A pistola Walther, P38, de 9 mm, de origem alemã, foi adoptada pelas nossas Forças Armadas, em 1961, como pistola 9 mm Walther m/961, vindo substituir a Parabellum.
Foi desde logo utilizada na guerra colonial em África (nova versão P1).
Fonte:Cortesia da Wikipedia.
Declaração:
"Nós, abaixo assinados, declaramos que da mão do nosso camarada Pascoal recebemos duas pistolas marca Walther, números 770809 e 241113, com quatro carregadores 100 balas (sic)
com cinquenta cada um.
Koundara, 3 de novembro de 1961
aa) Braima Solô (?) | Adbul Djaló
Declaração:
"Nós, abaixo assinados, declaramos que da mão do nosso camarada Pascoal recebemos duas pistolas marca Walther, números 220868K e 214492K, com quatro carregadores 100 balas (sic)
com cinquenta cada um.
Koundiara, 3 de novembro de 1961
aa) Pedro Gomes Ramos | Hilário Gapar Rodrigues
Fonte: Casa Comum | Fundação Mário Soares | Pasta: 07068.099.028 | Título: Declaração de recepção de pistolas | Assunto: Declaração assinada por Pedro Ramos, Hilário Gaspar Rodrigues, Braima Sôlô e Abdul Djalo, acusando a recepção de pistolas Walther. | Data: Sexta, 3 de Novembro de 1961 | Fundo: DAC - Documentos Amílcar Cabral |Tipo Documental: Documentos | Página(s): 1
Citação:
(1961), "Declaração de recepção de pistolas", Fundação Mário Soares / DAC - Documentos Amílcar Cabral, Disponível HTTP: http://hdl.handle.net/11002/fms_dc_41059 (2024-1-25)
Pistolas Walther, e respetivos números, alegadamente capturadas ao exército português pelo PAIGC. S/d, s/l.
Fonte: Casa Comum | Fundação Mário Soares | Pasta: 07056.009.011 | Título: Pistolas Walther nas Zonas 4, 7 e 8 | Assunto: Números de série de pistolas Walther [capturadas ao exército português] nas Zonas 4, 7 e 8. | Data: s.d.Observações: Doc. Incluído no dossier intitulado Material militar (com manuscritos de Amílcar Cabral).Fundo: DAC - Documentos Amílcar CabralTipo Documental: Documentos-
Citação:
(s.d.), "Pistolas Walther nas Zonas 4, 7 e 8", Fundação Mário Soares / DAC - Documentos Amílcar Cabral, Disponível HTTP: http://hdl.handle.net/11002/fms_dc_40992 (2024-1-25)
Fonte: Casa Comum | Fundação Mário Soares ! Pasta: 07056.009.021 | Título: Pistolas Walther para a Zona 11 | Assunto: Pistolas Walther para a Zona 11.| Data: Sábado, 6 de Outubro de 1962 | Fundo: DAC - Documentos Amílcar Cabrall | Tipo Documental: DocumentosPágina(s): 2
Citação:
(1962), "Pistolas Walther para a Zona 11", Fundação Mário Soares / DAC - Documentos Amílcar Cabral, Disponível HTTP: http://hdl.handle.net/11002/fms_dc_41002 (2024-1-25)
(Com a devida cénia...)
Data - quinta, 23/03/2023, 21:31
Assunto - Pistolas Walther
Boas noites, camarada. Espero que lá em casa estejam todos de saúde (parece as cartas do 'Nino' ao Aristides Pereira).
Tenho passado algum tempo a ler, na Casa Comum, o Arquivo Amilcar Cabral, e tenho encontrado alguma correspondência em que eram enviadas pistolas Walther para as diferentes Frentes. E como cada pistolas tinha o seu número de série, fico curioso em saber se seria possível identificar as unidades a que pertenciam as pistolas que foram capturadas.
2. Comentário de LG:
Fonte: © Kentaur, República Checa (2006)(com a devida vénia...)
(s.d.), "Pistolas Walther nas Zonas 4, 7 e 8", Fundação Mário Soares / DAC - Documentos Amílcar Cabral, Disponível HTTP: http://hdl.handle.net/11002/fms_dc_40992 (2024-1-25)
Pistolas Walther, para a Zona 11: "P38 9mm | 346 k ac 44 | 3375 d c/ 160 b(alas) | Data: 6/10/1962.
Fonte: Casa Comum | Fundação Mário Soares ! Pasta: 07056.009.021 | Título: Pistolas Walther para a Zona 11 | Assunto: Pistolas Walther para a Zona 11.| Data: Sábado, 6 de Outubro de 1962 | Fundo: DAC - Documentos Amílcar Cabrall | Tipo Documental: DocumentosPágina(s): 2
Citação:
(1962), "Pistolas Walther para a Zona 11", Fundação Mário Soares / DAC - Documentos Amílcar Cabral, Disponível HTTP: http://hdl.handle.net/11002/fms_dc_41002 (2024-1-25)
(Com a devida cénia...)
1. Mensagem do nosso amigo e camarada José Macedo (ex-2º tenente fuzileiro especial, RN, DFE 21, Cacheu e Bolama, 1973/74; nasceu na Praia, Santiago, Cabo Verde, em 1951; vive nos Estados Unidos, onde é advogado; é membro da nossa Tabanca Grande desde 13/2/2008):
Data - quinta, 23/03/2023, 21:31
Assunto - Pistolas Walther
Boas noites, camarada. Espero que lá em casa estejam todos de saúde (parece as cartas do 'Nino' ao Aristides Pereira).
Tenho passado algum tempo a ler, na Casa Comum, o Arquivo Amilcar Cabral, e tenho encontrado alguma correspondência em que eram enviadas pistolas Walther para as diferentes Frentes. E como cada pistolas tinha o seu número de série, fico curioso em saber se seria possível identificar as unidades a que pertenciam as pistolas que foram capturadas.
Um abraço,
Zeca Macedo
Zeca Macedo
Vai ser muito difícil, se não impossível, a alguém (incluindo o nosso especialista em armamento, o Luís Dias) (*) dar-te uma ajuda no esclarecimento desta questão...
Tendo em conta o ano (1961 e 1962), mas também a quantidade (nos documentos acima repriduzidos são duas dezenas), é de todo imprável que estas pistolas Walher tenham sido capturadas pelo PAIGC ao exército português...
De facto, não consta que tenha sido assaltado por forças do PAIGC (ainda PAI) algum depósito de armamento em Bissau ou esquadra de polícia e, muito menos, algum aquartelamento no mato (ainda havia poucos), no início dos anos 60...
E mesmo que fossem pistolas do exército português, só eventualmente no Arquivo Histórico-Militar, e com muita sorte, se poderia encontrar uma lista dessas armas "capturadas pelo IN", com os respetivos números de série... Enfim, seria como encontrar uma agulha num palheiro...
O mais provável é estas pistolas Walther P38 (a nossa era já a P1) terem entrado clandestinamente na Guiné-Conacri, oriundas de Marrocos ou terem sido compradas no "mercado negro" (lembro-me de Luís Cabral ter falado nisso, nas suas memórias)... Terão equipado os primeiros comandantes e comissários politicos como nosso conhecido Pedro Ramos, irmão do Domingos Ramos, que andavam a fazer trabalho essencialmente político (propaganda, recrutanento e organização) no interior do território) e ações de sabotagem ...
O PAIGC oficialmente começou a guerra (dos tiros) em 23 de janeiro de 1963, com um ataque a Tite. No meu tempo (1969/71), eles já usavam a pistola russa Tokarev (a CCAÇ 12 apanhou uma a um guerrilheiro: vd foto a seguir)...
De qualquer modo, obrigado pela tua questão. Pode ser que algum camarada tenha mais alguma informação adicional. (**)
Uma pistola de origem soviética, Tokarev, de 7,62, igual ou parecida à que que foi apreendida ao guerrilheiro Festa Na Lona, na Ponta do Inglês, no decurso da Op Safira Única ... Pelo que me recordo, esta pistola ficou à guarda do Alf Mil Abel Maria Rodrigues, comandante do 3º Grupo de Combate, que a tomou como "ronco"... Não sei se a conseguiu trazer para o Continente e legalizá-la... Ao que parece, esta arma teve a sua estreia na Guerra Civil de Espanha, em 1936, nas fileiras do exército republicano, estando distribuída a pilotos e tripulações de tanques, entre outros... (LG).
Fonte: © Kentaur, República Checa (2006)(com a devida vénia...)
(link descontinuado:
http://www.kentaurzbrane.cz/shop/images/sklady/tokarev.jpg )
(*) Vd. postes de:
23 de janeiro de 2010 > Guiné 63/74 – P5690: Armamento (2): Pistolas, Pistolas-Metralhadoras, Espingardas, Espingardas Automáticas e Metralhadoras Ligeiras (Luís Dias)
(...) A pistola Walther P-38 é uma arma semi-automática, com origem na Alemanha (fábrica Carl Walther), datada originalmente de 1938 e foi a substituta da Luger, como a principal pistola alemã da IIª Guerra Mundial, com provas dadas em diversos teatros de guerra. Em meados dos anos 50, foi seleccionada para equipar o novo Exército da RFA e, com ligeiras alterações, passou a denominar-se P1 e é este modelo que veio para Portugal, passando a ser a pistola das guerras de África. (...)
(**) Último poste da série > 16 de janeiro de 2024 > Guiné 61/74 - P25076: Memórias cruzadas: o que o PAIGC sabia sobre Bubaque, em 1969... "O antigo governador Schulz ia lá de vez em quando, com outros militares e algumas mulheres. O atual governador nunca lá esteve morado. Foi só visitar."...
_________________
Notas do editor:
(*) Vd. postes de:
23 de junho de 2020 > Guiné 61/74 - P21103: Armamento (8): As novas Armas Ligeiras para o Exército (1) (Luís Dias, ex-Alf Mil Inf)
23 de janeiro de 2010 > Guiné 63/74 – P5690: Armamento (2): Pistolas, Pistolas-Metralhadoras, Espingardas, Espingardas Automáticas e Metralhadoras Ligeiras (Luís Dias)
11 comentários:
Quem usava a pistola Walther nos quartéis ?
O oficial de dia, o sargento de dia...
No mato era a arma de defesa de alguns apontadores (bazucas 8.9, LGFog 3
7, morteiro 60...), do radiotelagrafista, do cabo aux enf...)
Os graduados e praças tinham a G3...
Fiz tiro com ela em Tavira...Sempre a associei ao horror nazi... Como associo a Kalash a outros horrores... O melhor é figurarem todas no museu dos horrores..., a "nossa" G3 incluída.)(Não me levem a mal os "saudosistas".)
Correto Luís mas podiam optar por receber a G3. o caso de camarada meu a quem chamava-mos o espanhol por ser de Segura zona fronteiriça de Espanha e falar o espanhol, então ele não quis a pistola Walter porque não ía para o mato fazer guerra aos "gafanhotos", então lá ía o "espanhol" soldado operador de transmissões para as operações de rádio ANPRC10 e sempre com a sua G3 em plena operação tridente Ilha do Como, mas o espanhol não alterou a sua opção até ser-mos rendidos (passagem à peluda) Outubro de 1965. Abraço.
A Walther acabou por ser uma peça decorativa. E alguns dos nossos mataram-se com ela... O capitão Romero, por exemplo..
Ze Colaco,mesmo na minha CCAÇ 12 a malta de transmissões e de enfermagem sentia-se mais segura com a G3 no mato. Eram mais uns quilos...
O alcance prático da Walther eram 10 metros. Ora as emboscadas no mato eram sempre mais longe.
No meu Pelotão, da CART11, o Demba Jau da bazuca e o Lobo Seide do morteiro 60 usavam pistola Walter. Quando fazíamos operações o enf. Petiz e o transm. Reia levavam G3.
Como curiosidade, eu na recruta CSM, na EPC-Santarém por nabice minha, com a G3 nem sequer acertava nos alvos e com a Walter tinha de ter cuidado para não acertar nos pés. Grande nabo, mas como houve muitas reclamações quanto à quantidade de nabos e se chegou à conclusão que o defeito era das G3s da Carreira de Tiro fomos todos aprovados. Também diziam que "era de propósito por haver muitos milicianos para futuros furriéis".
Valdemar Queiroz
Sim, Valdemar. nos peLotões da CCAÇ 12, passava-se o mesmo: no mato, os apontadores da bazuca (8.9 cm) e do morteiro (60 mm) ussavam a Walther, os outros todos a G3...
O que é um gajo fazia com a Walther num emboscada ? Era uma arma para a "guerra das trincheiras" de 1914, para aluta corpo a corpo...ou para dar um tiro na nuca aos desgraçados dos prisioneiros de Auschwitz...
Não sei se haveria outras,uma Parabellum existia na Guiné.Estou a vê-la,num coldre de lona à cintura do Major,futuro Genral,Carlos Azeredo.
Talvez fosse uma Tokarev a pistola capturada a um guerrilheiro morto num ataque ao Mato Cão pouco tempo após a ocupação.Foi a um Domingo,logo pela manhã,ouvia-se, em Bambadinca,grande e duradoira,violência de fogo.Essa pistola,se não estou errado,foi entrgue pelo Alf.Mil. Coelho, do Pel Caç Nat 63,ao Major Anjos de Carvalho.
Houve outros ataques audíveis em Bambadinca,este sei o dia da semana porque não tinha instrução de Milícias,e deve ter sido o mais violento.
Paulo Santiago
Santiago, Tokarev pistola de calibre 7,62 mm .
O nosso exército não tinha pistolas ou pistolas metralhadores de calibre 7,62, eram todas 9mm.
Provavelmente, apenas as balas que restavam na própria pistola seriam as existentes, o que não dava para grande defesa numa emboscada que depressa se gastavam as munições.
A não ser que fosse apreendida a pistola e boa quantidade de munições 7,62 mm.
Saúde da boa
Valdemar Queiroz
"Se vis pacem, para bellum" (se queres paz, prepara a guerra), diziam os romanos. Foi este ditado latino que esteve na origem do nome Parabellum dado à pistola.
Tem lógica que os militares de transmissões e de enfermagem levassem para as operações pistolas Walther em vez de espingardas G3, porque a função deles não era dar tiros. Para isso, estavam lá os atiradores. Nas emboscadas, os enfermeiros tratavam dos feridos e os radiotelefonistas falavam pelo rádio, enquanto os atiradores faziam fogo. A Walther era para defesa pessoal, não era para responder a emboscadas.
Havia, de facto, uma razão para que os militares de transmissões e enfermagem levassem para as operações G3 em vez de pistola (os da minha companhia em Angola também levavam G3), que era o desejo de não se distinguirem do resto do pessoal aos olhos do inimigo. Com uma G3 nas mãos, tal como os restantes, eles não se tornavam alvos preferenciais.
Valdemar Silva
Não percebi o teu comentário.
Não falei em calibre de pistolas.
Abraço
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