sexta-feira, 24 de maio de 2013

Guiné 63/74 - P11620: O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande (70): A Tabanca da Lapónia... em festa: o régulo José Belo, anfitrião e guia do João Graça (nosso tabanqueiro e músico da banda Melech Mechaya), na delegação de Estocolmo, hoje e amanhã...

ao 

A banda portuguesa Meleech Mechaya  vai estar em Helsínquia, no dia 26 de maio, domingo, 15h45/16h30,  no World Village Festival. 


No sábado, dia 25, os Melech Mechaya vão animar as Festas dos Santos Populares dos Portugueses de Estocolomo!...


1. No próximo fim de semana, a banda portuguesa Melech Mechaya, de que faz parte o nosso tabanqueiro João Graça, vai atuar na Suécia (Estocolmo, 25) e na Finlândia (Helsínquia, 26). É a primeira incursão desta conhecida banda de música klezmer (, a primeira em Portugal,) por terras escandinavas.

O primeiro concerto é já no sábado, 25, às 20h00, em Estocolomo, no famoso Stallet Folkmusik, e organizado pela Lusitânia - Associação de Portugueses de Estocolmo que celebra, antecipadamente, os Santos Populares Portugueses. Como se pode ler na página do Facebook da Lusitânia:

(...) Marque na agenda o próximo dia 25 de maio. Vamos celebrar os Santos Populares Portugueses com muita música, decoração e festa!  O Stallet decorado com balões e arcos de papel às cores, bailarico musical com os portugueses Melech Mechaya e altares para os santos a pedir sorte". (...)

O segundo concerto é no país ao lado, a Finlândia, no âmbito do World Village Festival... Para a banda (, formada em 2006, com João Graça no violino, Miguel Veríssimo no clarinete, André Santos na guitarra e sanfona, João Novais no contrabaixo e Francisco Caiado na percussão) é mais um passo na sua crescente internacionalização, depois da Espanha, Croácia, Cabo Verde e Brasil.

Em Outubro de 2011, a banda portuguesa lançou o seu terceiro trabalho, o álbum “Aqui Em Baixo Tudo É Simples", que contou com a participação da fadísta Mísia e do trompetista norte-americano Frank London (, líder e fundador dos Klezmatics, vencedores de um Grammy em 2006). Referido pela revista Blitz como um dos melhores álbuns do ano, “Aqui Em Baixo Tudo É Simples” foi editado internacionalmente em Maio de 2012 e conquistou a crítica europeia com “a sua identidade musical própria” (Eelco Schilder, da prestigiada revista alemã FolkWorld). Deles disse o crítico musical Miguel Lopes (Feedback Música): "se conseguirem estar totalmente imóveis durante um concerto inteiro dos Melech Mechaya é porque estarão mortos! E provavelmente os Melech Mechaya estarão a tocar no vosso funeral. "

2. A ida, à Suécia, do nosso tabanqueiro João Graça, motivou o envio de um lembrete ao José Belo, o nosso "lusolapão", que é simultaneamenmte régulo e único habitante da Tabanca da Lapónia, uma das muitas tabancas espalhadas pela diáspora portuguesa, afiliadas na Tabanca Grande...  (Tem a sede em Kiruna, e delegações em Estocolmo e em Key West, Flórida; a última notícia, como sempre exagerada que ouvi, é que tinha sido encerrado para obras, devido a problemas com a calota polar; fico feliz por saber que a Tabanca da Lapónia continua de pé, de pedra e cal, discreta, às vezes esquiva, mas sempre surpreendente, bem humorada e solidária).

Logo em 20 de maio último, o José Belo (cuja ocupação principal é, conforme a época do ano a de "contador de renas ao luar" e especialista em direito consuetudinário)  abriu os braços, generosos e acolhedores, à minha sugestão de poder conhecer (e estar com) o João Graça e o resto dos Melech Mechaya, lídimos representantes da lusa gente:

(...) Caro Luís: apesar de ser período de saltadas frequentes entre as casas sueca (Estocolmo e Kiruna) e americana, em Key West [, Flórida, EUA] ,não só pelos 'daiquiris'  mas também porque ainda trabalho... (Por gosto profissional, ou será, como dizem alguns mais cínicos, os bons pagamentos?)... De qualquer modo, a conseguir estar em Estocolmo no dia 25 é mais do que 'claro' que lá estarei no concerto, acompanhado por uma manada (não de renas,mas de SUECAS!) para darmos ao teu filho....aquele Abraço! O e-mail a funcionar na Suécia e nos States é [...]

Entretanto, a 23 mandou um mail ao João, com conhecimento ao nosso blogue:

(...) Bem vindo a Estocolmo,  caro Amigo. Estou em Estocolmo até sábado de manhã, partindo depois para o extremo do extremo norte, onde vivo,"SÓ" a 1.400 quilómetros ao norte da capital. Se tiveres tempo (e vamos tratarmos-nos por tu, como bons tabanqueiros que somos), terei imenso gosto em beber um copo (ou um jantar na "Trindade" cá do burgo), e dar uma volta pela cidade velha que vale mais do que a pena visitar. Como calculo,  o tempo que dispões não será muito,daí tudo estar dependente desse tempo livre. De qualquer modo aqui segue o meu telefone sueco [...]. Qualquer hora é totalmente OK para mim. Um grande abraço. (o tempo em Estocolmo está com temperaturas de verdadeiro Veräo local(!),+/-16 graus,mas nublado e com aguaceiros). (...)

  
Da minha parte, disse o seguinte ao João:

(...) João: Toma boa nota. É um tuga de alma e coração,  o nosso José Belo. Arranja tempo para estares com ele, é um privilégio, não podias encontrar melhor guia e mestre em toda a Escandinávia. É um homem sábio. Como eu te disse, ele, que é um verdadeiro cidadão do mundo, vive (ou refugia-se, de vez em quando), na "colónia" sueca, a norte da Suécia, chamada Lapónia, em Kiruna, já bem dentro do círculo polar ártico.. Tem lá um "iglô"... Um dia temos que lá ir visitá-lo. Dá-lhe saudades nossas. E não te esqueças de lhe oferecer o vosso último CD, "Cá em baixo tudo é simples", autografado. È pena que ele não vos possa ver atuar ao vivo em Estocolmo... Um xicoração. (...)

Sei que existem fãs  dos Melech Mechaya na Tabanca Grande. Para esses, e demais leitores interessados,  aqui fica o calendário de concertos até final de julho de 2013...  Em Portugal os concertos mais próximos serão em Mirandela (8 de junho), Fundão (9 de junho), Odivelas (10 de julho), Lisboa (14 de julho), Funchal (18 de julho), Ponte da Barca (27 de julho) e Lavre  (29 de julho). 

6 comentários:

Luís Graça disse...

Leio no Expresso "on line"... e concluo que a polícia sueca, afinal, também não sabe usar armas, tal como a nossa... A morte de um português acabou por incendiar uma zona dos arrabaldes de Estocolmo onde emigração é sinónimo de desemprego e maior risco de exclusão social...LG
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Morte de português na origem dos tumultos em Estocolmo

Depois de nos anos 70 ter conhecido a futura mulher finlandesa, foi de Portugal para a Suécia, onde residia até ser morto pela polícia, o que revoltou os jovens dos subúrbios de Estocolmo.
Alexandre Costa, Anabela Natário e Cristina Peres

16:41 Sexta feira, 24 de maio de 2013

Fredrik Sandberg/EPA

Jovens continuaram na noite passada a pegar fogo a carros nos arredores de Estocolmo

O homem de 68 anos cuja morte às mãos da polícia sueca está na origem dos tumultos que abalam os arredores de Estocolmo há cinco noites, chama-se Lenine Relvas-Martins, é português, casado com uma finlandesa, e encontrava-se a viver na Suécia há mais de 30 anos, soube o Expresso.

Lenine Relvas Martins foi morto pela polícia no passado dia 12, durante um episódio ainda mal-esclarecido. O certo é que os agentes dispararam contra o emigrante português, dentro de casa deste em Husby, perto da capital sueca.

A polícia afirma ter sido chamada por habitantes do bloco de apartamentos, que se queixavam de um desacato, que um homem armado com uma faca estaria a ameaçar a mulher. Quando chegou ao local, sustenta, tentou acalmar pelo telefone Relvas-Martins e como este não desse mostras de abrir a porta resolveu arrombá-la e disparar sobre o português.

A família tem outra versão. O cunhado do português, Risto Kajanto, conta que o casal tinha ido jantar a um restaurante e, à saída, foi importunado por um grupo de jovens que travou à sua beira o automóvel em que seguia. O caso ficou por ali, mas, já em casa, quando a polícia bateu à porta, Relvas-Martins pensou tratar-se do "gangue", resolvendo ir buscar "uma faca de colecão" e aparecer na varanda empunhando-a.

"Isto é o que a minha irmã me disse. Mas ela está em estado de choque, o que realmente aconteceu provavelmente ninguém sabe bem", disse ainda Risto Kajanto, a viver na Finlândia, ao tabloide sueco "Aftonbladet". Adianta que a irmã se encontra num hotel acompanhada por um sacerdote, tentando ultrapassar o facto de ter visto o marido ser morto.

Apesar das dúvidas, o cunhado afirma que Lenine Relvas-Martins, cujo nome não tinha sido divulgado até agora, não era uma pessoa violenta e nunca faria mal à mulher. Kajanto diz ter vivido com eles - casados há mais de 30 anos - durante um período de tempo e que Lenine era "um homem feliz, com um grande humor".
(...)

Ler mais: http://expresso.sapo.pt/morte-de-portugues-na-origem-dos-tumultos-em-estocolmo=f809302#ixzz2UFqxoaPE

Luís Graça disse...

II (e última) parte da notícia:

(...) Kajanto até percebe que a polícia se tenha precipitado por não saber exatamente o que se passava, mas essa razão não justifica a atitude. Além disso, não entente a razão dos disparos para dominar um homem de estatura pequena como era o seu cunhado.

Perante o facto da morte de Relvas-Martins ter desencadeado os tumultos, Risto Kajanto deixou no "Aftonbladet" um apelo para o fim da violência.

Na noite passada, os distúrbios, encabeçados por jovens, prosseguiram em diversos locais dos subúrbios de Estocolmo.

Foram incendiados cerca de 30 carros e algumas escolas, provocando a revolta de moradores mais velhos.

A polícia de Estocolmo solicitou reforços para fazer frente à situação, considerando no entanto que os atos de destruição, que há cinco noites se repetem, estão a diminuir.



Ler mais: http://expresso.sapo.pt/morte-de-portugues-na-origem-dos-tumultos-em-estocolmo=f809302#ixzz2UFtW9Utm

Luís Graça disse...

Leio no Público "on line":

(...) O nome Lenine Relvas-Martins não consta da lista de sócios da Associação de Portugueses de Estocolmo. Contactado pelo PÚBLICO, um funcionário da associação disse que se comenta "entre um pequeno grupo de pessoas" que o homem morto pela polícia "é português", mas disse também que nunca ouviu falar no nome em questão.

O cunhado da vítima mortal, Risto Kajanto, tem uma versão diferente. Em declarações ao jornal sueco Aftonbladet, Kajanto afirma que Relvas-Martins e a sua mulher foram confrontados por um grupo de jovens depois de terem jantado num restaurante. Lenine Relvas-Martins terá ameaçado os jovens com uma faca. Já em casa, resolveu não abrir a porta aos agentes da polícia, por pensar que eram os jovens que tinha acabado de encontrar na rua. Segundo Risto Kajanto, a polícia arrombou então a porta e matou o homem, que residia em Husby, nos subúrbios de Estocolmo.

Os motins que têm agitado os subúrbios da capital sueca, em zonas onde vivem muitos imigrantes e jovens descendentes de imigrantes, sem grandes perspectivas de emprego, continuaram pela quinta noite consecutiva. Arderam pelo menos 30 carros e foi lançado fogo, rapidamente dominado, a duas escolas e a uma esquadra de polícia. Foram detidas oito pessoas, jovens na casa dos 20 anos. A polícia de Estocolmo anunciou que vai mobilizar reforços.

http://www.publico.pt/mundo/noticia/homem-morto-pela-policia-na-suecia-emigrou-de-portugal-na-decada-de-1970-1595423

Anónimo disse...

Fico completamente baralhado
Já aconteceu em Paris..compreendi.

Agora em Estocolmo !! ??
Então não é a sociedade sueca uma das sete maravilhas do mundo, com uma qualidade de vida das melhores do mundo etc e tal..

Agora a polícia sueca actua de forma igual às do terceiro mundo e logo matando um Português..triste sina a nossa.

Se fosse em Portugal..já aconteceu..mas na Suécia !!
Julgo que o mundo está a ficar perdido...
Peço ao "luso-lapão".."Joseph"Belo que explique porque eu já não percebo nada..

C.Martins

Anónimo disse...

Caro C.Martins. Os Paraísos? Para os religiosos,existem "lá em cima" depois da morte.Para os não religiosos...nem uma coisa nem outra.Mas não devemos esquecer ser a Suécia o terceiro país Europeu em número de refugiados recebidos anualmente,em percentagens muito próximas da Alemanha e Franca.O facto da populacäo sueca ser de 9,5 milhões,e não na ordem dos oitenta milhões,dará uma melhor ideia do problema.Apesar de,geograficamente,o país ser grande (14 vezes o tamanho de Portugal),a maioria dos refugiados acaba por concentrar-se nas grandes cidades,onde já se encontram familiares,amigos,ou simplesmente gente das mesmas nacionalidades aqui chegados anteriormente.Isto independentemente de todos os "programas estatais" para os espalhar pelo país,que acabam na maioria dos casos por ser "sabotados",pelo regresso dos refugiados desde os locais onde são colocados,para as tais comunidades nas periferias das grandes cidades.Esta consequencia,entre outras,terá muito a ver com a tal liberdade na sociedade sueca,para muitos considerada como...exagerada,e dificilmente compreendida na sua essência por gente chegada de locais como a Síria,Afeganistão,Iraque e Somália.No ano de 2012 o número de refugiados ( só destes países referidos) totalizou 40.000. Saberei um pouco do que escrevo por ter trabalhado nas últimas 3 décadas em muito do relacionado com o assunto,com perdas de muitos idealismos...menos factuais.A percentagem de populacho de origem estrangeira era de 10% em 2003,hoje,10 anos depois, é de 15%.Os números falam por si,como também o fazem "os números" relacionados com os apoiantes do Partido Democrático(!) Sueco(herdeiro directo do substancial Partido Nazi sueco dos anos 30 e 40),que não param de crescer nos últimos anos,garantindo mesmo,pela primeira vez,a presença de grupo parlamentar do Partido na legislacäo sueca.O futuro?As consequencias? Não acaba sempre a "Natureza" por reestabelecer equilíbrios perdidos nos meios ecológicos? Um grande abraço.

Luís Graça disse...

1. Mensagem do José Belo, de 25 de maio, pessoal, mas que faço questão de partilhar com o resto da Tabanca Grande, com a devida vénia ao autor:


Caro Amigo:

Foi com muito orgulho nos nossos jovens que terminei,alta madrugada,o encontro com o teu filho e companheiros do grupo musical [, Melech Mechaya]

.Muito (e de muito) se falou.Creio ter conseguido dar-lhes uma ideia das realidades que aqui nos rodeiam,e também das perspectivas históricas que levaram ás mesmas.

Vivendo totalmente afastado, já há quase quatro décadas, de Portugal,este contacto com as novas geracöes Lusitanas foi uma experiência riquíssima.Um encontro,para mim,a registar.Um grande abraço.

2. Dei conhecimento ao João e ao José, nestes termos, em mensagem de 26 de maio:

João: Temos também muito orgulho em ti e em vocês. Fico muito sensibilizado pelas palavras do José Belo. Vocês merecem: pertencem à geração melhor preparada de toda a nossa história... E depois são cinco putos porreiros e talentosos... Bom regresso, a casa.

PS - Apareceram hoje, às 13h, no noticiário da Sic, em Estocolmo!...