sábado, 24 de fevereiro de 2024

Guiné 61/74 - P25209: Por onde andam os nossos fotógrafos? (21): António Murta, ex-alf mil inf MA, 2ª C/BCAÇ 4513 (Aldeia Formosa, Nhala e Buba, 1973/74) - Parte VII: Patrulhando a estrada Buba-Nhala, em construção

 

Foto nº 1


Foto nº 2


Foto nº 3


Foto nº 4


Foto nº 5

Foto nº 6


Foto nº 7


Foto nº 8


Foto nº 9

Guiné > Região de Quínara > 2ª C/BCAÇ 4513 (Nhala, 1973/74) >  Abril de 1974 > Estrada de Buba - Nhala em construção


Fotos (e legendas): © António Murta (2015). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


António Murta. Vive em Buarcos, 
Figueira da Foz


1. Continuamos a selecionar (e a reeditar) algumas das melhores fotos  do álbum do António Murta, ex-alf mil inf, Minas e Armadilhas, 2.ª CCAÇ / BCAÇ 4513 (Aldeia Formosa, Nhala e Buba, 1973/74).


Legendas (António Murta):

Foto 1 > O 3.º e o 4.º Grupos de combate da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4513 transportados em viaturas pela estrada Buba-Nhala, iniciam depois um patrulhamento apeado comandados pelo alf mil Tibério Barros e por mim, respectivamente.

Foto 2 > As viaturas regressam a Nhala. Os grupos prosseguem até se embrenharem na mata, lá mais à frente, para interceptarem o carreiro da guerrilha que cruza aquela zona. Repare-se que a estrada continua por alcatroar, tal como noutros troços, por falta de alcatrão.

Foto 3 > O meu grupo de combate aguarda que se ganhem distâncias para poder avançar. À frente vai o 3.º grupo. Em primeiro plano, de costas, o soldado Frade de Coimbra. Creio que era o único casado do grupo.

Foto 4 > Ainda na estrada, imagem agora colhida da frente da coluna, vendo-se os homens do 3.º grupo de combate.

Foto 5 > Pessoal do 3.ºgrupo, trilhando o carreiro da guerrilha.

Foto 6 > Regresso a Nhala pela velha e saudosa picada. Na imagem, homem da bazuca do 3.º grupo e, em segundo plano e à direita, o Furriel Pastor do meu grupo.

Foto 7 > Ainda do mesmo ponto de vista, em primeiro plano o radiotelegrafista Bento seguido do 1.º cabo maqueiro Baptista Custódio, ambos do meu grupo.

Foto 8 > O meu grupo de combate, quase sem baixas, a gozar o merecido descanso. Nesta imagem faltam os dois furriéis.

Foto 9 > O 3.º grupo de combate também a descansar. O alferes Barros é o do lenço azul e à sua esquerda a olhar para o fotógrafo, o furriel Félix.

Excertos do poste P15504 (**)

(...) Desde o início da construção da estrada Aldeia Formosa-Buba, em outubro de 1973, até quase ao final de maio de 1974, é recorrente na HU do BCAÇ 4513, o seguinte registo: 

“Forças do Batalhão e de reforço continuam a dar segurança aos trabalhos de Engenharia, assim como a executar patrulhamentos para as regiões de fronteira e contra-penetrações nos tradicionais corredores de passagem IN”

A maioria desses patrulhamentos, para as regiões frequentemente vigiadas, não me deixaram grandes memórias. Eram as rotinas. Mas os que fiz por caminhos nunca antes calcorreados, para regiões que me eram indicadas no mapa da sala de operações, pelo contrário, deixavam-me quase sempre memórias indeléveis. Por isso, ainda hoje, sou capaz de os descrever sem necessidade de recorrer a notas escritas. Mesmo que não acontecesse nada de grave, e eu tive quase sempre a sorte de não me acontecer nada, (faço por esquecer o que penámos enquanto Companhia de intervenção nos chãos massacrados de Cumbijã, Nhacobá e arredores), às vezes bastava uma pequena descoberta, deparar-me com um sítio estranho ou uma paisagem desconcertante, e não esquecia mais. (...)

(...) Muito mais fácil e sem tensões, foi um patrulhamento que fizemos em bigrupo, iniciado pela estrada nova em direcção a Buba em viaturas, depois calcorreando um trilho da guerrilha e regressando pela picada Buba-Nhala. Com o meu grupo, o 4.º, saiu o 3.º grupo do alferes Barros. Como tudo correu bem e, no final deste patrulhamento rotineiro, (ou contra-penetração?), podíamos dizer que fora um belo passeio. Refiro isto como pretexto para deixar aqui mais algumas fotografias, até porque não tenho muitos registos fotográficos de saídas em bigrupo. (...)

____________

Notas do editor:

(*) Último poste da série > 20 de fevereiro de 2024 > Guiné 61/74 - P25190: Por onde andam os nossos fotógrafos? (20): António Murta, ex-alf mil inf MA, 2ª C/BCAÇ 4513 (Aldeia Formosa, Nhala e Buba, 1973/74) - Parte VI: O Rio Grande de Buba

(**) Vd. poste de 24 de novembro de 2015 > Guiné 63/74 - P15404: Caderno de Memórias de A. Murta, ex-Alf Mil da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4513 (30): Abril de 1974

15 comentários:

Valdemar Silva disse...

Boas fotografias, caso pouco comum levar a máquina fotográfica para patrulhas, não fora estas fotos do Murta ficávamos sem este testemunho.

Valdemar Queiroz

Hélder Valério disse...

Caro Murta

Não recordo de ver muitas fotos deste género.
E são bem úteis para mostrar e demonstrar boa parte das tarefas que se iam fazendo.
Reparei na disciplina prudencial que resulta do distanciamento entre militares em fila, pois já tenho visto algumas em que a regra é "tudo ao molhe e fé em Deus".

Abraço
Hélder Sousa

Hélder Valério disse...

Caro Murta

Tentei comentar o post em que apareces a levantar minas mas não o encontrei.
Fui procurar e o que está no "feed", antes deste é sobre Buba e o rio.
No final dele dizia "continua...". Será que a continuação "substituiu" a parte inicial?

De qualquer modo impressionou-me as tuas reflexões sobre o que as "tuas minas" ocasionaram e as angústias a que isso te levou.
Claro que as "nossas emoções" são isso mesmo "nossas". Deve-se viver com isso e relativizar.
Afinal tudo o que aconteceu foram consequências da guerra.
Durante algum tempo também me questionei sobre umas coisas que teriam resultado da minha ação, embora nada parecido com as situações diretas das tuas, mas fiz isso mesmo, relativizei.

Abraço
Hélder Sousa

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Hélder, as próximas fotos que vou selecionar, contemplam as que tu referes, as do levantamento de um campo de minas... Esta fotogaleria é apenas uma seleção...

A pesquisa, através do Google,é sempre limitada nos seus resultados... Só os editores t^m acesso a todos as fotos publicadas... (E já perdemos a conta: devem ser de mais de 100 mil as dos nossos amigos e camaradas)...

Procura também através deste link(série "Caderno de Memória de A. Murta"):

https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/search/label/Caderno%20de%20Mem%C3%B3rias%20de%20A.%20Murta

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Hélder, devem ser estas as fotos que procuras:

https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2016/02/guine-6374-p15728-caderno-de-memorias.html

... Mas agora espera que eu as selecione e reedite... (melhorando a qualidade, a resolução, etc.)

A. Murta disse...

Olá, Luís Graça. Nem de propósito: há dias vi essas fotografias do levantamento das minas aqui no arquivo do blogue, quando procurava umas outras. Já não as via há muitos anos. Aviso: há uma ou duas que estão "tremidas" (não é o mesmo que desfocadas), e não têm modo de ser melhoradas. O camarada a quem pedi que me fotografasse devia estar mais nervoso do que eu... Numa delas estou com a faca de mato a apontar a mina recém levantada.
Já agora, ultimamente não tenho gostado muito das tuas reedições e por isso fui à procura de algumas fotos que aqui foram publicadas pela primeira vez, a fim de comparar com as publicações recentes. Reforcei a opinião de que estas recentes estão piores. Na altura até pensei que, se fosse eu, não as publicaria. Acresce que há sempre uma situação que faz degradar as fotos: é fazer recortes e publicá-los com a dimensão do original. Numa foto com, por exemplo 3 MB no formato vertical, um recorte na horizontal e guardado no tamanho habitual da publicação, pode ficar com menos de 1 MB. A sensação é de uma imagem "borrada", que é como me têm parecido estas últimas. Nestes casos, costumo, com o meu editor, aumentar um pouco o contraste ou a luminosidade (que faz aumentar o tamanho digital), mas nem sempre resulta.
Desculpa, Luís Graça, mas precisava de fazer este reparo, embora reconhecendo que empenho não te falta. E obrigado por mais esta mostra do meu acervo fotográfico.

Grande abraço
António Murta.

A. Murta disse...

Olá Valdemar, finalmente de regresso. Fazes falta aqui com a tua participação a animar a malta.
Espero que tenhas uma boa recuperação da tua maleita.

Sobre as minhas fotografias boas, não as tenho achado assim tão boas...
Quanto a andar no mato com máquina fotográfica, para pena minha minha, confesso que nem sempre foi possível. Mas todas as vezes em que admitia que pudessem ocorrer situações especiais, (de perigo ou de folia, não me interessava), lá ia ela comigo. Daí que me possa orgulhar de ter fotografado algumas situações do dia do meu baptismo de fogo: 13 de Junho de 1973, dia de Stº António. Foi a caminho de Nhacobá, um pouco antes de chegarmos a Cumbijã. Estão aqui no Blogue.
Também devo dizer que não era o único a andar armado em fotógrafo, embora fossemos poucos. Para a maioria, a fotografia não dizia nada e, para mim, sempre disse bastante. Só havia um ainda mais dedicado do que eu: Joshua-Benoliel (1873-1932)...

Desejo-te rápidas melhoras.
Grande abraço.

Tabanca Grande Luís Graça disse...

António, não precisas de pedir desculpa. Eu é que tenho se o resultado do meu trabalho fica aquém do propósito, que era apresentar o melhor da tua fotogarelia... SE calhar devia ir às fotos originais que mandaste para o(s) editor(es)...Falas-ne em fotos com 3MB, que eu não tenho em arquivo... Eu tenho ? Prometo pesquisar... e corrigir, se for caso disso. Em última análise, podes fazer, para mim, um reenvio ?!... Ou estou a pedir demais ?... Temos que falar ao telemóvel para esclarecer estas questões "técnicas"... Ab., Luís

Hélder Valério disse...

Olá Luís e Murta

Pois claro que vou aguardar e guardar para essa ocasião para fazer o comentário que, aliás, já esbocei aí acima.

Hélder Sousa

A. Murta disse...

Olá, Hélder Sousa.
Tanto que tinha para te dizer, mas o Luís Graça já te respondeu aqui sobre a localização das tais fotografias das minas. Eu costumo, a partir do meu nome na coluna da esquerda, abrir um "poste" que é sempre o último. Faço "rodar" todas as páginas e no final clico em "mensagens mais antigas" e assim sucessivamente até encontrar o que pretendo. Mas é pouco frequente.
Quanto à tua observação sobre a "disciplina prudencial" - bela expressão - nas deslocações no mato, digo-te que é tudo relativo face ao que se vê numa fotografia: pode parecer uma situação de desleixo disciplinar (todos espalhados no chão em tronco nu, armas sem dono, etc., filas longas de militares todos em cima uns dos outros, a fumar, de garrafa na mão, etc.), mas a fotografia não mostra que naqueles casos as tropas podiam estar às portas do aquartelamento ou em zonas bem conhecidas e seguras. Já nas fotos que comentas, o caso era de muitas cautelas. Certo é que aqui no Blogue alguns não se coíbem de comentar depreciativamente certas fotos sem se preocuparem em pensar nos contextos em que as cenas podem ter ocorrido. Até me aconteceu uma vez colocar uma legenda irónica numa foto em que estou na margem do rio Buba apoiado numa bengala, óculos escuros, ar de gozo, pistola à cintura, enquanto a tropa se diverte e refresca nas águas: na legenda eu dizia que estava a montar segurança! Houve logo alguém que comentou: "Aquilo é que é uma segurança!" Houve outros casos e não só referentes a mim. Para evitar este desconforto e irritação, deixei de publicar fotos de humor ou de gozo de períodos de relaxe. Que todos sabem que os havia, ecepto aqueles que logo vinham dizer: "Aquilo é que era uma guerra!" Sendo certo que tenho coisas muito bonitas que podiam aparecer aqui publicadas ( e não vai acontecer). Uma delas seria a exibição de um soldado equilibrista da minha Companhia, com origens em Espanha (daí ser "o espanhol") que, até no dia da visita da Cilinha a Nhala fez uma exibição memorável. Só o vi fazer aquilo duas vezes. Tinha uma plataforma quadrada de quatro pés, talvez com perto de dois metros de altura, para onde subia, deixando no chão uma bateria de rolos e placas de madeira que, o seu "assistente" lhe ia atirando à medida que ele ia subindo, saltando para a placa de cada rolo, em cima de cada placa de cada rolo e por aí acima. Chegava a atingir, talvez, cinco metros ou mais, com tudo aquilo a oscilar para a frente e para trás, para um e outro lado...
Enfim, diriam os tais: "Aquilo é que era uma guerra!"

Um abraço, camarada.
António Murta.

Anónimo disse...

Ninguém como o camarada Murta construiu um acervo narrativo e fotográfico tão completo sobre o triângulo: Aldeia Formosa, Buba e Cumbijã/Nhacobã. Parabéns e obrigado na ajuda, ainda periquito, na conquista de Nhacobá e em toda a operação: “Balanço Final”
Um abraço do “velhinho” Joaquim Costa

Anónimo disse...

É com muita alegria que vejo o nosso amigo Valdemar no seu posto. Força Valdemar, mostra que és um homem do Minho. Terra aonde ainda não chegou o Metro. Mas temos o elevador de Santa Luzia e o do Bom Jesus!!!
Um grande abraço.
Joaquim Costa

Tabanca Grande Luís Graça disse...

António:

Tens toda razão nas críticas que fazes à minha reediçãp das tuas fotos... Na realidade não fui à "fonte", que são os teus mails de 2015. Pelos anexos, vejo que as imagens que mandaste têm muito mais resolução... Com dois os três MB pode-se editar uma foto com qualidade...Vou parar e rever toda esta série... O tempo é que é dramaticamente escasso: 5ª feira vou ser operado a um catarata...

Em suma, usei, mal, as fotos publicadas no blogue (de que me limitei a fazer "copy & paste", e depois reedição..).

Tu mereces muito mais e melhor!... Ab, Luis

Hélder Valério disse...

Pois é, amigo Murta

Quanto às fotos e explicações do Luís, aguardaremos então para quando for o momento certo.
Relativamente ao que lamentas ser as atitudes, tantas vezes "descabeladas", com comentários despropositados, infelizes, depreciativos, parvamente irónicos, pois é bem verdade que tal é não só lamentável como também deixa até a suspeita de ser resultado de alguma manifestação de senilidade com tais "comentadores" a quererem mostrar (talvez a eles mesmo) que "eram muito rigorosos, que sofreram muito mais, que são merecedores das maiores homenagens".

Apesar disso.... cá vamos andando!
E, parafraseando o Valdemar, que nos congratulamos com as suas aparentes melhoras, com "saudinha da boa"!

Abraços
Hélder Sousa

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Murta:

Sei que, por uma questão de principios e valores, mas também de feitio, não és "useiro nem vezeiro" da nossa caixa de comentários... Eu, que acompanho isto há 20 anos, e mesmo sendo suspeito, atrevo-me a dizer que o nosso blogue tem-se portado bem, razoavelmente bem, pelo menos tendo em conta as nossas regras de "bom senso e bom gosto"...

Uma vez por outra, lá aparece uma distribe, uma picardia, um boca ou bocarra de mau gosto, quando não mesmo um insulto gratuito, uma ameaça, etc,... Quando é preciso eliminar, temo-lo feito... Se calhar, precisávamos às vezes de ser mais severos, mas um pouco de "calor" na discussão ou nos comentários não nos fazem mal... A questão é sempre a de saber como reagem certos leitores ou autores como tu...O remeteres-te ao silêncio é uma opção legítima, mas nâo nos ajuda a corrigir o tiro...

Temos mais de 100 mil comentários... Não tenho ideia de termos eliminado mais do que 100 ou 200 comentários...

No essencial, temos sabido dar provas de tolerância, sã convivência, partilha, pluralismo, respeito mútuo... O que contrasta, e em muito, com o que se vê pelas redes sociais onde a violência verbal, o ódio, a xenofobia, o racismo, a intolerância, o insulto torpe... campeiam!

Uma noite descansada. Luís