quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Guiné 63/74 – P7088: FAP (54): O papel da Força Aérea na Guiné nos anos de 1972 e 1973 (Gil Moutinho)

1. Mensagem de Gil Moutinho, ex-Fur Mil Pilav, BA12 (Guiné, 1972/73), com data de 26 de Setembro de 2010:

Caro Carlos Vinhal e Luís Graça
Como já tinha este texto pronto, envio-vos e se acharem conveniente ou não, podeis juntar à minha apresentação

Será muita informação junta?

Achei oportuno, dar uma ideia breve e resumida do papel da Força Aérea, na Guiné, nos anos 72/73, na minha óptica de Piloto Miliciano (furriel no meu caso), pois amiúde, me questionam o porquê de termos deixado de voar no período pós-Strellas.

Assim mesmo, com estas palavras. Claro que contesto veementemente pois está totalmente errada a ideia que têm e explico porquê.


Uma vista de Bissau a partir de um T6


PAPEL DA FORÇA AÉREA NOS ANOS DE 1972 E 1973

1- Até Março /Abril de 1973, o espaço aéreo da Guiné estava por nossa conta,não havendo grande oposição do IN, salvo em alguns pontos fronteiriços onde tínhamos alguns cuidados para não passar para o lado de lá, pois podíamos ser abonados. Houve alguns casos de atingidos por armas ligeiras sem grandes danos.

Cada tipo de aeronave e respectiva tripulação tinha as missões determinadas em função das suas vocações e especificidades.

O Nordatlas e o Dakota prioritariamente tranportava tropas e carga em volume elevado,também evacuações em que se justificava o seu uso e sempre só em meia dúzia de pistas no TO.

Os Fiat’s faziam apoios de fogo, a aquartelamentos que fossem abonados, bombardeamentos em zonas pré-determinadas, reconhecimentos visuais complementados por fotografia e só a presença no ar era dissuadora.

Os helicópteros eram fundamentais na guerrilha, principalmente em operações no terreno, com colocação de tropas, a sua recolha, evacuação de feridos, etc. e então o heli-canhão era terrivelmente eficaz no apoio às tropas no terreno, sendo temidos pelo IN e benvindos pela NT.

Também partilhavam os tranportes de pessoas, carga geral e evacuados, com os DO’s, principalmente em aquartelamentos sem pista.

Os mesmos DO’s, tinham algumas dezenas de pistas onde aterravam, todas diferentes e com as suas limitações operacionais, quase todas em terra batida, com inclinações, com curvas, árvores na entrada ou saída, animais, a terminar na fronteira (caso de Buruntuma onde aterrávamos e descolávamos sempre para o mesmo lado não interessando a força e direcção do vento) etc. e onde levávamos cargas diversas, tropas correio (sempre muito apreciado) etc. e as evacuações sempre que solicitado, tanto de tropas como civis.

Também fazíamos reconhecimentos visuais e de Posto de Comando Aéreo em apoio de operações em curso no terreno com chefia de graduados do Exercito, armados por vezes com dois ninhos de foguetes de 37mm para apoio imediato às mesmas.

Um T6 em Cufar

Os T6, armados com vários tipos de bombas, de fragmentação, demolição e outras, executavam missões de Bombardeamento em pré preparação de operações, demantelamento de estruturas controladas pelo IN ou em zonas previamente declaradas, por um período de tempo, como de intervenção.

Armados com foguetes (72 divididos em dois ninhos de 36, um em cada asa)dávamos apoio a colunas em permanência no ar ou aterrados numa pista próxima e em alerta máximo. Também acompanhávamos navios da Marinha permanecendo no ar até terminar o trajeto. Lembro-me do percurso entre o Geba largo até Xime.

É difícil descrever todas as missões que se executavam no TO, a memória também não está fresca.


2-Depois de Abril de 73 alteraram-se algumas coisas.

A História dos Strellas já foi descrita e dissecada suficientemente.

Quando foi abatido o Ten. Pessoa, sendo o primeiro, não tínhamos noção alguma de que arma seria e muito menos das suas características, o que nos ajudaria nas contramedidas. Nesse mesmo dia, fui um dos primeiros a fazer buscas pois estava em Aldeia Formosa noutra missão, a acompanhar a coluna de Buba para Aldeia.

Tendo sido alvejado com um primeiro míssel, e tendo escapado (ainda não tenho explicação) e o asa da parelha Fur. Carvalho alvejado com mais 2 a 4 mísseis em tiro directo, nunca seria atingido pois os rastos dos mísseis eram bastante visíveis, e isso é que foi importante pois pela primeira vez já se adivinhava que não era uma mera arma convencional, apesar de já ter havido um ou dois episódios anteriores sem consequências e até se atribuíram a outra armas.

A esta distância no tempo, penso, que nesse dia, por precipitação, inesperiência ou azelhice, esgotaram o stock de mísseis existente para os tempos que se seguiram, pois no mesmo dia os ares de Guileje e arredores foram sobrevoados por variadas aeronaves nas buscas do Pessoa, a altitudes de morte certa, e mais nenhuma foi alvejada.

O que foi observado nesse dia foi descrito no respectivo relatório de voo, obrigatório em todas as missões.

Até ao abate do Ten. Cor. Brito, nosso Chefe Operacional, não houve alterações significativas dos procedimentos de voo, não tínhamos informações seguras de que arma e as suas características, para proceder conforme.

Houve a hecatombe do dia 6 de Abril, na zona de Guidaje, onde foram abatidas três aeronaves, tendo morrido as tripulações e passageiros, Maj. Mantovani, Fur’s. Baltazar e Ferreira como pilotos.

Nos dias imediatos (2 dias?), com a morte de uma grande percentagem, num pequeno universo de pilotos na Guiné e aeronaves abatidas, sem sabermos com rigor qual a arma, as suas características, que contramedidas adoptar, em choque, e porque não éramos “Kamikase”, paramos para análise da situação e para definição das estratégias a executar. Estavam em questão a nossa segurança, eventuais passageiros e das aeronaves.

A partir destas datas, houve alterações significativas nos procedimentos e parâmetros de voo.

Parelha de T6

Os bombardeamentos de Fiat e T6 passaram a ser feitos a altitudes superiores às habituais o que lhe retirou alguma precisão.

Houve a recomendação para evitar a altitude de voo entre os ~50 pés (~15 a 20m) e os ~7500 pés (~2500m), pois eram os parâmetros de eficácia dos Strellas. Os hélis continuaram em altitudes baixas (a rapar) pois não precisavam de alguma altitude para aterrar. Nos DO’s, inicialmente subíamos em espiral à vertical das pistas, até atingir a altitude de segurança, e descíamos à vertical dos destinos. Rapidamente abandonamos esse procedimento, pois com cargas máximas, temperaturas elevada do ar e dos motores e com uma demora de 30 minutos a atingir a altitude, já apareciam alguns problemas técnicos, e começamos a rapar as bolanhas e os rios.

Aqui quando a experiência e conhecimentos do terreno eram verdes poderia haver problemas de navegação e na época seca a visibilidade também era escassa.

Nesta modalidade, as comunicações com a Sala de Operações da BA12 (Marte era o indicativo) tornaram-se difíceis e resolveu-se o problema pondo T6 no ar a altitudes elevadas que faziam ponte às comunicações com as aeronaves que andavam a rapar.

Do início de Abril de 1973 ao início de Julho não voei, entre 2 meses inoperacional, às custas de um acidente em 2 rodas e 1 mês de férias. Contudo prestei serviço de terra na sala de operações com o control das aeronaves no ar.

De Julho ao fim do ano, quando terminei a comissão, ainda fiz 161 vôos operacionais em T6 e DO’s o que perfez cerca de 215 horas de voo.

Daqui se conclui que o ritmo operacional se manteve, mesmo com a presença das novas armas no TO, com alterações dos parâmetros de voo e condicionalismos de alguns locais.

De realçar o desempenho de toda a equipa de Especialistas, das diversas áreas, que nos colocavam os aviões operacionais com todo o profissionalismo e competência.

Também as Enfermeiras Pára-quedistas que nos acompanhavam, com abnegação e profissionalismo, em inúmeras evacuações merecem o nosso reconhecimento e carinho.

Resumindo, a Força Aérea continuou a voar.

Tentei resumir, muito fica por dizer, outros podem dar a sua achega e corrigir-me, posso falhar nos pormenores e a memória não é eterna.

Gil Moutinho
Fur Pil Mil. T6’s e DO’s
1972/73
Guiné
__________

Nota de CV:

(*) Vd. poste de 30 de Setembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7060: Tabanca Grande (246): Gil Moutinho, ex-Fur Mil Pil Av, BA12 (Guiné, 1972/73)

Vd. último poste da série de 5 de Outubro de 2010 > Guiné 63/74 – P7082: FAP (53): Estatística das minhas missões em DO-27 e FIAT G-91 (Miguel Pessoa)

Guiné 63/74 - P7087: Notas de leitura (154): Etnia, Estado e Relações de Poder na Guiné-Bissau, de Carlos Lopes (Mário Beja Santos)

1. Mensagem de Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, Comandante do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 30 de Setembro de 2010:

Queridos amigos,
O nome de Calos Lopes enquanto cientista social é incontornável no panorama das ideias da Guiné-Bissau.
Este trabalho de índole científica é de uma imaturidade e fanatismo incríveis. Não sei se o autor já repudiou o que escreveu ou se, sobretudo, clarificou a teimosia (e fatuidade) do seu pensamento na juventude.

Um abraço do
Mário



Etnia, Estado e Relações de Poder na Guiné-Bissau

Beja Santos

O ensaio “Etnia, Estado e Relações de Poder na Guiné-Bissau”, do sociólogo guineense Carlos Lopes (Edições 70, 1982), foi inicialmente apresentado em provas científicas pelo autor no Instituto Universitário de Estudos do Desenvolvimento, em Genebra e só depois publicado em língua portuguesa.

O investigador que acompanhou este trabalho justifica a sua necessidade para encontrar uma explicação que nos permita compreender como é que uma luta de libertação nacional acabou por conduzir ao controlo do poder político e económico pela burocracia do aparelho de Estado. O ensaio de Carlos Lopes, diz o investigador, é uma peça de “literatura comprometida”, faz-nos partilhar as interrogações e críticas do pesquisador o que, sem desvirtuar os rigores da investigação, acaba por ser uma originalidade em trabalhos científicos desta índole. Acresce que Carlos Lopes procurou ter em consideração as formas tradicionais dos antigos Estados Africanos no quadro da problemática actual do Estado. Comprova-se que existe um conflito entre as duas lógicas e lança-se a questão de como é que o Estado actual pode fazer-se triunfar ultrapassando-se as contradições das formas tradicionais, até da vida tribal. Nessa óptica, este texto é encarado como um simples “ponto de espera” ou uma primeira etapa de toda a tese de investigação que Carlos Lopes se propôs fazer em Genebra.

Estou convicto que no essencial Carlos Lopes, hoje um funcionário altamente credenciado das Nações Unidas, repudiará a generalidade das opiniões que aqui registou, na crítica que faz à actuação do PAIGC enquanto Partido vanguarda da Guiné-Bissau, entre a independência e os acontecimentos dilacerantes de Novembro de 1980, que levaram à ruptura na Direcção do PAIGC e à cisão Guiné – Cabo Verde.
Carlos Lopes parte da constatação de um conflito profundo entre duas formas de organização social altamente diferenciadas: a conjugação interétnica originada na luta armada e a ideologia do aparelho de Estado nascido após a independência. Foram duas lógicas que se confrontaram com resultados explosivos. Como nota introdutória, Carlos Lopes diz defender uma concepção marxista para a definição da situação a que se compromete estudar, e apela a que outros, defensores ou opositores das suas teses, continuem a apreciação que ele enceta neste esforço de análise.

Primeiro, enquadra o Estado, indo da origem dos povos guineenses, passando pela génese do movimento de libertação nacional e sintetizando as principais etapas da luta armada até ao reconhecimento jurídico efectuado em 1974.

Segundo, espraia a sua observação sobre a relação entre a etnicidade e o modo como se expressa o poder. O autor recorda que algumas etnias, caso dos Fulas e dos Mandingas, se mostraram como aliados incondicionais dos portugueses e que mais tarde participaram na construção do novo Estado. Carlos Lopes descreve minuciosamente a evolução histórica dos fulas, o sentido da sua hierarquia e contra-propõe com as inovações desencadeadas pelo factor político das regiões libertadas que, segundo o autor, teriam contagiado as etnias mais reticentes em colaborar com o PAIGC. No fundo, a colaboração prestada por algumas etnias ao colonialismo português tinha a ver com a procura de segurança na manutenção de privilégios, na perpetuação de uma economia semi-feudal e numa aliança de conveniência para que as estruturas tradicionais não fossem tocadas. O modo de produção capitalista fez uma introdução incipiente no século XIX e só encontrou estabilidade depois das chamadas guerras da pacificação. Para o autor, o Estado africano emanado do PAIGC era profundamente democrático com os seus diferentes órgãos participativos: Conselho Superior da Luta (Comité Central), Conselho de Guerra (secretariado geral) dirigido por uma comissão permanente. O partido, a partir de 1964, tinha posto em marcha estruturas administrativas dignas de um aparelho de Estado. O Governo era compósito, com cabo-verdianos e guineenses de diferentes etnias. Era a Assembleia Nacional Popular quem nomeava o conselho de Estado e o conselho dos comissários de Estado. No plano dos princípios, democracia não faltava.

Terceiro, o novo Estado foi-se deixando submergir por falhas imperdoáveis: falta de conhecimentos em matérias de administração, nepotismo e clientelismo, adopção de projectos megalómanos, lutas no interior do Partido entre aqueles que eram favoráveis à radicalização da experiência da luta e os partidários de uma solução próxima do neocolonialismo. Em escassos anos de independência, a orientação política passou a andar completamente à deriva, avançava-se e recuava-se na industrialização, abraçaram-se projectos transnacionais sem o mínimo de qualidade. A situação do camponês na Guiné-Bissau degradou-se. A ajuda exterior foi mal gerida e o comércio passou a favorecer alguns quadros partidários. A Guiné-Bissau continuou sem infra-estruturas.

Quarto, tudo conjugado, importa analisar pormenorizadamente a decadência do Partido vanguarda. Para o autor, o grande falhanço do PAIGC foi ter-se acomodado à vida da capital colonial, ter esquecido a vida dura do movimento de libertação e as experiências de uma economia autosustentada no mato. Os governos do presidente Luís Cabral passaram a privilegiar projectos favoráveis à região de Bissau e a desinteressar-se do equilíbrio inter-étnico. Carlos Lopes socorre-se de um discurso agressivo falando de dirigentes corruptos, traidores, reaccionários. Nunca questiona como é que um movimento político, ideológico e militar com as características do PAIGC mudou radicalmente de postura, mal chegou a Bissau.

Responsabiliza os antigos funcionários coloniais, atribuindo-lhes participação em tal processo deletério, sem nunca explicar quem eram tais antigos funcionários coloniais. O militantismo relaxou-se e a mobilização das massas desapareceu. Carlos Lopes recomenda que se volte a analisar a obra de Amílcar Cabral e se debata a dialéctica entre a luta de libertação nacional e a cultura que serviu de base à consciencialização dos militantes, selando a chamada unidade nacional. Para o sociólogo, a pequena burguesia, que tinha comandado o processo revolucionário durante a luta armada, tinha agora dois caminhos possíveis: trair a revolução ou assumir-se enquanto tal.

Protegido por esta linguagem redutora, Carlos Lopes recorda o papel do Estado no desenvolvimento e a necessidade de criar uma classe dirigente aberta aos desafios da integração nacional. O Estado é indispensável ao processo de desenvolvimento mas a contradição etnia-Estado continua presente (em 1982, claro) e terá um papel importante na evolução desta formação social.

Este estudo é uma profunda decepção, um exercício imaturo, simplista e cruel. Toda a realidade foi muito mais complexa e, goste Carlos Lopes ou não, o movimento que dá pelo nome de PAIGC devia ter apreciado a tempo e horas as responsabilidades da governação, o processo duradouro da convivência inter-étnica e o uso responsável dos dinheiros públicos. É inadmissível esquecer as próprias responsabilidades doutrinais de Amílcar Cabral, no caminho que se seguiu e que desembocou com a chegada da direcção do PAIGC a Bissau, em Setembro de 1974.
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Notas de CV:

Vd. poste de 3 de Outubro de 2010 > Guiné 63/74 - P7073: Notas de leitura (153): Memórias e Reflexões, de Juvenal Cabral (II) (Mário Beja Santos)

Guiné 63/74 - P7086: Em busca de... (147): Ademar Rodrigues, ex-1.º Cabo Escriturário da CCS/BART 6521 procura camaradas

Guiné-Bissau > Região de Cacheu > Canchungo > Pelundo > 2008 > Restos do antigo quartel português, ao tempo do BART 6521/72 (Pelundo, 22/9/1972 - 27/8/1974), a unidade que fez a transferência de soberania para o PAIGC, e que era comandado pelo Ten Cor Art Luís Filipe de Albuquerque Campos Ferreira.
Foto: © António Alberto Alves (2008). Direitos reservados.
 


EM BUSCA DE...

1. No dia 28 de Setembro de 2010, o nosso camarada Ademar Rodrigues deixou este comentário no Poste 5143*:

Caro amigo e camarada. Também estive na Guiné na CCS/BART 6521, onde fui 1.º Cabo Escriturário.
É muito bom manter a memória para os nossos netos, bisnetos e outros, a memoria futura vai ser importante neste mundo globalizado.

Eu quero fazer parte deste blogue pois estive ausente de Portugal durante 32 anos e agora que regressei à minha Pátria preciso de me informar.

Força amigos, mantenham-se vivos e não deixem cair isto, porque é muito importante para todos.

Enviem-me contactos da CCS/BART 6521.

Um forte abraço, sou o Ademar Rodrigues da CCS e quero que vocês saibam que ando muito triste porque não tenho contactos de ninguém e queria mesmo dar uma festa aqui na minha terra para os meus camaradas da CCS/6521 BART.

Despeço-me com um até breve.


2. Como o Ademar não deixou nenhum contacto, no mesmo dia foi deixado este comentário no mesmo poste:

Caro Ademar
Se não deixares o teu email, não podemos contactar-te.
Um abraço
Carlos Vinhal


3. Ademar Rodrigues voltou assim ao nosso contacto no dia 30:

Olá amigos,
Fiz asneira porque não deixei o meu contacto.

Sou o Ademar Rodrigues e moro em Santa Cruz do Douro, Baião - CP 4640-431.
O meu n.º de telefone é 934 955 328 e o meu email ai vai: ademarrodrigues@iol.pt.

Mais uma informação, fui Escriturário da CCS/BART 6521.

Ajudem-me a encontrar camaradas dessa Companhia pois preciso muito desses contactos. Quero fazer parte disto. Estive fora muito tempo e ando muito emocionado por não poder fazer aqui na minha terra um grande convívio com essa malta que foi do melhor.

Paz aos nossos mortos.

Um grande abraço
Ademar


4. Comentário de CV:

Caro Ademar, bem regressado a Portugal e a Baião, arredores do Marão, tua terra natal, ao que supomos.

Com respeito ao teu pedido, encontrei na página do nosso camarada Jorge Santos um pedido de contacto de um camarada do teu Batalhão. Trata-se de Alfredo Veiga com o endereço alfveiga@netcabo.pt.

Faz parte da nossa Tabanca o ex-1.º Cabo da 1.ª CART/BART 6521, António Faneco** que tem o endereço antoniofaneco@sapo.pt e o telefone 917 620 722.

São pontos de partida para começares as tuas pesquisas no sentido de reunires os teus antigos camaradas. Qualquer notícia que chegue até nós será encaminhada para ti.

Se quiseres aderir à nossa Tertúlia ou Tabanca Grande, como é também conhecida, basta que nos mandes uma foto actual e outra do teu tempo de Escriturário, uma pequena história e algumas fotos, legendadas, a acompanhar.

Recebe um abraço
CV
__________

Notas de CV:

(*) Vd, poste de 23 de Outubro de 2009
Guiné 63/74 - P5143: Os nossos médicos (7): Prof Doutor José Madeira da Silva, otorrino, em busca dos ex-camaradas de Bula e Pelundo, 1973/74

(**) Vd. poste de 4 de Junho de 2010
Guiné 63/74 - P6531: Tabanca Grande (224): António Faneco, ex-1.º Cabo da 1.ª CART/BART 6521/72, Pelundo, Cadique, Jemberém, Ilha de Jete, 1972/74

Vd. último poste da série de 29 de Setembro de 2010
Guiné 63/74 - P7054: Em busca de... (146): Luís Henrique Martins de Castro, ex-Fur Mil TRMS da CCS / BCAÇ 2861 (Bula e Bissorã, 1969 / 1970) (Armando Pires)

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Guiné 63/74 - P7085: Tabanca Grande (247): Alberto José dos Santos Antunes, ex-Fur Mil TRMS da CCAÇ 2402 (Olossato) e CCAÇ 5 (Canjadude) (1970/72)

1. Apresentamos hoje oficialmente à tertúlia o nosso novo camarada e amigo Alberto José dos Santos Antunes (ex-Fur Mil TRMS, CCAÇ 2402 (Olossato) e CCAÇ 5 (Canjadude), 1970/72.

Deste nosso camarada foi já publicado o poste 7075* com o relato da sua passagem pela Guiné, publicado no Correio da Manhã, na série de Domingo "A minha guerra", profusamente ilustrado com as suas fotos.

Do referido poste, destacamos estas suas palavras:

Alberto José dos Santos Antunes, 63 anos de idade, natural de Coimbra a residir actualmente em Ançã, Concelho de Cantanhede, Distrito de Coimbra, casado, dois filhos e duas netas, Ex-Furriel Miliciano de Transmissões de Infantaria, actualmente Engenheiro aposentado do Departamento de Física Universidade de Coimbra.

Em 8 de Janeiro de 1969 fui forçado a abandonar os estudos em Coimbra, para frequentar o 1.º ciclo do Curso de Sargentos Milicianos, na Escola Prática de Cavalaria em Santarém.

Após tirar a Especialidade de Transmissões de Infantaria em Tavira fui colocado RAL 2 em Coimbra, mas por razões que até hoje não consegui apurar (fui parar) ao RI 8 em Braga para dar instrução a recrutas do contingente geral.

Fui mobilizado para a Guiné, sem destino definido, quando ainda me encontrava no RI 8 em Braga.


Marcado o embarque para antes do Natal de 1969, adiado para depois do Natal desse ano, embarquei no Navio Mercante Arraiolos que dispunha de sete camarotes e transportava material de guerra, tendo sido promovido a Furriel Miliciano à data de embarque, fiz a viagem com mais seis elementos da classe de sargentos.

A chegada à Guiné não foi muito surpreendente pois nunca tive ideia de encontrar uma província desenvolvida.

Tinha um lema que era “viver um dia de cada vez e pensar que o dia seguinte seria melhor que o anterior ” o que me ajudou a passar o melhor possível os 2 anos e seis dias de comissão.
[...]
Não pretendo dizer que sou melhor ou pior que os outros pois cada um tem a sua maneira de sentir as situações, e perante certas situações uns choram outros riem e outros ainda não choram nem riem.

Considero que fiz amizades que ainda hoje perduram, e quando se fala com alguém que já não se vê há quase 40 anos e se consegue manter um diálogo e dar um abraço, é porque algo existe entre essas pessoas.

Nunca iria voluntário para uma guerra destas, mas depois de lá estar teria que fazer o meu melhor, pois de mim dependia muita gente.

Claro que tinha um grupo de homens bons, de que muitos não se podem orgulhar, mas esses homem tem que ter confiança em quem o chefia, tentei e tenho a certeza que consegui.


Janeiro de 1969 > Alberto Antunes durante a Recruta em Santarém

Olossato > Alberto Antunes em cima do abrigo das Transmissões

Alberto Antunes junto à placa toponímica de Canjadude


2. Comentário de CV:

Caro Alberto Antunes, bem-vindo à tabanca. Estás oficialmente apresentado à tertúlia.

Pelo que me foi dado perceber pela tua narrativa, foste mais um dos que sentiram o curso normal da sua vida alterado profundamente. Todos nós, uns mais que outros, sofremos essa perturbação nos nossos estudos e/ou na vida profissional. Quando voltávamos à vida civil, ou os currículos escolares estavam desactualizados, e quantas vezes era necessário voltar ao princípio, ou tínhamos estagnado nas carreiras profissionais, sendo por vezes ultrapassados pelos mais novos.

Agora que te juntaste a nós, esperamos pelas tuas histórias, e fotos referentes a um período da vida que não quisemos, mas, que como bem dizes, não rejeitámos, porque a responsabilidade exigia fazermos o melhor para salvaguardar a vida daqueles que estavam à nossa responsabilidade.

Recebe um abraço de boas-vindas da tertúlia e dos editores deste Blogue.
O camarada e amigo
Carlos Vinhal
__________

(*) Vd. poste de 3 de Outubro de 2010 > Guiné 63/74 - P7075: Recortes de imprensa (33): A guerra do Alberto José dos Santos Antunes, ex-Fur Mil da CCaç 5 (Correio da Manhã)

Vd. último poste da série de 30 de Setembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7060: Tabanca Grande (246): Gil Moutinho, ex-Fur Mil Pil Av, BA12 (Guiné, 1972/73)

Guiné 63/74 - P7084: Ser solidário (89): Em Oeiras e Lisboa, dia 6 de Outubro, dois eventos da iniciativa da ONGD Ajuda Amiga: Combate à Pobreza e à Exclusão Social, e Defesa da Biodiversidade (Carlos Silva)








1. Mensagem do nosso querido amigo e camarada Carlos Silva,  co-fundador e vice-presidente da ONGD Ajuda Amiga:


Data: 3 de Outubro de 2010

Assunto: Eventos - Combate à Pobreza e à Exclusão Social, e Defesa da Biodiversidade

Exmos(as) Senhores(as)


No âmbito do combate à pobreza, à exclusão social e na defesa da biodiversidade, que a todos nos sensibiliza e mobiliza, muito agradecíamos a divulgação dos eventos apresentados a seguir:





A. Oeiras, Biblioteca Municipal, 6 de Outubro de 2010, às 15h45  - Evento "Biodiversidade e Combate à Pobreza"


No dia 6 de Outubro na Biblioteca Municipal de Oeiras a ONGD Ajuda Amiga realiza:

(i) Exposição de quadros, fotografias e esculturas;

(ii) Projecção do filme Bemba di Vida (O Celeiro da Vida) às 15H45, entrada livre;

(iii) Recolha de livros no local.

No Ano Internacional da Biodiversidade e no Ano Europeu de Combate à Pobreza e à Exclusão Social,  a ONGD Ajuda Amiga associa-se à iniciativa de mobilização e sensibilização da sociedade portuguesa para a problemática da pobreza, da exclusão social, e da biodiversidade.

O evento irá decorrer com o apoio da Câmara Municipal de Oeiras, na Biblioteca Municipal de Oeiras, situada na Avenida Francisco Sá Carneiro, Urbanização Moinho das Antas, nº 17, em Oeiras.

Será projectado no Auditório da Biblioteca Municipal de Oeiras, o filme "Bemba di vida", sobre as áreas protegidas da Guiné-Bissau, o qual tem uma duração de 45 minutos.

A ONGD Ajuda Amiga irá ainda fazer no local uma exposição de quadros, fotografias, esculturas, e uma recolha de livros que os visitantes queiram doar, participando deste modo no combate à pobreza através do conhecimento. Os livros serão depois armazenados nos nossos armazéns na Amadora, e enviados por contentor para a Guiné-Bissau em Janeiro de 2011, nele seguem também outros bens como equipamento hospitalar, computadores, unidades de compostagem, cobertores, roupa, calçado, brinquedos, etc.

B. Lisboa, Centro Cultural Franciscano, 6 de Outubro de 2010, às 21h15,  Evento "Conservação da Biodiversidade para manter o Pão dos Guineenses"

No dia 6 de Outubro irá ocorrer um outro evento sobre o mesmo tema no Centro Cultural Franciscano, situado no Largo da Luz, 11, 1600-498 Lisboa, tel. 217140515, também realizado pela ONGD Ajuda Amiga, e com o seguinte programa:

(i)  Projecção do filme Bemba di Vida (O Celeiro da Vida) às 21h15 no Centro Cultural Franciscano,  entrada livre
(ii)  Tertúlia com Engº Técnico Agrário António Estácio [, membro da nossa Tabanca Grande].

Agradecemos desde já a atenção dispensada.

AGRADECEMOS QUE REPASSEM PARA OS VOSSOS AMIGOS/AS

Estes Eventos também estão anunciados no Mural do Facebook da Ajuda Amiga

Com os melhores cumprimentos

Carlos Silva
Vice-Presidente Ajuda Amiga
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Nota de L.G.:

Último poste da série > 22 de Setembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7022: Ser solidário (88): A Alicinha do Cantanhez e a sua mãe, Cadi, estão bem de saúde e recomendam-se (Pepito / Luís Graça)

Guiné 63/74 - P7083: Agenda cultural (84): A República e as colónias na Sociedade de Geografia de Lisboa







Caricatura de Silva MonteiroOs Ridículos, 6 de Março de 1912 (Col Hemeroteca Municipal de Lisboa)...  

Os apetites de três grandes potências coloniais europeias da época (Inglaterra, Alemanha e França) em relação a Angola, Moçambique e Guiné (respectivamente)...  Eram também três dos nossos grandes credores internacionais no ínicio da I República... A dívida portuguesa era, como hoje, um dos calcanhares de Aquiles, da nossa economia e havia quem advogasse a entrega das colónias para apaziguar os apetites devoradores dos nossos rivais...  Em 1898, a Grã-Bretanha e a Alemanha haviam assinado um tratado secreto com o objectivo de partilharem os territórios de Angola e de Moçambique.

Em 1912 o general Norton de Matos (1867-1955) tomou posse como governador-geral de Angola.  O seu papel  naquela colónia é reconhecido hoje como extremamente importante, na medida em que deu um forte impulso ao seu desenvolvimento,  com isso comseguindo afastar a ameaça permanente que pairava sobre a soberania portugesa, por parte das grandes potências (Inglaterra, Alemanha e França). Foi também o fundador, em 1912,  da cidade de Huambo (mais tarde, entre 1927 e 1975, Nova Lisboa, e depois de novo Huambo) Foi também, em 1948, um dos grandes opositores ao regime do Estado Novo. Sobre os primeiros tempos da República e a "nossa" Guiné, sabe-se pouco... (Ou melhor, eu sei pouco; os nossos historiógrafos sabem pouco).






Portugal > Proclamação da República em 5 de Outubro de 1910 > Alegoria (desconheço o autor)...

Fonte: Página oficial da 
Assembleia República (com a devida vénia...)



1. No dia em que se celebra o 1º centenário da República Portuguesa, é de chamar a atenção dos nossos leitores para um ciclo de conferências que esteve (e ainda está) a decorrer na Sociedade de Geografia de Lisboa (fundada em 1875)... 

A historiografia da nossa presença na Guiné-Bissau parece passar muito ao lado deste ciclo de conferências. Há, de resto, um grande défice de investigação historiográfica sobre a Guiné. Mas mesmo assim há razões para divulgar, aqui nosso blogue, esta iniciativa. Nunca perceberemos o presente nem perspectivaremos convenientemente o futuro sem um rigoroso e desapaixonado conhecimento do passado. Isto é válido para todos os povos, incluindo os portugueses e os guineenses.

Há ainda três conferências agendadas até ao fim do ano (19 de Outubro, 17 de Novembro e 12 de Dezembro) (LG):


Ciclo de Conferências > A Republica e o Ultramar português: 1910-1926

Lisboa, 23 Fevereiro a 14 de Dezembro de 2010

Organização: Sociedade de Geografia de Lisboa, com apoio da Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da República



Programa


23 de Fevereiro, 18h00 > A Política ultramarina da República / Prof. Adriano Moreira (Academia das Ciências de Lisboa);



23 de Março, 18h00 > Das raízes do Mapa Cor de Rosa ao Ultimato / Mestre Rui da Costa Pinto (Sociedade de Geografia de Lisboa);

27 de Abril, 18h00 > As negociações entre a Inglaterra e a Alemanha para a partilha das colónias portuguesas / Prof. Marques dos Santos (Univ Técnica de Lisboa/ISCSP);

31 de Maio, 18h00b > A campanha dos chocolateiros ingleses contra o cacau de S. Tomé / Dr. João Pedro Xavier de Brito (Sociedade de Geografia de Lisboa);


29 de Junho, 18h00 > Os governos de Norton de Matos em Angola / Prof João Pereira Neto (Sociedade de Geografia de Lisboa);

20 de Julho, 18h00 > Moçambique e os territórios vizinhos / Prof Borges Garça (Univ Técnica de Lisboa/ISCSP)

21 de Setembro, 18h00 > A República e a actividade missionária / Prof Matos Ferreira (Univ. Católica Portuguesa)



19 de Outubro, 18h00 > A Grande Guerra em África /  Coronel Prof Alves de Fraga (Univ Autónoma de Lisboa);


17 de Novembro, 18h00 > O tratado de Versalhes, a SDN e os reflexos sobre a política ultramarina / Prof Canas Mendes (Univ Técnica de Lisboa/ISCSP)

14 de Dezembro, 18h00 > A evolução política na região Ásia-Pacífico e os interesses portugueses / Prof. Óscar Barata (Sociedade de Geografia de Lisboa)

Resumo:


A Sociedade de Geografia de Lisboa associa-se às Comemorações do Centenário da Proclamação da República Portuguesa, em 1910, organizando um Ciclo de Conferências subordinado ao tema geral: “A Republica e o Ultramar português: 1910-1926”.


Este Ciclo de Conferências concertado com a Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da Republica integra-se no “Programa do Centenário” que esta Comissão Nacional organiza.

Para o “Ciclo de Conferências cujo programa se apresenta contou-se com a colaboração de uma dezena de reputados investigadores nacionais que dissertarão sobre pontos cruciais da temática escolhida e para o período delimitado.


Assim desde a apresentação de uma panorâmica geral da política ultramarina da República, até à análise de factos importantes causas próximas da implantação da República (v.g. o Ultimato britânico), às negociações entre algumas potências europeias para a partilha do ultramar português, à actividade missionária (missões católicas, protestantes e laicas), recordar-se-á a campanha dos chocolateiros ingleses contra o cacau de S. Tomé, será referida a importância dos governos de Norton de Matos em Angola e a problemática de Moçambique no contexto dos territórios vizinhos, chegar-se-á à análise da Grande Guerra em África.

Alargando o âmbito do Ciclo de Conferencias não se esquecerá a evolução da política na região Ásia-Pacífico e os interesses portugueses, bem como o tratado de Versalhes, a SDN [Sociedade das Nações] e os seus reflexos na politica ultramarina portuguesa.


Mais informações em:
Sociedade de Geografia de Lisboa
Rua das Portas de Santo Antão, 100
1150-269 Lisboa – tel.: 213425401
E-mail: geral@socgeografialisboa.mail.pt 



Fonte: Centenário da República (1910-2010( (com a devida vénia...)

Guiné 63/74 – P7082: FAP (53): Estatística das minhas missões em DO-27 e FIAT G-91 (Miguel Pessoa)


1. O nosso Camarada Miguel Pessoa (ex-Ten Pilav da BA 12, Bissalanca, 1972/74, hoje Coronel Pilav Ref), enviou-nos a seguinte mensagem, com data de 3 de Outubro de 2010:

Camaradas,

Achei interessante a ideia do meu amigo e camarada António Martins de Matos de passar para um gráfico os registos da sua actividade nos ares da Guiné, de tal modo que resolvi tirar o pó à minha caderneta de voo e construir a minha "declaração de rendimentos 72-74" da actividade de voo durante a minha comissão naquele território.

Vou ser um pouco menos abrangente, resumindo a minha apresentação ao total de missões que ali efectuei em DO-27 e Fiat G-91, não incluindo algumas outras missões em que estive envolvido (AL-III e C-47), mas em que não era o "dono da máquina".
Os resultados parecem não necessitar de grandes comentários, apenas deixando eu aqui uma ou duas notas complementares:

Naturalmente há um hiato de 4 meses (de Abril a Julho de 1973, inclusive) que coincide com o período em que estive nos estaleiros, em trabalhos de recuperação do chassis e da carroçaria. Nesse ano não gozei férias pois havia bastante trabalho para fazer e já me chegavam os 4 meses de recuperação...

Nota-se o decréscimo acentuado nas minhas missões em DO-27 a partir do aparecimento do Strela, aumentando em compensação as missões realizadas no Fiat G-91.

Há um número reduzido de missões em Abril e Maio de 1974, que corresponde ao período de férias que tive nesse ano. Aqui esperava-me uma surpresa pois falta-me o registo das minhas missões nos primeiros 20 dias de Abril, antes de vir de férias. Estou em crer que a euforia do 25 de Abril poderá ter contribuído para esta falha dos registos (porque voar, tenho a certeza que voei...). Aliás esse trabalho não era feito por mim mas sim na secção de cadernetas de voo. Só agora é que dei conta desta falha...

De realçar também a redução drástica de missões a partir do 25 de Abril. Aliás, foi um período em que realizávamos "missões de soberania" e alguns transportes, não tendo sequer ordem para atacar alvos.

Com este gráfico pretendo apenas contrariar algumas vozes que por vezes referem o decréscimo da actividade da Força Aérea após o aparecimento do Strela. Posições que aliás já tinham sido rebatidas pelo António M. Matos no seu Poste.

Um abraço,
Miguel Pessoa
Ten Pilav da BA 12 (1972/74)
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Notas de M.R.:

1. O MEU VIVA À FORÇA AÉREA E AO SEU ESTIMADO, COMBATIVO E CORAJOSO PESSOAL
Não resisto à tentação de registar aqui (perante todos os demais portugueses que se orgulham de o ser, apesar de todas as vicissitudes que temos vindo a passar neste pobre e mirrado país), a minha extrema admiração e satisfação pessoal, pela assídua e extraordinária colaboração neste blogue destes dois nossos heróis do ar, citados neste poste, da nossa frente da guerra, o António Martins de Matos e o Miguel Pessoa.
Não só pela qualidade e categoria colocadas em todas as suas intervenções, como pela invulgar amizade, camaradagem, gosto, disponibilidade e frontalidade como o fazem.
Mais registo, o meu especial Abração Amigo para estes dois Homens Grandes e Camaradas, que creio será extensivo de muitos milhares de outros nossos Camaradas Veteranos da Guerra da Guiné.

2. Aproveito esta oportunidade para demonstrar o meu desgosto, ao verificar o silêncio da malta da destemida e heróica Marinha Portuguesa, em não nos contarem as suas histórias.
Será que os seus protagonistas pensam que essas suas histórias são pouco, ou nada, interessantes?
Continuamos à espera dos seus testemunhos, pois esta sua falta cria uma grande lacuna nesta catarse, que pretendemos fique perpetuada, para os estudiosos desta causa e para satisfação futura da curiosidade e garantia da lealdade factual, que podemos e devemos, através dos nossos depoimentos, prestar às gerações vindouras, neste espaço cibernético.

3. Vd. último poste da série em:

3 de Outubro de 2010 > Guiné 63/74 – P7072: FAP (52): Estatística das minhas missões em DO-27 e FIAT G-91 (António Martins de Matos)

Guiné 63/74 - P7081: O Mundo é pequeno e a nossa Tabanca... é grande (27): Manuel Lopes, há 34 anos nos EUA, procura camaradas da CCAÇ 3414, mas já encontrou o Joaquim Peixoto



1. Mensagem do camarada Manuel Lopes, que está nos EUA, com data de 28 de Setembro

Assunto - Guiné

Luís, sou um antigo combatente da companhia CCAÇ 3414, 1971/73, estou fora de Portugal há 34 anos mas não me esqueço de onde vim estou a escrever para lhe pedir uma informação à cerca de onde é que poderia arranjar uma lista com todos os nomes dos meus antigos camaradas...

Já encomtrei o Joaquim Peixoto, natural de Penafiel [, aqui na foto, à esquerda, ao lado do malogrado Fernando Ribeiro, de pé] e vejo muito o seu blog e sempre estou procurando grato pela sua atenção

M.L. [ Manuel Lopes]
1º cabo 10364270
CCAÇ 3414, 1971/73

2. Comentário de Joaquim Peixoto  [ ex-Fur Mil Inf MA da CCAÇ 3414, Bafatá e Sare Bacar, 1971/73]:
, no mesmo dia, depois de ter conhecimento da mensagem do Manuel Lopes:

Amigo Luís: Agradeço-te imenso teres reencaminhado esta mensagem.


Este princípio de ano lectivo tem sido muito trabalhoso e ainda não tive disponibilidade e "tempo" para te agradecer as elogiosas palavras que me dirigiste aquando da ida à Tabanca de Guilhomil.

Relativamente ao camarada Manuel Lopes, foi com grande espanto e alegria que recebi, há dias, um telefonema dos Estados Unidos e, ao fim de algum tempo, verifiquei que estava a falar com um enfermeiro da minha companhia que não encontrava há 37 anos.

Cheguei à conclusão que soube do meu contacto através do "nosso Blogue", ao ler o artigo que escrevi sobre o meu amigo Fernando Ribeiro.

É caso para dizer "O mundo é pequeno e o nosso blogue é grande".

Tinha a esperança que através deste artigo conseguisse encontrar camaradas da 3414. Tenho-me correspondido com ele através de mails, e soube que um sobrinho do Fernando Ribeiro é Sargento do Exército em Coimbra e também quer saber pormenores da morte do tio.

São estas coisas que nos dão força para recordarmos os tempos passados e fazermos parte activa do nosso blogue.

E é com este espírito de camaradagem que irei satisfazer o pedido do Manuel Lopes.

Aproveito a ocasião para perguntar como têm passado e enviar um alfa bravo para ti e Alice.

Os amigos da Tabanca de Guilhomil

Joaquim Carlos e Margarida

3. Comentário de L.G.:

Obrigado, Manuel Lopes, obrigado, Joaquim e Margarida. Um abraço, aqui do Porto, para vocês. Os Estados Unidos da América é o 3º país onde o nosso blogue é mais visto ou lido. A entrada do Manuel Lopes na nossa Tabanca Grande será bem vinda. E de certo na novel Tabanca de Guilhomil... E a propósito, senhor professor Joaquin Carlos Peixoto, a grafia correcta é Guilhomil ou Guilhumil ? O nome de baptismo é de V. Excia, Visconde de Guilho(u)mil... Um abraço aos camaradas. Um bj para a nossa amiga Margarida.

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Guiné 63/74 - P7080: Memórias do Bachile, chão manjaco (2): Memórias do Bachile (António Branco, ex-1º Cabo Reab Mat, CCAÇ 16, 1972/74)

1. O nosso Camarada António Branco, ex-1.º Cabo Reab Mat da CCAÇ 16, Bachile, 1972/74, enviou-nos em 1 de Outubro de 2010, mais esta mensagem para a série das memórias do Bachile:
Caros amigos,
Volto hoje à Tabanca Grande, enviando mais algumas fotos da CCAÇ 16, no Bachile, no sentido de motivar aqueles camaradas que lá estiveram em comissão, ou que por lá passaram pontualmente e que visitam o blogue, a ajudar-nos, com a experiência de cada um, a contar um pouco mais a história da unidade.
Identificando as fotos, creio vir a ser possível encontrar alguns de nós dispersos pelos mais variados cantos do país e não só.
Aos que por esse mundo visitam o blogue, mas que ainda não entraram na Tabanca Grande, sugiro que o façam sem hesitações, pois só assim conseguiremos partilhar extraordinárias experiências de vida com os nossos amigos, enriquecendo cada vez mais este espaço.
Memórias do Bachile

Bachile > CCAÇ 16 > Um grupo
Bachile > Momento de pausa
Eu com o Pereira no morteiro
Eu com o nosso cozinheiro
Convívio no Natal de 1973
Bachile > Jogando matraquilhosA equipa de futebol de 7

Um forte abraço a todos,
António Branco
1º Cabo Reab Mat da CCAÇ 16

Fotos: © António Branco (2010). Direitos reservados.

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Notas de M.R.:

Vd. último poste desta série em:

13 de Julho de 2010 > Guiné 63/74 - P6726: Memórias do Bachile, chão manjaco (1): O que será feito do menino Augusto Martins Caboiana ? (António Branco, ex-1º Cabo Reab Mat, CCAÇ 16, 1972/74)