quarta-feira, 16 de outubro de 2024

Guiné 61/74 - P26048: Álbum fotográfico do Padre José Torres Neves, ex-alf graduado capelão, CCS/BCAÇ 2885 (Mansoa, 1969/71) - Parte XVIII: As últimas fotos de Infandre



Foto nº 1A >  Campanha de vacinação contra a cólera: o estoicismo da bajudinha balanta (1)


Foto nº 1B > 
 Campanha de vacinação contra a cólera: o estoicismo da bajudinha balanta (2)


Foto nº 1C > Campanha de vacinação contra a cólera: o estoicismo da bajudinha balanta (3)... Até o nosso cabo está com um sorriso amarelo...


Foto nº 1 > Campanha de vacinação contra a cólera...


Foto nº 2A > Campanha de vacinação contra a cólera: um guinemse (possivelmente do Pel Caç Nat 58) faz de escriturário


Foto nº 2 > Campanha de vacinação contra a cólera:  um 'homem grande' espera a sua vez


Foto nº 3 >  Miúdos com um instrumento musical balanta, um cordofone: julgamos tratar-se do tradicional 'violão de 3 cordas'...


Foto nº 4 >   O padre José Torres Neves a ajudar uma mulher a pilar o arroz: uma função que não fazia parte das "obrigações" do capelão militar...


Foto nº 5A > Aspeto parcial da tabanca (balanta) de Infandre


Foto nº 5> A tabanca (balanta) de Infandre


Foto nº 6A > Uma morança: imagine-se o trabalho que implicava arranjar regularmente a cobertura (hoje o zinco substituiu o colmo)


Foto nº 6 > O destacamento de Infandre


Foto nº 7 > Um pôr do sol


Foto nº 8 > Marcas, num tronco de árvore, da violência do ataque a um coluna militar, em 13/10/1970 (**)


Foto nº 9 > Partida da equipa de picagem (?), antes da saída de um coluna


Foto nº 10 A > Coluna Infandre - Braia: vê-se, pelo trilho, que se estava na época das chuvas


Foto nº 10 > Coluna Infandre Braia (2)


Guiné > Zona Oeste > Sector o4 (Mansoa) > Infandre > CCAÇ 2589 (Mansoa, Infandre, Braia e Cutia, 1969/71) + Pel Caça Nat 58 > Fotos do álbum do Padre José Torres Neves. 


Fotos (e legendas): © José Torres Neves (2024). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



1. Mensagem do nosso camaradda Ernestino Caniço, com data de 07/10/2024, 17:04

Caros amigos

Espero e desejo que se encontrem bem, tal como as vossas famílias.

Anexo as últimas fotos de Infandre do álbum do meu amigo Padre Zé Neves.

Desta vez o espaço temporal desde as últimas fotos foi um pouco mais prolongado (*).

Prestes a fazer os 80,  continuo a trabalhar todos os dias, com gosto. Deixarei de o fazer quando o corpo e/ou a mente se recusarem.

Votos de ótima saúde.

Um grande abraço, Ernestino Caniço


2. Estas são as últimas fotos, relativas a Infandre,  do álbum da Guiné  do nosso camarada José Torres Neves, ex-alf graduado capelão, BCAÇ 2885 (Mansoa, 1969/71) (*).

Membro da nossa Tabanca Grande, nº 859, desde 2 de março de 2022, é missionário da Consolata, temdo sido  um dos 113 padres católicos que prestaram serviço no TO da Guiné como capelães. No seu caso, desde o dia 7 de maio de 1969 a 3 de março de 1971. 

Quanto ao BCAÇ 2885 (Mansoa, 1969/71) (divisa: "Nós Somos Capazes"), recorde-se que tinha como subunidades de quadrícula: 
  • CCAÇ 2587 (Mansoa, Uaque, Rossum e Bindoro, Jugudul, Porto Gole e Bissá);
  • CCAÇ 2588 (Mansoa, Jugudul, Uaque, Rossum e Bindoro);
  • CCAÇ 2589 (Mansoa, Infandre, Braia e Cutia).
Destacado em Infandre estava também o Pel Caç Nat 58. Sobre Infrandre temos 27 referências.

Temos vindo a publicar fotos das suas visitas como capelão aos diversos aquartelamentos e destacamentos do Sector Oeste, O4 e outros: Mansoa, Bindoro, Bissá, Braia, Infandre, Cutia, Encheia, Dugal, Enxalé...

O nosso camarada e amigo Ernestino Caniço (ex-alf mil cav, cmdt do Pel Rec Daimler 2208, Mansabá e Mansoa; Rep ACAP - Repartição de Assuntos Civis e Ação Psicológica, Bissau, fev 1970/fez 1971, hoje médico, a residir em Tomar) fez amizade com o Zé Neves. E este confiou-lhe o seu álbum fotográfico da Guiné, que temos vindo a publicar desde março de 2022. São cerca de duas centenas de imagens, provenientes dos seus diapositivos, digitalizados. Uma coleção única, preciosa.
______________

Notas do editor:


(**) Vd. poste de 30 de abril de 2024 > Guiné 61/74 - P25460: Álbum fotográfico do Padre José Torres Neves, ex-alf graduado capelão, CCS/BCAÇ 2885 (Mansoa, 1969/71) - Parte XVI: Infandre, de trágica memória

15 comentários:

Valdemar Silva disse...

Belas fotografias
Valdemar Queiroz

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Fabulosa a foto nº 1: sem chorar nem gemer, nem mostrar a mais pequena contração de dor, a bajudinha é injetada com a vacina anticolérica... Só aquela agulha manejada pelo auxiliar de enfermagem seria de meter medo às nossas criancinhas... A cólera é endémica na Guiné... E o tempo das chuvas é o ideal para o surgimento de casos... Em 1971 houve um surto na área metropolitana de Lisboa... que na altura era um verdadeiro "bidonville"... (Já niguém se lembra,ou quer lembrar, dos "bairros de barracas" de Lisboa...)

Tabanca Grande Luís Graça disse...

É também uma ternura o olhar da amiguinha da bajudidinha... Misto de ternura, compaixão e medo... Se calhar, era a próxima da fila... Não me digam que a dor não é também "cultural"... algo que se aprende a gerir...

Tabanca Grande Luís Graça disse...

... E desde tenra idade!... Os médicos cubanos foram testemunhas de como as crianças, no mato, nas zonas de controlo do PAIGC, suportavam uma cirurgia ambulatória, sem anestesia e sem um ai nem um ui!...

Tabanca Grande Luís Graça disse...

(...) "O que se passou no Olossato por volta de setembro de 1970 foi o seguinte: grassou a cólera. Foi preciso andar a proceder a higienizações menos espaçadas, e alargar à tabanca a necessidade de limpeza e de cuidados de remoção de lixos (algo que equipas mistas de militares e população faziam diariamente). E mais: era preciso 'acabar' com alguns cães e gatos escanzelados e cheios de doenças. Uma matança era exigida. O alferes encarregado do feito teve o cuidado de ser ético na 'limpeza' de animais doentes. (Hoje, o PAN revoltar-se-ia…)"(...).

Segunda-feira, 2 de agosto de 2021 >
Guiné 61/74 - P22424: Passatempos de Verão (25): Uma fábula diferente: o gato Olossato e o cão Maquezão em tempo de cólera (Paulo Salgado, ex-alf mil cav op esp, CCAV 2721, Olossato e Nhacra, 1970/72)

Anónimo disse...

Caros amigos, acho que as 3 fotos retratam o mesmo evento e, nao penso que seja uma equipa de picagem, pois para isso precisariam de picas, para alem das G3, o que nao e o caso pois nao se vem nas imagens.

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Falta a identificação do comentador... De qualquer modo, as fotos do Padre Neves vêm com legendas "mínimas" (sabe-se do local mas não da data(... Esta só dizia "picagens"...Mas todos os acrescentos às legendas são bem vindos...

Valdemar Silva disse...

Realmente, estas fotografias são extraordinárias, não só a da vacinação com a bajuda insensível à picadela mas todo o ambiente fotografado. Também a ideia de fotografar
a "geometria" circular da cobertura das moranças da tabanca balanta é interessante.
Foi pena que as fotografias das NT em movimento seja em contra luz e não se consiga ver
que a da picagem se trata da traseira da secção de apoio aos picadores mais à frente, julgo eu.
Também, em Nova Lamego ou em Paúnca, não me recordo bem, houve vacinação contra a cólera pela mesma altura Agosto/Setembro1970, que foi geral, tropa e população. Lembro-me de ficar muito aflito do braço e não ser toda a Companhia vacinada ao mesmo tempo para não haver problemas com a reacção da vacina ficando inoperacional. Recordo-me de fazer a segurança à equipa da vacinação a tabancas dispersas, assim como o enterro/queimas de carcaças e restos de animais em buracos bem fundos e não me lembro de queixas da população em relação à reacção das vacinas.
Valdemar Queiroz

Anónimo disse...

Caros amigos, as minhas sinceras desculpas pelo comentario anonimo, pois esqueci-me da assinatura em baixo. Sou o "Jubi de Fajonquito".

cdte,

Cherno AB

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Estás perdoado, "djubi".

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Já agora, Cherno, o que faz ali o "chicote" balanta (foto 2) ?

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Em 2008, houve um grave surto de cólera na Guiné-Bissau... É bom lembrar... Segundo notícia dos Médicos Sem Fronteiras, em outubro de 2008 havia já mais de 10 mil e 190 mortes...

Médicos sem Fonteiras > Notícias > 22 outubro, 2008 > Guiné Bissau: mais de dez mil pessoas afetadas pelo cólera

(...) "A capital é uma das áreas mais preocupantes com 70% dos casos reportados. Falta de infra-estrura prejudica a prevenção (...)

(...) A cólera é endémica em Guiné Bissau e, com a estação de chuvas, que dura de maio a novembro, muitas áreas foram inundadas e poços se encheram de material fecal disseminando a doença pela população. "Quando não tratada a tempo, a mortalidade entre pessoas infectadas pode atingir entre 20% a 50%, mas cai para menos de 2% quando os pacientes recebem o tratamento necessário, o que em 80% dos casos consiste em simplesmente administrar os sais de hidratação oral", acrescentou Remartínez.

(...) Além de diminuir a mortalidade entre as pessoas afetadas, interromper a disseminação da epidemia por meio de medidas preventivas é crucial. A cólera é transmitida principalmente por água ou comida contaminadas e está ligada à falta de saneamento e medidas de higiene, como lavar as mãos. Esta é a razão por que lugares com muitas pessoas, como supermercados, onde o saneamento e a higiene são inadequados, têm mais chances de contaminação. "A distribuição de água e a situação do saneamento em geral continuam a ser muito limitados", relata Agustín López, responsável pela logística do projeto. "Isso facilita a transmissão de cólera. A prevenção depende do acesso a água potável e sistema de saneamento próprio para prevenir exposição à bactéria e interromper a transmissão."

Em muitas áreas de Guiné Bissau, as infra-estruturas básicas são inadequadas: a drenagem não existe, a rede de eletricidade é pobre e, baseado em estimativas, menos que 20% da população têma cessoo a água potável. A maioria deles pega a água de que precisa nos poços.

Além disso, os corpos daqueles que morreram de cólera precisam ser tratados com extrema cautela e devidamente desinfectados antes de serem enterrados para que se previna futuras contaminações. De acordo com os costumes locais, um cadáver pode ser mantido em casa por vários dias, para que os membros da família e amigos possam fazer suas últimas visitas. Eles normalmente tocam o corpo. O governo proíbe esses rituais quando existe uma epidemia. Suas casas, assim como as casas dos pacientes admitidos nos centros, precisam ser desinfectadas. Essa tarefa é conduzida por brigadas responsáveis por rastrear ativamente casos e desinfectar os encontrados, que MSF cooordena junto com o governo procurando interromper a disseminação. Uma equipe especial desinfecta casas usando solução de cloro. Eles também entregam sabonete e alvejante para a população e explicam para eles como tratar água e as medidas de higiene necessários para prevenir a bactéria de reinfectá-los." (...) (


(Seleção, revisão / fixação de texto, negritos e itálicos: LG)








Anónimo disse...

João Crisóstomo
Este comentário já vai chegar atrasado, talvez já ninguém o leia, mas vai a experimentar: o fotógrafo padre/alferes/capelão José Torres Neves é membro da nossa Tabanca?
vou tentar saber dele . Se é quem penso ele é duma família das bandas de Leiria, com vários membros franciscanos, alguns deles “intelectualmente “ bem conhecidos. Um dos seus irmãos, o Guilhermino, era meu colega de curso (mesmo ano) em Montariol, Braga . Mas primeiro quero saber se ele continua em contacto.
João Crisóstomo, Nova Iorque

Tabanca Grande Luís Graça disse...

João, vou-te pôr em contacto com o Ernestino Caniço (que é médico)... É um grande amigo do padre José Torres Neves, do tempo de Mansoa (ambos são membro da nossa Tabanca Grande: vê a badana do blogue, coluna estática do lado esquerdo, os nomes, por ordem alfabética, dos 893 tabanqueiros, inckindo o teu)... O Neves está em algures num país africano lusófono, onde ainda trabalha como missionário da Consolata... Deve estar com 87 ou 88 anos!... É natural de Meimoa, Penamacor.

O José Torrres Neves (Padre) tem 27 referências no nosso blogue... Clica no link (embora não as apanhes todas...).

Anónimo disse...

Já tentei o telefone do Ernestino Caniço várias vezes , mas não vou a parte nenhuma. vou-lhe enviar um E mail .
João