quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Guiné 63/74 - P13820: História do BART 3873 (Bambadinca, 1972/74) (António Duarte): Parte XV: abril de 1973: depois de, em 25/3/1973, entrarem em cena, para surpresa das NT, os mísseis Strela, outros factos dignos de registo no setor L1: (i) presença de cubanos em Ponta Varela; (ii) Mansambo é flagelado ao fim de 8 meses; e (iii) a tabanca abandonada de Sinchã Bambe é reocupada e passa a chamar-se... Santa Cruz da Trapa, em homenagem à terra natal do cmdt do batalhão...



Guiné & amp; gt; Zona Leste & amp; gt; Setor L1 & amp; gt; Mansambo & amp; gt; 1970 & amp; gt; Vista aérea aquartelamento. Ao Fundo, da esquerda para a direita, a estrada Bambadinca-Xitole. Foto do Arquivo de Humberto Reis (ex-furriel miliciano de Operações Especiais, CCAC 12, Bambadinca, 1969/71)

(...) "Quanto à foto de Mansambo, a vista aérea – que é espectacular e que pessoalmente agradeço - gostava de saber de que ano é, se o Humberto tiver esses dados. A zona está totalmente nua, só com uma grande árvore ao fundo que se encontra à entrada do aquartelamento, pois vê-se a bifurcação para a estrada Bambadinca-Xitole (esquerda-direita. Falta ali uma árvore, a tal de referência para o IN, e que os nossos soldados chamavam a árvore dos 17 passarinhos, tal era a quantidade deles, que se situava na parte mais afastada da entrada. A mancha branca de maior dimensão seria o heliporto. Faltam os obuses, um de cada lado à esquerda e à direita. Ao lado dessa árvore ficava o depósito, que era uma palhota, de géneros e munições, que ardeu a 20 de Janeiro de 1969 (nesse dia chegaram os 2 Obuses 105 mm). Era véspera do aniversário da CART 2339. Ao fundo vê-se uma mancha à esquerda do trilho de entrada que era a tabanca dos picadores. À direita no triângulo de trilhos, ficava a nossa horta. A fonte ficava à direita da foto onde se vêem 3 trilhos, na mancha mais negra em baixo. Se confrontares com um mapa da zona vê-se aí uma linha de água" (...) [Carlos Marques dos Santos  (ex-fur mil inf los, CART 2339, Mansambo, 1968/69, um dos construtores do " campo de forticado Mansambo ".. . Este topónimo tem 235 referências no nosso blogue].

Foto: © Humberto Reis (2006). Todos os direitos reservados [Edição: LG]


1. C ontinuação da publicação da História do BART 3873 (que esteve colocado na zona leste, no Setor L1, Bambadinca, 1972/74), a partir de cópia digitalizada da História da Unidade, em formato pdf, gentilmente disponibilizada pelo António Duarte.

[António Duarte, ex-fur mil da CART 3493, a Companhia do BART 3873, que Esteve los Mansambo, Fá Mandinga, Cobumba e Bissau, 1972-1974; Foi transferido para a  CCAC 12 (em  novembro de 1972, e não como voluntário,como por lapso temos indicado; economista, bancário reformado, foto atual à esquerda].

O grande destaque do mês de abril de 1973, três meses depois da morte de Amílcar Cabral (1924-1973) vai para os mísseis Strela que cruzam, peela primeira vez, em 25/3/1973, os céus do CTIG, apanhando  "de surpresa" as  NT ...

No setor L1 (Bambadinca) há a  registar apenas os seguintes factos (pp. 51/54,  cap II, da História da Unidade) (sublinhados, a vermelho, da responsabilidade  do editor):

(I) Presença, comprovada, de cubanos em Ponta Varela;

(Ii) Mansambo é flagelado ao fim de 8 meses; 

e (iii) A tabanca abandonada de Sinchã Bambe é reocupada e passa a chamar-se ... Santa Cruz da Trapa, em homenagem à terra natal do cmdt do Batalhão ...(LG)


Abril de 1973: depois de , em 25/3/1973, para surpresa das NT, entrarem em cena, no CTIG, os mísseis Strela, outros factos dignos de registo, no setor L1: 

(i) presença de cubanos em Ponta Varela; 
(ii) Mansambo é flagelado ao fim de 8 Meses; 

9 comentários:

Anónimo disse...

Há momentos na vida por mais tempo que passe não conseguimos esquecer. No único ataque a Mansambo enquanto a cart 3493 lá esteve, eu e mais cinco condutores estávamos a carregar terra para levar para a oficina dentro de um enorme buraco que podemos ver na foto depois da árvore, do lado direito a caminho da saída, os meus camaradas fizeram uma corrida a toda a velocidade para o abrigo do nosso morteiro, eu fui o último a sair do buraco tive um pressentimento que talvez não tivesse tempo de chegar, voltei a trás e abriguei-me onde estávamos a carregar a terra. Então não é que depois da "festa"acabar fomos ver onde tinham caído as granadas de morteiro do IN, uma tinha caído precisamente onde passaram os meus camaradas, a poucos metros do nosso morteiro. Eu era o último, ainda hoje continuo pensar que se não tenho voltado para trás, talvez não tivesse conseguido chegar ao abrigo...

Anónimo disse...

Não assinei o comentário que fiz ao poste enviado pelo António Duarte, como gosto de assinar sempre os comentários que faço,peço desculpa.
O comentário anónimo é da minha responsabilidade
António Eduardo Ferreira

Luís Graça disse...

António, tivemos na guerra (e temos tido ao longo da vida) essa tal "estrelinha da sorte" a que nos agarramos para explicar, dentro da nossa racionalidade humana limitada, o que muitas vezes é inexplicável, ou é aleatório, neste caso, a diferença entre estar ou não estar vivo... A vida, camarada, é feita de muitos "ses",,,
Se tens ido mais cedo, terias provavelmente alinhado em duras operações, comigo, com o Torcato Mendonça, com o Carlos Marques Santos, e tantos outros, que lá estiveram em (ou passaram por) Mansambo...como é o caso da malta da CART 2339, os "sócios fundadores"... Podias ter "lerpado" na ida à fonte (que ficava originalmente fora do perímetro de segurança do aquartelamento) ou sido "apanhado à unha"... Como aconteceu, logo de início à malta da CART 2339…
A CART 2339, que fez Mansambo "a pá e pica" (!), pagou uma fatura pesada, em termos de "sangue, suor e lágrimas", à Pátria, para ganhar o direito de voltar a casa, com a noção do "dever cumprido"... O mesmo é dizerm, o direito de continuar a viver, trabalhar, respirar, circular na sua terra natal…
Tiro o meu quico aos valentes de Mansambo, de todas as épocas, com destaque especial para os "viriatos" da CART 2339 que eu conheci ainda relativamente bem: ainda fizemos umas tantas coisas juntas, durante a época das chuvas de 1969... Depois eles acabaram a comissão e marcharam para Bissau...

Anónimo disse...

Cubanos..realidade..mitos e lendas.

Foi sempre uma politica do PAIGC não permitir a entrada de cubanos no interior da Guiné como força de combate pela simples razão de não só diminuir, ou parecer, a capacidade de combate dos próprios guerrilheiros como iria desse modo internacionalizar o conflito o que evidentemente seria aproveitado por nós.

Infiltravam-se isso sim alguns elementos, sempre enquadrados pelos guerrilheiros, e tinham como função elaborar a capacidade de manobra nomeadamente de armas pesadas...caso por exemplo do capitão Peralta ..que como se sabe teve azar.

Actuavam principalmente no interior da Guiné-conakri e manobravam a artilharia..

A esmagadora maioria eram médicos e estavam sediados principalmente em Boké onde o PAIGC tinha um hospital de campanha..julgo que também estariam no Senegal.

Em gadamael na "escuta rádio" várias vezes se ouviram comunicações em castelhano e com sotaque cubano..eu próprio ouvi..mas parecia-me mais conversa da treta do que linguagem encriptada.. talvez acção psicológica..pufff.

Por várias vezes se falava (boatos) e até informações vindas do QG que iríamos ser atacados por cubanos o que nunca se concretizou...mitos..como os aviões mig..
Posteriormente soube que nunca houve nenhuma força de combate de cubanos, mesmo a nível de pelotão.
Como acção psicológica reconheço que foi bem feita, apesar de pessoalmente isso não me afectar..para mim era igual "ao litro"..cubanos, russos chineses.."patagões"..eram IN.

C.Martins

Anónimo disse...

Amigo Luís
Foi, graças a quantos com muito esforço, muito suor e certamente algumas lágrimas, construíram a "fortaleza" de Mansambo, que eu e quantos passamos depois por aquele sítio tivemos uma estadia melhor.
E como eu sei avaliar esse esforço, mais tarde fui para Cobumba, com um colchão pneumático e uma tenda, onde nada havia, a não ser muita guerra...

Recebe um abraço
António Eduardo Ferreira

Luís Graça disse...

Cubanos ? Não havia só os charutos... LG

_________________

QUINTA-FEIRA, 24 DE JULHO DE 2008
Guiné 63/74 - P3090: Simpósio Internacional de Guileje: Comunicação do cubano Ulises Estrada

http://blogueforanadaevaotres.blogspot.pt/2008/07/guin-6374-p3085-simpsio-internacional.html


(...) Sinopse: Neste excerto, Ulises Estrada que chega à Guiné em meados de 1966 - não fazendo parte, por isso, do primeiro contingente cubano, que era composto por 3 médicos e 3 artilheiros, chegados a 29 de Abril de 1966 - relata o esforço dos voluntários cubanos na luta de libertação, ao lado dos guerrilheiros do PAIGC (1).

Faz referência a ataques em que ele próprio participou, desde o Olossato a Farim, desde Buba ao Morés, incluindo uma emboscada na estrada de Enxalé-Portugole, e um ataque ao destacamento de Missirá, no Cuor, a norte do Rio Geba (em Dezembro de 1966), a nossa conhecida Missirá onde estiveram, em épocas diferentes, os nossos camaradas Beja Santos (Pel Caç Nat 52, 1968/69) e Jorge Cabral (Pel Caç Nat 63, 1970/71).

Evoca também a figura e Domingos Ramos, chefe da Frente Leste e comissário político do PAIGC, que morre a seu lado a 10 de Novembro de 1966, num ataque de artilharia (1 canhão s/r) e infantaria ao quartel de Madina do Boé. O Ulises disse-me pessoalmente, em Bissau, que o Domingos Ramos foi morto por um estilhaço de morteiro, quando o tentava proteger. O seu corpo foi resgatado pelo cubano, "para que não caísse nas mãos dos portugueses" (sic), e levado a seguir para a base de Boké, na Guiné-Conacri, onde foi entregue a Aristides Pereira. Ulises diz do seu camarada guineense que era um grande homem, um grande combatente, e um grande líder político (2).

Ulises Estrada fala ainda de outros combatentes cubanos que se destacaram na luta de libertação na Guiné, incluindo o comandante Raul Diaz Arguelles que esteve ao lado de Nino Vieira no cerco de Guileje, em Maio de 1973 (e que viria a morrer em Angola, em Dezembro de 1975, na Batalha da Ponte 14, em que o MPLA e os seus aliados cubanos foram massacrados pelas tropas da África do Sul). Referiu ainda o nome (mal perceptível) de um tal coronel Fernandez Caturno (?), que comandava o pelotão de bazucas (RPG 7).

Foi referido ainda o nome do Capitão Pedro Rodriguez Peralta, ferido e capturado pela CCP 122/BCP 12, em 18 de Novembro de 1969, no corredor de Guileje (Operação Jove).

No final, é lida a lista dos nomes dos 9 cubanos que morreram em combate na Guiné, incluindo um médico, o 1º tenente médico Angel Sequera Palácios (?). Há tempos li, noutras fontes, que teriam morrido 17 cubanos na guerra da Guiné (3).

Ulises Estrada e Oscar Oramas foram os únicos cubanos que participaram no Simpósio Internacional de Guileje, como oradores. Tal como os restantes convidados estrangeiros, incluindo os portugueses, estiveram hospedados no HOTELAzalai (antigo 24 de Setembro).

À hora das refeições, nas idas e vindas de autocarro, e nos programas sociais, tivémos OPORTUNIDADE DE conviver um pouco mais com estes cidadãos cubanos que, durante a guerra colonial/luta de libertação, desempenharam papéis diferentes. Objectivamente eram nossos inimigos. Em Bisssau (e na visita ao sul da Guné) comportámo-nos como velhos combatentes que o passado de guerra aproximou, em vez de separar.

(Continua)

Luís Graça disse...


Cubanos no TO da Guiné:

(Continuação)


(...) Ulises Estrada, hoje com 73 anos, combateu nas matas na Guiné, desde Farim ao Morés, do Cuor a Madina do Boé, viu morrer a seu lado, em Madina do Boé, o comandante Domingos Ramos, atacou quartéis e destacamentos portugueses (como Buba e Missirá), montou emboscadas (como, por exemplo, na estrada Enxalé-Porto Gole)...

Oscar Oramas, pelo seu lado, era embaixador de Cuba na Guiné-Conacri, na altura em que foi assassinado Amílcar Cabral.

São personalidades bem distintas. Oramas é um homem afável, cavalheiro, amistoso, que nunca se furtou ao relacionamento com o grupo, mais numeroso, de portugueses... Ulises, um negrão, como diriam os nossos amigos brasileiros, pareceu-me um homem física e psicologicamente abatido. Inclusive terá sofrido um ataque de paludismo durante a sua estadia em Bissau. No regresso a Lisboa, vinha visivelmente combalido. Era também um homem, por essa ou outras razões, mais reservado. Parecia haver algum desconforto por, combatente do outro lado, estar agora ali, ao lado dos seus inimigos de ontem... Infelizmente não falámos o suficiente para eu poder perceber o que lhe ia na alma... A sua comunicação (de que vos dou um registo, em vídeo, de cerca de 6 minutos) fala por si: não difere da linguagem seca, aparentemente assertiva, objectiva, dos nossos militares profissionais... Não há emoção, não há subjectividade... Diferente será o seu discurso, de improviso, na sessão de encerramento, onde vem ao de cima o homem e não tanto o ex-revolucionário profissional.

Estrada é um velho combatente internacionalista que andou por muitas guerras (da Sierra Maestra ao Chile, do Congo à Guiné, sem esquecer a Palestina)... É autor de três livros incluindo um sobre a controversa Tânia, a Mata-Hari da América Latina, de origem alemã e judia, que fez trabalho de espionagem para os cubanos (mas possivelmente também para os alemães de leste e para os soviéticos)... Diz-se que foi amante do Che e do próprio Ulises...

De qualquer modo, o depoimento de um (Oramas) e outro (Estrada) são importantes. É outro ponto de vista, necessariamente diferente do nosso, sobre a guerra da Guiné... Sabemos ainda pouco sobre o papel dos cubanos cujos fantasmas eram vistos um pouco por todo o lado, na Guiné, no meu tempo (1969/71)... Só se fala do Capitão Peralta, ferido e capturado em 1969 pelos paraquedistas e libertado, já depois do 25 de Abril de 1974... Sabemos pouco sobre as misérias e grandezas da guerrilha... Quarenta anos depois, é já altura de abrirmos dossiês e corações... (...)

QUINTA-FEIRA, 24 DE JULHO DE 2008
Guiné 63/74 - P3090: Simpósio Internacional de Guileje: Comunicação do cubano Ulises Estrada

http://blogueforanadaevaotres.blogspot.pt/2008/07/guin-6374-p3085-simpsio-internacional.html

Anónimo disse...

Caro camarada L. Graça

Sempre que antigos guerrilheiros do PAIGC falam em público.. é sempre de actos heróicos ..façanhas..etc..o mesmo se passa com estes cubanos..

Nino Vieira não comandou o ataque a Guilege..estava em Boké.

Transportar o corpo de Domingos Ramos desde Medina de Boé até Boké..nessa altura, e admitindo que a partir da fronteira foi em meio auto chegaria completamente putrefacto e provavelmente não teriam sacos próprios para o transporte..imaginem a cena.

Contradições...omissões..meias verdades.

Já estive em privado com alguns antigos guerrilheiros..ouvi desabafos..passaram maus bocados..ora eram simples humanos como nós.

ab

C.Martins

Luís Graça disse...

C. Martins:

Com certeza, que eram tão "humanos" como nós (no sentido de serem feitos do mesmo bíblico "barro" que nós...). Rwefiro-me aos guerrilheiros do PAIGC e aos seus (escassos) aliados cubanos...

Agora, sob pena de etnocentrismo e de arrogância, temos que admitir que também nós, as NT no TO da Guiné, e em particular as nossas chegias, não tínhamos o monopólio da verdade, da transparência, da honestidade intelectual, etc.

Veja-se também como, de acordo com inconveniências e interesses (pessoais ou de grupo), se cozinhavam relatórios de operações ou se fabricavam histórias de unidade e até heróis...

Há de tudo, em todas os ocnflitos, quando as partes em luta dão a sua versão dos acontecimentos... Eu, pessoalmente, e por (de)formação profissional, prefiro sempre ouvir as diferentes versões de um acontecimento (A, B, C...) e fazer depois a "triangulação"... Nem sequer é uma técnica sociológica, é uma regra elementar da investigação policial... "Ouvir as partes", é tão simples quanto isso... Mas, se calhar, mais de que ouvir, é preciso saber ouvir... e saber perguntar.

Concordo contigo quando dzes que não seria fácil levar um cadáver de Madina do Boé até Boké, pela mata, até à fronteira (onde aí já haveria transporte de camiões, em 1966)...

À partida, não vou dar-me ao luxo de mandar para o lixo esta versão do Ulisses Estrada (que ouvi, diretamente, da sua boca)... Infelizmente não conheço mais nenhuma... Pode ser que ainda apareça...

Estamos de resto a falar de um homem, o Domingos Ramos, que foi camarada e até amigo de camaradas nossos como o Mário Dias, sargento comando reformado (fizeram juntos, em Bissau, o 1º Curao de Sargentos Milcianos, em 1959, antes de tere decido ficar em lados opostos da barricada; esta história está, de resto, contada no blogue e até agora ninguém veio contradizer ou contestar a versão do Mário Dias, que é pessoa moralmente íntegra e intelectualmente honesta)...

Há diversos documentos, no Arquivo Amílcar Cabral, com listas nominais de cubanos, distribuídos pelo território, por especialidade e regiões. Com rasuras e emendas feita pelo punho do próprio Amílcar Cabral, i que veio ao encontro do que tu dizes, da preocupação do PAIGC em evitar que eles fossem aprisionados, mortos ou feridos em combate...

Afora se eles estavam todos a passar férias em Conacri, bom, isso, para isso temos que consultar outras fontes, "mais independentes"...

Bom fim de semana. Luis