1. Comentário, de hoje (*), do nosso leitor, Djuli Sal, neto do Cherno Rachide [Djaló], do Quebo (ex-Aldeia Formosa), que morreu em 1973 ) (**):
[De acordo com o seu perfil no Google +, "trabalhou em DGCI, fequentou a Universidade Colinas de Boe/Washinton State Uviversity; vive em Hafia,Bissau] [foto à esquerda]
Grato pela adopçao do termo "SANTÁSTICO" (*), agradeço a vossa amabilidade.
Ao meu ver, este blog representa um veículo de divulgaçaã e contextualização da rica história da Guiné-Bissau.
Aos mais velhos proporciona uma autêntica nostalgia... Para os mais novos (como é o meu caso) é um meio de aprendizagem e de reencontro com as nossas verdadeiras raízes...
E a todos faculta uma outra face da história, com possibilidades de fazer comparação com o passado recente e o presente, com intuito de projetar um futuro melhor... Um futuro liberto dos erros do passado, através de um novo raiar de sol da esperança de dias melhores rumo ao tão falado desenvolvimento do pais.
Mas para que tudo isso aconteça, os herdeiros da pátria do Cabral têm que enveredar pelo verdadeiro diálogo, perdão e reconciliação entre todos.
O meu obrigado do fundo do coração vai para a direção deste blog, por nos ter proporcionado um espaço de diálogo e encontro com a nossa histria.´
Djarama (***)
Djuli Sal
______________
Notas do editor:
(*) Vd. poste de 21 de abril de 2011 > Guiné 63/74 - P8149: (Ex)citações (138): Sou o neto do Cherno Rachide (Djuli Sal)
Sou neto do Tcherno Rachid Djaló [assinalado na foto, em rectângulo verde, tendo atrás, enquadrado por rectângulo a vermelho, o Cap Mil Vasco da Gama, Aldeia Formosa, Janeiro de 1973 ], e estou muito contente por essa iniciativa.(...)
(...) O termo santástico deve ser lido como santo e fantástico (...)
(**) Al-Hajj Cherno Rachid Djaló parece ser a designação correta... Cito o especialista Francisco Proença de Garcia, oficial superior do exército português [, autor de Guiné-Bissau 1963-1974: Os movimentos independentistas, o Islao e o poder português / Francisco Miguel Gouveia Pinto Proença Garcia. -Porto, 1996. - (Texto policopiado) 283 f. : il. ; 30 cm. - Bibliografia, f. 268-283. - Tese de mestrado em Relaçoes Internacionais, Universidade Portucalense, 1996]. Está disponível no sítio Triplov.com:
(**) Al-Hajj Cherno Rachid Djaló parece ser a designação correta... Cito o especialista Francisco Proença de Garcia, oficial superior do exército português [, autor de Guiné-Bissau 1963-1974: Os movimentos independentistas, o Islao e o poder português / Francisco Miguel Gouveia Pinto Proença Garcia. -Porto, 1996. - (Texto policopiado) 283 f. : il. ; 30 cm. - Bibliografia, f. 268-283. - Tese de mestrado em Relaçoes Internacionais, Universidade Portucalense, 1996]. Está disponível no sítio Triplov.com:
(...) "Os dignitários islâmicos mais proeminentes eram Al-Hajj Cherno Rachid Djaló (futa-fula) de Aldeia Formosa (rebaptizada Quebo, após a independência), o Xerife Secuna Haydara (de linhagem xerifina) de Ingoré e, em Cambor, o Al-Hajj Cherno Mamagari Djaló (futa-fula).
(,,,) Sabe-se que foi disponibilizada uma verba de 200 mil dólares pela Presidência do Conselho de Estado para custear as despesas com a peregrinação a Meca para diversas personalidades destacadas da Comunidade. Na Guiné-Bissau, assim como em toda a África Ocidental, realiza-se a designada “peregrinação por procuração”, ou seja, emerge de uma comunidade um elemento para efectuar a peregrinação. Este elemento executa a peregrinação e obtem, na viagem, a bênção para toda aquela comunidade que suporta as despesas de tão honrosa missão. A comunidade em questão encarrega-se da família do peregrino, enquanto ele está ausente. O valor da peregrinação também envolve este procedimento. Se, por outro lado, o grupo social não realizar aquele esforço, podemos dizer que a peregrinação é afectada.
A peregrinação desempenha um importante papel político, uma vez que une muçulmanos de todo o mundo. Ao regressarem, os peregrinos são portadores do título honorífico de “Al-Hajj” (peregrino), o qual confere um estatuto aristocrático no plano sócio-religioso. De acordo com o Supintrep nº.11, entre 1959 e 1972, sob o patrocínio do Governo da antiga Província Portuguesa, visitaram Meca 230 peregrinos.(...)
5 comentários:
Pela leitura não se fica a saber a idade do Djuli Sal, isto é, se ele ainda é do tempo da guerra, ou se nasceu depois de 1974.
Mas é sempre bom, se for possível, ter notícias de Quebo, veiculadas por um filho da terra, neto de uma das mais importantes personalidades da religião e da política da época.
Pela tua presença, por teres chegado aqui, Djarama ao Djuli Sal.
Manuel Amaro
Em Março de 1971 fui colocado em Buba em rendição individual. De Bissau fui de avião para Aldeia Formosa, onde aguardei durante quatro ou cinco dias a deslocação para Buba em coluna militar.
Poucas vezes terei voltado a Aldeia Formosa, portanto acho que foi nesses dias que a passear com outro camarada na tabanca nos cruzamos com o Cherno Rachid, teu avô. Se bem me recordo era um homem alto e já idoso, com um aspecto sereno como eram em geral os chefes religiosos fulas.
Soube que tinha muita autoridade e respeito não só entre os fulas mas também entre outras etnias e por parte das autoridades civis e militares portuguesas.
Da Guiné não esqueci a figura nem a fama do teu avô.
A tua atitude franca e simpática com que te diriges a este blogue
revela talvez parte da herança que através dos teus familiares mais velhos terás recebido do Cherno Rachid.
Tenho um amigo angolano já com 75 anos, que veio cedo para Portugal jogar futebol e acabou por casar cá e por cá se fixar.
Vou usar contigo a mesma expressão que usei com ele há dias noutro contexto. Muito obrigado meu irmão africano pelas tuas palavras e pela amizade e respeito que revelas por estes mais velhos.
O mundo precisa de jovens como tu de todas as cores, todos os credos, todos os continentes e nações. Só com muita gente assim será possível a justiça e a paz na terra.
Um grande abraço
Francisco Baptista
Manuel Amaro, o Djuli Sal nasceu a 9 de Outubro de 1984, em Bissau... Portanto, já não conheceu o avô (que morreu em 1973).
Vd. página dele no Facebook:
https://www.facebook.com/djuli.sal
Tem, entre os seus amigos virtuais, diversos antigos combatentes, que provavelmente conheceram o avô.
Eu também o conheci, aquando de uma sua visita religiosa a Bambadinca, em 1970, se não erro...
Tanto quantop mne recordo, foi transportado pela FAP. Talvez de heli.
Foi montada uma grande tenda em Bambadinca, no perímetro das instalações militares, onde ele recebeu autoridades civis, militares, religiosas, além de fiéis.
Bom dia a todos e particularmente ao Djudi Sal.
Cheguei a Aldeia Formosa no dia 28de Julho de 1970. Fui para o posto do STM, em rendição individual. Cumpri nesse posto de rádio os primeiros 10 meses de serviço. Conheci o avô Cherno Rachid Baldé e com ele algumas vezes privamos os quatro camaradas em serviço no dito posto de rádio. De quando em vez procurava-nos, para conseguir ligações. Claro que com a autorização do malogrado Tenmenete Coronel Agostinho Ferreira (o "metro e oito"), duas pessoas singulares que irradiavam simpatia e grande sentido de colaborante companheirismo.
Tenho várias fotografias onde estou acompanhado por crianças de Aldeia Formosa, cerca de uma dúzia. Logo que consiga alguém que me ajude a publica-las
vou faze-lo. Nesta data, são indivíduos com 45 a 50 anos.
Creio que o Djuli Sal não era ainda nascido, mas pode ser que reconheça alguém! Apelo para que tenha paciência e aguarde. Vou fazer os possíveis por ver se consigo publicar esse material o mais depressa possível.
Um abraço e um até breve
Álvaro Vasconcelos
Caro Djuli Sal, saudações amigas.
Cheguei a Aldeia Formosa em Julho de 1968 e em Janeiro de 1969 transitei para Buba.
Aquando dos meus passeios por Aldeia Formosa, quase sempre passava pela casa "tabanca" do teu avô Cherno Rachid e presenciava os seus familiares e amigos crentes que o visitavam.
Para ti será de todo interessante visitares em Tabanca Grande os Postos P6918 e P7675, com fotos que eu tirei na Festa do Ramadã em Bissau no ano de 1970, e onde suponho que para além do teu avô poderá estar o teu pai, tio e/ou primo.
Párti mantenhas
Arménio Estorninho
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