domingo, 9 de outubro de 2022

Guiné 61/74 - P23687: "Despojos de Guerra" (Série documental de 4 episódios, SIC, 2022): Comentários - Parte I - António Rosinha e Valdemar Queiroz: as diferenças entre a guerra de Angola e o "inferno da Guiné"


Cortesia da SIC (2022)

1. "Despojos de guerra": série de 4 episódios, está a passar 
na SIC, durante o mês de outubro. No passado dia 6 
foi a estreia da série, com a exibição do 1º episódio ("A informadora", 51' ).  Publicam-se os primeiros comentários dos nossos leitores, António Rosinha e Valdemar Queiroz.




Sinopse: 

No auge da guerra colonial em Angola, uma comerciante e o marido avisavam a PIDE (polícia política) quando os guerrilheiros iam à sua loja abastecer-se de mantimentos. Sebastiana Valadas revela qual era o seu nome de código, quanto recebiam pelas informações e como prendiam os “turras”. Depois da descolonização, um deles ajustou contas e mandou prendê-la.
 
"Com recurso a imagens de arquivo extraordinárias e pela primeira vez submetidas a um processo de colorização inédito em Portugal", a série documental "Despojos de Guerra" é uma coprodução da Blablabla Media com a SIC, tendo o o apoio à inovação audiovisual do ICA – Instituto do Cinema e Audiovisual. A realização é da jornalista Sofia Pinto Coelho cuja equipa contactou o nosso blogue para cedência de algumas imagens e contactos.
 

Vd, também artigo no Expresso, de 18/2/2022.

Entretanto, apareceram  já, no nosso blogue, alguns comentários sobre a série e este primeiro episódio, que parilhamos com os nossos leitores, na montra grande (*).

(i) Antº Rosinha (**)

Antº Rosinha,
II Encontro Nacional
da Tabanca Grande,
Pombal, 2007.
Foto: LG


Valdemar, esta pequena reportagem sobre a senhora 
comerciante, que atraiçoou o comandante do MPLA  [João Sebastião Arnaldo de Carvalho, "Tetembwa", comandante adjunto da 4ª Região do MPLA] já bem nos finalmentes da nossa guerra [, em 1972] , dá um pouco para entender as enormes diferenças entre o que se passava em Angola durante 13 anos e o inferno da Guiné.

Embora a reportagem vá buscar as lembranças dos massacres 
do Norte com a UPA do 15 de Março de 1961, que foi mesmo e apenas na região dos Bacongos, mas que apesar de esse partido UPA/FNLA ainda hoje apenas continue nas eleições com 1%, continua sempre na nossa memória aqueles massacres, mas que não teve nunca a ver com esta região do Luso, que a senhora da galinha   [Sebastiana Valadas] que estava a mais de 1000 Km.

Também trabalhei nesta região pela Junta de Estradas. A povoação de Cassai Gare, que tem uma estação dos caminhos de ferro de Benguela, é uma região onde nunca houve guerra a sério, ou seja a UNITA andava por ali mas bem controlada pelos Flechas e PIDE, e já quase no fim uma franja do MPLA instalou-se na vizinha Zâmbia, dizia-se que seria a "facção Chipenda". Mas seria em número tão reduzido e com pouco armamento, que não se lhe conheceu qualquer actividade.

De notar que medido no Google Earth, de Cassai Gare até à fronteira mais próxima (Catanga) são 150 km, mas se for para a fronteira da Zâmbia que vai pelo Cazombo,  são mais de 300 Km.

Portanto, esse grupo atraiçoado pela senhora da galinha já demonstrou muita audácia onde dominava a UNITA e mesmo esta não andava muito à vontade porque os Ganguelas não gostavam deles.

Valdemar, vou dar uma informação sobre esses comerciantes que durante os treze anos de guerra em Angola, em todo centro, sul, litoral sudoeste e interior sudeste (Congo à parte) falavam em geral mais que um idioma, que era uma arma de defesa muito importante.

O angolano naquele tempo vivia em tribos muito fechadas umas das outras e falava apenas a sua língua e mal o português.

É o que me cumpre informar sobre o que vi na SIC e o que me lembro há mais de 45 anos, e o que vi no Google Earth, onde se reconhecem as casas dos comerciantes já meio em ruinas.

7 de outubro de 2022 às 00:16


(ii) Valdemar Queirox (foto à esquerda) 
(ex-fur mil, CART 2479 / CART 11, Contuboel, Nova Lamego, Canquelifá, Paunca, Guiro Iero Bocari, 1969/70):

Antº. Rosinha, não dá para comparar a guerra na Guiné e o que se passava na extensa Angola.

A galinha pareceu-me um galo. A senhora tinha naquele lugar, junto da estação, quase a família toda, ficou sozinha mais outra e nunca lhes fizeram mal, nem com um dedo.

Estes comerciantes "colons" eram conhecidos por serem informadores dos dois lados, e tanto uns como outros sabiam disso.

O meu compadre, casado com a madrinha do meu filho, teve durante muitos anos um restaurante no norte de Angola, junto da fronteira com o Congo e zona de implantação da UPA/FNLA. Dizia que camionistas faziam milhares de quilómetros para ir lá comer bife à ...(não me lembro). Tínhamos grandes discussões por ele ser salazarista, mas tinha uma bandeira da FNLA.

A realização da reportagem arranjou a coisa de maneira a não ferir suscetibilidades.

7 de outubro de 2022 às 02:59


(iii) Antº Rosinha;

Valdemar, a Guiné não tinha nenhuma comparação com Angola, no entanto o grande sonho de Cuba e União Soviética era alcançar primeiro Angola e depois África do Sul.

E taticamente, usaram o ponto fraco e mais fácil e mais barato e com menos riscos, a Guiné-Bissau.

E mesmo depois da independência usavam a Guiné e Cabo Verde para apoio logístico para aquela guerra de 28 anos em Angola. Essa, sim, guerra africana a  sério.

Mas essa dos comerciantes, e toma atenção, os camionistas que faziam milhares de quilómetros por um bife. Camionista era uma profissão considerada como se fosse uma especialidade, em Angola, tinham a mesma fama de jogar com pau de dois bicos.

Em geral ser-se Camionista era ser dono do próprio camião e que no Congo da UPA deslocava-se em coluna militar mas no resto de Angola viajava por conta e risco e até contrabando fazia para os países vizinhos com mercadorias sem "guia", vez por outra apanhados pela polícia.

Essas duas actividades, comerciantes e camionistas, tipo caixeiros viajantes,  é que foram no meu entender os grandes colonialistas à portuguesa, contacto total com as etnias porque o resto não passávamos de uns funcionários à espera do tempo passar.

Mas não pensemos que esses comerciantes "do mato" e os camionistas, durante a guerra não estavam conectados com os Governadores de distrito e com a PIDE e com os Chefes de posto.

Essa gente comprovadamente eram aqueles que melhor sabiam utilizar a Psico, a maneira deles, e como sabiam utilizar os idiomas tribais, conseguiam pôr os clientes a fazer-lhe a protecção que precisavam.

E como em 1961 aconteceu com a UPA no Norte o tal terrorismo, que a mulher do galo fala nisso, serviu de lição e dali para a frente tudo ficou de pé a trás.

Eu e centenas de colegas das Estradas, outros de Geologia e Minas, e várias outras missões, também agrónomos, corríamos tudo, mas olho no burro olho no cigano, e onde houvesse comerciantes estacionavamos sempre, e até se pernoitava e pedíamos conselhos.

Essa insignificante reportagem da mulher com o galo, é muitíssimo elucidativa de um dos pormenores que se passavam em Angola.

Quase incompreensível para quem tenha vivido a guerra da Guiné, e até para muitos milhares de portugueses que apenas viveram nas cidades de Angola.

O povo não tinha a mínima fé nos 3 movimentos, 3 sem falar nas facções do MPLA que depois se viu a mortandade do 27 de maio de 1977 entre eles.

Era o povo que nos segurava, 13 anos fabulosos "escandalosamente" que eu vivi.

Evidentemente que enquanto houvesse uma mina na estrada estávamos em guerra.

Mas o mais perigoso para a tropa, onde ficou muita gente,  foi aquelas estradas para pequenas velocidades, mas que os unimog guiados por jovens motoristas largavam-se,  até eu andei aos trambolhões.

7 de outubro de 2022 às 12:09


(iv) Valdemar Queiroz:

Então, quer dizer que aqueles milhares de jovens que morreram na guerra da Guiné, em Angola e Moçambique foi para defesa dos interesses dos EUA, e não teve nada a ver com o barrete salazarado do Portugal de Rio de Onor a Timor ...e quem se lixou foram os mexilhões da costa vicentina?|

7 de outubro de 2022 às 13:44
__________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de 6 de outubro de  2022 > Guiné 61/74 - P23677: Agenda cultural (818): "Despojos de guerra", série em quatro episódios, de 40' cada, sobre a guerra colonial: estreia hoje na SIC, no Jornal da Noite

(**) António Rosinha: 

(i) ) beirão, tem mais de 130 referência no nosso blogue;

(ii) é um dos nossos 'mais velhos' e continua ativo, com maior ou menor regularidade, a participar no nosso blogue, como autor e comentador;

(iii) andou por Angola, como topógrafo, nas décadas de 50/60/70, do século passado;

(iv) fez o serviço militar em Angola, sendo fur mil, em 1961/62;

(v) diz que foi 'colon' até 1974 e continua a considerar-se um impenitente 'reacionário' (sic);

(vi) 'retornado', andou por aí (com passagem pelo Brasil, já sem ouro, nem pedras preciosas...), até ir conhecer a 'pátria de Cabral', a Guiné-Bissau, onde foi 'cooperante', tendo trabalhado largos anos (1987/93) como topógrafo da TECNIL, a empresa que abriu todas ou quase todas as estradas que conhecemos na Guiné, antes e depois da 'independência';

(vii) o seu patrão, o dono da TECNIL, era o velho africanista Ramiro Sobral;

(viii) é colunista do nosso blogue com a série 'Caderno de notas de um mais velho'';

(ix) pelo seu bom senso, sabedoria, sensibilidade, perspicácia, cultura e memória africanistas, é merecedor do apreço e elogio de muitos camaradas nossos, é profundamente estimado e respeitado na nossa Tabanca Grande, fazendo gala de ser 'politicamente incorreto' e de 'chamar os bois pelos nomes';

(x) a ele poderá aplicar-se o provérbio africano, há tempos aqui citado pelo Cherno Baldé, o "menino e moço de Fajonquito": "Aquilo que uma criança consegue ver de longe, empoleirado em cima de um poilão, o velho já o sabia, sentado debaixo da árvore a fumar o seu cachimbo". 

13 comentários:

Tabanca Grande Luís Graça disse...


Expresso > Sociedade > 18 FEVEREIRO 2022 10:00

(...) "É de forma desassombrada que Sebastiana Valadas se orgulha de ter sido agente secreta da PIDE (polícia política) no auge da guerra colonial. “Se não fossemos nós, os “turras” (terroristas) teriam matado muita gente! Nós conseguimos destruir a 4.ª Região Militar do MPLA!! Não ficou nem um – fugiram.”


https://expresso.pt/sociedade/2022-02-18-pide-nao-tivemos-escolha.-mandavam-nos-para-o-tarrafal

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Rosinha, não sei se expressão caiu em desuso: "cantineiros do mato"...

A RTP tem um programa sobre eles

RTP Arquivos > Sobreviventes do Império

2007-03-21 00:15:17

Sinopse:

(...) "Programa de informação sobre os "cantineiros", homens portugueses que há décadas se estabeleceram no mato com as suas cantinas (lojas, espécie de mercearias onde se vende de tudo), dedicando-se ao comércio, à agricultura e pecuária, mantendo desde então uma relação de proximidade com as populações locais, resistindo a guerras e revoluções, constituindo família com mulheres africanas naturais da região, fixando-se definitivamente na ex-colónia portuguesa, uma reportagem da autoria do jornalista Alberto Serra." (...)

https://arquivos.rtp.pt/conteudos/sobreviventes-do-imperio/

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Vd. Memórias d'África e d'Oriente > Pesquisa bibliográfica

http://memoria-africa.ua.pt/Catalog.aspx?q=AU%20a.,%20a.&p=1

[61027]
A., A. de
Instantâneo : o cantineiro do mato / A. de A.. - Extraido do: Diário de Moçambique
In: Boletim geral do ultramar.- vol. 44, nº 515 (Maio 1968), p. 152- 154
Descritores: Moçambique | Cultura
Cota: 89|ISCSP

Abilio Duarte disse...

Valdemar, fico feliz, que estás bem, e a dar música para os curiosos.
Mantem te fino. Tudo de bom. Abraço.
Abílio Duarte

António J. P. Costa disse...

Olá Camaradas

Tive dificuldade em entender a senhora do galo. Não entendo sequer para quê toda aquela mise-en-scêne que não era para ali chamada. Talvez para queimar tempo de antena, o que é oportunismo.
O discurso da senhora era incoerente e não se expressa em sequência temporal o que não lhe fica bem. A família dela era dona e senhora da localidade que tinha uma estação de comboio. Para quê ali e "guarnecida" por quem? Talvez não passasse de um simples cais de acesso mais fácil ao comboio.
Claro que quem vivia naquele deserto quando foi abordado pelos guerrilheiros fossem ele quem fossem, só tinha que "colaborar". Não me pareceu clara a abordagem pela PIDE e a colaboração foi bem paga...
Faltam dados...

Um Ab.
António J. P. Costa

Zeca Macedo disse...

Ao contrário do que diz o camarada Rosinha, Cabo Verde, depois da independência, nunca deu apoio logístico a União Soviética para as sua operações em Angola. Não querem chamar nome a ninguém, a expressão “UMA NO BURRO E OUTRO NO CIGANO” e uma expressão extremamente RACISTA.

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Tó Ze, podes estar a querer insinuar que a "estória" pode estar mal contada... Que a loja da Sebastiana e do Durães pode ter sido uma "armadilha" da PIDE para caçar "turras" do MPLA.. E que em última análise a jornalista da SIC também pode ter sido apanhada na "ratoeira"...

Na realidade também não sabemos como se chegou à fala com a entrevistada... Mas os jornalistas são muito ciosos das suas fontes... Neste caso, como noutros casos de investigação jornalística, é importante não haver dúvidas sobre a veracidade dos factos... Por exemplo, a PIDE era assim tão generosa com os informadores para dobrar a "avença" do homem da Sebastiana ? De quatro para oito contos ? ... Oito contos era muito dinheiro em 1972, mesmo na Angola das "pedrinhas precisosas"... De qualquer modo, é verdade que o comandante "Tetembwa" foi apanhado em Cassai-Gare e foi levado para Luanda onde esteve preso até ao 25 de Abril... Aqui temos o contraditório, a sua entrevista realizada em 2015:

https://www.tchiweka.org/audiovisuais/9499001012

Antº Rosinha disse...

Luis Graça, Também havia cantineiros, mas é difícil para quem viveu apenas a guerra da Guiné, e até para quem viveu apenas aqueles dois anos de guerra em Angola. é difícil compreender aquela vivência angolana.

É que alem dos comerciantes do mato, havia naquela região outra figura mais estranha naquele emaranhado de UNITA, Facção Chipenda, flexas, quarteis, comerciantes como Sebastiana...havia ainda os camionistas e os "Madeireiros", um caso mais bicudo que os outros.

Também vejo gente a estranhar uma estação de caminho de ferro naquele cú de judas.

Penso que farei um post de guerra no leste de Angola (centro sul sudeste) porque no centro sul sudoeste não havia nada para contar.

É chato ter que fazer um post sobre a minha guerra de 13 anos, neste blog de uma guerra tão diferente numa terra onde passei também 13 anos a ver os estragos.

Esta Sebastiana veio confundir muita coisa.

Valdemar Silva disse...

Olá Duarte
Tenho apanhado no meu foleiro iphone os teus mails porreiros.
Música, música da boa dávamos nós com o Cunha a tocar modinhas do Tom Jobim, os teus discos dos States, as minhas cassetes da Miriam MaKeba e os discos proibidos do Zeca, Fanhais e Freire, do Aurélio.
Aquilo é que era música da boa, com a população à noite colada aos rádios a pilhas a ouvir Rádio Lacrau. Até quando ouviam "Eu sou um gato preto..." pensavam que o Roberto Carlos era um africano de Lisboa.
Cá me tenho aguentado sem poder sair de casa. É que nem um Chivas pro coração...

Abraço e saúde da boa
Valdemar Queiroz

João Rodrigues Lobo disse...

Caros comentadores,
Vi este primeiro documentário dos Despojos de Guerra, que nada de novo me revelou, mas do qual saliento a excelente entrevista.
Saliento o conhecimento "in loco" do António Rosinha, em Angola a vida e a guerra foram, diria, diferentes.
Também fui para Angola aos 7 anos de idade, em 1961 estava lá (com 15 anos vi muito) No Salvador Correia alguns colegas foram para "Turras", vim a Portugal fazer o 6º e 7º anos, tendo voltado. Em 1968, como aspirante, comandei os Camionistas civis em MVL ao norte de Angola. Em 1969 e 1970 estive na Guiné. Voltei a Angola que percorri de lés a lés até uns dias antes da independência. Pela pide fui controlado ainda na Guiné pois ia a bordo dos navios, e depois em Angola onde fui agente de Navegação internacional, onde para me passarem o cartão de ida aos navios e me deixarem trabalhar, fui a várias "entrevistas".
Vi acções da pide na Guiné e em Angola, julgo não terem sido muito diferentes das que faziam em Portugal (talvez mais discretas...)
Muitas vivências poderia indicar mas ficarão para depois.
Embora estas séries sejam úteis para que este nosso passado não caia em esquecimento das futuras gerações, não sei que sentimentos e recordações irão despertar nos que ainda sobrevivemos e, se todos aguentarão ...
Grande abraço.

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Rosinha, estou em pulgas por ler o teu poste sobre a guerra no leste de Angola...Afinal, sabemos tão pouco sobre a guerra no leste de Angola (e sobre esse "fraccionista" do Chipenda que os russos disseram ao Agostinho Neto que ele o queria matar...).

Tenho uma história deliciosa do Chipenda, em 1962, na floresta do Mayombe, que pode ter marcado a história do passado recente da Angola...De quando ele selecionou 20 militantes do MPLA e os mandou formar-se no estrangeiro... De certo modo, foi ele que definiu o futuro destino de Angola... Acho que nunca contei essa história... Foi-me contada por um dos um vinte eleitos... Um médico que foi estudar para a RDA, a Alemanha de Leste... Era então enfermeiro na guerrilha...

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Diz o Rosinha:

(...) "Penso que farei um post sobre a guerra no leste de Angola (centro sul sudeste) porque no centro sul sudoeste não havia nada para contar.

É chato ter que fazer um post sobre a minha guerra de 13 anos, neste blog de uma guerra tão diferente numa terra onde passei também 13 anos a ver os estragos.

Esta Sebastiana veio confundir muita coisa." (...)

Rosinha, eu sei que é "chato", mas tens "carta branca" para escrever sobre a tua guerra de 13 anos em Angola como tens toda a liberdade para escrever sobre a Guiné do pós-independência...

nºao froNão temos mais ninguém, com exceção talvez do Patrício Ribeiro, a quem a gente reconheça autoridade "ex-cathedra" para escrever sobre as duas situações, a guerra em Angola e o pós-guerra na Guiné... Sobre o tema, tu dás-nos um baile a todos... E sobre isso pode dizer-se: se não fores tua a fazê-o, quem poderá sê-lo ?

Antº Rosinha disse...

O Rui Patricio sabe mais de Angola que eu e que muitos milhares que passaram lá avida.

Mas ele só gosta de trabalhar, (e caçar)tem mais que fazer do que se entreter com coisas passadas.