Pretos , Canjadude, 1969/71):


Data: 24 de Junho de 2010 15:05

Assunto: MOMENTOS DE REFLEXÃO

Caros amigos, Luís Graça, Carlos Vinhal, J. Magalhães.

Envio estas linhas despretensiosas que caso achem que tem lugar, podem publicar.

Um Abraço
José Corceiro


2. Momentos de reflexão
por José Corceiro


Amigos tertulianos, permitam-me que partilhe convosco uma alegoria nostálgica, ou direi antes, um misto de tristeza e saudade envolvida por alegria e esperança.

Há momentos singelos na vida de cada um de nós, que merecem ser divulgados. Circunstâncias que nos impulsionam a agir num determinado sentido, sem razão aparente, que à luz do raciocínio puro são de difícil explicação, mas,  segundo a lei das probabilidades, o que é susceptível de acontecer mais tarde ou mais cedo acontece.

Estava descontraído a ouvir música e a ler um livro, comportamento habitual, com a mente concentrada na leitura sem outras inquietações. Nisto, num instante de descontracção impôs-se um desejo, sem que nada o justificasse, direccionando-me no sentido de uma determinada gaveta, das várias possíveis. Gaveta com diversos objectos, entre os quais uma caixa de madeira, não muito grande, que eu próprio tinha ali acomodado. 

Antes de abrir a caixa, veio-me à memória tudo o que ela continha no seu interior, pois eu mesmo religiosamente ali o tinha acondicionado. Abro o meu humilde relicário e deparo com o que deve ter sido a minha primeira fotogenia, eu ainda bebé nos braços da minha ditosa e saudosa Mãe, tinha eu dez meses de idade. Como que afago a foto, que já tive na mão centenas de vezes, eis que descubro nela algo que nunca me tinha apercebido antes. No verso da foto, num dos cantos, está escrito a lápis, já esbatido, mas ainda perceptível, a data 24-06-1948. Coincidência, faz hoje precisamente 62 anos que foi tirada a foto.

Analisando à luz da razão, o que agora sei tem toda a lógica: eu sabia que tinha dez meses de idade quando a foto foi tirada, isto está em conformidade com a data da foto e lembro-me que antigamente, na minha terra [, Sabugal,], era dia de S. João, festa de tradição, que vinha um fotógrafo ambulante que tirava fotos, a quem o pretendia, eu enquanto criança tirei outras neste dia.

Estava eu imbuído neste pensamento, quando recebo a notícia, dada pelo meu filho, Leandro Jorge, a comunicar-me que sou avô pela 2ª vez, pois nasceu a minha querida netinha Laura, que já era expectável que nascesse por estes dias.

A nostalgia foi invadida pela esperança.

Queridos amigos, são as leis da ordem natural da Natureza…

Aproveito para homenagear, singelamente, a mulher que foi a minha Mãe na minha vida e dizer-lhe que,  embora nos tenha deixado, continuo a sentir-me ao seu colo adorado e protector. Saúdo a minha netinha Laura, desejando-lhe uma vida graciosa e risonha, assim como não esqueço as outras mulheres da minha vida, às quais desejo tudo de bom.

A todos os avós, muita esperança e saúde para todos.

Um abraço

José Corceiro




Foto 2 - Tirada em Paris com os meus filhos, em 1982.. O peso da responsabilidade nos ombros, já é grande. 




Foto 3 - Junto do Museu do Louvre que,  por mais que visite, descubro sempre novidades. Como sempre, carregado de equipamento fotográfico, além da máquina de filmar, mais que uma de fotografia. Com os filhos, foto tirada em 1982.


Foto - 4 Algures na Europa, com o meu filho Gonçalo Afonso, em 1982.


Foto 5 - Continuação do canteiro do Jardim do Luxemburgo, em Paris, em 1982.




Foto 6 - O meu filho, Leandro Jorge, em 1978, no Parque Eduardo VII, Lisboa, a gritar que... é Pai!

Fotos: José Corceiro (2010). Direitos reservados 

2. Comentário de L.G.:

Vão me dar porrada, Zé, os mais ortodoxos,  que acham que nem a Torre Eifel nem o Parque Eduardo VII têm nada a ver com Canjadude, os Gatos Pretos, a porra da Guiné...  (Eu acho que tem, desde que os portugas do Vasco da Gama abriram os caminhos da globalização)...  Mas eu podia lá recusar a satisfação de um pedido como o teu, que nasce de um irresistível impulso de ir ao gavetão das fotografias, e fazer uma viagem de 62 anos ao passado ?!...

Poder... podia (quem tem a faca e o queixo na não, pode sempre...), mas não era a mesma coisa... No nosso blogue também há lugar para as crianças, os seus olhos espantados, abertos para a realidade das coisas grandes, a sua inigualável fotogenia... Esta série (Os Nossos Seres, Saberes e Lazeres) (*) é também, ela, heterodoxa... Mais: é ostensivamente voyeurista, faz questão de entrar pela morança dentro dos nossos tabanqueiros... E, depois, logo hoje que acabas de ser avô pela segunda vez... Este é também um blogue de afectos... Um gesto de ternura é sempre algo de irrecusável. E como nós estamos necessitados de ternura, nestes tempos difíceis por que estamos a passar, nós, todos,  individuos, famílias, comunidades, povo!...

De uma penada acabamos de conhecer melhor o nosso camarada José Corceiro, junto daqueles que ele mais quer, a sua família, os seus filhos, os seus netos...

Tenho pena de não te poder dar um Alfa Bravo, no próximo sábado, em Monte Real. Vejo que não estás inscrito. Ficará para uma próxima... Curte agora as alegrias de ser filho, pai e avô, a par da fotografia, das viagens, da leitura, os teus lazeres... LG.

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4 comentários:

Anónimo disse...

Muitos parabéns amigo José Corceiro!
Parabéns pela sua prol, pela sua (intuição)? que compreendo perfeitamente, pelo que sente por ter sentido isso, e por ser quem é.
Creio que essas, são as razões porque o sente. A mãe, os filhos, os netos, são elos de que não queremos desembaraçarmo-nos nunca, porque eles são imprescíndiveis na nossa vida:Uns garantiram-nos os afectos no passado, os outros, somos nós a quer dar o que recebemos, porque a vida, é realmente dar e receber.
Obrigada por ter partilhado connosco as suas emoçoes, a sua alegria.
Desejo-lhe a continuação dessas sensações, e as maiores felicidades para si e toda a sua prol.
Um abraço da amiga
Felismina Costa

José Marcelino Martins disse...

Caro Zé Corceiro

Pelos vistos há um erro no post.

Se já és avô pela segundo vez, quer dizer que o Gonçalo (?) já tem um irmão e, naturalmente será Bis(avô).

Naturalmente vai um abraço meu e da Manuela para ti e família, com votos de felicidades.

Anónimo disse...

Amigo Luís Graça

Obrigado pela compreensão e aceitação da minha conduta, por eu ter ousado enviar para o Blogue a narração dum estado emocional, escrito a quente, ou seja no momento em que ficamos menos racionais (eu diria no caso, como que num estado de apaixonado).

Os mais “ortodoxos” também eles são sensíveis, às tropelias do quotidiano e do interesse egoísta, por certo compreenderão, que a vida precisa que se suavize a “Caimnização” a favor da “Abelinização”. ( Caim e Abel )

Tinha imenso prazer de poder confraternizar e poder conhecer os presentes no convívio de amanhã, pois só conheço pessoalmente o José Martins, mas infelizmente não consegui segurar esta oportunidade.
Aproveito para exprimir os meus desejos para que seja um dia repleto de sã vivência, para solidificar as salutares amizades, um dia feliz.

Para Todos, um abraço.

José Corceiro

Anónimo disse...

Amiga Felismina Costa

BEM-HJA, pela sua intuição e o seu carinho, bom fim-de-semana.

Um abraço

José Corceiro



Amigo José Martins

A netinha que nasceu, a Laura, é irmã do Tomaz Afonso, filhos do meu filho mais velho, Leandro Jorge, cuja esposa é a Carla que tu já conheces.

O Gonçalo Afonso, a Ana Isabel e o Leandro Jorge, são os meus três filhos.

Que tenhais um dia entusiasmante e bem passado, tu e a Manuela, na companhia dos amigos da “Tabanca Grande”. Bom convívio.

O meu obrigado e um abraço, para ti e para a esposa.

José Corceiro