Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
segunda-feira, 20 de fevereiro de 2023
Guiné 61/74 - P24081: In Memoriam (470): António Torres e Arquimínio Silva, recentemente falecidos: pertenciam à CCAÇ 3398 / BCAÇ 3852 (Buba, 1971/73) (Joaquim Pinto Carvalho)
1. Homenagem poética do Joaquim Pinto Carvalho a dois camaradas seus, recentemente falecidos, pertencentes à CCAÇ 3398 / BCAÇ 3852 (Buba, agosto de 1971 / agosto de 1973): o António Torres (1949-2023) e o Arquimínio Silva (1949-2023). Nenhum deles é membro, registado, da Tabanca Grande; ambos costumavam participar nos convívios da sua companhia.
O Pinto de Carvalho, que tem 60 referências no nosso blogue, e é membro nº 633 da Tabanca Grande, foi alf mil da CCAÇ 3398 (Buba) e CCAÇ 6 (Bedanda) (1971/73). Natural do Cadaval, é advogado, poeta e régulo da Tabanca do Atira-te ao Mar, Porto das Barcas, Atalaia, Lourinhã. É autor de uma brochura com a história da unidade, a CCAÇ 3398, distribuída no respetivo XXV Convívio, realizado no Cadaval, em 18/9/2021.
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Nota do editor:
Último poste da série > 18 de fevereiro de 2023 > Guiné 61/74 - P24076: In Memoriam (469): Manuela Gonçalves (Nela) (Castelo Branco, 1946 - Caldas da Rainha, 2019), professora aposentada, cooperante, esposa do ex-alf mil, Nelson Gonçalves, cmdt Pel Caç Nat 60, 1969/70, vítima de mina A/C , em 13/11/1969, na estrada São Domingos-Susana
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4 comentários:
Caríssimo e saudoso amigo Joaquim Pinto Carvalho,
Na falta do teu endereço de email,... ainda bem que existe este blogue!...
Acabo de ver a tua homenagem "in memoriam" a dois "camaradas da guiné", a quem, depreendo, a experiência comum aí vivida acabou por fazer deles teus amigos pessoais. Não pude deixar de ficar comovido com a tua simples mas bonita e significativa homenagem. Bem hajas!
Ao fim e ao cabo a maioria de nós tem razões, oportunidades e direi mesmo obrigação de fazer o mesmo em situações semelhantes e poucos de nós o fazemos; e ficamos com esse sentimento de saudade e amizade dentro de nós, sem nunca partilharmos com outros que até estão sentindo o mesmo. Mas felizmente ainda existem indivíduos como tu , o Luís Graca e muitos outros que com gestos como este compensam a ausência de muitos.
Tivémos pena que tu e a tua Maria do Céu não pudessem estar connosco na última vez que estivemos em casa dos nossos queridos Luís Graca e Alice. Para a próxima vez temos de nos "organizar" com mais antecedência ...Um grande abraço , também da Vilma. Com saudades, de Nova Iorque. João e Vilma
JAPCarvalho, O Fim da Picada é o mais belo poema publicado aqui no blogue.
Valdemar Queiroz.
john crisostomo (by email)
21 fev 2023 17:22
Caros Luís Graça, Pinto Carvalho e demais amigos , incluindo o meu caro amigo Valdemar Queiroz cujo nome juntei , já que ao ler o seu comentário ao poema do Pinto Carvalho decidi logo responder.
Mas entretanto , aliás imediatamente, li o último blogue << P24085: In Memoriam (471): José António Paradela>>. Se achei o poema do Pinto Carvalho emocionante, verifico pelo pequeno comentário do Valdemar Queiroz que não fui o único a ficar “abalado".
Mas agora este “adeus" do António Paradela <<(...) Querido Facebook, o destino levou-me para um local etéreo, onde descanso agora. Como última paragem despeço-me de todos os meus amigos>> foi mesmo de arrasar.
Ainda recentemente, pela ocasião do Natal e Ano Novo eu tive ocasião de falar pelo telefone com vários amigos, alguns deles “camaradas da guiné” e outros não. Mas se alguns, em comparação, eram ainda jovens, a idade da maior parte deles não estava muito longe da minha que já vou nos 79. E dizia-me um deles : << Oh João isto agora é assim…ninguém nos pergunta se somos voluntários ou não ... estamos todos na fila da frente! >>
E portanto não é de admirar que este tema de “fim da picada” seja tão pessoal para tantos de nós. É a vida: “corações ao alto” como me ensinaram e aprendi a dizer em momentos de pouca motivação.
Mas para não causar depressões a ninguém, deixem-me contar uma experiência bem diferente que vivi ontem mesmo.
Telefonei a um amigo meu que fez 91 anos recentemente. É que ele vive sozinho, em Nova Iorque num 5o andar se me não engano, sem elevador. Eu vivo nos arredores ,em Queens, a cerca de 40 minutos a uma hora.
Por mais que eu queira, não fico sossegado, sabendo-o sozinho e de vez em quando ligo-lhe , para lhe dizer que em qualquer momento me pode ligar e eu vou logo ter com ele se for preciso. E ele sempre me tranquiliza que não é preciso: que "devagar lá vai fazendo as suas comprinhas" quando precisa e que de vez em quando tem uma pessoa ou outra que o vai visitar.
E contou-me então que <> disse ele. Mas quando ele me disse que ele era mais velho do que ele eu fiquei alarmado e quis saber mais. Disse-me então que esse indivíduo tem 98 anos e que o vem visitar de vez em quando e lhe "traz umas coisinhas" quando ele precisa. E perante o meu espanto ele esclareceu que esse seu amigo está em muita boa forma, que vai fazer os cem anos a brincar. Que já até já tem bilhetes para o Brasil onde vai agora passar uns meses. Que volta em Maio, disse-me ele.
Bom , creio que não preciso de dizer mais. Caraças , andamos nós para aqui a pensar no fim da picada, quando esta pode estar ainda a vinte anos de nós…
Corações ao alto meus caros.
Um grande abraço do João
João Crisóstomo, obrigado pelas tuas palavras.
Tenho andado muito aflito, sem poder fazer seja o que for que requeira mais esforço.
Fui no dia 14 ao Hospital, transportado pelos bombeiros, para a consulta de rotina que devido à companhia da garrafa de oxigénio também tenho de me acompanhar de cadeira de rodas.
Levei com uma 'então como vai isso' da médica e um 'pois, pois é da doença, vamos lá auscultar'. E...com olhar interrogativo levei com 'essa doença não tem melhoras, ou mantém ou piora, continue com a medicação'.
A habitual boa disposição ajuda-me nas dificuldades para começar a fazer o jantar às 16,30 para jantar às 19,30, sabendo que a lagosta leva 30 minutos a coser mas gosta dela fria só com sumo de limão acompanhada com salada de feijão branco cozido e cebola picada. Manias de rico pobre, e muito me ajuda a minha empregada caboverdiana, embora este ano fosse menos penoso por não ter havido tempo de temperaturas muito baixas.
Agora é aguentar até ao dia 30 de mês que vem pelos 78.
Um grande abraço, saúde da boa e os cumprimentos à D. Vilma
Valdemar Queiroz
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