quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Guiné 61/74 - P17825: Historiografia da presença portuguesa em África (96): primeira relação de nomes geográficos da Guiné Portuguesa, em 1948, ao tempo do governador Sarmento Rodrigues (Parte II)


Freixo de Espada à Cinta > Lápide evocativa do nascimento de Sarmento Rodrigues (Freixo de Espada à Cinta, 15 de Junho de 1899 / Lisboa, 1 de Agosto de 1979), prestigiado oficial da Marinha de Guerra Portuguesa, político, africanista, homem de cultura, escritor... Homenagem do povo do Freixo, em 20 de junho de 1999.

Transmontano de Freixo Espada à Cinta, era considerado: (i) um "conservador liberal", com "ligações à Maçonaria" e que apoiava o Estado Novo; (ii)  um homem "à esquerda" do regime, com afinidades político-ideológicas com Marcelo Caetano, o então ministro das Colónias; (ii) governador geral da Guiné entre 1945 e 1949, terá sido talvez o melhor dirigente da administração colonial que passou por aquele território, tendo-se encetado com ele um processo, tardio mas irreversível, de modernização da economia e da sociedade guineenses; e (iv)  o eleito por  Salazar para o lugar de Ministro das Colónias, em 1950, e depois do Ultramar, em 1951.

Nessas funções governativas levou a cabo uma vasta reforma da administração colonial portuguesa, tendo visitado o Extremo Oriente, o Sueste Asiático e a África. Entre 1961 e 1964 foi governador-geral de Moçambique. onde terá deixado saudades.

Tem uma extensa obra publicada sobre assuntos navais, de defesa e de administração colonial. Cite-se apenas algumas das suas publicações, relacionadas com a Guiné: Os maometanos no futuro da Guiné Portuguesa (1948), No governo da Guiné: discursos e afirmações (1949), Horizontes para um médico em África: conferência pronunciada no Instituto de Medicina Tropical (em 30/3/1950), A nossa Guiné (1972)...

Foto (e legenda): © Luís Graça (2010). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]






















Anexo à Portaria nº 71, de 7 de julho de 1948, do Governo da Colónia da Guiné: alguns anexos (pp. 7, 23, 37, 52, 57, 68, 67, 69, 72)


1. São apenas algumas páginas da extensa  "Primeira Relação de Nomes Geográficos da Guiné Portuguesa" elaborada em 1948 nos tempos do Governador Sarmento Rodrigues, e que nos chegou por mão do historiador Armando Tavares da Silva, membro da nossa Tabanca Grande..

Por ela se pode ver que havia 2 povoações Canchungo, uma na área de S. Domingos e outra na área de Cacheu (p.  23).  O Canchungo, nome gentílico, coexistia com a nova vila, Teixeira Pinto (p. 72).

Quanto à tabanca Portugal, havia dois lugares com este nome: (i) povoação na área de Bolama; e e uma outra na região de Fulacunda, sendo nesta que morava, em 1947, o régulo Bacar Dikel (p. 57).

Gabú era uma circunscrição, Gabú-Sara era uma povoação (p. 37)  e Nova Lamego uma vila tal como Nova Sintra (p. 52). Também existia uma Nova Cuba (p. 52).

Quanto a Aldeia Formosa  (p. 7) esta aparece como uma povoação de Fulacunda, a par de Quebo (p. 57).

Releia-se  o preâmbulo da Portaria de Sarmento Rodrigues e a expressa vontade de normalização da escrita dos nomes geográficos da Guiné (*). Alguns nomes são novos, ou aparecem pela primeira vez: Teixeira Pinto, Nova Lamego, Aldeia Formosa...

Lembre-se, por fim, que Sinchã foi introduzida para designar uma nova povoação fula, acompanhando a "expansão" do chão fula... . Entre elas (e são mais de centena e meia) notámos a a existência de uma Sinchã Comandante (p. 67) e outra Sinchâ Sarmento  (p. 68)... Também, para além de Aldeia Formosa, há mais 3 Aldeias (p. 7). Há ainda, topónimos pouco vulgares ou pitorescos como Algodão, Acampamento ou Achada do Burro (p. 7) ou ainda Quartel (p. 52), Porcoa, Preço Leve (p. 57)...

Desafia-se o nosso leitora a verificar se algumas destes topónimos, aportuguesados, sobreviveram à guerra e à independência...

No nosso blogue há, por exemplo, há várias referências a lugares começados por Sinchã... Destaque para Sinchã Jobel que foi uma base do PAIGC ou "barraca" no regulado de Mansomine (carta de 1/50 mil. Bambadinca).

Sinchã Abdulai (1)
Sinchã Bambe (1)
Sinchã Dumane (1)
Sinchã Jobel (16)
Sinchã Madiu (1)
Sinchã Molele (1)
Sinchã Queuto (2)
Sinchã Sambel (1)

2. Tirando um ou outro nome português, do nosso roteiro poético-sentimental (Nova Sintra, Nova Lamego...), o essencial dos nomes geográficos da Guiné não nos diziam nada, nem tinham que dizer, eram exóticos, pitorescos... mas não suscitavam curiosidade por aí além...  Eu, que não sabia mandinga, só muito mais tarde é que vim a saber que Bambadinca, por exemplo, queria dizer "a cova do lagarto"...

De facto, quem é que se lembraria de ir fazer umas "férias", em 1948,  a Gadamael ou a Pejungunto, ou a Bajocunda ou a Buruntuma... ? Eram nomes completamente estranhos aos militares portugueses que foram aportando a Bissau, a partir de 1961...

Mais pica tinham, na nossa santa terrinha, algumas povoações com  conotações... erótico-satíricas, se não mesmo anatómico-sexuais (ou que se prestam  a trocadilhos, mal entendidos, piadas de mau gosto, brejeirices, etc.).

A própria terra em que nasceu o grande "africanista"  Sarmento Rodrigues... Quem é o "tuga" que já alguma vez foi a Freixo de Espada á Cinta, que ficava lá no  "Cu de Judas" ?...

Aqui vai, a título exemplificativo uma lista de topónimos portugueses que se prestam, muitos deles,  à risota ou à mais série meditação e contemplação... (indica-se o respetivo concelho)... Imaginem agora os nossos futuros conquistadores ou colonizadores de amanhã, em papos de aranha a tentar descodificar o raio desta porno-corografia deste "famoso reino de Portugal", e encontrar um equivalente semântico para as suas línguas (alemão, chinês, árabe...) 

Aldeia da Cuada - Lajes das Flores, Açores

Alçaperna - Lousã

Amor - Leiria

Bexiga - Tomar

Bicha - Gondomar

Buraca - Amadora

Cabeça Perdida - Portimão

Cabrão - Ponte de Lima

Cabrões - Santo Tirso

Cama Porca - Alhandra

Casal do Corta-Rabos - Alcobaça

Casal da Gaita - Lourinhã


Casais Pia do Mestre - Lourinhã

Catraia do Buraco - Belmonte

Cemitério - Paços de Ferreira


Chiqueiro - Lousã

Coina – Barreiro

Coito - (Vários concelhos)

Colo do Pito - Castro Daire


Coxo - Oliveira de Azeméis

Cu de Judas – Ilha de São Miguel, Açores

Cu Marinho - Évora (distrito)


Curral das Freiras - Câmara de Lobos, Madeira

Endiabrada - Aljezur e Odemira

Fandinhães - Marco de Canaveses

Farta-Vacas - Lagos

Filha Boa - Torres Vedras


Focinho de Cão - Aljustrel

Fonte da Rata - Espinho

Margalha - Gavião


Mata Pequena - Mafra

Moita Longa - Lourinhã

Monte do Pau - Évora (distrito)

Monte do Trambolho - Évora (distrito)

Monte dos Tesos - Avis

Montedeiras - Marco de Canaveses

Montoito - Lourinhã

Namorados - Castro Verde

Paimogo -  Lourinhã

Paitorto - Mirandela

Paixão - Celorico de Basto

Papagovas - Lourinhã

Pedaço Mau - Vila Nova de Famalicão

Pena Seca - Lourinhã

Pernancha de Cima - Portalegre (distrito)

Pernancha de Baixo - Portalegre (distrito)

Pernancha do Meio - Portalegre (distrito)

Picha - Pedrógão Grande

Pirescoxe - Santa Iria da Azóia, Loures (a terra em que viu nascer gente operária e militantes comunistas como o nosso camarada Jerónimo de Sousa)

Pitões das Júnias - Montalegre

Porcalhota (apelido de um proprietário de terras que esteve na origem da Amadora)

Pousaflores - Ansião

Punhete - Valongo

Rabo de Peixe - Ilha de São Miguel, Açores

Rabo de Porco - Penela

Rata - (11 concelhos, pelo menos: Arruda dos Vinhos, Beja, Castelo de Paiva, Espinho, Maia, Melgaço, Montemor-o-Novo, Murça, Santarém, Santiago do Cacém e Tondela)

Rego do Azar - Ponte de Lima


Rio Cabrão - Arco de Valdevez

Rio Seco dos Marmelos - Ferreira do Alentejo

Sempre Noiva - Évora (distrito)

Sítio das Solteiras - Tavira

Terra da Gaja – Lousã

Tomates - Albufeira

Traseiros - Oliveira de Azeméis

Triste Feia - Torres Vedras

Vaginha - Vagos

Vale da Rata – Almodôvar

Vale das Pegas - Albufeira


Vale de Viga - Lourinhã

Venda da Gaita - Tomar

Venda da Luísa - Condeixa a Nova

Venda da Porca - Estremoz

Venda das Pulgas - Mafra

Venda das Raparigas - Alcobaça

Vergas - Vagos

Vila Nova do Coito - Santarém

PS - Espero que nenhum leitor leve a mal esta lista corográfica do "Portugal, país porreiro", que nos coube em sorte. A gente tem que nascer em qualquer sítio... E, como diz o nosso povo, "a vida tem uma porta só, a morte tem cem"... 

Muitos destes lugares do Portugal Profundo já deram, por certo, filhos e filhas, ilustres,  bravos e honrados, à Nação... Em todo o caso, não deixa de ser engraçado alguém, escritor com numerosos livros publicados, nascer numa terra como... "Pena Seca"... E eu,  confesso, também teria dificuldades em escolher um sítio para nascer como "Pernancha" (de cima ou de baixo, tanto faz)... 

A língua portuguesa é traiçoeira, é preciso um falante ser especialista na arte de codificar / descodificar... Dito à mesa, "Ó Maria, dá-me o pito", no norte do país, não quer dizer exatamente o mesmo que a expressão,  em crioulo da Bafatá colonial, "parte catota comigo"... (LG)
_________________

16 comentários:

Tabanca Grande Luís Graça disse...

pito | s. m.

pi·to
(de pinto)
substantivo masculino
1. [Popular] Frango, pinto.
2. [Calão] Órgão sexual feminino.
3. [Portugal: Beira, Minho, Trás-os-Montes] O interior podre da fruta.
4. [Portugal: Trás-os-Montes] [Culinária] Pastel típico de Vila Real, recheado com doce de abóbora (ex.: pitos de Santa Luzia).
5. [Brasil, Informal] Pequena reprimenda. = DESCOMPOSTURA, RESPONSO
6. [Brasil] Cachimbo.
7. [Brasil: Sul] Cigarro.

"pito", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, https://www.priberam.pt/dlpo/pito [consultado em 05-10-2017].

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Até Tabanca da Queca existiu!... Ou pelo menos no universo literário do "alfero Cabral"...


https://blogueforanadaevaotres.blogspot.pt/2013/11/guine-6374-p12345-estorias-cabralianas.html

António J. P. Costa disse...

Olá Camaradas
Mas há mais...
Fazfato, sobre a EN 125 antes da Manta Rota. E o rio que hoje se chama Odelouca. O Guadiana que deixou de ser Odiana.
Também existe Poço Cação, Cabra Figa e Varge Mondar no concelho de Cascais ou Sintra.
A Triste Feia também uma rua de Lisboa.
A Porcalhota é mesmo um "bairro" da Amadora, mas origem vem de uma quinta (Quinta da Amadora) que existiu perto do sítio onde hoje existe o CCBabilónia). A Porcalhota ("de carne na bota" é antes da Venda Nova e era onde se situavam várias quintas como a Quinta do Pau e a Quinta do Assentista.
Um Ab e biba a República, karago!
Bibô!!!!!!!!

António J. P. Costa

Valdemar Silva disse...

'Carne na bota'?. Então a Porcalhota, nome da toda a região oriental da hoje Amadora, não era o nome que era dado à filha de José Porcão que depois ficou com
a Quinta do pai? Parece ser essa a razão do topónimo.
Valdemar Silva

Valdemar Silva disse...

Rectifico. Qual José Porcão qual carapuça.
A Quinta era de Vasco Porcalho, daí a filha ser a Porcalhota.
Valdemar Silva

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Tenho pena de não saber mandinga... Se calhar a "corografia" (do grego khôros, -ou, espaço, lugar + -grafia, descrição) da Guiné reserva-nos deliciosas surpresas... Vou pedir uma ajuda ao meu querido amigo e irmãozinho Cherno Baldé...Além de Bambadinca ("cova do lagarto"), sei que Buruntuma quer dizer "um dia serás grande"... Ainda não se cumpriu a profecia, mas um dia Buruntuma será mesmo Buruntuma!... Felizmente o Jorge Ferreira, grande fotógrafo e nosso grã-tabanqueiro, já pôs Buruntuma no mapa!...

Em suma, isto é mesmo uma "caixinha de Pandora", esta coisa dos nomes... Pior só os apelidos (e sobretudo as alcunhas) dos alentejanos, como o meu amigo e camarada, 2º sargento, da CCAÇ 12: ele chamava-me o "soviético", e ele de seu nome completo era o José Manuel Rosado Piça, Minha Senhora, Para a Servir...

Ó Tó Zé, ó Valdemar, não puxem pela língua dos camaradas da Guiné, que andaram todos na mesma escola... Mas, confesso, nunca ouvi um alentejano a dizer asneiras....Mesmo o meu amio e camarada Piça, quando comemorava o 5 de Outubro, a República, dizia, no bar de sargentos de Bambadinca, usando o piiiiiiiiiiiiiiii---, entre dois goles de uísque:

Portugueses, pu...eta!
Quando rebentou a República, c...lho!,
Foram homens de c...lhões,
C...da mãe!

Luís Graça

PS - Um alfabravo para o grande Piça!...Vive em Évoram de vez em quando telefona-me e eu quero ir ao centenário dele!... Eu, o Tony Levezinho e o Humberto Reis!

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Bolas, o meu/nosso camarada daex-CCAÇ 12 chama-se José Martins Rosado Piça... Não sei onde fui buscar o "Manuel"... Desculpa lá, meu velho!... Já tens idade para merecer todo o nosso respeito, apreço e admiração...

Luís Manuel da Graça Heniques...

PS - Página do Piça no Facebook:

https://www.facebook.com/search/top/?q=Jos%C3%A9+Martins+Rosado+Pi%C3%A7a&init=public

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Tenho pena de não saber mandinga... Se calhar a "corografia" (do grego khôros, -ou, espaço, lugar + -grafia, descrição) da Guiné reserva-nos deliciosas surpresas... Vou pedir uma ajuda ao meu querido amigo e irmãozinho Cherno Baldé...Além de Bambadinca ("cova do lagarto"), sei que Buruntuma quer dizer "um dia serás grande"... Ainda não se cumpriu a profecia, mas um dia Buruntuma será mesmo Buruntuma!... Felizmente o Jorge Ferreira, grande fotógrafo e nosso grã-tabanqueiro, já pôs Buruntuma no mapa!...

Em suma, isto é mesmo uma "caixinha de Pandora", esta coisa dos nomes... Pior só os apelidos (e sobretudo as alcunhas) dos alentejanos, como o meu amigo e camarada, 2º sargento, da CCAÇ 12: ele chamava-me o "soviético", e ele de seu nome completo era o José Martins Rosado Piça, Minha Senhora, Para a Servir...

Ó Tó Zé, ó Valdemar, não puxem pela língua dos camaradas da Guiné, que andaram todos na mesma escola... Mas, confesso, nunca ouvi um alentejano a dizer asneiras....Mesmo o meu amio e camarada Piça, quando comemorava o 5 de Outubro, a República, dizia, no bar de sargentos de Bambadinca, usando o piiiiiiiiiiiiiiii---, entre dois goles de uísque:

Portugueses, pu...eta!
Quando rebentou a República, c...lho!,
Foram homens de c...lhões,
C...da mãe!

Luís Graça

PS - Um alfabravo para o grande Piça!...Vive em Évoram de vez em quando telefona-me e eu quero ir ao centenário dele!... Eu, o Tony Levezinho e o Humberto Reis!

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Muitos sítios da Guiné. onde fomos parar, bem se poderiam chamar:

Rego do Azar!...

Buracas!... Buracos!... Não nos faltaram...

De "Cabeça Perdida" andámos algumas vezes... por alguns sítios...

E em "Camas Porcas" dormimos a maior parte das noites...

"Cabrões# era um epíteto que chamávamos, com frequências, às tropas do Amílcar Cabral e aos nossos chefes que gramavam andar de cu tremido. no PCV - Posto de Comando Volante (com o Strela, passou ser Posto de Comando Volátil)...

"Fonte da Rata" ? Era uma sorte encontrar uma, no mato, em operações, no tempo seco... E tivemos que ter "tomates" em muitas ocasiões...

Uma verdadeira coro-pornagrafia esta Guiné que conhecemos... LG

Valdemar Silva disse...

É verdade.
Lembro-me, perfeitamente, em Contuboel do Sargento Piça.
Ficou celebre, que ainda agora a conto, aquela dos 'cumprimentos do Piça pra si'.
Seria bom o nosso grande amigo Cherno Baldé, com o seus grandes conhecimentos, nos
explicasse o significado de nomes de diversas tabancas/localidades da Guiné que nós conhecemos mas não sabíamos, nem sabemos a razão do seu nome.
Afinal por que razão, agora, chamamos à bela vila do Tejo/Zêzere Constância e o Camões chamava Punhete? E assim se chamou durante muito tempo.
Noutro sitio, devia ser interessante que alguém, muito amigo da terra, coloca-se à entrada dessa localidade, um grande letreiro convidativo 'A nossa Picha espera por si'.
Abraço
Valdemar Queiroz

António J. P. Costa disse...

Olá Camaradas

O punhete não é isso, oh murcões do C*****o. É uma parte dos copos da espada, nomeadamente o sítio por onde se segura com a palma da mão e os dedos.
Às vezes até tem o apoio dos dedos esculpido em baixo-relevo.
Mas o dicionário diz que é uma "Luva sem dedos, que só cobre o metacarpo".
"punhete", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, https://www.priberam.pt/dlpo/punhete [consultado em 05-10-2017].

Um Ab.
António J. P. Costa

Antº Rosinha disse...

Imaginação para pôr nomes no périplo africano não faltava à rapaziada:
Desde nomes como Serra Leoa, Costa do Marfim, Caboverde Baía Farta, Baia dos Tigres, Cabo da Boa Esperança, e na falta de imaginação recorria-se ao Borda D'Agua, onde se recorria ao Santo daquele dia, nada ficava por batizar.

Até os pastorinhos se não chegassem atrazados emprestariam o nome ao lado de São Paulo de Luanda e São João Batista d'Ajudá.

Foram precisos muitos padrinhos para batizar tantas costas africanas, asiáticas e americanas.

Mas que coisa!

Valdemar Silva disse...

Pois, caro Pereira da Costa.
Mas este Punhete, antigo nome da actual Vila de Constância, tem a ver com o nome
que vem dos romanos Pugna Tagi 'rio turbulento', ou seja o encontro das águas do
Zêzere com as do Tejo em alturas de grandes cheios criava esse fenómeno. Parece que
em 1856 a população pediu à Rainha D. Maria II para alterar o nome para Constância, para evitar grandes chacotas.
Cumprimentos
Valdemar Queiroz

Anónimo disse...

Caros amigos,

A tentacao eh grande e o tema eh mesmo interessante, infelizmente o tempo ainda disponivel para a pesquisa eh pouco, da minha parte. Eu nasci e cresci num meio misto entre Fulas e Mandingas, mas as rivalidades e o mutuo desprezo nao me permitiram aprender bem lingua dos mossos vizinhos Mandingas, o q hoje lamento muito.

O q eh facil de constatar, todavia, eh que a maior parte das localidades comeca com o prefixo "Can" ou "Cam" (Can-jadude, can-tauda, Can-sisse, Cam-badju) que, suponho eu, a lingua Mandinga tomou emprestado do Frances "Camp" para designar um acampamento ou guarnicao militar, seguido do nome de seu fundador que muitas vezes, era ao mesmo tempo o chefe de guerra, tambem, pois eh preciso nao perder de vista que, na nossa regiao da Senegambia o Mandinga era antes de mais um guerreiro, um conquistador antes de vir a ser campones por forca da derrota e expulsao de Gabu pela alianca Fula das duas Futas (Futa-Djalon e Futa-Toro no Senegal).

Para alem deste, tambem aparece com frequencia o prefixo designativo "Fa" que pode assumir diferentes significados desde pai, castigo, morte, etc (Fa-djonquito, Fa-coli, Fa-taco).

Cherno disse...

Caro Luis,

A tal aldeia de"Pejungunto" na regiao de Farim, bem poderia ser uma grafia alternativa a de "Fajonquito", isto antes da normalizacao com o Gov. Sarmento Rodrigues.

Anónimo disse...

E a aldeia de "Gam Sancó" que aparece no Atlas de João Soares (Sá da Costa, 1949)e que desapareceu na relação de nomes geográficos de 1948, e ausente nas cartas de 1/50 000, o que será? Poderá ser a actual "Fajonquito"? E "Gamsoamó", o que foi/é?

Armando Tavares da Silva