Lisboa > Livraria Bertrand Chiado > 10 de Março de 2011 > 18h30 > Sessão de lançamento do novo livro do nosso camarada e amigo Mário Beja Santos, Mulher Grande, editado pela Temas & Debates e pelo Círculo de Leitores (2011) > Última intervenção da noite, com palavras do autor a agradecer os apoios que teve para a escrita desta narrativa (com destaque para o pessoal da biblioteca da Sociedade de Geografia de Lisboa), a evocar as suas fontes de informação e de inspiração e ainda a anunciar o seu próximo livro, Tangomau, com o qual fechará o ciclo da Guiné.
Benedita é o nome da personagem principal. É uma homenagem a três mulheres grandes que marcaram a vida do autor, incluindo a sua mãe. É também o nome da sua primeira neta, filha de Joana. Recorde-se que, no meio da escrita deste livro, o Mário e a Cristina passaram por uma grande tragédia com a perda, em Julho de 2009, da sua filha mais nova, a sua querida Locas, Glória Allen Revez Beja dos Santos (1976-2009).
O livro também já foi lançado em Pedrógão Grande, em 15 do corrente, terra do distrito de Leiria onde o Mário tem casa de fim de semana... Uma rádio local, a Rádio Condestável, fez deste modo a sinopse do livro:
(...) "Mulher Grande significa 'mulher velha, sábia, ousada, resistente e de grande coragem'. Mário Beja Santos apresentou este fim-de-semana mais um dos seus livros. Desta feita Mulher Grande retrata uma Guiné Bissau que não esquece, onde viveu quando combateu em nome da pátria.
"O livro surge para colmatar uma sensação de vazio. Em tempos havia escrito dois volumes respeitantes a 26 meses vividos num teatro de operações. Quando terminou Tigre Vadio optou por 'tomar um banho de água' e escrever duas obras sobre segurança alimentar e publicidade, sentindo no entanto que ainda faltava algo. Foi então que começou a
escrever num blog (*), e que surgiu a ideia de escrever esta última publicação que é fruto de uma viagem à Guiné, onde teve oportunidade para ouvir alguns relatos interessantes.
"Beja Santos criou assim uma Mulher Grande, significando 'mulher velha, sábia, ousada, resistente e de grande coragem'. Conta a história de uma mulher com 90 anos que teve uma educação esmerada, um pai que morreu com um tumor e que deixou a família embaraçada, obrigando-a a um pacto, ou seja o irmão comprometeu-se a acabar o curso de medicina e ajudar a mãe e a irmã. A mãe socorreu-se de tudo para sobreviver, mas sempre com dignidade e aos 30 anos apaixonou-se por um funcionário colonial...
"São cerca de 300 páginas 'de leitura fácil mas que tenta sempre fazer o seu enquadramento histórico', relata ainda o autor.
"Beja Santos é desde algum tempo um munícipe de Pedrógão Grande e fez questão de depositar na biblioteca municipal daquele concelho grande parte do seu vasto espólio literário o que para João Marques, presidente da autarquia é 'um contributo inesquecível para nós' " (...)
Vídeo (4' 44''): Alojado em You Tube < Nhabijoes
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Nota do editor:
Último poste da série 24 de Março de 2011 > Guiné 63/74 - P7993: 16 de Março de 2011, lançamento do novo livro de Beja Santos, Mulher Grande (Temas & Debates / Círculo de Leitores, 2011) (2): Vídeo com excerto da apresentação feita pela escritora Lídia Jorge
(*) Não sei se a referência é ao nosso blogue... Por que a memória é curta, convém esclarecer este ponto: A colaboração de Beja Santos no nosso blogue (mais de meio milhar de referências), começou muito antes, em Julho de 2006, e foi no nosso blogue (II Série) que 'nasceram' os seus dois primeiros livros de memórias: Na Terra dos Soncós e Tigre Vadio, anteriormente publicados pela editora Temas & Debates e Círculo de Leitores, depois de aparecerem em "episódios", todas as semanas, neste espaço de partilha de memórias (e de afectos) dos antigos combatentes na Guiné:
Vd. poste de 28 de Julho de 2006 > Guiné 63/74 - P1004: Operação Macaréu à Vista (Beja Santos) (1): o pudor das nossas recordações
(...) Caro Luís, foi muitíssimo agradável ter-te revisto ontem [4ª feira, dia 26 de Julho], passadas estas décadas. Do muito que falámos, estou neste momento publicamente comprometido com todos os parceiros do blogue a depor sobre o que vi e conservei da minha experiência na guerra colonial.
Durante anos, acalantei a ideia de escrever um romance sobre a minha experiência (na ficção, como em todas as manifestações de arte, escrevemos sempre sobre nós, condicionando a nossa imagem, seleccionando o que queremos comunicar aos outros). Assim, escrevi na cabeça Soncó, que teria como base os Soncó, a família dos régulos do Cuor. Com os empregos antes do 25 de Abril e os estudos, a ideia esmoreceu. (...)
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