Fto nº 3 > Guiné > Região de Cacheu > São Domi ngos > 22 de fevereiro de 1969 > Local e cena de ‘fuga’. Pista de São Domingos. Pista, cobertura de passageiros, torre de controlo, avião Dornier dos TAGP, o Jeep que me transportou, o Jeep do Comandante, o Jeep do administrador de Posto, outras viaturas, e personagens do filme.
Foto nº 3> Detalhe
Foto nº 4 > Guiné > Região de Cacheu > São Domingos > 22 de fevereiro de 1969 > A avioneta DO – Dornier dos TAGP, levanta voo em ‘fuga’. Local, São Domingos. Pista, o avião a levantar, o Jeep do administrador, o povo da terra.
Foto nº 4 A > Detalhe
Foto nº 5 > Guiné > Região de Cacheu > São Domingos > 22 de fevereiro de 1969 > Uma vista aérea do aquartelamento. Pode ver-se a Pista, as instalações do Comando e CCS, as instalações da CART1744, a última vista geral que eu foquei, ambígua, nostálgica, com muito stress.
Foto nº 2 > Guiné > Região de Cacheu > São Domingos > 22 de fevereiro de 1969 >O Bilhete Nº 26372, na Dornier dos TAGP para o voo de São Domingos-Bissau. Bilhete de passageiro, custo 224$00, de S. Domingos para Bissau.
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Foto nº 1 > Nota do QG-CTIG, com ordens de Extinção dos Conselhos Administrativos dos Batalhões de Reforço, com data de 16-11-68 e Prazo para cumprimento até 31-12-68.
Foto nº 6> Guiné > Bissalanca > 28 de fevereiro de 1969 > Local e cena da ‘fuga’. Local, Bissau (Bissalanca). Na placa da pista pode ver-se um avião da TAP, Boeing 707, e Sala de Embarque.
Foto nº 7 > O Avião TAP B707, algures ao largo do Senegal, nos céus de África, em 28 de fevereiro de 1969. Pode ver-se a Asa do Avião, o Mar azul a terra de areia branca, talvez, costa do Senegal.
Foto nº 8 > O Avião TAP B707, algures ao largo da Mauritânia, nos céus de África, em 28 de fevereiro de 1969. Pode ver-se a Asa do Avião, em baixo o Mar azul e a terra sem fim, de areia branca, talvez, costa da Mauritânia ou Marrocos.
Foto nº 9 > Foto Aérea, algures em território e nos céus de Portugal, em 28 de fevereiro de 1969. Pode ver-se a asa do avião da TAP B707, porções de terra firme e mar ou rio.
Foto nº 10 > Foto aérea, na aterragem em Lisboa, sem indícios de terramoto, em 28 de fevereiro de 1969. Presumo tratar-se da margem sul de Lisboa, talvez Lisnave, Barreiro, ou outro local. Céus de Portugal, Lisboa, em dia de terramoto, sem sinais dele, 13 horas
Foto nº 10A > Detalhe
Fotos (e legendas): © Virgílio Teixeira (2019). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
TEMA 008 - O ADEUS A SÃO DOMINGOS EM 22 FEVEREIRO DE 1969
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1. Mensagem do Virgílio Teixeira:
Data - quinta, 14/02, 13:18 (há 8 dias)
Assunto - Tema 008: o adeus a Dão Domingos em 22 de fevereiro de 1969
Caro mano e amigo Luís,
Conforme já te tinha falado, estou a enviar com 8 dias de antecedência, este Poste dos 50 anos da minha Fuga, isto é, o Adeus a uma terra que me reteve lá tanto tempo, a olhar para o boneco, para a lua, para o rio, a pista, o por do sol, os aviões, ou as minhas viagens no Sintex para Cacheu, Susana, Varela, e finalmente os meus desenfianços de avião para Bissau, e assim perdi algumas flagelações ao quartel, que parece tanto gostar.
Isto tem uma continuação, fiz uma história disto, mas é longa, tem de se dividir em 2 ou 3 partes, se achares por bem. Pode não interessar para muitos, mas estamos a falar aqui das nossas histórias e angústias, não é?
Um abraço, Virgilio Teixeira
2. Continuação da publicação do álbum fotográfico do nosso camarada Virgílio Teixeira, ex-alf mil, SAM, CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) (*)
TEMA 008 – O ADEUS A SÃO DOMINGOS – 50 ANOS DEPOIS > 22 FEVEREIRO DE 1969 – 22 FEVEREIRO DE 2019.
O TITULO ORIGINAL SERIA: A MINHA FUGA DE SÃO DOMINGOS,
MAS...
Li o primeiro comentário do Luís Graça, muito real e certíssimo, dizendo:
‘A malta não fugia, desenfiava-se'...
Claro que esta história não é de fuga ou deserção, como tantos o fizeram, trata-se de ter conseguido com alguma astúcia e muita determinação, "Desenfiar-me" para vir passar férias no final de Fevereiro de 1969, era uma obsessão minha, tenho de admitir, não conseguia viver com isto na minha mente. E mais ainda, ultrapasso as minhas expectativas, quando me apercebo que me estão a bloquear por maldade e pura inveja. Eu estou com a documentação em ordem, tudo está "Autorizado", eu tenho o direito às ‘minhas férias’, e não vejo razão nenhuma de especial para me ‘tentar bloquear’ a minha partida.
Pensei melhor e até já tinha feito outro texto, mudando as palavras-chave
– «Fugir», por iutra mais soft, ‘Desenfiar’
Que podem vir a ser mal interpretadas, mas estou hoje com a consciência bem tranquila que fiz tudo o que tinha de ser feito, na minha missão na Guiné, e ultrapassei largamente aquilo que me era exigido em todas as circunstâncias, nunca FUGI a nada, nunca corri para um Abrigo, e em vez disso, tirava fotografias, e "vi muita coisa vergonhosa'....
A minha missão e função foram cumpridas totalmente sem a ajuda de ninguém, não tinha paralelo com outras funções de outras especialidades.
Fugir, sim, no sentido de ultrapassar as barreiras da burocracia e autoritarismo, nisso eu era realmente bem forte, e não me faltam exemplos na carreira militar.
Tenho bastante orgulho em tudo aquilo que fiz no TO do CTIG, e é isso que hoje move comigo e com a minha maneira de ser e estar na vida. Lamento que outros não possam concordar, mas não estou aqui a confessar-me nem a pedir desculpas, e não posso mudar nada agora do que foi feito.
Agora faço mais uma alteração e o título passa a ser de «O Adeus a São Domingos», porque realmente foi um Adeus definitivo, porque nunca mais lá voltei.
Em, 24-09-2018, Virgílio Teixeira
Legendado novamente,
Em, 2019-02-13, Virgílio Teixeira
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Já antes em 20 de Setembro de 2018, tinha escrito ao Luís Graça o seguinte:
Caro Amigo e Camarada Luís Graça:
Fizeste-me o desafio de escrever a história da minha "fuga" de S. Domingos, contrariando todas as ordens do Comando do Batalhão.
Escrevi, melhor dizendo, passei do meu livro - não editado - esta passagem fabulosa da minha estadia na Guiné. Não é uma fábula, já estava tudo escrito, apenas fui fazendo alguns arranjos, pois já tinha quase 10 anos sobre o dia em que escrevi isto, alterei datas e locais, pois fui consultando mais elementos que agora sei melhor e com mais pormenor. Não quer dizer que tudo esteja exacto, mas são contos reais. Para mim tudo isto foi muito importante esta aventura, que me poderia ter custado muito caro, mas saiu tudo bem.
Julgo que é extensa, mas o meu poder de síntese é muito escasso, já retirei muitos pormenores, mas não posso reduzir mais. Podes dar uma olhada para ver se tem narrações a mais, ou desajustadas, fica ao critério do editor.
As fotos, umas são das datas, outras são aproximações da realidade, nada de ficção nem invenções. É claro que as fotos na pista e a DO a levantar voo, são outras cenas, mas é uma aproximação muito real ao cenário do crime.
Espero que apreciem, porque nem tudo foi um mar de rosas para mim, e outros da minha especialidade, embora não me queixe disso. Eu arrisquei muito, mas não estou em nada arrependido. Cumpri na totalidade a minha função, e a missão que o Estado me confiou.
Obrigado,
Virgílio Teixeira,
Em, 2018-09-20
(No dia em que embarquei para a Guiné, a bordo de um DC6 em Figo Maduro, faz 51 anos neste dia 20-09-2018, na hora em que escrevo, estava precisamente na Ilha do Sal, em Cabo Verde, onde pernoitei. No dia seguinte, 21-09-1967, pelas 09:00 horas da manhã, desembarquei em Bissau).
Legendado novamente,
Em, 2019-02-11, Virgílio Teixeira
CTIG - Guiné 1967/69 - Álbum de Temas:
T008 – O ADEUS A SÃO DOMINGOS – 50 ANOS DEPOIS > PARTE I
- SINOPSE:
Este tema que já o escrevi várias vezes, na tentativa de o tornar mais simples, pequeno e não chato de ler, nunca consegui essa façanha, e assim parto para o mais simples possível, ficando para outros capítulos a verdadeira história completa.
Vou eliminar os nomes das personagens, nesta fase, para não chocar ninguém.
No fundo estava eu em São Domingos (SD) em meados de Fevereiro de 1969, pronto para vir de férias à metrópole, ao Porto, já estava cheio daquela terra onde nada se passava.
Já tinha tudo pronto, autorização do novo Comandante de Batalhão, acabado de chegar no início de Janeiro de 1969, o bilhete comprado nos TAGP para o dia 22 de Fevereiro de 1969, e tinha já bilhete que me custou 224$00, e já tinha reservado o lugar na TAP para o voo de 28 do mesmo mês.
– O Comandante tenta travar a minha saída:
Logo bem cedo pela manhã, vou ao Gabinete do Comandante, e como era normal, vou tentar dar-lhe o golpe, assinar a Guia de Marcha para Bissau, com fundamento de entregar as contas na Chefia de Contabilidade, e depois estava lá escrito, que seguia de férias para a Metrópole.
Depois de uma espera ansiosa do dia, eis que acordo manhã cedo, e vou ao comandante para ter o visto final para embarcar na avioneta que iria chegar. O comandante não se lembrava de nada, não me queria deixar sair, disse que tinha de lá ficar, pois não havia ninguém para me substituir nas minhas funções. Eu mostrei que já tinha a sua autorização, mas ele insiste que não posso ir, é o início de uma luta feroz com ele, pois eu não me deixava ficar, tinha de ir a todo o custo. Ele lá se convenceu e assinou a Guia de Marcha, vou logo de jeep directo para a pista, ou campo de aviação, e já se começa a ouvir o barulho do motor da avioneta dos TAGP.
Eu não consigo agora coordenar as ideias do que se passou, mas sei que ele ficou muito apreensivo e disse-me como é que vou de férias sem autorização. Mostrei e disse: O meu comandante já autorizou e mostrei-lhe a Ordem de Serviço.
O Comandante levanta-se da cadeira e disse que não era possível, pois tinha visto que os CA tinham de acabar em menos de um mês, e eu nunca poderia ir. Não assinou. Vou dizer que os ‘ditos’ me caíram ao chão, entrei em pânico. Expliquei que tinha tudo marcado, o avião dos TAGP já estava aí a chegar, já paguei a viagem na TAP, e tenho direito às férias. Mas não sei como, ele bufou por todos os poros e assinou, vociferando quando baste.
Meti-me num Jeep direito à pista, já ouvia o roncar da avioneta a pairar no ar, era uma Cessna de 2 lugares, e chego ao ponto de embarque. Sei que se gerou logo grande alarido, pois muita gente ficou de imediato a saber, e naturalmente o Major adjunto de operações lhe deve ter dito, se ele for quem vai apresentar as contas do Batalhão e cumprir as ordens do QG?
O filme de suspense começou e vai prolongar-se por muito tempo, minutos que parecem séculos. Eu não via mais nada a não ser o momento de sair dali e ir de férias, fosse a qualquer custo, mas tinha de ir embora.
A avioneta parou na pista envolta num manto de poeirada, numa manhã quente e o sol a pino em cima da cabeça. Sai um passageiro, o piloto fica no cockpit, atira com a mala do correio, o que vai logo entreter muita gente, que se vai amontoando, não só pelo correio mas para ver a cena do ‘desenfianço’. O Piloto ainda manda o pessoal tirar umas caixas de mercadorias e alimentos frescos, o que já era normal.
Esta na hora de eu entrar, mas olho para trás, num último Adeus, e vejo um Jeep a alta velocidade, deixando um rasto de poeira vermelha atrás dele, e que parou ao meu lado, era o nosso 1º comandante, X. Ele vem logo para cima de mim, e disse mais uma vez com voz ameaçadora que eu não posso ir, tenho de ficar, pelas razões já expostas, que estou a desobedecer às ordens, e ameaçando que se me ausento, vai processar-me disciplinarmente, não sei como, mas poderia até mandar deter-me à força, não faço ideia.
Eu insisto dizendo que, ‘tenho tudo assinado pelo meu comandante’, por isso, agora já é tarde, eu sei que estou legal com o documento assinado, mas ele se quiser manda cancelar tudo e até pode impedir-me sem razão nenhuma a minha saída. Discute-se a quente, o piloto não sai do seu lugar, os motores nunca pararam, ele assiste à conversa, isto é à discussão, pois metia gritos do comandante.
Lembro que as avionetas civis, quando aterravam, largavam o pessoal e encomendas, correio normalmente, e não deixam parar o motor, para o caso de uma eventualidade ter de largar sem aviso prévio. Eu estou já a despedir-me de alguns companheiros mais chegados e que sabiam desta saída, mas ouço um barulho de um Jeep, a poeirada que largava atrás de si, e vem directo ao avião ter comigo, continuando a dizer que não podia ir, apesar de ter acabado de assinar a Guia de Marcha.
Esta discussão leva uma eternidade de minutos, mas o piloto apercebe-se que eu tinha razão, e manda então o recado final:
- O passageiro ou entra, ou sai, eu vou levantar voo agora mesmo.
Ele já me tinha agarrado no braço, e eu já tinha um pé dentro do avião, outro de fora. E, nessa ocasião tomo a maior decisão da minha vida como militar, livro-me das ‘garras’ do comandante, entro no avião e fecho a porta, o piloto levanta voo a caminho de Bissau, deixa uma nuvem de pó que quase não dava para ver aquela cabeça de ‘Melão’ do comandante a gesticular com os braços, só faltou mesmo, ele mandar abrir fogo sobre a Avioneta, com toda a artilharia ligeira e pesada.
Olho para trás lá de cima aquela paisagem desoladora que já tinha vista muitas vezes antes, o nosso ‘Acampamento’ tipo ‘Forte Álamo’ do Texas, e vejo o pessoal em terra a olhar para o ar, fico com uma nostalgia indescritível, pois tinha a sensação que já não voltava mais para aquele sítio.
Torna-se quase impossível descrever este cenário, que até hoje me comove, por causa de tanta maldade, e porque sabia que não voltaria mais para aquele local e ficar às ordens mais uns meses daquela brutal parelha, o Major e o Coronel. Faço as últimas fotografias daquela terra que deixava para trás, ao fim de tantos meses, prisioneiro. Em pouco tempo deixei de ver o quartel, pensei que era a última vez que ia ver aquela terra – São Domingos. E foi mesmo.
Consegui sair dali, e passado pouco mais de uma hora já estamos a aterrar em Bissau, nem uma hora foi preciso, pouco falei com o piloto, nem me lembro da cara dele, eu estava lívido de raiva, e comecei a ficar aterrorizado, a pensar no que ele poderia fazer dali por diante até chegar o dia do avião da TAP.
Fui direito ao Grande Hotel de Bissau, onde normalmente ficava e instalo-me ali, em vez de ir para a porcaria da caserna do Biafra para o meio daquela malta já “apanhada” e dos mosquitos, e ficar bem longe dos olhares militares. E assim foi, nunca mais voltei àquela terra, a São Domingos, por razões de mudanças e estratégia militar, da qual falarei mais tarde.
Esta foi a cena para mim mais marcante na minha estadia na Guiné, embora ainda não tinha terminado, faltava muito para entrar no avião da TAP.
Depois foi uma longa espera até ao meu voo, senti os minutos a passar e foram 6 dias de espera, chega o dia, vou ao QG carimbar o passaporte, vou para o aeroporto, o Boeing levanta voo, já ninguém me apanha, e chego na manhã do dia 28 de Fevereiro de 1969, no dia do terramoto, para mim nem o cheguei a cheirar.
Ao fim de 30 dias, regresso à Guiné, conforme previa já me tinham mandado tudo para Bissau, fiquei instalado no Quartel do 600 e aí acabei a minha tarefa e a minha comissão.
E conforme tinha dito, nunca mais voltei a São Domingos, ficou lá tudo o que era pessoal, roupas, malas, as minhas lembranças, a minha G3, a minha motorizada Honda, os meus caixões cheios de garrafas de bebidas brancas estrangeiras, os meus companheiros e amigos mais chegados, isto é 12 meses da minha vida na Guiné.
É por isso que sempre digo:
- Nunca me despedi de São Domingos, nem das pessoas de que mais gostava.
… Fim da I Parte
II – As Legendas das fotos:
Não tenho fotos específicas destas cenas e desta fuga ainda dentro da pista, mas vou colocar alguma já editada, para suportar com Postes este Tema, quase surreal, kafkiano, que mais se parece ao estilo do famoso livro do ‘Papillon’, ou do filme ‘Casablanca’.
Tirei algumas ainda a sobrevoar São Domingos e depois na saída de Bissau, nos céus de África, e a chegada aérea à zona de Portugal, até Lisboa.
Podemos considerar como os locais e aparelhos do ‘crime de fuga’, as seguintes fotos:
F01 – Nota do QG- CTIG, com ordens de Extinção dos Conselhos Administrativos dos Batalhões de Reforço, com data de 16-11-68 e Prazo para cumprimento até 31-12-68.
F02 – O Bilhete Nº 26372, na Dornier dos TAGP para o voo de São Domingos-Bissau. Bilhete de passageiro, custo 224$00, de S. Domingos para Bissau, em 22 Fevereiro 69.
F03 – Local e cena de ‘fuga’. Pista de São Domingos, em 22-Fev-69. Pista, cobertura de passageiros, torre de controlo, avião Dornier dos TAGP, o Jeep que me transportou, o Jeep do Comandante, o Jeep do administrador de Posto, outras viaturas, e personagens do filme. Local, São Domingos, 22 de Fevereiro de 1969
F04 – A avioneta DO – Dornier dos TAGP, levanta voo em ‘fuga’. Local, São Domingos, 22-02-69. Pista, o avião a levantar, o Jeep do administrador, o povo da terra.
F05 – Uma vista aérea do aquartelamento. Local, São Domingos, 22 Fevereiro de 1969. Pode ver-se a Pista, as instalações do Comando e CCS, as instalações da CART1744, a última vista geral que eu foquei, ambígua, nostálgica, com muito stress.
F06 – Local e cena da ‘fuga’. Local, Bissau (Bissalanca), em 28-02-69 Na placa da pista pode ver-se um avião da TAP, Boeing 707, e Sala de Embarque.
F07 – O Avião TAP B707, algures ao largo do Senegal, nos céus de África, em 28-02-69. Pode ver-se a Asa do Avião, o Mar azul a terra de areia branca, talvez, costa do Senegal.
F08 - O Avião TAP B707, algures ao largo da Mauritânia, nos céus de África, em 28-02-69. Pode ver-se a Asa do Avião, em baixo o Mar azul e a terra sem fim, de areia branca, talvez, costa da Mauritânia ou Marrocos.
F09 – Foto Aérea, algures em território e nos céus de Portugal, em 28-02-1969. Pode ver-se a asa do avião da TAP B707, porções de terra firme e mar ou rio.
F10 – Foto aérea, na aterragem em Lisboa, sem indícios de terramoto, em 28-02-69. Presumo tratar-se da margem sul de Lisboa, talvez Lisnave, Barreiro, ou outro local. Céus de Portugal, Lisboa, em dia de terramoto, sem sinais dele, 13 Horas
«Propriedade, Autoria, Reserva e Direitos, de Virgílio Teixeira, Ex-alferes Miliciano do SAM – Chefe do Conselho Administrativo do BCAÇ 1933/RI15/Tomar, Guiné 67/69, Nova Lamego, Bissau e São Domingos, de 21SET67 a 04AGO69».
- NOTA FINAL DO AUTOR:
# As legendas das fotos em cada um dos Temas dos meus álbuns, não são factos cientificamente históricos, por isso podem conter inexactidões, omissões e erros, até grosseiros. Podem ocorrer datas não coincidentes com cada foto, motivos descritos não exactos, locais indicados diferentes do real, acontecimentos e factos não totalmente certos, e outros lapsos não premeditados. Os relatos estão a ser feitos, 50 anos depois dos acontecimentos, com material esquecido no baú das memórias passadas, e o autor baseia-se essencialmente na sua ainda razoável capacidade de memória, em especial a memória visual, mas também com recurso a outras ajudas como a História da Unidade do seu Batalhão, e demais documentos escritos em seu poder. Estas fotos são legendadas de acordo com aquilo que sei, ou julgo que sei, daquilo que presenciei com os meus olhos, e as minhas opiniões, longe de serem ‘Juízos de Valor’ são o meu olhar sobre os acontecimentos, e a forma peculiar de me exprimir.#
Em, 2019-02-14
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Nota do editor:
Último psote da série > 18 de fevereiro de 2019 > Guiné 61/74 - P19503: Álbum fotográfico de Virgílio Teixeira, ex-alf mil, SAM, CCS / BCAÇ 1933 (São Domingos e Nova Lamego, 1967/69) - Parte LXII: Memórias do Gabu (I)
20 comentários:
Dois pequenos reparos, mano:
i) A TAGP não tinha aeronabes Dornier, DO-27, mas sim Cessna... (Fotos nºs 3 e 4)
ii) O que tu vés, lá de cima, não é Lisboa, mas sim margem esquerda do Tejo, o Seixel e o Barreiro (complexo industrial da CUF. inckuindo o campo de futebol do grupo desportivo da CUF, criado em 1937)... Salvo melhor opinião... (Foto nº 10)
iii) A Lisnave (, ou melhor os estaleiro da Margueira,criados em 1967,) ficava no concelho de Almada, na antiga freguesia da Cova da Piedade, antes de Cacilhas (onde aportam os cacilheiros)...
Estes três concelhos (Almada, Seixal e Barreiro)foram o que se chama hoje o "Arco Ribeirinho do Sul"...
Sobre a CUF, ver aqui fotos antigas:
http://restosdecoleccao.blogspot.com/2012/06/cuf-companhia-uniao-fabril.html
Virgílio:
224 escudos da Guiné (pesos) eram, na altura, 201,6 escudos da metrópole (a taxa de câmbio do mercado negro era de 90%, 100 = 90 pesos)... Usando o conversor da Pordata (escudos / euros), teríamos hoje uma valor equivalente a 61,73 euros...
O que é tu comprovas, em fevereiro de 1969, com 224 pesos, o preço da passagem aérea São Domingos - Bissau...
Em Bafatá, eu comia 11 bifes com batatas fritas e ovo a cavalo, no restaurante A Transmonta... Em Bissau, dava para 11 travessas de ostras para 4 manos... Eram os tremoços da Guiné... Um gajo ficava jantado... Em Bambinca, dava para comer 4,5 kg de camarão gigante / lagostins do Rio Geba, apanhados em zona de alto risco, mais junto à foz do Rio Corunbal... Duas garrafas de uísque velho 15 anos, The Monks, e ainda sobravam uns trocos... Dois meses para a lavadeira...
Para os meus soldados eram 9 dias de "subsídio de alimentação" (24,5 escudos / dia, para os dessanrachados)... Para a malta do casino de Bambadinca, 200/300 pesos podia o equiavalente a uma boa ou uma má noite de lerpa...
Temos essas contas feitas no logo... Porcura o descritor "patacão"... Em suma, 224 pesos era manga de patacão para a generalidade do pessoal (até furriel)...
Um boa noite, Luis
Louvo-te a coragem, foste um gajo teso!... Acho que é uma boa históriq para contar aos netos sobre a prepotência humana... LG
Afinal o grande IN(imigo) de Virgílio Teixeira foi um Major, e não era do PAIGC.
As chamadas "guerras de caserna" podiam ser bem mais terríveis que lutar contra "turras".
Eramos novos, não pensávamos...como quem diz!
Caro Rosinha, também tive um Comandante "amigo do peito" que todos os dias me prometia uma "porrada". Felizmente para mim acabou por ser evacuado por estar ou se fazer de "apanhado do clima". Acabei a tropa com a minha caderneta limpa e com um louvor pelo meu desempenho na Companhia.
Abraço
Carlos Vinhal
Leça da Palmeira
Carlos, eu tenho a caderneta suja, (que não sei onde para, estes 40 anos a fazer e desfazer malas), mas como tive os meus 13 anos de guerra do Ultramar, vi encher o balão em 1961, e quando o balão rebentou em 74, o que eu me ri para não chorar, dos tenentes, capitães e majores e muitos directores na "peluda" e de mim mesmo, que levavam a vida a sério, e moiam o juizo à gente.
Ainda hoje, o tenente que me deu a recruta e o CSM, que agora é coronel reformado, 87 anos, e mais dois colegas dele de outros pelotões, vão aos almoços da minha incorporação de Nova Lisboa/59, e recordamos caricaturando entre todos as peripécias, as birras, as partidas e os exageros, as disciplinas e as indisciplinas, e ficamos com uma sensação...ó tempo volta pra traz!
Um dos meus dois castigos na caderneta, na recruta foi um ridículo alferes, oficial de dia com a alcunha de "botões", porque arrancava o penúltimo botão desabotoado da camisa do recruta, surpreendeu após 5 minutos o toque de alvorada uns tantos recrutas a dormir, entre eles eu, e lá ficou um castigo na caderneta.
Esse alferes, que era miliciano tambem vai hoje aos almoços, e tudo ficou na boa e já nem lhe chamamos o botões.
Outro castigo foi de um capitão por impontualidade minha, já furriel, quando há ocasião pergunto por ele e sei que regressou vivo da guerra, ainda bem, passou-me a raiva com o fim do império.
Penso que não tem razão de queixa, quem regressou e teve tempo e saude para se queixar da próstata.
Ando por aqui há horas para mandar um comentário já feito no WORD, mas aqui o meu reCAPTCHA não deixa entrar, e não sei porquê?
Vou tentar agora novamente com este texto
VT.
Virgilio Teixeira, disse:
Comentários 1
– Poste 19518 O Adeus a SD:
Antº Rosinha e Carlos Vinhal:
Sem duvida, o meu único IN era mesmo o dito Major – oficial adjunto de operações -, era só inveja, nada mais. Os oficiais do PAIGC não deviam ser piores. Isto, e para esclarecer, e até já o tinha dito noutros comentários, eu tive a ousadia, e já não era menino, teria os meus 25 anos, e até posso considerar uma atitude bacoca, quando ele me tentou chatear em pleno jantar na messe de oficiais, com os soldados a servir à mesa, eu disse-lhe alto e bom som:
‘O meu Major não percebe nada disto…’
O Homem ficou livido de raiva e daí a perseguição que passou a ser mais severa. Mas nunca levei nenhuma porrada, nem de ninguém e muito menos ameaças.
O outro Major, Presidente do CA e 2º comandante, bem como o nosso Comandante do Batalhão, só me davam elogios. Não directamente, mas soube disso passados algumas décadas, atravez de ex-camaradas, nos almoços anuais.
O Comandante tinha em mente um Louvor, infelizmente foi ferido gravemente, evacuado e nunca mais voltou, e o Major 2º Comandante, também ia dar-me um Louvor, mas na hora da despedida, nunca nos encontramos, e com esta minha saida antes do tempo do Batalhão e de São Domingos, ‘O meu Adeus a SD’, ficou o assunto em carteira, ele disse a outro alferes que teve pena de não o ter feito, mas para mim isso não teve qualquer influencia na minha vida futura. Mas comparando com tantos louvorers que vejo na HU do batalhão, eu teria merecido, mesmo com todo o azedume que existia, aparentemente.
Os Capitães e Tenentes nunca se meteram comigo, não houve o minimo problema, bem pelo contrário. E quanto aos meus colegas Alferes, nunca houve qualquer agressão ou discussão, fizemos um convivio saudável, mas sem grandes amizades, porque quase todos se juntavam à noite para jogar à Lerpa e eu nunca alinhei nisso, porque não sabia nem queria perder tempo com isso, preferia as fotografias e as petiscadas com os meus amigos, furrieis e soldados condutores, é essa a gente que eu recordo mais.
Virgilio Teixeira
Em, 2019-02-23
Olá
Com já é conhecido, as fotos que o Virgílio nos tem disponibilizado são uma fonte inesgotável de memórias, iguais, idênticas, parecidas.
Por mim, reconheço algumas situações referidas.
Mas agora quero apenas também "entrar" nessa coisa das "porradas".
Quando estive em Piche o que deveria ser o Comandante do Batalhão tinha recebido "guia de marcha", ao que me disseram por ordem do próprio Spínola, pelo que quem estava a assegura o Comando do Batalhão era o 2º Comandante, o Sr. Major Calixto. Era muito temido, diziam que "perseguia" o pessoal só para lhes contemplar com "porradas" mas nunca tive essa ideia e até já coloquei aqui no Blogue um texto em que procuro fazer-lhe justiça, nesse aspecto.
No entanto eu fui de facto contemplado com uma "porrada" que me fez baixar à 2ª classe de comportamento onde estava desde que assentei praça em Santarém no meio de Julho de 1969 (como todos os outros que assim entravam no cumprimento do serviço militar), tendo passado à 1º classe no meio de Julho de 1972, menos de 4 meses do que foi o fim da comissão.
Armaram-me uma armadilha, não tinha a menor suspeita disso e como tal caí nela.
Resultado: "porrada" e baixa de "classe de comportamento".
Hélder Sousa
Um esclarecimento
Essa "porrada" não foi em Piche. Só lá estive de Dezembro de 1970 a Maio de 1971.
Foi no âmbito do Agrupamento de Transmissões em Agosto de 1972.
Hélder Sousa
Luis, o avião que me transportou para Bissau, era um DORNIER como esta escrito no bilhete.
Eu sei que os TAGP faziam as carreiras com as Cessna, e andei umas vezes.
No comentário que faço a essa foto, até escrevi 'Cessna', Acho que está resolvida a dúvida sobre isto.
Virgilio Teixeira
Estes três concelhos (Almada, Seixal e Barreiro)foram o que se chama hoje o "Arco Ribeirinho do Sul"...
Olá Luis, obrigado por estas esplêndidas explicações.
Sem qualquer tipo de vergonha, eu conheço muito mal esse triângulo - Almada, Seixal, Barreiro - quase me apetece dizer que para mim são apenas a zona sul de Lisboa, que francamente passei apenas por lá, há muitas luas atrás. Cova da Piedade, Seixal, Barreiro, passei por lá talvez uma vez na vida. Caparica andei por lá 2 a 3 vezes, de passagem. Faz-me confusão, talvez por não conhecer minimamente, agora já é tarde. É a mesma confusão com o lado sul do Porto, só que aqui ando por lá no dia a dia, e toda a vida passei por lá, e até temos o El Corte Inglês, que o Porto não tem.
Virgilio Teixeira
Luis:
224 escudos da Guiné (pesos) eram, na altura, 201,6 escudos da metrópole (a taxa de câmbio do mercado negro era de 90%, 100 = 90 pesos)... Usando o conversor da Pordata (escudos / euros), teríamos hoje uma valor equivalente a 61,73 euros...
Como sabes havia varios cambios. Quando cheguei a Bissau em 67, troquei no mercado paralelo, 1000 escudos por 2000 pesos, e isso funcionou sempre.
Em 1984 cambiava nas ruas de Bissau, 1000 escudos por 5000 pesos guineenses. O que se comprava em pesos no mercado era quase de borla, em compensação os hoteis e outras coisas pagas em USDolares, era uma fortuna.
Hoje os 61€ dão para ir a Lisboa e vir no Alfa para 2 pessoas velhinhas...
Na Guiné, lembro-me apenas dos preços das bebidas, o Martins 20A eram 95$ e o Monks, o melhor uisque, custava a volta de 110$/pesos. Trouxe uma garrafa dessas e foi a última a acabar de beber aqui, passados varios anos, depois de acabar com todas as outras.
Virgilio Teixeira
Virgílio
Julgo que o Martin's, 'frasco de perfume', era mais caro que o Monks, botija de porcelana, aliás o Martin's era o mais caro de todos e custava 150 pesos a garrafa. Grandes pomadas de bioxene que nunca mais me passaram pelo estreito.
Também trouxe umas garrafas e que deram grande problema na alfândega do Aeroporto de Lisboa, já contada em poste anterior.
Valdemar Queiroz
Valdemar já não afirmo mais nada, mas na minha ideia, em 1968 - ano em que juntei os 3 caixões de garrafas - o Frasco de Martin's não chegava aos 100 pesos. A maioria das garrafas, ditas de uísque novo, andavam pelos 45 pesos. A botija Monks, era a mais cara. Depois não sei. Hoje como se sabe o Martin's 20 anos já não se vende, as ultimas que vi andavam pelos 1000€.
O Monks já não o vejo, nem o compro.
Boas pomadas como dizes, e agora já percebo alguns comentários anteriores - o bioxene - pensei mas nunca perguntei, mas eram as bebidas alcoólicas, certo? Não conhecia este termo.
As minhas garrafas vieram em porão do navio, eram mesmo 3 caixotes - do tamanho de caixões - e apareceram-me passados 3 meses na Serra do Pilar, o RASP2, onde fui lá levantar com uma carrinha, e não tive problemas nenhuns. Claro que na Alfândega era diferente.
Ab, Virgilio
Virgilio Teixeira, disse:
Comentários 2
– Poste 19518 O Adeus (final) a São Domingos
Helder Valério:
O poste já virou para outros temas, mas complementam.se, no fundo estamos a falar de ‘desenfiar’ ‘apanhar porradas’ e outras normalidades do SMO.
Eu sempre tive alguma sorte, poderia ter apanhado porradas e até perder o COM etc.
Já em Mafra (Jan-Mar/67) logo no 1º mês cortaram-me o fim de semana, mas passada uma hora de ver as camionetas a sairem para o Porto, pego no saco, desenfio-me e vou para a estrada à boleia, cheguei ao Porto já no fim do dia. Não foi grande ideia, pois fiquei bastante stressado, deu para estar umas horas com a namotrada, e domingo à noite voltar para Mafra nas ditas camionetas, sem dormir, tal a preocupação quando fosse entrar na porta d’armas, felizmente o oficial de dia devia estar com mais sono que eu, e nem reparou no passaporte pois não tinha ordem assinadca. Safei-me.
Depois em Lisboa na EPAM (Abr-Junho/67) andava pegado com o monitor do curso, era o Tenente Chouriço, não ligava nada à especialidade, adormecia, o gajo tomou-me de pega, e com uma negativa num teste, cortou-me o fim de semana. A mesma cena de Mafra, vou para a estrada à boleia e já chego mais cedo, havia mais facilidades, a farda dava um certo aconchego aos condutores. Mas já tinha lá uma chamada em casa, o chouriço soube da minha fuga, acusou-me ao Comandante, e lá fui eu ter com ele ainda no Domingo seguinte, fui de comboio à minha custa. Ele deu-me uma bronca de caixão à cova, mas continuei e safei-me em último lugar, graças às excelentes provas fisicas e de aplicação militar, marchas finais, carreira de tiro, etc. Avisou-me que era a única vez que deixava passar.
Por ultimo foi a parte pior, estava em Chaves em Agosto de 67, a fazer o estágio, mas não havia ninguem e desenfiei-me para o Porto. Já era Aspirante. Deu-se o caso de no dia seguinte veio a minha mobilização, ninguém me encontrava. Andei 10 dias, já não era desenfiado, mas desertor. O caso foi constado, e o Capitão Gamelas, que me levava no seu Carocha de Porto para Chaves – e estava a formar Companhia para a Guiné no BC10, onde acabei por o encontrar já uma vez em Bissau, numa passagem pelo Clube -, ele já conhecia a minha familia, e o recado lá foi parar e eu fui parar a Chaves, e o Comandante quase me matava. Só me disse que não me castigava, pois já me esperava um ‘castigo’ maior, e deu-me a Guia de Marcha para Santa Margarida, onde o batalhão estava a fazer o IAO.
E assim, mais uma vez me safei, só que começaram as minhas chatices com o comandante do Batalhão, que me esperava desesperadamente há 10 dias, parece que teria dito a alguém, que lhe mandaram um rapazola, sem Peso. Mas depois concluiu que se teria enganado. Os homens não se medem aos palmos.
Desculpem esta extensão de discurso, mas é domingo.
Virgilio Teixeira
Virgílio
Este termo bioxene, que faz parte do nosso dicionário, nasceu por causa de uma grande e valente (como foi o caso) bebedeira apanhada em Sonaco e acompanhada até Contuboel.
O termo bioxene é, afinal, uma corruptela fonética duma parte da canção 'Give Peace a Chance' de John Lenon. Parece mesmo que é cantado ó bioxene….ó bioxene ó bioxene,
e assim ficou/passou a dizer-se estás com um grande bioxene, quando se está com os copos de qualquer bebida alcoólica.
Podes consultar o P15835 do blogue, para melhor explicação, assim como pode ser consultado o P13169 para se ler do acontecido no Aeroporto de Lisboa, por causa das garrafas de uísque.
Ab.
Valdemar Queiroz
Já fui ver e ler os Postes, coisas que já aqui passei sem saber que já existiam outras escritas. O Bioxene não sabia mesmo, mas quando li não tive duvidas que se tratava de grandes bebedeiras. Um dia vou fazer uns 10 temas, com fotos só de bebedeiras, mas ainda não ganhei coragem para tanto, vamos pondo outras mais soft.
Vi as fotos do Frasco de Perfume, o rótulo está corroído pelo tempo. O Logans, e tantos outros, pelos vistos não faltaram grandes naças, por esta guerra fora.
Virgilio Teixeira
Virgílio
Ouvir 'Give a Peace a Change', do John Lennon, é uma coisa do caraças.
Até parece que estamos lá, seja em Nova Lamego, Sonaco, Canquelifá, Guiro Iero Bocari, seja em São Domingos, Varela e Bissau parece que estamos lá (com um grande bioxene nos queixos).
Recomenda aos teus filhos esta 'Beatlelada' que eles vão gostar, mesmo que seja ouvida acompanhada com um tintol da 'Quinta do Crasto'.
Valdemar Queiroz
Nunca ouvi 'Give a peace a Change', não sei porquê. Penso que apesar de ser um fã de 'Os beatles' eles aparecem numa altura em que estou com um pé dentro da tropa e outro fora, e por muitas outras razões do foro pessoal e profissional.
Depois de regressar em 69, tenho que fazer pela vida, o trabalho, o casamento, 3 filhos seguidos, acabar o curso e trabalhar ao mesmo tempo, etc,,,,
Agora já é tarde demais, não tenho vocação para isso, aliás eles já 'acabaram'.
Os meus filhos, são de outra geração, também já têm uma vida e idade que têm outros interesses, nem sei se gostam desta musica, sei que um neto meu, hoje foi para Amesterdão, para ver um concerto qualquer que nem sei o que é.
Mudam-se os tempos, mudam-se as mentalidades. Cada um que se cuide, eu cá estou para os proteger, se necessário for, com muito amor.
Já não tenho idade para certas coisas.
Obrigado por todo este saudável amontoado de comentários.
Boa noite, dorme bem, e até o próximo poste de Nova Lamego, São Domingos ou 'as minhas férias na Guine', que estão aí para um dia vir à primeira página.
Virgilio Teixeira
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