quinta-feira, 7 de julho de 2016

Guiné 63/74 - P16282: Blogpoesia (459): "Palavras que o vento eleva" (José Teixeira, ex-1.º Cabo Aux Enf da CCAÇ 2381)

1. Em mensagem do dia 6 de Julho de 2016, o nosso camarada José Teixeira (ex-1.º Cabo Aux. Enf.º da CCAÇ 2381, Buba, Quebo, Mampatá e Empada, 1968/70), enviou-nos "Palavras que o vento eleva".

Caríssimos!
Creio que este poema que envio para ser publicado, tem razão de ser no nosso blogue.
A liberdade de expressão e o pluralismo são fundamentais para que se faça história, mas as palavras têm de ser “medidas” para não ferirem susceptibilidades e sobretudo refletirem a verdade e não uma carga de sentimentos e emoções.

Abraço fraternal do
Zé Teixeira

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"Palavras que o vento eleva"

Palavra solta não volta atrás.
Uma vez lançada, voa –
É irreversível.
Tem a leveza do vento
E a força da tempestade,
É como ave que voa em plena liberdade,
E leve barco perdido nas correntes de um rio.
Incontrolável.
E se é de ternura ou amizade,
Pode ser curta ou condensada,
Mas tem um eco infindável.

Palavra puxa palavra –
Uma ideia e outra ideia, e faz-se livro,
Ou poema, ou canção –
E a palavra amável torna-se favo de mel,
Uma oração –
Adoça o espírito e alimenta a vida.
A palavra é a sombra da ação
E também revolução.

A palavra é como o espelho da alma,
E se cheio está o coração,
Perde a luz e adensa a escuridão,
Pois não pode ditar-se com calma.
– Não há espelho que reflita melhor o homem
Que as palavras vindas do coração.

José Teixeira
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Nota do editor

Último poste da série de 5 de julho de 2016 > Guiné 63/74 - P16274: Blogpoesia (458): Deram-me um par de botas e um número (Juvenal Amado, ex-1.º Cabo Condutor Auto do BCAÇ 3872)

1 comentário:

JD disse...

Olá Zé Teixeira, boa noite,
Estou totalmente de acordo com os versos finais, os sanguíneos que pretendem impor-se de qualquer jeito, pela insistência, ou pela manipulação, sempre sem oposição.
O problema da revolução surge quando não tem palavras que balizem os alcances e os limites, que dêem objectivos claros para a acção. O problema acontece, quando a revolução já não tem reversão possível para correcção de erros de percurso. É quando não corresponde ao que os povos desejam para viverem: educação, justiça, paridade nas oportunidades, reciprocidade, capacidade de intervenção na escolha dos seus destinos comuns.
Espero ter interpretado da melhor maneira.
Um grande abraço
JD