Foto nº 1 > Foto de grupo, tirada à porta da igreja de Bafatá (pormenor)
Foto nº 1 B > Possivelmente, os pais (na segunda fila, do lado direito), avós (nma terceira fila, de óculos escuros) e familiares e amigos da criança, mais o padre, missionário (em primeiro plano, à direita). A jovem mãe seria de origem libanesa.
Foto nº 1 > Foto de grupo, tirada à porta da igreja de Bafatá
Foto nº 1 C > Foto de grupo, tirada à porta da igreja de Bafatá (pormenor): o Fernando Andrade Sousa é o primeiro da esquerda; o Joaquim Vidal Saraiva (alf mil médico) é o segundo da última fila, de óculos escuros e boné, Há mais 3 militares, fardados, que não identificamos. À esquerda do do Vidal Saraiva, pode ser o José Carlos Lopes, o ex-fur mil dos reabastecimentos...
Foto nº 1 D > Os padrinhos e a criança (ao colo da professora Dona Violete)
Foto nº 2 > O almoço do batizado na casa dos pais da criança, em Bambadinca... Pelo que se depreende da visualização da imagem, a cerveja Cristal era muito popular na época... Se calhar, era por ser a mais barata... Os comerciantes de Bambadinca também estavam muito dependentes da tropa para efeitos de logística e segurança: os barcos civis que chegavam a (e partiam de) Bambadinca tinham segurança militar, pelo menos em dois pontos do rio Geba: Mato Cão e Ponta Varela...
Foto nº 2 A > O almoço do batizado na casa dos pais da criança, em Bambadinca (pormenor): um civil, em primeiro plano (talvez irmão ou cunhado da mamã libanesa), e o alf mil médico,Vidal Saraiva, já à civil.
Foto nº 2 B > O almoço do batizado ba casa dos pais da criança, em Bambadinca: O Fernando Andrade, de bigodinho, é o terceiro... (Ele já não se lembrava do bigodinho, à margem do RDM...).
Guiné > Zona leste > Setor L1 (Bambadinca) > CCS&BCAÇ 2852 (1968/70) > Batizado de um filho de um casal de comerciantes de Bambadinca, para o qual foram convidados alguns militares da CCS/BCAÇ 2852 e da CCAÇ 12. Por volta de finais de 1969, A mãe da criança era libanesa, o pai possivelmente era tuga (Foto nº 1 B)...
Fotos: © Fernando Sousa (2018). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
1. Uma cena algo insólita, no TO da Guiné, numa zona de guerra, em Bambadinca: uma festa de batizado para a qual, como se costuma dizer, só vão os convidados... Mas, como todas as "fotos de família", tem algo de comovente... Pergunto-me: quem são estas pessoas, por onde andam agora... Algumas conheço-as, foram meus camaradas... E dos civis, meus vizinhos, posso ter uma vaga lembrança... Afinal, morámos perto, uns dos outros, durante, quase dois anos, de julho de 1969 a março de 1971... Espantoso: vivia a 100 metros da escola, nunca vi, "ao vivo", a professora dona Violete...
O Fernando Andrade Sousa (ex-1º cabo aux enf da CCAÇ 12, 1969/71), que vive na Trofa, já não se lembra bem de toda a gente, muito menos dos civis. Diz que o batizado era de uma criança da "libanesa" que vivia em Bambadinca numa das casas junto à rampa de acesso ao quartel, possivelmente do lado direito, talvez em frente à casa e loja do Fernando Rendeiro (que ficava do lado esquerdo), e que eu frequentava com alguma regularidade, tal como o bar do Zé Maria... Os Rendeiro não aperecem aqui. Possivelmente o jovem casal, os pais da criança, aparecem, na foto nº 1 B, ao centro, tendo a atrás os avós e possivelmente um tio (o mais forte).
A cerimónia religiosa foi em Bafatá, onde a foto de grupo (nº 1) é tirada. O padre era missionário, posssivelmente italiano (foto nº 1 B). Não posso garantir que era italiano, os missionáriso católicos italianos tiveram uma relação difícil com as autoridades portuguesas. Alguns foram presos ou expulsos (o missionário de Catió, o de Samba Silate....).
Os padrinhos da criança foram o alf mil António Manuel Carlão, ainda solteirinho (?), sem a sua Helena que há de vir morar para Bambadinca, e a única professora, branca, que havia em Bambadinca, a Dona Violete da Silva Aires (que segura a criança, e que era solteira, nascida em Cabo Verde; vivia no edifício da escola, com a mãe). (Foto nº 1 D).
O Fernando lembra-se de ter sido convidado, mesmo sem conhecer (nem privar com) a família. Dos militares, da CCS/BCAÇ 2852 e da CCAÇ 12 (além do Fernando, haveria um outro), terão sido convidados o pessoal dos serviços de saúde e do reabastecimento. O fur mil enf João Carreiro Martins não aparece aqui, o que não admira: ele recusava-se a sair do arame farpado... Aparece o alf mil médico Joaquim António Vidal Saraiva (1936-2015), acabado de chegar de Guileje em novembro de 1969 (foto nº 1 C) e que possivelmente terá feito o parto da mamã libanesa...
As fotos devem ser de finais de 1969.E acho que merecem generosos comentários. Se o Vidak Saraiva não tivesse morrido o ano passado (*), possivelmente estes fotos iriam ficar esquecidas no álbum do Fernando Sousa que pediu, a instâncias minhas, a um sobrinho para as digitalizar... Obrigado aos dois. (LG)
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Nota do editor:
(*) Vd. poste de 30 de junho de 2016 > Guiné 63/74 - P16251: In Memoriam (260): Joaquim [António Pinheiro] Vidal Saraiva (1936-2015), especialista em Cirurgia Geral, ex-alf mil med CCS/BCAÇ 2852 (Bambadinca, nov 1969/jun 1970) e HM 241 (Bissau, 1970)... Está sepultado em Valadares, V. N. Gaia. Passa a ser nosso grã-tabanqueiro nº 720, a título póstumo.
8 comentários:
Noticias de domingo.
O adro da Igreja de Bafatá, foi varrido ontem ao final da tarde pelos paroquianos, dos lixos da chuva a madrugada. Hoje como em todos os domingos de manhã, teve missa dominical. É a única igreja que conheço em Bafatá. Mesquitas há umas dezenas, entre muito grandes e pequenas, só em Bafatá.
Hoje como sempre aos domingos, vamos ter o almoço dos tugas, no restauraste o Ponto de Encontro, onde a Célia e o marido o Dinis, nos vão brindar com mais um petisco de comida Portuguesa.
Por vezes enchemos uma mesa grande, com mais de uma dezena de Portugueses, que por aqui vivem e trabalham.
São estes os portugueses que foram derrotados, militarmente, pela superioridade bélica dos guerrilheiros do PAIGC. Até quando teremos de ler, neste blogue, e nos relatos enviesados da nossa História, um tremendo arrazoado de mentiras que de tão repetidas se transformam em aldrabadas e vergonhosas verdades. Não é ,Mário Beja Santos?
Não é, capitão Golias, com a falsa "perda", pós Strela, Abril de 1973, da supremacia aérea?
Perca que ninguém viu, a não ser os iluminados que bem necessitaram de encontrar razões para justificar determinados fins (algumas delas justas, com certeza, aquela guerra teria de ter um fim!) mas há a dignidade de todos nós que em 1972/74 combatemos numa Guiné em chamas. De recordar sempre o respeito que todos nós merecemos.
Abraço,
António Graça de Abreu
De acordo a história do BART 2917 (Bambadinca, 1970/72), Bambadinca era sede do Posto Administrativo do mesmo nome e sede do Comando de Batalhão. Tinha 1.440 habitantes recenseados, dispunha de um porto que constituia ainda a principal fonte de escoamento dos produtos das circunscrições de Bafatá e Gabú (mancara, madeira e coconote e artigos de artesanato) e de entrada de quase todos os reabastecimentos para as tropas do Sector Leste.
Mais: dispunha de "sete lojas comerciais" e tinha "tendências para aumentar o seu comércio e importância"...
Pessoalmente só lidei com dois comerciantes de origem portuguesa, o Fernando Rendeiro, da Murtosa, casado com uma guineense, mandinga. e pai de uma numerosa prole; e do Zé Maria (de que nunca soube o apelido)...
Não tinha ideia de haver libaneses em Bambadinca, em 1969... Em Bafatá, sim... E no Xitole...
Libaneses em Bambadinca, não conheci. Comerciantes de Bafatá, com sucursal em Bambadinca? ABRAÇO J.Cabral
Lembro-me de haver comerciantes libaneses em Bambadinca quando íamos do Xime até lá e aproveitávamos para beber umas cervejolas fresquinhas.
Não disse que não existiam..Disse que não conheci.E acredita,que não fui a Bambadinca, sem beber uns copos, no Café do Zé Maria...À chegada e na partida..Abraço. J.Cabral
Fernando:
ASí tens... Diz-me quem conheces... Quem é o camarada da CCAÇ 12 ? Os militares fardados eram todos alferes ?... Tenho dúvidas sobre o 3º , a seguir ao Vidal Saraiva... .Parece-me o fur mil Lopes, dos reabastecimentos, da CCS...
O nosso fur mil enf João Martins deve ter sido convidado... mas não foi à festa...
O tipo gordo devia ser libanês, irmão da libanesa, não ? Era seguiramente um civil... O casal tinha uma loja aberta (tal como o Renderio, que ficava do esquerdo da rampa) ?... Em 1970 havia 7 comerciantes em Bambadinca... Este casal eram os dois libaneses ? E o padre, missionário, era italiano ? Era de Bambadinca ou de Bafatá ?
As fotos estão numerados, podes mandar-me um email a acrescentar ou corrigir o que entenderes...
Depois publico o resto das fotos, noutros dois postes, a foto do nosso malogrado fur mil Branquinho (que nunca mais voltei a rever, depois de 1994) e as do Umaru Baldé (que era uma criança quando se juntou a nós!)... O Umaru dizia-se que tinha 16 anos, nunca ninguém se importou... Como ele cresceu!... Infelizmente tamb+em lá está na terra da verdade... Disseste-me que ainda o visitaste no Hospital de Barro, em Torres Vedras, antes de morrer....
Ab grande. Luis
Falando com o Fernando;:
(i) Ele e o Carlão eram os únicos representantes da CCAÇ 12;
(ii) A criancinha batizada era da "Casa Libanesa", de Bambadinca;
(iii) O Fernando "caiu lá de paraqueas", foi convidado proque fazia parte do pessoal do serviço de saúde, cujo chefe era o alf mil médico Vidal Saraiva, da CCS/BCAÇ 2852 (que acabou a comissão em maio de 1970);
(iv) O Silvino Aires Lopes Carvalhal (fur mil, SAM, CCS/BCAÇ 2852) também esteve presente;
(v) Ele vai mandar maia fotos deste "batizo"...
Ab. LG
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