Capa de Diário da Guiné, do nosso Camarada António Graça de Abreu, publicado em 2007, pela Guerra e Paz Editores. O livro foi escrito na Guiné, a partir das notas do seu diário e dos seus aerogramas. Foi alferes miliciano no CAOP1 (Teixeira Pinto, Mansoa e Cufar, 1972/74) (*)
1. Mensagem do António Graça de Abreu:
Meu caro Luís: Aqui vai, na volta do correio, os textos do meu Diário que me pediste para publicar. Peço-te que introduzas apenas esta pequena nota:
O Luís Graça pediu-me para publicar no blogue os textos do meu Diário da Guiné referentes àquele período crítico de Abril/Maio de 1973, quando o aparecimento dos mísseis Strella complicou toda a estratégia de guerra na Guiné. É uma prosa datada, pode ter esta ou aquela pequena incorrecção, mas não retiro, nem acrescento uma vírgula ao que escrevi então.
Depois,nos meses a seguir, com a situação mais calma, dou testemunho no meu Diário, até 20 de Abril de 1974, da forma excelente como a Força Aérea continuou a voar por toda a Guiné, desmentindo a tese de que com os Strella "a guerra acabou", houve um "colapso", e a "supremacia" do PAIGC era indesmentível. Esta não é a verdade histórica da guerra na Guiné.
Um forte abraço,
António Graça de Abreu
2. Extracto do Diário da Guiné: Lama, Sangue e Água Pura, de António Graça de Abreu (**):
[Fixação do texto e negritos: L.G.]
Mansoa, 29 de Março de 1973
Foi abatido um avião a jacto Fiat G 91, um pequeno bombardeiro, lá para o sul perto de Guileje. O tenente piloto aviador [, Miguel Pessoa,] foi abençoado pelos céus, ejectou-se, saltou de pára-quedas numa zona onde não foi detectado pelo IN, passou a noite no mato e no dia seguinte foi recuperado pelas NT. Está agora em Bissau, em boas condições. (i)
Ontem repetiu-se o incidente, foi abatido outro Fiat G 91. Desta vez, o piloto não teve sorte, o avião desintegrou-se e morreu o tenente-coronel Almeida Brito, o comandante das esquadrilhas de aviões na Guiné.
É uma nova realidade com que temos de contar, o PAIGC já dispõe de mísseis anti-aéreos que são eficazes. Os pilotos estão com medo de voar, quem se quer suicidar? (ii)
Esta manhã esteve cá o furriel piloto Baltazar da Silva, o tal rapaz alto do cabelo encaracolado e muito ruivo, meu conhecido e amigo desde aquela primeira aterragem estranha, alvoroçada em Teixeira Pinto. Trouxe a sua DO, pareceu-me preocupado, assustado. Almoçámos juntos, ele quase não tocou na comida, fixava os olhos em coisa nenhuma. Trouxe-o até ao meu quarto, bebemos um whisky velho, animei-o tanto quanto fui capaz. Regressou a Bissau com a morte na alma.
(i) Trata-se do tenente piloto aviador Miguel Pessoa, que mais tarde haveria de casar com a enfermeira sargento pára-quedista Giselda Antunes (...).
(ii) Sobre a queda dos aviões abatidos pelos mísseis Strella ou Sa 7 do PAIGC ver Nuno Mira Vaz, Guiné 1968-1973, Soldados uma vez, sempre Soldados, Lisboa, Ed. Tribuna da História, 2003, pp. 58-63.
(...)
Mansoa, 7 de Abril de 1973
Uma DO foi atingida pelo mísseis do PAIGC e caiu lá no norte. Morreram o piloto, um mecânico e o major Jaime Mariz que conhecia muito bem, desempenhou durante algum tempo as funções de 2º. Comandante do Batalhão 3863, de Canchungo (Teixeira Pinto). Almoçámos e jantámos muitas vezes juntos na messe de Teixeira Pinto. Era pessoa de fino trato, aberto, civilizado, camarada. (iii)
(iii) O corpo do major Jaime Mariz jamais foi encontrado, nem sequer foi possível fazer-lhe um funeral digno (...).
Mansoa, 8 de Abril de 1973
Outra DO pilotada pelo furriel piloto aviador Baltazar da Silva foi abatida pelo IN quando voava entre Bigene e Guidage. O rapaz morreu, junto com um alferes médico e um sargento. O Baltazar almoçou comigo na semana passada, esteve aqui no meu quarto, desanimado e triste. Escrevi então que ele havia partido para Bissau “com a morte na alma”.
(...)
Mansoa, 30 de Abril de 1973
(...) O movimento normal no nosso Comando decresceu muito. Sem apoio aéreo, sem aviões, não se fazem operações significativas. Se houver mortos ou feridos não temos os helicópteros para os ir buscar ao mato. O coronel [, Rafael Durão, comandante do CAOP1,] também me parece com menos “espírito guerreiro”. Já fez a guerra em Moçambique e em Angola e, apesar de duro e determinado, não advoga a tese do suicídio.
Continuamos à espera que venham atacar Mansoa. Durante as minhas férias flagelaram por duas vezes, sem consequências, os quartéis de Mansabá e Bissorã, aqui na zona. Agora só falta Mansoa “embrulhar”. A ver vamos…
(...)
Mansoa, 19 de Maio de 1973
Há dez dias atrás, por causa de vacas, aproveitei uma boleia e fui até Cutia, a vinte quilómetros daqui, na estrada alcatroada para Mansabá e Farim.
Os balantas, etnia predominantemente na região de Mansoa, não querem vender vacas aos militares portugueses. Em Farim, sessenta quilómetros a norte, os fulas, outra etnia, vendem os animais com facilidade. Como em Mansoa falta carne para a alimentação diária, é preciso recorrer ao que há, neste caso as vacas de Farim. Fez-se uma coluna com quatro unimogs do CAOP e quarenta homens da 38ª. de Comandos para irem lá ao norte buscar as vacas. Como à tarde havia coluna de Cutia para Mansoa, peguei na G 3 e segui com o nosso pessoal.
Regressei calmamente a Mansoa, depois de mais uns quilómetros a conhecer a mata, o aquartelamento e a aldeia de Cutia, florestas, bolanhas, a terra pobre. Os comandos e os quatro condutores do CAOP seguiram viagem e quando chegaram a Farim havia realidades bem mais duras do que a história da compra e transporte das vacas. Era crítica a situação em Guidage, uns quarenta quilómetros a noroeste de Farim, junto à fronteira com o Senegal. O aquartelamento estava a ser atacado há dois dias, de quatro em quatro horas, em média. Duas colunas de reabastecimento haviam partido de Farim para Guidage com víveres e munições e foram ambas atacadas na estrada, com mortos e muitos feridos. Tornou-se necessário chamar os aviões Fiats de Bissau, não para bombardearem o IN mas para destruir as Berliets carregadas de víveres e munições, abandonadas pelas NT, evitando assim que caíssem nas mãos dos guerrilheiros.
Os Comandos mais os nossos condutores do CAOP iam buscar vacas, mas nessa altura o mais importante era socorrer Guidage. De emergência, organizou-se nova coluna de Farim para Guidage reforçada com os nossos homens. Foi uma caminhada de morte, havia abutres a rondar os cadáveres dos soldados portugueses abandonados na picada pela coluna anterior, havia minas, uma delas rebentou sob o Unimog da frente, arrancou-lhe uma roda que foi projectada e passou por cima da cabeça do alferes Dias, da 38ª. de Comandos, houve emboscadas e um soldado comando ficou sem um pé e sem três dedos da mão direita. O infeliz foi o Tavares, um rapaz ribatejano do Cartaxo que até conheço bem, pai de dois filhos. Como não se fazem evacuações de helicóptero, levaram-no até Guidage com o coto e a mão amarrados em ligaduras.
Durante dois dias, em Guidage, foram atacados treze vezes, com morteiros e canhão sem recuo. Os guerrilheiros afinaram a pontaria para dentro das valas onde se abrigavam os nossos homens. Lá morreu mais um soldado da 38ª. de Comandos e o soldado condutor auto David Ferreira Viegas, do CAOP 1. Era um dos meus homens, um rapaz baixo, magrinho, tímido, natural de Olhão. Tinha vinte e um anos, fora pescador no Algarve, estava connosco no CAOP desde 3 de Março e na tropa há apenas oito meses.
Não trouxeram o corpo do Viegas para Mansoa, meteram-no na urna e seguiu de barco para Bissau. Tenho sido eu a tratar das coisas dele, fui-lhe mexer na mala e fazer o espólio de todos os seus pertences para enviar à família. Possuía tão pouco, algumas quinquilharias e uma roupita tão pobre! O povo português vai morrendo, o nosso David foi apenas mais um.
Comoveu-me o último aerograma com data de 27 de Abril que lhe foi enviado pela mãe, escrito pela Rosarinho, uma das sobrinhas, porque a mãe é analfabeta. A Elsa Maria, outra sobrinha pequena, como ainda não sabe escrever, mandou contas ao tio David:
1 2 3 4 5 2 1
1 2 3 4 5 2 1
______________
2 4 6 8 0 3 3
A Ana Cristina Viegas Fava, também sobrinha, diz:
“Tio, eu já sei escrever e quando o tio estiver aborrecido escreva para mim que eu lhe respondo, está bem?"
O David Ferreira Viegas contava apenas vinte e um anos. Não vai escrever a mais ninguém.
(...)
____________
Notas de L.G.:
(*) Vd. postes de ou sobre o António Graça de Abreu e o seu livro:
5 de Fevereiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1498: Novo membro da nossa tertúlia: António Graça de Abreu... Da China com Amor
6 de Fevereiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1499: A guerra em directo em Cufar: 'Porra, estamos a embrulhar' (António Graça de Abreu)
12 de Fevereiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1517: Tertúlia: Com o António Graça de Abreu em Teixeira Pinto (Mário Bravo)
27 de Fevereiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1552: Lançamento do livro 'Diário da Guiné, sangue, lama e água pura' (António Graça de Abreu)
16 de Março de 2007 > Guiné 63/74 - P1601: Dois anos depois: relembrando os três majores do CAOP 1, assassinados pelo PAIGC em 1970 (António Graça de Abreu)
17 de Abril de 2007 > Guiné 63/74 - P1668: In Memoriam do piloto aviador Baltazar da Silva e de outros portugueses com asas de pássaro (António da Graça Abreu / Luís Graça)
1 de Junho de 2007 > Guiné 63/74 - P1807: António Graça de Abreu na Feira do Livro para autografar o seu Diário: Porto, dia 2 de Junho; Lisboa, dia 10
7 de Janeiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2414: Notas de leitura (5): Diário da Guiné, de António Graça de Abreu (Virgínio Briote)
(**) Vd. último poste da série FAP > 31 de Janeiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3825: FAP (2): Em cerca de 60 Strellas disparados houve 5 baixas (António Martins de Matos)
14 comentários:
... ao António Graça de Abreu.
O seu diário, é o seu diário. Nele deixou uma parte do seu dia-a-dia, que agora e aqui tem a gentileza de vir partilhar com todos os visitantes desta "fornada".
Ninguém jamais pode alvitrar sequer, dúvidas sobre a veracidade de tudo quanto lá deixou escrito, naquela época e naquelas circunstâncias!
No entanto, em "comentário" ao precedente P3825, afirmei o que afirmei. E mantenho.
Mas acaso se entenda que as datas referidas, quer pelo oficial pilav António Matos quer pelo ex-oficial miliciano Graça de Abreu, é que estão correctas - porque eles é que estavam lá! -, então o EME vai ter de reeditar o Livro 2 do Tomo II do 8º volume da "Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África" (1961-1974); e, provavelmente, as certidões de óbito dos malogrados militares, também vão ter de ser revistas...
Lá voltamos nós "ao mesmo": mas afinal, não tem importância nenhuma!, os homens morreram, qu'é q'interessa pr'aqui as datas, porra...!
Pois.
Redigo: se há filhos da mãe, não há filhos nados antes da mãe.
A sequência dos acontecimentos - ali em Guidaje, lá em baixo em Guileje e depois em Gadamael, no nordeste em Copá, no centro-norte Mansoa, e em centenas de outros locais da Guiné, e de Angola e de Moçambique, e..., e... -, se não tem "importância" alguma para o(s) caso(s), então fiquemo-nos por falar/ler sobre macacãos, cãocodrilos & outros bichos.
Factos, são factos; história, é história. O blogue, como muito bem diz e avisa o fundador Luís Graça, não tem por principal missão "fazer história". Mas, permitam-me que acrescente: tem ajudado... a reconstruir muitas memórias de veteranos, muitos afectos entre os veteranos. E, por tal motivo, creio que assim deveria continuar. Com precisão. Muito especialmente, quando em causa estão pessoas, mortas, cujas memórias permanecem, vivas.
Meu caro Abreu Santos
Temos algo importante em comum, somos abreus, e depois de Deus, os abreus.
Mas temos algo (entre outros milhões de "algos") que não nos é comum, considerar uma questão de datas (dois dias !)como um quiproquo a esclarecer.
Deixa a Resenha Histórica-Militar e nós cometer também os seus erros!
Fundamental é a guerra que vivemos,
são os factos, a verdade histórica.
....
«Fundamental é a guerra que vivemos».
No m/precedente "comment", onde está insinuado que o fundamental - neste weblog - não é a guerra que viveram?
Como não percebi a réplica (esclarecimento?) - e o problema é meu, não entendi, paciência... - e porque não alinho em trocas-de-galhardetes que nada adiantam para a substância de temas que aqui, e muito bem, têm vindo a ser "postados", fico-me por aqui.
O m/email está à disposição para receber réplicas.
Caro Graça de Abreu, aceite os meus respeitos.
Abreu dos Santos
É verdade!
Escrever aqui é contar a guerra que vivemos.
Não é nada fácil, porque milhares de homens que a viveram já morreram, não teem meios técnicos para o fazer ou se encontram envolvidos noutra guerra que jamais sairá deles (Stress de Guerra).
Filosofando! Cada soldado tem uma guerra própria dentro de si! Tão certo como as impressões digitais de cada um. Cada um vive a guerra que se passou dentro de si. Melhor? Pior?
Quem sabe?
É de grande valor, narrar o que se passou independentemente do ego de cada um. Estamos aqui para isso, e por isso.
Os momentos que cada um viveu, ninguém lhos vai tirar, porque foram vivência dele.
Espero não ter-mos guerras de datas, principalmente porque num lado está escrito 20 e noutro 21.
Esta questão das datas é complicada dada a forma como os relatórios são feitos. Dou um exemplo com testemunha, e entre nós já verificado: A minha C.CAÇ.763, completamente já nas lonas, a determinada altura, para arregimentar pessoal a nível de Companhia, pedia um Grupo de Combate à 1484 do Benito Neves; no dia em que os dois pelo telefone começámos a comentar as operações e suas datas havia um problema: havia sempre um dia de diferença nos relatórios.
Chegámos à simples conclusão:
Companhia 763 data de saída do aquartelamento (sempre antes das 24H00, Companhia 1484 dia de efectivação da operação. Ainda mais: Enquanto o Comandante da 763 fazia os relatórios descrevendo as operações por coordenadas, o da 1484 descrevia permonerizadamente com nomes dos locais.
Parece ser fácil? Pois é ponham-se dois relatórios (DA MESMA OPERAÇÃO)juntos e verificamos que parecem coisas destintas.
Uma adenda ao caso do major Mariz COP3, foi substituido pelo Coronel Costa Campos nessa altura na Amura (Psico do Gen. Spínola) e tinha comandado como capitão a C.CAÇ. 763
em Cufar.
Mandei um escrito para o Blogue que julgo ser interessante, pois refere-se a um prefácio elaborado pelo Cor. Costa Campos e pode ser util analisar.
Para toda a Tabanca o tal abraço do tamanho do Cumbijã.
Mario Fitas
Outro
E volto!
Abreu Santos (Senior) Abre o seu e-mail para réplicas!
Prefiro falar aqui perante a Tabanca toda.
E o morto de Quirafo?
Estife, falei e abracei-o em Montereal!
Explique-me agora a mim: a certidão de óbito, e a ressurreição?
Não foi através dos que fizeram a Guerra que ele adquiriu a sua identidade?
O que constava ou constou dos livros oficiais?
Mas há mais, aqui bem perto de mim tenho um GE de Moçambique, aluno dos Salesianos na Machava, e que não tem BI Português, porque nasceu em Moçambique e não consegue a certidão de nascimento.
Resultado: vive num contentor.
É branco, mas poderia ser negro ou ter os dois sangues.
É complicado!
Importante sim, é trazer aqui a vivência de quem fez o (Vietnam Português) sem problemas de cor,ou barreira ou o lado onde se luta-se.
Vamos tratar questões de valores!
Se a hora ou o dia, foi o predestinado e não o desejado que fazer?
Um abraço do tamanho do Cumbijã,
Mário Fitas
Ao Abreu dos Santos: julgo ser de todo o interesse publicar os artigos com o rigor possível. As datas, independentemente das eventuais discrepâncias dos intervenientes (como o M Fitas bem o relata), devem ser as que constam dos relatórios oficiais. E aqui, os seus préstimos têm sido de enorme valor. Se é um facto que o nosso blogue, mais do que um site de História é um local onde antigos combatentes da Guiné se reencontram, contando pelos seus próprios olhos o que viram e sentiram, este "recontar" não impede que façamos o esforço em sermos precisos. Cruzamos assim as vivências e confrontamo-las com os dados de que os estudiosos se servem para os seus trabalhos. Espero que continue atento.
vb
Meu caro Abreu Santos
O António Martins Matos já respondeu no comentário à questão das datas.
Claro que devemos procurar o rigor, mas não é mais ou menos um dia, ou um nome trocado que altera a essência dos tempos duros que nos calharam em sorte.
Quanto ao resto, estamos bem vivos, a vida continua.
Um abraço,
António Graça de Abreu
... aos autores dos precedentes comentários (e ao cor. pilav Martins de Matos, cuja réplica - ou esclarecimento - ainda não fui ler):
Agradeço reconhecidamente a atenção havida e a consequente manifestação pública das respectivas e judiciosas opiniões, expressas em comentários a comentários.
Se me dão licença – e porque me permito presumir que o comentário inicial não terá, por alguns comentadores, sido entendido –, transcrevo (na parte que me interessa fique, tanto no "1st comment" como no "2nd comment", definitavamente esclarecida) o que está ressalvado:
– «O seu diário [de António Graça de Abreu], é o seu diário. Nele deixou uma parte do seu dia-a-dia, que agora e aqui tem a gentileza de vir partilhar com todos os visitantes desta "fornada". Ninguém jamais pode alvitrar sequer, dúvidas sobre a veracidade de tudo quanto lá deixou escrito, naquela época e naquelas circunstâncias! [...] Lá voltamos nós "ao mesmo": mas afinal, não tem importância nenhuma!, os homens morreram, qu'é q'interessa pr'aqui as datas, porra...! [...] A sequência dos acontecimentos [...], se não tem "importância" alguma para o(s) caso(s), então fiquemo-nos por falar/ler sobre macacãos, cãocodrilos & outros bichos. [...] Factos, são factos; história, é história. O blogue, como muito bem diz e avisa o fundador Luís Graça, não tem por principal missão "fazer história". Mas, permitam-me que acrescente: tem ajudado... a reconstruir muitas memórias de veteranos, muitos afectos entre os veteranos. E, por tal motivo, creio que assim deveria continuar. Com precisão. Muito especialmente, quando em causa estão pessoas, mortas, cujas memórias permanecem, vivas.»
– «"Fundamental é a guerra que vivemos". No /precedente "comment", onde está insinuado que o fundamental - neste weblog - não é a guerra que viveram? Como não percebi a réplica (esclarecimento?) – e o problema é meu, não entendi, paciência... – e porque não alinho em trocas-de-galhardetes que nada adiantam para a substância de temas que aqui, e muito bem, têm vindo a ser "postados", fico-me por aqui. O m/email está à disposição para receber réplicas.»
Um dos m/endereços de email, é de há muito conhecido de Luís Graça, de Carlos Vinhal, de Virgínio Briote e de António Graça de Abreu (e em data mais recente também de Mário Fitas).
"Não alinho em trocas-de-galhardetes que nada adiantam para a substância de temas". São trocas-de-galhardetes? É um não-venhas-práqui-chatear-com-prumenores que não percebes nada disto? Mas, afinal, qual o objectivo prático de "comentários a comentários de comentários" que, do meu ponto de vista pessoal – ou (já agora) os dignos veteranos comentaristas a ele me não reconhecem "o direito"? –, repito, «nada adiantam para a substância dos temas»? Talvez, "educar" outrém, designadamente, o "picuínhas do Abreu"?
Com toda a franqueza que posso deixar expressa num local público: não sei onde está o v/problema... Será o tal "ego", que um anterior comentarista alvitrou e que M.Fitas recentemente rebuscou? Ah, já sei! O "problema", afinal, é daqui... deve ser do "ego", malandro!, vou ter que o disciplinar, porque, se não, terei de ser "disciplinado"... Não é?! (Qual ego, qual carapuça! Onde estão, afinal de contas, quaisquer, por subtis que sejam, "chamadas de atenção" dos visitantes, para o "ego", de quem...?).
E se àqueles comentários aos m/comentários, não replico agora por email aos respectivos comentaristas (VB teve a amabilidade de, previamente e através de email, me esclarecer o seu ponto de vista), e me dou à "trabalhêra" de aqui vir em "directo" – uma única vez e sem exemplo –, teclar "coisas" que(repito!) «nada adiantam para a substância dos temas», é tão somente pela reincidência dos alguns estimados veteranos da Guiné, precisamente, em tecer-comentários-a-comentários-de-comentários. Se acaso essa praxis se enquadra em terapias (públicas) de grupo, já o disse e já o escrevi, noutros locais, fica aqui declarado: não acredito em terapias de grupo; no caso, na internet.
"I rest my case...!"
Com elevada estima e consideração,
do
Abreu dos Santos (senior)
Caro Abreu Santos,
O Mário Fitas não rebusca o "ego" de ninguém. Limita-se num estado livre e democrático a exprimir a maneira como sente, sentiu, vive e viveu.
O Mário Fitas apenas fez ressonâncias, não foi ele que (discursou).
O Mário Fitas limitou-se a manter a sua identidade consciente.Se não se deprende da leitura, não será sua a culpa.
Um abraço do tamanho do Cumbijã,
Mário Fitas
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Mário Fitas, acaso sinta necessidade de prosseguir, fará o obséquio de teclar no mariofitas@gmail.com para o abreusantospai@gmail.com
AB
Abreu dos Santos
Peço licença aos Camaradas.
Do que li anteriormente, constata-se que pode haver diferentes fontes para a mesma matéria, abordando-a com eventuais erros ou equívocos. Haverá sempre informações oficiais e particulares em contradição. O importante, parece-me será a adopção de um critério, afigura-se-me como melhor a adopção dos dados oficiais, com a remissa para fontes distintas sobre o mesmo assunto. è uma questão de método, no sentido de não desprezar as informações.
Abraços.
José Dinis
Já aqui referi uma vez que na história oficial da CART 3494, a que pertenci de inicio, existe a refer~encia a um "golpe de mão" ao quartel do Xitole.
Perguntei a todos quantos têm estado no almoço da companhia e ninguém sabe o que foi, nem do que se trata.
Por vezes os documentos "oficiais", não são assim tão fidedignos, pelos vistos!
Abraço camarigo do
Joaquim Mexia Alves
É a CART 3492 e não 3494 que era a do Xime!
Isto é que é uma mania que eu tenho....
Joaquim Mexia Alves
... à Tabanca Blogueira em geral, e muito particularmente ao sr. Tenente-General Piloto-Aviador (na reserva) António Martins de Matos:
Foi chamada a m/atenção, não na "parada" mas no "gabinete do comandante" que, pleno de razão, me lembrou ter eu "desgraduado" o camarada Martins de Matos.
Involuntariamente assim o fiz, ontem pelas 12:12 ("comment" mais acima).
- «Claro que devemos procurar o rigor»; (afirmava António Graça de Abreu, também ontem, mas às 3 da madrugada).
Se então o não fiz, faço-o agora: assino por baixo.
E aqui me retracto, na "parada" e perante aquele senhor oficial-general da FAP, da minha ausência de rigor, ao ter escrito «cor. pilav» quando deveria ser - é - TGen Pilav.
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