segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

Guiné 61/74 - P19506: Fotos à procura de... uma legenda (113): Onde é que estava o fotógrafo, há mais de 50 anos, num dia qualquer de novembro de 1967, a 30 km de Gabu-Sará (Nova Lamego),a 60 km de Piche, a 90 km de Canquelifá e a 55 km de Cabuca ?



Região de Gabu > Novembro de 1967 > Sinaliação de trânsito: placa de confirmação de localidades  e distâncias quilométricas. O autor (à direita) não sabe  o local onde foi tirada a foto.  à esquerda com o soldado condutor Pita, numa saída para algum sítio. Pelas distâncias indicadas, estes dois camaradas estavam s 30 km de Nova Lamego.


Guiné > Região de Gabu > Nova Lamego > CCS / BCAÇ 1933 (1967/69) > c. set/out 1967 > Tabuleta com as indicações das distâncias, para Sul, Norte e Leste, localizada numa das saídas / entradas de Nova Lamego. Bafatá para sudoeste a mais longa, com 53 kms, e temos de juntar mais cerca de 60 dali até ao porto fluvial e depósito da Intendência em Bambadinca

Fotos (e legendas): © Virgílio Teixeira (2018). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Guiné- Bissau > Região de Gabu > Maio de 2016 > Piche, entre Gabu (a 30 km a oeste) e Buruntuma (a 37 km, a nordeste, na fronteira com a Guiné-Conacri. Canquelifá, mais a norte, fica a 30 km.

[Vd. poste de 31 de maio de 2016 > Guiné 63/74 - P16151: Revisitando o "chão fula", e ligando o passado com o futuro (Patrício Ribeiro, Impar Lda) - Parte II: Piche]

Foto (e legena): © Patrício Ribeiro (2016). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar]: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Guiné > Região de Bafatá > Contuboel > Centro de Instrução Militar de Contuboel > CCAÇ 2479 / CART 11 (1968/69) > Um instruendo, de etnia fula, cuja identificação se desconhece... A placa rodoviária assinala alguns das povoações, mais importantes, mais próximas: Ginani (17 km), Talicó (22 km), Canhamina (27 km), Fajonquito (30 km), Saré Bacar (39 km), Farim (96 km)...

Contuboel chegou a funcionar como importante centro de instrução militar, no início da política da africanização do Exército Português, no 1º semestre de 1969. Em data que não posso precisar, esse centro acabou por ser transferido para a ilha de Bolama, aparentemente mais segura. Em junho de 1969, Contuboel era descrita como um "oásis de paz", pelo nosso editor Luís Graça e nela dava-se formação às futuras CCAÇ 11 e 12 e a um grupo de combate da futura CCAÇ 14.

Foto ( e legeenda) © Renato Monteiro (2007).  Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Guiné > Região do Oio > Mansoa > 1968 > Um periquito do coração da Guiné, o Alf Mil Raposo, da CCAÇ 2405 / BCAÇ 2852 (1968/70),  junto à placa toponímica que indivaca as localidades mais próximas: para oeste, Nhacra (a 28 km), Bissau (a 49 km)...; para leste, Enxalé (a 50 km), Bambadinca (a 65 km), Bafatá (a 93 km)...

Foto (e legenda) ©  Paulo Lage Raposo (2007).  Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Guiné > Região do Oio > Mansoa > CCAÇ 413 (1963/65) >  Foto reproduzida com a devida vénia do livro "Nos celeiros da Guiné",  de Albano Dias Costa e José Sá-Chaves (Lisboa: Chiado Editioar, 2015)


Guiné > Região do Oio > Mansoa > Jugudul > 1969 > O alf Mil Aires Ferreira, em Jugudul, a 4 Km de Mansoa, na estrada Bissau-Bafatá. A placa quilométrica assinalava as distâncias para os principais povoações, a leste de Mansoa/Jugudul: Bindoro: 10 km; Porto Gole: 25 km; Enxalé: 47 km; Bambadinca: 62 km; Bafatá: 90km... O troço estava interdito, nessa altura, pelo menos até Porto Gole...e daqui até Bafatá. Um estrada, alcatroada, esteve em construção, até Bambadinca, nos últimos anos da guerra.

Foto (e legenda) ©  Aires Ferreira  (2006).  Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Onde é que estava o fotógrafo, no caso da primeira foto de cima, da autoria do Virgílio Teixeira ? 

Ele já não se lembra da localização exata...  Vamos ajudá-lo a melhor legendar a foto... Sabemos que foi em novembro de 1967, na região de Gabu... Nesse ponto exato, ele e o seu companheiro, o condutor da viatura, extavam a:

30 km de Gabu Sará (mais tarde, passou a chamar-se Nova Lamego);
60 km de Piche;
90 km de Canquelifá;
97 km de Buruntuma;
55 km de Cabuca;
(?) km de Madina do Boé [, o carregador da G3 parece ter tapado essa informação; de qualquer modo de Nova Lamego a Madina do Boé eram 65 km]

Ver aqui o mapa da província da Guiné (1957), à escala de 1/500 mil...

De qualquer modo, este "sinal de confirmação" das localidades mais próximas e da sua distância quilométrica, devia estar, não no meio do mato, mas numa locadalidade relativamente importante (sede de circunscrição, posto administrativo, etc.).

Contamos com mais pistas a fornecer pelos nossos queridos leitores...


2. Já agora voltam a reproduzir-se mais algumas fotos, do nosso blogue, semelhantes, de diferentes regiões: Gabu, Bafatá, Oio...

Não tenho a certeza, mas não deverá haver imagens com  sinais destes no sul da Guiné, no nosso tempo: região de Quínara e região de Tombali... Talvez por causa da guerra... Devem ter sido destruídos logo no início, tal como os postes de telefone e de telegrafia, as pontes, os pontões...

Não é preciso lembrar que a "nossa Guiné", até ao "consulado" do Spínola (1968-1973), tinha uma muito rudimentar rede rodoviária... As estradas eram "picadas", e o sistema de sinalização do trânsito  estava em conformidade com a rede rodoviária... Boa parte dos transportes (de Bissau, para o interior, o Norte, o Centro e o Sul) fazia-se de barco... As estradas ficavam intransitáveis na época das chuvas, de maio a outubro...

No nosso sistema de sinalização rodoviária, estes sinais (que não podem ser confundidos com "narcos quilométricos" ou "placas toponomicas") parece que se chamam "sinais de confirmação", (art. 40º do regulamento de sinalização do trânsito, Decreto Regulamentar n.o 22-A/98 de 1 de Outubro):

(...) L1 — sinal de confirmação: este sinal deve conter a identificação da estrada em que está colocado, bem como a indicação dos destinos e respectivas distâncias servidos directa ou indirectamente pelo itinerário, inscritos de cima para baixo, por ordem crescente das mesmas distâncias. Os destinos não directamente servidos pelo itinerário, bem como a distância a que se situam, devem ser inscritos entre parêntesis. (...) 

Um exemplo de um sinal de confirmação
________________

Nota do editor:

Último poste da série > 13 de fevereiro de 2019 > Guiné 61/74 - P19493: Fotos à procura de... uma legenda (112) : Messe improvisada numa ponte em 26 de janeiro de 1968... Foto do Arquivo Mário Soares... Serão fuzileiros ? Que ponte seria esta ? (Jorge Araújo)

9 comentários:

Anónimo disse...

Pode ser por exemplo, em Canjadude, também Sonaco, na saida de Piche para Buruntuma, depois não continuamos, voltamos para trás, mas não é no meio do mato.

A indicação da distância para Madina do Boe, não tinha nenhuma quilometragem, talvez na altura nem sabiam a distância, o carregador tapa um bocado, mas vê-se que não há nenhuma indicação.

Novamente clamamos pela ajuda do Valdemar, e outros.

Ab, Virgilio Teixeira

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Virgílio, estive a fazer as medições (a partir do mapa), e bate certo: Também estava a penxar em Sonaco, a 30/35 km de Nova Lamego...

Toda a gente ia a Sonaco comprar vacas, até eu quando fui gerente de messe em Bambadinca (por um mês, era à vez...) fui a Sonaco comprar uma vaca por 900 pesos... Mas Sonaco fazia parte da região de Bafatá, não do Gabu... Havia de facto uma estrada Sonaco - Nova Lamego, que eu nunca utilizei... Fiz Bambadinca, Bafatá, Contuboel, Sonaco... e volta... Já lá tinha estado em "turismo", em junho ou julho de 1969, nessa altura estava no Centro de Instrução Militar de Contuboel... Sonaco fica(va) a nordeste.

Inclino-me mais para Canjadude, que no mapa dista 30 km de Nova Lamego (Gabu Sara)... Canjadude era a sede dos Gatos Pretos, CCAÇ 5... Fomos pedir a ajuda do Zé Martins...

Valdemar Silva disse...

Na foto de Contuboel, do Renato Monteiro, aparece o puto Simba Baldé do meu pelotão de instrução na recruta. Este Simba, não sei se o nome é este ou alcunha, era mais uns dos putos fulas que depois da recruta foi para Bambadinca e que era um artista a fazer bonecos em madeira e até me ofereceu um que ainda guardo.
A foto foi tirada em Contuboel e julgo que lá havia duas placas informativas destas.
A tal placa do Virgílio também poderá ser em Cabuca, quando por lá passei não me recordo de ver aquela placa e parece-me mais perto de Nova Lamego.
Por não haver militares ou milícias em Sonaco é notória a falta de imagens no nosso blogue, daquela localidade.
Admira-me não haver mais rapaziada a querer dar uma ajuda nesta identificação.

Valdemar Queiroz

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Obrigado, Valdemar, eu estava e reconhecer aquela cara do Si,ba Balde´... Foi parar à CCAÇ 12, a Bambadinca, portanto foi nosso soldado...

Quanto a Cabuca, não pdoe ser... Ficava a 55 km daquele local...De Canjadude a Cabuca também não era essa distância...

Vamos ver com mais atenção. Agora vou ao ginásio, fazer o meu "Pilates"... Boa noite a todos. LG

Anónimo disse...

Comentários A Procura de uma legenda para esta Placa indicativa de distâncias:
Andei a ler na HU (Historia da Unidade – BC1933) à procura do local da foto.
Também me parece que poderá ser ‘SONACO’, pois fui lá uma ou duas vezes, e não me lembro de nada, pois não havia tropa. Tinhamos um itinerário de NL a Sonaco, e ainda Pirada-Paunco-Sonaco.
Sonaco fazia parte em 1967 (Set-Dez) e 1968 (Jan – Fev/68) do sector L3 sob o comando do BCAÇ1933, ao contrário do que disse o Luís, que pertencia a Bafatá. Talvez mais tarde, tenho isso aqui na HU bem clarificado. Nesta zona durante os 5 meses de permanencia, não há referencias a operações na zona de Sonaco. Daí que eu pudesse lá ter ido, relativamente à vontade, por ausência prevista do IN no itinerário.
Como o Luis disse, que foi lá comprar uma vaca, na sua escala de gerente de messe, pode ter sido isso que eu fui fazer, com um grupo, comprar uma vaca a Sonaco, que pode até ser aquela da foto nº 13 – não publicada por falta de qualidade, no meu Poste Gabu Parte I, pelo que sugeria até, mesmo sem qualidade, que podesse ser publicada pois eu vinha a cavalgar na mesma, e é interessante, mas deixo ao cuidado do editor.
CABUCA pode ser outra ideia, pois fui lá algumas vezes, mas não tenho certezas de nada, como é óbvio.

Virgilio Teixeira


Anónimo disse...

Comentário sobre outro tema em aberto, a Ponte Caium, não faz parte deste Poste:
Para constar aqui deixo alguns exemplos:
Li na HU que existia um Pelotão da CCAÇ 1588 (de Buruntuma) Entre Set/67-Fev/68) instalado na Ponte Caium, bem como uma secção deste pelotão no destacamento de CAMAJABA.
Também existia uma secção de AM FOX/E REC 1578, entre Piche-Ponte Caium.
Existem referencias de operações na zona Ponte Caium, nomeadamente em:
- Em 23NOV67, com um GC da CCAÇ1588, entre Buruntuma e Ponte Caium, na zona de AJANCO:
- Em 24dez67, uma emboscada a uma coluna auto entre Caium-Camajabã;
- Em 28Dez67, a operação “LACRAU” realizada pela CCAV1662 (PICHE), entre SINCHA LALI-RIO COARE-RIO CORUBAL—RIO CAIUM-PONTE CAIUM-PICHE que consistia em detectar elementos do IN.
- Em 08JAN68, OPERAÇÃO LIDE, outra operação nesta zona com elementos da CCAÇ 1588;
- Em 13DEZ68 – Operação “LOBA” na zona de Ponte e Rio Caium;
- Em 24 JAN68 – Operação “LUANDO” com forças da CCAV 1662;
E outras na zona que não vou continuar a massacrar os leitores.

Virgilio Teixeira



Valdemar Silva disse...

Pois Luís
Se daquele local a Gabu Sara seriam 30 kms e a Cabuca 55 Kms, logo de Gabu Sara a Cabuca seriam 25 kms e pode bem ser Cabuca.
Mas, julgo pelo ar descontraído que seria Sonaco.
Quem passava por Sonaco e aproveitava bem o lá ter passado, poderia acontecer, depois, não se lembrar de lá ter estado. ah!ah!ah!
Eu que o diga, só me lembro duma rua principal e de haver uma bomba de gasolina daquelas de dar à manivela vertical.
Ab.
Valdemar Queiroz

Abílio Duarte disse...

Eh verdade, Valdemar, eu acho que passei por Sónaco, umas três vezes.
Lembras-te de no dia de Pascoa, de 1969, que fomos lá almoçar, e ir á praia.
PRAIA NEM VÊ-LA, ESTAVA O RIO EM BAIXO!!!
O que queria comentar contigo, é o seguinte;

Porque é que nunca houve tropas aquarteladas em Sonaco? Qual a tua opinião, pois sempre achei um ponto estratégico, naquela zona!

Conta-me coisas sobre esta minha questão, tu ou alguém do Blog, que entenda a minha questão,pois sempre achei estranho, aquela zona não ter conflitos. E esta hem...como diria o velho Pessa, Abraço, e as tuas melhoras.

Valdemar Silva disse...

Duarte
Eu também fui nesse dia a Sonaco e foi a única vez.
Almoçar e ir à praia em Sonaco. Inesquecível.
Levamos umas latas de conservas de lulas, talvez umas 10 latas, para um civil, julgo que fula, fazer um guisado de lulas 'à là Sonaco' já com créditos firmados.
Lembras-te que foi organizado pelo Furriel da secreta, rapazinho esquisito, sempre desenfiado a conhecer 'gilas', homens grandes e toda a gente em Sonaco. Ele ia lá constantes vezes com um caçador nativo, calhando lá estariam as sua fontes de informações.
Pois qual praia qual quê, o que houve foi um grande bioxene geral com regresso a Contuboel já de noite e Furriel da secreta todo irritado.
Não faço ideia por que razão não havia tropa em Sonaco. A tabanca ainda era grande e tinha grande movimento comercial e até tinha bomba de gasolina. Não sei explicar, mas penso tratar-se de uma 'terra franca' e dar jeito a ambas as partes, mas não
sei ao certo.
Um abraço e cá vou indo com os bofes atrapalhados
Valdemar Queiroz