Guiné > Zona leste > Sector L1 (Bambadinca, ao tempo do BCAÇ 2852, 1968/70) > Saltinho > CCAÇ 2406 (Os Tigres do Saltinho, 1968/70) > Foto provavelmente do 2º semestre de 1969, por ocasião de coluna logística Bambadinca - Saltinho. Na foto, o Arlindo Roda, Fur Mil da CCAÇ 12 (1969/71).
Foto: © Arlindo Roda (2010). Todos os direitos reservados
Telefonou-me ontem o João Manuel Fresta de Carvalho, ex-Fur Mil de Engenharia, que estava em Bambadinca na altura do desastre no Cheche (Fevereiro de 1969) e da Op Lança Afiada (Março de 1969), portanto ao tempo do BCAÇ 2852 (1968/70).
Esteve 4 meses em Bambadinca, antes de ir para o Saltinho, onde ajudou a construir o quartel novo, ao tempo da CCAÇ 2406 (Os Tigres do Saltinho, 1968/70, que pertenciam ao BCAÇ 2852, com sede em Bambadinca).
Aliás, dessa companhia (que também esteve no Olossato) era o ex-Alf Mil António Dias, camarada que pertence à nossa Tabanca Grande. A CCAÇ 2406 era comandada pelo Cap Inf Diamantino Ribeiro André. Infelizmente temos menos de meia dúzia de referências a esta companhia. O Carvalho, que passou mais tempo da sua comissão no Saltinho costuma alinhar nos convívios anuais desta subunidade. Do seu tempo, lembra-se bem do Beja Santos e do Ten Cor Manuel Maria Pimentel Basto, o comandante do BCAÇ 2852, substituído depois por Jovelinmo Pamplona Corte Real. (Fico na dúvida se ele não se queria referir antes ao António Pimentel, o nosso Pimentel da Tabanca de Matosinhos, que pertencia ao BCAÇ 2851).
Do Beja Santos, lembra-se como figura lendária, enquanto operacional, mas também das vezes que ia à Engenharia, junto ao Rio Geba, "fanar-lhe" uns saquitos de cimento para Missirá... Também passou opor Nova Lamego e por Bafatá. Aqui conheceu o Cor Hélio Felgas e o nosso Fernando Gouveia (do Comando de Agrupamento nº 2957). Como, de resto, também conheceu o malogrado actor de teatro, Carlos Miguel (Fininho), que era Fur Mil do CAgr anterior, o 1980.
Tem 66 anos, está reformado, mora em Chelas (telefone fixo: 218 372 001), dedica-se aos filhos e aos netos. Foi desenhador técnico na Janz - Contadores de Energia, e inclusive fez parte dos órgãos de gestão do sindicato dos desenhadores técnicos. Acompanha o nosso blogue desde há anos, e divulga-o com grande entusiasmo, mas nunca lhe ocorreu registar-se como membro. A escrita "não é o seu forte". Aceitou, no entanto, o meu convite para ingressar na Tabanca Grande, depois de mandar as duas fotos da praxe e contar mais algumas peripécias desse tempo, como por exemplo a morte, a sua lado, de um cabo (?) da CCÇ 2406 que, ao introduzir uma bala na câmara da G3, disparou acidentamente a arma e ficou com os miolos à mostra... Isto ter-se-á passado na estrada Saltinho-Xitole, em data que ele não conseguiu precisar. Não tenho ideia de nos termos encontrado (ou convivido) em Bambadinca nem no Saltinho (onde no entanto a CCAÇ 12 foi algumas vezes, em colunas logísticas, e eu pelo menos uma vez, levando materiais de engenharia e armamento, além dos preciosos géneros alimentícios). Tem em seu poder a planta do destacamento de engenharia de Bambadinca.
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Nota do editor:
ÚIltimo poste da série < 25 de Março de 2011 >Guiné 63/74 - P8000: O Nosso Livro de Visitas (109): José Oliveira, filho do nosso camarada Luís Nunes Oliveira da CCAÇ 1501/BCAÇ 1877 (Guiné, 1966/67)
7 comentários:
O emblema desta Companhia, quando me foi oferecido era outro. Fundo em cinza com a cabeça do tigre a amarelo.
Pertencia, creio eu, ao BCaç 2852, fez algumas operações connosco entre elas a Lança Afiada. Foi a Companhia do J.M. Camacho Costa que, felizmente esteve lá pouco tempo.
No nosso tempo ninguém da Eng veio para Mansambo.Lembro-me, ano novo de 69 ir "proteger" um Fur. Zamite? (tinha um nome esquisito) na reconstrução de um pontão na zona de Candamã/Musa Iéro. Apareceu uma vez lá um Alf de Engenharia (está escrito em Filhos de um Deus Menor ?)com o projecto de uns sanitários...coisa linda.
AB T.
Torcato: É espantoso que vocês, CART 2339 (Mansambo, 1968/69) tenham construído um aquartelamento de raíz ("campo fortificado", chamava-lhe o PAIGC) sem apoio nem orientação da engenharia... Isso é o que se chama autoconstrução... Abraço.LG
PS - A história deste BCAÇ 2852 é, no mínimo, insólita... Desembarcou em Bissau em 29 de Julho de 1968. Instalou-se em Brás, o comando e a CCS. As companhias operacionais foram à vida, "deixaram de pertencer ao comando": a CCAÇ 2404 foi para Binar, a CCAÇ 2405 para Mansoa e a CCAÇ 2406 para o Olossato...
Quando vieram, tomar conta do Sector L1 (Bambadinca), quem eram as unidades de quadrícula ? No Xime, a CART 1746; em Mansambo, a CARt 2339; e no Xitole, a CART 2413...
Como pertenci à Caç-2404 posso acrescentar que o percurso destes " filhos pródigos" começou em Teixeira Pinto (três meses),depois Binar (um ano) e terminou no "campo de concentração" de Mansambo.
Diogo Cardoso
Funchal
Foi-se o comentário e não tenho paciência de refazer.
Digo só, caro Luís Graça, que tudo se deve ao extraordinário Soldado Português, filho de um pequeno País com um extraordinário Povo.
AB T.
Camarada Torcato Mendonça:Olhe que
não;olhe que não(parafraseando,al_
guém).Lamentávelmente,para muitos
portuguêses,o "nosso"Império,foi só
ignomínia e exploração,como se as grandes potências o não fossem(ain_
da o são)opressores e exploradores.
Dolorosamente,há ex-combatentes que
ajudam a cimentar essas opiniões.
Fizemos uma guerra injusta,para a qual fomos contra vontade.Agora
queremos ser tratados e respeitados
por uma nação que não é a daquele tempo e por um povo,que com a nossa
ajuda se está borrifando para nós.
Alberto Guerreiro.
Plenamente de acordo Caro Alberto Guerreiro.
Certamente nos cruzamos em Mansambo. A 2404 foi render-nos e eu era o único Alf. lá. Conhecia o CAP Neves,V/CMDT.
Era uma ligeira resposta ao nosso caro camarada e amigo L. Graça. A resposta maior desapareceu...
Refiro-me ao Soldado Português da Nossa Geração, ao Povo de onde Ele veio. Mansambo era nada. Umas tabancas, pequenos abrigos e mato...perto uma fonte e a estrada!! Foi nascendo aquilo. Continuamos a fazer Operações e sendo construtores.
Hoje nada quero a não ser Respeito para mim e para todos os Camaradas que foram "Soldados no Império". Só.
Um abração do T.
Sou o Ex.Furr. em casa (Carvalho da Eng.)e vanho junto dos camaradas do blogue prestar algumas correcções ao texto do camarada L. Graça.
O Comt.Pimentel comandava o Batalhão e como tal tinha que o conhecer por direito próprio.
Conheci á pouco tempo o camarada Ex.Alf.Pimentel e o Vasco da Gama e Esposa no lançamento do livro -Quem mexeu no meu comprimido-do Beja Santos.
Quanto ao Fernando Gouveia pus-lhe a hipótese de ter estado com ele no Agrupamento quando da minha passagem por Bafatá.
Sobre o Carlos Miguel e ainda em Bafatá, estava no SPM por ter passado a rendição Individual por se ter portado mal.Isto é drincadeira.
Quanto ao 1ºCabo Fernando Alves, estava na altura a falar comigo quando foi dada a voz de saída para o Xitole. Ao introduzir a bala na câmara da G3,esta disparou e atravessou-lhe a cabêça. Fazia parte do Pel.Nat.53 (mais tarde do Santiago), o qual viria a ter nova baixa por acidente do Sarg. Parente que na demonstração do canhão s/recuo também viria a falecer provocando alguns feridos ente eles o próprio Cap.Clemente da CCaç3890 que substituio a CCaç2406.
Quanto às Plantas são do Destacamento da Intendência no Cais de Bambadica.
Um Abraço vou dando notícias.
Fresta de Carvalho
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