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sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025

Guiné 61/74 - P26496: Notas de leitura (1772): Philip J. Havik, um devotado historiador da Guiné: Uma mulher singularíssima, Bibiana Vaz, século XVII (1) (Mário Beja Santos)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá, Finete e Bambadinca, 1968/70), com data de 18 de Novembro de 2024:

Queridos amigos,~

Philip Havik já com o estatuto de reformado, prestou e está a prestar um relevantíssimo trabalho em prol da cultura portuguesa, e em diferentes domínios. Recordo o trabalho que ele fez com o António Estácio, de saudosa memória, sobre os chineses em Catió; este nosso confrade António Estácio que escreveu sobre Nha Carlota e Nha Bijagó, duas senhoras de grande peso da sociedade guineense, crioulas muito apreciadas e com grande poder comercial. Achei por bem publicar aqui algumas intervenções que ele deixou em trabalhos e dizer que quando quiser intervir no nosso blogue é só bater à porta, não precisa de pedir licença, aqui a Guiné é soberana, pelo amor que lhe dedicamos.

Um abraço do
Mário



Philip J. Havik, um devotado historiador da Guiné:
Uma mulher singularíssima, Bibiana Vaz, século XVII (1)


Mário Beja Santos


Vamos a partir de hoje publicar um conjunto de trabalhos assinados por um distintíssimo investigador, há muito ligado a Portugal, com ênfase na medicina tropical e em estudos orientados para a Guiné colonial. 
Um pouco do seu currículo:

Philip J. Havik (doutorado em Ciências Sociais pela Universidade de Leiden, Países Baixos) foi investigador principal do Instituto de Higiene e Medicina Tropical da Universidade NOVA de Lisboa. 

Trabalhou como investigador na Research School for African, Asian and Amerindian Studies (Universidade de Leiden, Países Baixos) e no Instituto de Investigação Científica Tropical (IICT) em Lisboa. Ensinou antropologia colonial e pós-colonial na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade NOVA de Lisboa.

Foi Research Fellow no African Studies Centre (ASC) da Universidade de Leiden e investigador associado do Centro de Estudos de História Contemporânea (IHC) da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade NOVA de Lisboa. Autor/coautor de mais de 80 publicações, incluídas dezenas de artigos em revistas e capítulos de livros.

O trabalho a que hoje vamos fazer referências intitula-se Matronas e Manonas: Parentesco e Poder Feminino nos Rios da Guiné (Século XVII)

Começa por sumariamente historiar a condição da mulher, o seu escasso poder de decisão fora do meio doméstico e como a partir da abertura do espaço atlântico e com a presença de africanas ativas em todo o tipo de serviços em cidades como Lisboa e Sevilha, verdadeiras bestas de carga, se deu uma barafunda de géneros que foi aproveitada por mulheres que souberam criar espaços de manobra ao nível do trabalho, da religião e em rituais de toda a ordem. Seja como for, o desempenho da mulher nas sociedades africanas foi relegado para dois domínios fundamentais: a reprodução e a força de trabalho. Daí a herança e a identidade do grupo passarem geralmente pela linha feminina.

Quando a África Subsariana entrou no imaginário Ocidental, o comércio de escravos já era bem conhecido, mediado exclusivamente por berberes e árabes no espaço do Mediterrâneo. Deu-se depois a interação afro-atlântica, as notícias deste continente começaram progressivamente a ocupar um lugar na realidade em que as lendas de monstros e feras do Mar Ignoto se transformaram em ouro, marfim e outras preciosidades. 

Escravas africanas inundaram cidades europeias, no continente africano as relações afro-atlânticas produziram povoações mercantis, assistiu-se, mesmo que superficialmente, à cristianização dos quadros das redes comerciais, falava-se em cristãos e gentios. Estes cristianizados, descendentes afro-atlânticos, nascidos nas capitanias ou presídios, elevaram a importância da mulher, que nos chamados rios do Guiné do Cabo Verde, que passou a ter um papel chave nestes ambientes comerciais, assimilando diferentes papéis como curandeiras e conselheiras e mães dos “filhos espúrios”. 

A mulher passou a ser a garantia de sobrevivência em terras alheias, era um mundo com repartição de tarefas que se veio a estruturar nas redes comerciais da Costa Ocidental Africana a partir do século XVI e até fins do século XIX; e, claro está, veio a ter fortes incidências no século XX em que a Nhá ou Sinhara substituía, como Mindjer Garandi, o comerciante, por qualquer razão ausente.

 Philip Havik estuda a figura de Bibiana Vaz de França, nascida em Cacheu, membro de um clã poderoso da localidade. Ela é assumidamente uma das poucas vozes femininas que se fazem ouvir no universo limitado da palavra escrita. Cacheu era então um centro importante da rede comercial atlântica do tráfico de escravos, povoação elevada a vila em 1605; foi fundada por tangomaos, ou seja, aqueles que negociavam por conta própria, em colisão frontal com a política do monarca. Cacheu era um pequeníssimo entreposto de onde saiam aproximadamente 3 mil escravos por ano.

Um bom número de comerciantes tinha ascendência sefardita e cabo-verdiana, daí a designação pejorativa de tangomaos. Quando, por decisão régia, se criaram companhias de comércio com pretensões monopolistas, como a Companhia de Cacheu e Rios de Guiné, em 1676, o meio local recebe-o muito mal, os moradores iniciais denunciar os desvios e a prepotência de notáveis nomeados por Lisboa. 

O clã dos Vaz de França e dos Gomes eram muito influentes em Cacheu, de modo que o casamento de Bibiana com Ambrósio Gomes, este com ascendência sefardita e africana, trouxe vantagens mútuas. Ambrósio ocupara o lugar de capitão-mor durante alguns anos, e com o fim do contrato da companhia, Bibiana, um seu irmão e sobrinhos, constituíram um forte núcleo local, era uma rede de negócios que se estendia do Rio Gâmbia até à Serra Leoa. Quando o conselho Ultramarino deliberou que Bibiana devia fazer partilhas, ela já havia colocado maior parte dos bens fora do alcance do novo capitão-mor. Atenda-se agora a estas observações de Philip Havik:

“O novo comandante da praça de Cacheu, seguindo à letra o antigo contrato da companhia, proibiu a vinda de embarcações estrangeiras. A revolta do povo não tardou: em 25 de março de 1684, prenderam o dito capitão à saída do hospital enviando-o para Farim, para uma casa de Bibiana, onde permaneceu por espaço de 14 meses. Bibiana encabeçou o movimento de revolta, ela, seguida pelo povo ‘cristão’, decidiram não mais admitir capitães do reino nem das ilhas de Cabo Verde, nem portugueses negociando com o gentio, mas só com moradores da praça. Foi um duro golpe para os interesses dos portugueses; os moradores de Cacheu fizeram muitas petições contra os efeitos nefastos resultando-se da criação da comissão da companhia majestática, e passar a negociar n mato, esquivando-se a pagar direitos aos cofres reais – na realidade os bolsos dos capitães-mores e da companhia. Cacheu não era mais do que um entreposto empobrecido, desprovido de contribuintes e fontes de receita, cuja administração se encontrava no meio hostil, assolado, judeus, crioulos e gentios.”

Deu-se a reação das autoridades em Lisboa, Bibiana, o irmão e outro cúmplice no levantamento foram presos da cadeia da Ribeira Grande. O ponto curioso da historiografia anda à volta do facto de só muito tarde se ter vindo a conhecer os tramites desta sublevação. Presa em Cabo Verde, doente e iletrada, enquanto as autoridades procuravam secretariar e apreender os bens de Bibiana e família, ela e o irmão receberam um perdão real, a Corte, ciente da situação catastrófica do comércio português na costa receava perder ainda mais influencia. Daí a reabilitação de Bibiana. 

Mas havia outros pontos a favor dela. Depois de reabilitada, em sinal de agradecimento, ofereceu-se para construir um forte em Bolor, local estrategicamente situado na entrada do rio Cacheu, deu como garantia a sua pessoa e todos os seus bens.

Em jeito de conclusão, o investigador recorda o mundo de intriga que acompanhou o caso Bibiana Vaz, mulher africana, cristã, viúva, comerciante, armadora/parente de linhagens da terra dos donos di chon, ela liderou uma revolta contra uma autoridade alheia.

Enfatize-se um outro ponto que o autor chama a atenção: “Apesar das múltiplas petições feitas pelos moradores de Cacheu contra os efeitos nefastos resultantes da criação da companhia e contra e prepotência dos capitães-mores que chamaram todo o comércio para sim, não houve, por parte da Metrópole nem das ilhas, intervenção alguma. A resistência dos moradores ficou patente no facto da maioria andar a negociar e a morar no mato, esquivando-se de pagar direitos aos cofres reais.”

Voltando a comentários de Philip Havik:

“O governador de Cabo Verde e os capitães-mores saem-se mal desta história, muitas vezes agindo com base em raciocínios mesquinhos e vingativos. Cúmplices da crise em que mergulhou o tráfico português ao longo dos anos, as autoridades de Lisboa e da Ribeira Grandes, tinham perdido todo o controlo sobre a situação. A fraqueza da posição portuguesa no comércio da Costa da Guiné não permitia mais que o perdão de Bibiana".

Este artigo vem publicado em:
https://www.academia.edu/42757187/Matronas_e_Mandonas_parentesco_e_poder_feminino_nos_rios_de_Guin%C3%A9_s%C3%A9culo_XVII_

Nha Bijagó (1871-1959)
Nha Carlota (1889-1970)
Arredores de Cacheu, ida à fonte, 1900
O Forte de Cacheu e a estátua de Diogo Gomes, mutilada
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Nota do editor

Último post da série de 10 de fevereiro de 2025 > Guiné 61/74 - P26481: Notas de leitura (1771): A colonização portuguesa, um balanço de historiadores em livro editado em finais de 1975 (5) (Mário Beja Santos)

Guiné 61/74 - P26495: Coisas & loisas do nosso tempo de meninos e moços (35): "Até choras por andar de lambreta" (Cartune de Manuel Cruz, filho de Adão Cruz, ex-alf mil médico, CCAÇ 1547 / BCAÇ 1887, Canquelifá e Bigene, 1966/68)




"Até choras por andar de lambreta"... Cartune de Manel Cruz,  músico e artista plástico, nascido em 1974,em São Jpão da Madeira, filho do  nosso camarada Adão Cruz, com a devida vénia.

Foto:  © Manuel Cruz / Adão Cruz (20256). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Há dias descobri que o nosso camarada Adão Cruz, médico cardiologista reformado, ex-alf mil médico, CCAÇ 1547 / BCAÇ 1887 (Canquelifá e Bigene, 1966/68), além de grande escritor (contista e poeta)  e pintor, e nosso grão -tabanqueiro de longa data, tem um filho  (um de 3 filhos) que também é um talentoso ilustrador e cartunista, além de músico. 

No passado 2 de fevereiro de 2025, 11:06, o Adão Cruz mandou-nos a seguinte mensagem:

Assunto: Manel

O meu Manel (Manuel Cruz), tem mais de dois mil desenhos feitos ao longo da adolescência e também alguns poemas. Já publiquei algumas centenas de desenhos, mas todos os dias encontro mais e mais cadernos e papéis cheios deles. Vou publicando, tenham paciência.

2. Por falta de tempo, não posso prestar toda a  atenção que devia, ao correio que me chega, apesar da ajuda do Carlos Vinhal. 

Mas hoje dei de caras com este "cartoon" (ou cartune, como já vem grafado nos nossos dicionários), e lembrei-me de uma expressão que se ouvia bastante na nossa adolescência: "Até choras por andar de lambreta" (sic)...  (A piada era para as meninas do nosso tempo, dos idos anos de 60,  que, de saia até meio da canela,  se começavam a aventurar nestas maquinetas, de pôr os cabelos dos rapazes em pé.)

Lembram-se da "lambreta" (origem etimológica: Lambretta®, marca registada italiana) ? Diz o dicionário: "Veículo de duas rodas, accionado por um pequeno motor, de forma análoga à motocicleta, mas provido de um assento em lugar de selim de montar, e com rodas de menor diâmetro.

Fonte: "lambreta", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2025, https://dicionario.priberam.org/lambreta.

Quem não as viu passar nas então ainda pacatas ruas das nossas vilas e cidades,  os cabelos soltos ao vento, com as pernas muito apertadinhas para travar as saias ? Livres, como o vento... 

Foi o princípio da "revolução feminista" no sul da Europa...   Os "despeitados" chamavam-lhes "marias-rapazes"...  

Hoje são avozinhas... E são as suas netas que  fazem parte da nossa paisagem urbana: usam  minissaia ou calções, a perna ao léu. E,  felizmente,  também capacete, coisa que não era obrigatória nos anos 60/70/80 (!) (só a partir de 1 de janeiro de 1991)...

Ainda por cima hoje é dia dos namorados.. Pois ai vai um cartune do Manel Cruz, sem legenda, e com a devida vénia ao artista e ao pai...(De resto, os filhos dos nossos camaradas, nossos filhos são...)

Há um página da "Lambretta", na net: para  quem quiser saber mais sobre a história deste veículo que ficou no nosso imaginário dos anos 60, clicar aqui.  No Facebook há também uma página da "Lambretta - Portugal", que merece uma visita...

Enfim, coisas & loisas do nosso tempo de meninos e moços... (*)

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Nota do editor:

(*) Último poste da série > 8 de fevereiro de 2025 > Guiné 61/74 - P26473: Coisas & loisas do nosso tempo de meninos e moços (34): O amola-tesouras (Rui Felício, nado e criado no Bairro Norton de Matos, em Coimbra)

Guiné 61/74 - P26494: (De)Caras (227): A Cecílica Supico Pinto (2021-2011), que eu conheci, em Có, em visita do MNF, a 2 de maio de 1969 (Miguel Rocha, ex-alf mil inf, a exercer na altura as funções de cmdt, CCAÇ 2367, 1968/70)




Legenda: "Assinando como 'Alferes' Cilinha, o cartão dirigido pela Presidente do MNF ao alf mil Miguel Rocha,  a acompanhar a carta oficial de agradecimento pelo acolhimento que recebeu no aquartelamento em Có, em 2 de maio de 1969."





Guiné > Região do Cacheu > Có > CCAÇ 2367 (1968/70) > 2 de maio de 1969 > O alf miul Miguel Rocha e a presidente do Movimento Nacional Feminino. (*)

Fotos do álbum do Miguel Rocha, ex-alf mil inf, CCAÇ 2367/BCAÇ 2845, "Os Vampiros", Olossato, Teixeira Pinto e Cacheu, 1968/70).


Foto (e legenda): © Miguel Rocha (2021). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Cecília Supico Pinto (1921- 2011) - "Portadora de afetos"

Por Miguel Rocha



Conheci a elegante senhora D. Cecília Supinco Pinto  a 2 de maio de 1969, aquando da sua visita, por duas ou três horas, ao aquartelamento de Có, que à época transbordava de militares oriundos das mais diversas Armas do Ramo do Exército, empenhados na construção da estrada Có-Pelundo (...).

O comando da minha Companhia, a CCAÇ 2367/BCAÇ 2845, estava a meu cargo, e é nessa circunstância que o cmdt do aquartelamento me indigita para assumir a ação protocolar de receber a ilustre presidente do MNF, missão assaz facilitada pela sua natural simpatia, sublime educação, determinação, inteligência, coragem, conhecimento dos teatros de guerra, do carinho quase maternal com que a "Cilinha" se dirigia aos seus"meninos", falando-lhes, é certo, com alguma exultação patriótica, mas sobretudo do amor e da saudade de suas Mães,  que curiosamente eram da sua geração e que lá longe, na Metrópole, viviam em permanente ansiedade cientes da dureza da guerra por terras da Guiné.

Num dos momentos mais informais, e num cordial diálogo que mantivemos, enalteci-lhe, e agradeci-lhe, a criação do espectacular "Aerograma" de que eu próprio era assíduo utilizador, e a importância sentimental que ele tinha para os militares e suas famílias, sem por sombras imaginar, à época, os números astronómicos diariamente assumidos no movimento postal só pelo uso do "bate-estradas", como era conhecido na gíria militar.

E saudei na sua pessoa a intervenção bem notória do MNF na agilização das burocracias duma retaguarda inundada de emperrantes "pequenos poderes", que se quedavam numa abjeta inércia sem o mínimo respeito pelos combatentes, ou sua memória, e suas doídas e quase sempre carenciadas famílias.

(...) No I centenário do seu nascimento (30/05/1921) (...), em sua memória, e com profundo respeito e admiração pela sua pessoa e sua obra, não esquecendo todas as outras senhoras do MNF, muitas delas mães de jovens mobilizados para as frentes de combate, venho aqui deixar meu testemunho de eterna gratidão pelo apoio dado aos combatentes na sua inegável qualidade de 'portadora de afectos' " (...) (**)

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025

Guiné 61/74 - P26493: Para bom observador, meia palavra basta (7): O que têm em comum estas fotos do obus 10.5 ?... Haja um "professor de artilharia" que explique aos "infantes"...



Guiné > Zona leste > Região de Bafatá > Sector L1 > Xime > CART 2520 (1969/70) > 20º Pel Art / BAC 1 > O obus 10.5... Na imagem, o fur mil at inf Arlindo Roda, da CCAÇ 12 (Bambadinca, 1969/71).

Foto: © Arlindo T. Roda (2010). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]





Guiné > Zona leste > Região de Bafatã _ Setor L1 (Bambadinca) > Mansambo > CART 2339 (1968/69) > O alf mil Torcato Mendonça (1944-2021) junto ao obus 10,5


Foto: (e legenda): © Torcato Mendonça (2007). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Guiné > Zona Oeste > Sector 05 (Teixeira Pinto) > Bachile > CCAÇ 16 > s/d (c. 1972/73) > O Zeca Romão junto a um obus 10,5, do 21º Pel Art

Fotos (e legendas): © José Romão (2025). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Guiné > Região de Quínara > Fulacunda > c. 1969/70 > 22º Pel Art e CCAV 2482 > Espaldão do obus 10.5. Foto do álbum de Domingos Robalo, ex-fur mil art, BAC 1 / GAC 7, Bissau, 1969/71; foi comandante do 22º Pel Art, em Fulacunda (1969/70)-

Foto (e legenda): © Domingos Robalo (2019). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Guiné > Região de Quínara > Gampará > CCAÇ 4142 (1972/74) > O sold cozinheiro Joviano Teixeira junto ao obus 10.5...

Foto: © Joviano Teixeira (2015). Todos os direitos reservadoss. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Guiné > Região de Cacheu > Teixeira Pinto > Bachile > CCAÇ 16 > O 1º cabo António Branco, junto ao obus 10,5 com a mascote da companhia, um menino do "mato", Augusto Martins Caboiana, que todos os camaradas da CCAÇ 16 adoptaram e ajudaram a crescer...

Fotos: © António Branco (2010). Todos os direitos reservadoss. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Guiné > Região de Quínara > Fulacunda > 3ª C/BART 6520/72, 1972/74) > Obus 10, 5 ( em 10/4/1974, 2 º Pel Art que guarnecia este aquartelamento)

Foto: © José Claudino da Silva (2025). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guine]


1. O que têm estas fotos em comum ? São poses da malta junto ao obus 10.5 cm, de fabrico alemão, "restos de coleção", do tempo da II Guerra Mundial... 

Toda a gente gostava de mandar para casa uma foto destas, para tranquilizar a família: "Com este eu estou bem protegido, fiquem descansados, mas continuem a rezar por mim"... 

Para a namorada  e para os amigos também se mandavam umas chapas com este brinquedo...falocrático. 

No mato ou no quartel, a gente sentia-se, pelo menos psicologicamente, mais seguro, ao ouvir elas (as "bojardas", os "supositórios", as "ameixas"...) a passar por cima das nossasa cabeças... e a baterem as posições inimigas... 

Parece que há outras marcas ou modelos de obus 10.5... Por que razão é que no CTIG só se usava, este tipo de obus (dentro do calibibre 10.5)... (Nos últimos anos os Pel Art começaram a a ser equipados com o obus 14, de maior alcance, e o início da guerra, o que se usava era o 8.8).

 Haja um "professor de artilharia" que explique isso aos infantes...

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Nota do editor:

Último poste da série > 21 de novembro de 2024 > Guiné 61/74 - P26175: Para bom observador, meia palavra basta (6): O fortim de Cabedu

Guiné 61/74 - P26492: Álbum fotográfico de João Moreira (ex-Fur Mil Cav da CCAV 2721 - Olossato e Nhacra, 1970/72) (15)

Foto 115 > Outubro de 1970 > Olossato >  Furriéis João Moreira, Carreira, soldado Mourinho (em pé), furriéis Canteiro e Lopes, 2.º sarg. Severo. De costas, o furriel Pereira.
Foto 116 > Outubro de 1970 > Olossato > Furriel João Moreira
Foto 117 > Novembro de 1970 > Olossato > João Moreira
Foto 118 > Novembro de 1970 > Olossato > Bar de Sargentos e Oficiais > João Moreira
Foto 119 > Novembro de 1970 > Olossato > João Moreira. Os miúdos aproximavam-se sempre que viam a máquina fotográfica... mas acabavam por não ter acesso às fotos.
Foto 120 > Novembro de 1970 > Olossato > Messe dos Furriéis > Furriéis Pereira, ?, Carvalho, João Moreira e Ramalho.
Foto 121 > Novembro de 1970 > Olossato > João Moreira
Foto 122 > Novembro de 1970 > Olossato > Messe de Furriéis > Furriéis Moreira e Carreira


(continua)
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Nota do editor

Último post da série de 6 de fevereiro de 2025 > Guiné 61/74 - P26468: Álbum fotográfico de João Moreira (ex-Fur Mil Cav da CCAV 2721 - Olossato e Nhacra, 1970/72) (14)

Guiné 61/74 - P26491: As nossas geografias emocionais (45): Café Bento / 5ª Rep: excertos de postes e comentários - Parte II: Ainda conhecemos o senhor Bento (Victor Tavares / Lucinda Aranha)



Guiné > Bissau > Outubro de 1973 > A então avenida da República: ao fundo o Palácio do Governador, em primeiro plano, do lado esquerdo, a Casa Gouveia e à direita, a esplanada do Café Bento, sob o arvoredo, com carros estaci0nados à frente; a seguir, a sede da administração civil e depois a catedral católica. Continuamos a não ter uma boa foto da esplanada do do Café Bento / 5ª Rep... Bolas, ninguém se pôs de costas para a Casa Gouveia para poder tirar uma foto do raio da esplanada em frente!...

 Foto (e legenda):  © António Graça de Abreu (2011). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



1. Seleção de comentários inseridos nas postagens de:

  •  5 fev 2025 14:52
  • 7 fev 2015, 11:04
  •  10 fev 2025 o8:28
  • 10 fev 2025  14:49

da página do Facebook da Tabanca Grande:

 
(i) António Pimentel:

Foi aqui 
[no Café Bento] que conheci o Marco Paulo (1º cabo Simão) apresentado pelo meu inesquecível amigo alf mil Castanheira.

(ii) Victor Tavares:

Pois,  camarada e amigo Luís, eu fui apenas 2 vezes ao café Bento, eu parava pouco em Bissau/Bissalanca mas conheci o sr. Bento dessas vezes.

Vim a revê-lo passados quase 50 anos, estava ele internado no Hospital da Universidade de Coimbra num quarto, onde eu fui parar depois de uma das 29 cirurgias que não dá para recordar a data mas talvez lá por volta de 201 mais ano menos ano...

Quem o visitava diariamente era uma empregada e mais raramente uma senhora que me disseram ser sua filha.

Sei que quando vim embora, ele ainda lá ficou, mas ele não estava muito bem, não, não mais soube nada dele, e ele não estava em condições de conversar, eu comunicava através da empregada e esta não estava muito á vontade nas comunicação .

(iii) José Viegas:

Uma história engraçada no Café Bento: a malta por norma ia lá engraxar os sapatos ou as botas aos vários engraxadores que lá havia. Em 1967 no Vietnam armadilharam caixas de graxa e, quando lá iam para engraxar, eles os engraxadores desviam-se e as caixas explodiam matando a tropa... E a malta com medo que lhes acontecesse o mesmo ninguém engraxava.

(iv) Amilcar Mendes:

Puseram, sim, um engenho explosivo, em fevereiro de 74, no Café Ronda. Estava lá. Morreu um 1º Cabo da 38ª CCmds e outro sold ficou ferido. Paravamos pouco (os Comandos) na 5a. REP , lá paravam os heróis do arame farpado (nem todos eram , claro).

Abaixo da 5ª Rep ( mais conhecida pela casa dos mentirosos...) existia vida. Pelicano, Zé da Amura, a casa da Ostras, onde se reunia muito militar

 (v) Lucinda Aranha:

Victor Tavares, eu não conheci o Café Bento,mas conheci o sr. Bento, já muito doente. Tinha partido a anca, ficou preso à cama,uma empregada muito simpática tomava conta dele e fez- me a visita guiada à vida dele pelas fotografias que enchiam os móveis da casa, em Coimbra. 

A filha apareceu, médica , e desconfio para me tirar as medidas não fosse alguma vigarista. Fui de propósto a casa dele para o entrevistar para o meu livro "O Homem do Coimbra". Estava muito lúcido, só me pedia para não me ir embora e chamar o meu marido para ficarmos à conversa.

(vi) Tabanca Grande:

Será que o velho Bento ainda é vivo ? O Vitor Tavares chegou a estar com ele no hospital, em Coimbra. E a filha do "Manel Djoquim", o homem do cinema ambulante do nosso tempo, também falou com ele, quando andava a escrever a biografia (ficcionada) do pai (Lucinda Aranha, "O homem do cinema: a la Manel Djoquim i na bim", Alcochete, Alfarroba, 2018, 165 pp.)

(vii) Lucinda Aranha

Tabanca Grande Luís Graça,  a mim a senhora que tomava conta dele disse- me que ele se deixou morrer, não queria comer porque estava acamado por ter partido a anca. Quando o entrevistei ele jâ não se levantava mas estava lúcido de cabeça.

(viii) A. Marques Lopes (1944-2024):

(...) De manhã, o Almeida Campos, um alferes que andava por lá, convidou-o para ir com ele ao Bento. Era onde se sabia de tudo, porque por lá passavam quase todos os que vinham ou ainda estavam no mato e contavam coisas, tudo, operações, ataques, mortos. Era o sítio das informações, por isso lhe chamavam a 5ª REP, que era a Repartição de Informações do QG. Todos ficavam a saber coisas, todos e também os miúdos e miúdas que entre eles andavam a vender camarão, caju e mancarra ou a engraxar as botas dos mais aprumados. Muita coisa o PAIGC devia saber também através deles.
Comeram uns camarões e beberam umas canecas. O Almeida Campos tinha sido apontador de obus lá para o sul e estava também à espera de embarque para ir embora.
– É pá, e se a gente fosse dar uma volta? (...)


(ix) Tabanca Grande:

É pena, camaradas, não haver mais pequenas "estórias" do Café Bento... Que a História, com H grande, essa não passou por lá... Pormenor interessante: devia haver  poucas senhoras, esposas dos nossos militares, que se "atravessem", nesse tempo, a sentar-se numa esplanada como esta... Ou havia ?


(x) César Dias:

Não estive muitas vezes na 5ª Rep, mas um dia assisti a um comerciante a querer comprar camarão a uma bajuda, mas queria pagar uma ninharia, fiquei tão impressionado com aquilo que comprei todo o camarão do balaio, ela até me deu o balaio. Com 300 pesos foi uma festa na messe de sargentos em Mansoa.

(xi) José Colaço:

Porque não há mais "estórias" do café Bento ?... Porque este era frequentado em grande parte por sargentos xicos e oficiais do quadro e se aparecesse por lá o Zé soldado aproveitavam logo para os chamar à atenção por qualquer coisa que não estava bem e ameaçar com uma "porrada". Eu próprio só me sentava na esplanada do café Bento quando tinha autorização para me fardar à civil.

(xii) Luis Filipe Nascimento

Fui abordado pela PM na 5ª REP por estar na esplanada com fardamento novo a brilhar depois de vir do mato, julgaram me pEriquito, mostrei lhe a insígnia da medalha e seguiram em marcha lenta.

(xiii) José Viegas

Outro sitio também era a D. Berta onde se comia a famosa bola de gelado com whisky.

(xiv)  Ernesto Pacheco Duarte

O café Bento ! 5ª. Repartição ! Pelo ano de 1966, andei por lá !

Tive o privilégio de vir... De vir inteiro ! E algumas pequenas coisas !

Naquele mundo tudo era pequeno... Ou muito grande ! Vim algumas vezes a Bissau !
E estive lá mesmo uns dias, tirando um curso de encarregado do correio da unidade !

Mas o café Bento para mim... Recordo dele a malta conhecida que lá consegui encontrar !
Para quem estava uns dias... Nesses dias aparecia sempre um fulano conhecido !

Havia muitos marinheiros da minha terra... Recordo como dias bons ! Depois voltei muitas vezes às compras... (...)

 (xv) Casimiro Fernandes:

No Café Bento bebi umas "cervejolas" mas também ouvi contar o muito que os nossos "camaradas" sofreram nos mais diversos setores. No passado dia 6 de fevereiro, recordei com muita saudade a famigerada travessia do rio Corubal, onde, por acidente, morreram cerca de 50 homens, 27 dos quais pertenciam a uma companhia do meu Batalhão. São estes e outros episódios semelhantes que devem fazer parte da História que a maioria dos "politiqueiros" de agora não conhecem (ou não querem conhecer) e muito menos gratificar.

(xvi) Liberal Farias Correia

Frequentei o café Bento em 1964 (tinha ficado com a ideia que era restaurante). Antes de irmos participar numa operação. Eu e o Rodrigues furriel de transmissões. Comiamos um bife com vinho dão

Abraço do Liberal Correia, furriel CART 67. Bissau em intervenção de maio a setembro 1964 depois Bajocunda Pirada Paunca, Maio 1964 a Abril 1966.


(xvii) Raul Castanha;


E verdade, o Bento era como uma central de informações onde tudo se sabia e tudo se comentava. Por lá passaram figuras incríveis como era o caso do pequeno Biafra, uma criança adorável na sua inocência e na deformidade que tinha, uma enorme escoliose, e que oferecia a mancarra numa malga de esmalte e se dispunha a encaixar os sapatos.

O que terá sido dele passados mais de 50 anos?

Também um outro, de caixa de encaixar mais velho e de olhos muito escuros e com uma pulseira de prata de bafatá, que diziam ser informador do PAIGC.

(xviii) Jorge Pedro:

Para além de ser um local em que possivelmente circulavam informações um pouco pela calada, quase silenciosamente, o Café Bento era onde os conterrâneos se encontravam. Sempre que passava pelo Bento, encontrava um conterrâneo. Ali púnhamos a “ escrita em dia” (...)

(xix) Amílcar Mendes:

75% do que o PAIGC apanhava no Bento, 5ª Rep, era contra- informação, as conversas que se ouviam na gritaria era treta...

(xx) Jose Carvalho


Creio que no QG/CCFAG (A,mura)  só existiam 4 Repartições. Dai terem dado o nome de 5ª Rep  ao Café Bento

(xxi) Tabanca Grande: 

Sim, há aqui um "lapso" do autor (da "Canbra Cega", o A. Marques Lopes)... Não havia a 5ª Rep, no QG/CCFAG, (Amura), a Rep das Informações... O QG/CTIG era em Santa Luzia...

(xxii) António Pimentel:

Deixou saudades, o Marques Lopes. Lembro-me de ele ter contado essa história.

(xxiii) Augusto Catroga;


Assisti ao rebentamento de um pneu na avenida, quando estava a beber um gin tónico no Bento. Numa mesa perto estava um paraquedista que,  segundos mais tarde,  estava debaixo dum camião estacionado perto. Tremia como varas verdes.

(xxiv) Acácio Correia:

Também tive conhecimento por essas bandas do buraco que me estava destinado (o Xime). Só uma correcção, a repartição de informações do QG era a 2ª  repartição ( 2 e 3 informações e operações).
 

Vd. postes anteriores;


5 de fevereiro de 2025 > Guiné 61/74 - P26461: As nossas geografias emocionais (40): A Casa Gouveia e o Café Bento num conhecido postal da época, da coleção do Agostinho Gaspar (ex-1.º Cabo Mec Auto Rodas, 3.ª CCAÇ/BCAÇ 4612/72, Mansoa, 1972/74)

 4 de fevereiro de 2025 > Guiné 61/74 - P26459: Bom dia desde Bissau (Patrício Ribeiro) (53): O antigo Café Bento já não é do meu tempo, e foi vítima do "bota-abaixo"...Foi remodelado e até 2023 estave lá instalada a delegação da RTP África

3 de fevereiro de 2025 > Guiné 61/74 - P26454: Bom dia desde Bissau (Patrício Ribeiro) (52): A antiga Cervejaria Solmar, na Av Domingos Ramos, perto do mercado novo e da Segurança Social

Guiné 61/74 - P26490: As nossas geografias emocionais (44): A antiga piscina do QG/CTIG, Bissau, Santa Luzia... Mais de meio século separam estas fotos (Patrício Ribeiro / Mário Beja Santos / António J. P. Magalhães / António Graça de Abreu / Tony Teixeira / Jaime Machado )



Foto nº 1 > Guiné-Bissau > Bissau > Santa Luzia > Hotel Azalai > 2/2/2025, 14:15 


Foto (e legenda): © Patrício Ribeiro (2025). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]




Foto nº 2 > Guiné-Bissau > Bissau > 2010 > Hotel Azalai > "Foi piscina dos oficiais, dos hóspedes do Hotel 24 de Setembro, aparece agora retocada para a inauguração do Hotel Azalai. Tem beleza e quem organizou este espaço foi feliz com o traçado do meio envolvente."  Foto do ãlbum de  Mário Beja Santos, que regressou à Guiné-Bissau em 2010.

Foto (e legenda): © Mário Beja Santos (2010). Todos os direitos reservados. [Edição e
legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Foto nº 3 > Guiné-Bissau > Bissau > 1993 > Postal ilustrado > Piscina do Hotel 24 de Setembro: Antigas instalações da Messe de Oficiais do Quartel General do CITG / Exército Português


Um dos cinco "postais ilustrados", da Guiné-Bissau, enviados pelo ex-furriel mil Magalhães durante a sua estada naquele país em 1993; o fur mil António J. P. Magalhães, infelizmente já falecido, pertencia ao 1º Gr Comb da CART 1525, Os Falcões (Bissorã, 1966/67),  comandado pelo alf mil Rui César S. Chouriço, e terá sido dos nossos primeiros camaradas a fazer uma "viagem de saudade" à Guiné-Bissau, depois do fim da guerra. Cortesiia da página da CART 1525, criada e animada pelo Rogério Freire, nosso grão-tabanqueiro, um dos dos nossos 111 históricicos,

Foto (e legenda): © António J. P. Magalhães   (1993). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]




Foto nº 4 > Guiné > Bissau > QG/CTIG > Outubro de 1973 > O António Graça de Abreu, no regresso de férias na Metrópole, na piscina do Clube de Oficiais, Santa Luzia, enquanto aguardava transporte para o CAOP1,em Cufar

 
Foto (e legenda):  © António Graça de Abreu (2011). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]




Foto nº 5 > Guiné > Bissau > c. 1971/73 > Quartel General em Sta. Luzia > Piscina da Messe de Oficiais, a que tinham acesso os oficiais do QP e milicianos, e seus familiares.

Foto do álbum do nosso saudoso António [Henriques Campos] Teixeira, o "Tony" (1948-2013), ex-alf mil da CCAÇ 3459 / BCAÇ 3863, Teixeira Pinto, e CCAÇ 6, Bedanda, 1971/73).
 
Foto (e legenda): © Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2016). Todos os direitos reservados.



Foto nº 6


Foto nº 7

Guiné > Bissau > c, fevereiro / abril de 1970 > Bissau > Santa Luzia > QG/CTIG > Piscina... Fotos do álbum do  Jaime Machado, ex-alf mil cav, cmdt do Pel Rec Daimler 2046 (Bambadinca, maio de 1968 / fevereiro de 1970, ao tempo dos BART 1904 e BCAÇ 2852).


Fotos (e legenda): © Jaime Machado (2023). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]




 1.Depois da independência da Guiné-Bissau, as instalações hoteleiras (messe e quartos de oficiais) do QG/CTIG foram transformadas em hotel, o Hotel 24 de Setembro; mais tarde  Hotel Azalai 24 de Setembro, 4 estrelas, sito na Av Pansau na Isna, Santa Luzia, 285 Bissau, Guiné-Bissau.

Passei por lá no 1º trimestre de 2008, fiquei num do s bangalós.   Já estava tudo um bocado degradado. Hoje é o Hotel Dunia Bissau, pertencente ao Grupo Azalai Hoteis, espalhado por África.

Quando passou por rlá, no final de outubro de 1973, longe de imaginar que a guerra iria acabar dali a seis meses, escreveu o nosso camarada António Graça de Abreu, no seu "Diário da Guiné": 

(...) Bissau, 26 de outubro de 1973. O regresso normal a Bissau, a viagem igualzinha às outras duas. E, tal como da última vez, tive de utilizar os serviços de barbearia do Clube de Oficiais para cortar o cabelo e me apresentar no Quartel-General com o digno aspecto de um oficial do exército.

São dez da manhã, escrevo à sombrinha junto da piscina do Clube de Oficiais que acabou de ser lavada e ainda está a encher. Durante a noite, mergulharam de cabeça para a piscina uns cinquenta sapos, anafados e feios, tiveram de os tirar lá e de lavar e desinfectar a piscina. Só quando estiver de novo cheia autorizam o mergulho de cabeça, ou de pés, a oficiais do exército.

De Lisboa, trouxe um pequeno gravador de cassetes que me faz boa companhia. O José Mário Branco canta, só para mim, o “Casa comigo, Marta”.

Vou permanecer em Bissau mais uns dias, aqui vive-se melhor do que em Cufar. Hoje voaram Nordatlas e hélis lá para baixo, mas eu fiz de conta que não sabia. Em vez de ser eu a tratar de obter transporte, espero que sejam os tipos das repartições a marcar-me a viagem. Fico mais folgado nesta cidade pacífica, fico sobretudo mais seguro.

Por aqui é vida de Clube de Oficiais, piscina (sem sapos!), almoçar, jantar, dormir, ouvir as histórias da guerra, as aldrabices, os boatos. E comprovar como está baixa a moral de toda a tropa. (...)

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Nota do editor:

Guiné 61/74 - P26489: Parabéns a você (2350): Miguel Rocha, ex-Alf Mil Inf da CCAÇ 2367/BCAÇ 2845 (Olossato, Teixeira Pinto e Cacheu, 1968/70)

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Nota do editor

Último post da série de 10 de fevereiro de 2025 > Guiné 61/74 - P26478: Parabéns a você (2349):José Brás, ex-Fur Mil TRMS da CCAÇ 1622 (Aldeia Formosa e Mejo, 1966/68)

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025

Guiné 61/74 - P26488: Historiografia da presença portuguesa em África (465): A Província da Guiné Portuguesa - Boletim Official do Governo da Província da Guiné Portuguesa, 1895 (22) (Mário Beja Santos)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá, Finete e Bambadinca, 1968/70), com data de 8 de Outubro de 2024:

Queridos amigos,
Quando der por concluído a leitura destes Boletins até ao final do século regressarei à leitura da importante obra de Armando Tavares da Silva intitulada A Presença Portuguesa na Guiné, História Política e Militar, 1878-1926, Caminhos Romanos, 2016, iremos acompanhar o que de facto se passou neste período em que os Boletins Officiais parecem condenados a um discreto silêncio das profundas tensões interétnicas, só ali e acolá é que se fala em autos de submissão e vassalagem, meros proformas em que os grupos étnicos procuravam um compasso de espera para voltar à rebelião. Por isso, aqui se recupera um documento de 1894, os régulos da Península de Bissau a pedirem para serem perdoados e o Governador a apresentar uma lista gordinha de obrigações de cumprimento a breve trecho. E de novo se aproveita um relatório do chefe da Junta de Saúde César Gomes Barbosa, ele é exigente e não tem pejo em dizer as verdades, sabe perfeitamente que nem sempre é atendido, aliás vive-se um período na Guiné que é muito incómodo em Lisboa, o dinheiro escasseia e nas prioridades estão as expedições militares, sobretudo em Moçambique.

Um abraço do
Mário


A Província da Guiné Portuguesa
Boletim Official do Governo da Província da Guiné Portuguesa, 1895 (22)


Mário Beja Santos

Que o leitor não se surpreenda, não pretendo ficcionar que os eventos que merecem ser destacados são praticamente inexistentes entre 1894 e 1895. Recorda o leitor aquele ato de submissão prestado pelos Grumetes e Papéis de Intim, Bandim, Antula e Safim, vieram ao Palácio do Governo em Bissau assinar o ato de submissão, trouxeram os homens grandes das suas tribos, declarando a sua resolução que o Governo de Sua Majestade lançasse no esquecimento as ofensas que havia recebido porque quanto a eles iam procurar por meio de boas ações de conquistar a confiança do Governo. Bem interessante é a resposta do governador, estava pronto em nome de Sua Majestade em conceder-lhes o perdão, mas para isso era necessário que todos eles se sujeitassem às condições que lhes ia impor. E elenca um rol de condições, como se sintetiza: entregar dentro de 30 dias todos os soldados desertores que estiverem na ilha de Bissau, sob pena de trazerem em sua substituição seis vacas por cada um que faltar ou que não indiquem o local onde possam ser encontrados; trazerem para a praça todas as armas aperfeiçoadas que tiverem em seu poder; não procurar intervir, sobre pretexto algum nos terrenos compreendidos na área de um polígono de perímetro afastado 350 m da praça de Bissau; conservar livres os caminhos através da ilha, garantindo a vida dos que por eles transitarem, protegendo e facilitando as relações comerciais; prestar serviços de trabalhos na praça, para que os chefes ou régulos das tribos perdoadas distribuirão o pessoal das povoações, cada um deles tem direito à ração durante os dias que trabalharem; para tornarem a habitar Bandim, Intim e terrenos próximos, cujas povoações foram destruídas pelas novas forças e para se não continuar o bombardeamento de Antula, obrigam-se a satisfazer anualmente como tributação de submissão o imposto de cabeça de 160 réis por cada indivíduos, pago em quatro prestações trimestrais de 40 réis; nomear-se-á para cada uma das três tribos um homem que informará o Governo do que entre eles se passa, sendo-lhe garantida a vida e bom acolhimento na povoação que tiver de visitar, etc. etc. (matéria constante do Boletim Official n.º 32, datado de 11 de agosto de 1894).

Já aqui se falou dos pertinentes relatórios elaborados pelo chefe do serviço de saúde, César Gomes Barbosa. No Boletim Official n.º 34, de 24 de agosto de 1895, temos agora o relatório do serviço de saúde referente a 1893. Logo Gomes Barbosa assinala a falta de pessoal médico. Como não apareciam facultativos de 1.ª classe, tinham sido convidados facultativos de 2.ª classe das escolas do reino em serviço no Ultramar, garantindo-se-lhes que seriam promovidos a 1.ª classe. Apareceram facultativos do quadro de saúde de Cabo Verde. Estes facultativos vão ter sérios problemas de acolhimentos, a par de vir a encontrar o clima insalubre, na Guiné havia uma completa falta de casas com condições higiénicas para eles. Explica a falta de facultativos porque os médicos que servem na Guiné não têm uma recompensa pelos serviços a que se expõem.

Em janeiro de 1893, a enfermaria de Bissau sofreu um grande incêndio, o médico pediu providências ao Governador, veio de canhoneira até Bissau para escolher um edifício particular com boas condições, na ocasião de vir até Bissau trouxeram oito camas e roupas para se suprir tudo o que havia sido queimado. Lá se encontrou uma casa destinada a servir para o hospital. E explica a organização que imprimiram ao espaço; chegaram quatro irmãs hospitaleiras em fevereiro desse ano, distinguia-se a superiora Maria Patrocínio de São José, profundamente bondosa. Refere os serviços prestados pelas profissionais de saúde, dá conta das roupas, utensílios e camas.

Alude à topologia das doenças, o paludismo, as úlceras, as doenças de pele, o sarampo, a varíola, etc. Temos agora o quadro da higiene, volta a enfatizar a necessidade de se aperfeiçoar a limpeza das ruas e controlar a acumulação de imundícies, as fontes continuavam a não ser policiadas, a polícia municipal era pouco exigente, isso podia-se ver, por exemplo, no estado do cemitério. E informava a quem de direito que continuava tudo no mesmo estado, nenhuma obra era digna de referência, à semelhança de relatórios anteriores. Volta a enfatizar o grave problema da vacinação. Esta é a sumula dos acontecimentos que ele nos deixa, embora seja muito detalhado a falar a medicina legal, ramo que continuava a ser muito defeituoso no Ultramar, pela falta de um local apropriado para exames cadavéricos e autópsias. Não esqueceu a sanidade marítima, orgulha-se de se ter conseguido alcançar a montagem do lazareto, funcionava o serviço de desinfeção.

Haverá relatórios posteriores, são peças de grande significado como registo do quadro de saúde pública da Guiné no fim do século XIX. Ele está nitidamente obcecado pela vacinação, dá sugestões, embora descrente que venham ser postas em prática:
“Entendo que não deve ser permitido ao gentio vir habitar as localidades ocupadas pelas nossas autoridades sem ser vacinado. Para isso, a Junta de Saúde fará regulamento especial em que se estabelecerá a vacinação para os que de novo entrem depois de se conseguir a vacinação geral dos que já residem ao tempo nos povoados. Procedimento igual é usado em S. Tomé, com os serviçais e numa das colónias francesas com os colonos que para elas são mandados. Ora o gentio que abandona temporária ou definitivamente a sua morança para vir habitar nas nossas povoações pode nesta ser considerado como as levas de colonos de S. Tomé (serviçais) e exigisse-lhes como condições sine qua non o serem vacinados. É um alvitre merecer a aprovação que parece que dará bons resultados, evitando os frequentes casos isolados de varíola que se dão entre os indígenas que recolhem as nossas praças, ameaçando assim a saúde pública, alarmando os habitantes e por várias vezes como em 1887, criando graves transtornos ao comércio e à navegação.”

Estes relatórios dos serviços de saúde ir-se-ão repetindo, mais tarde o Governador irá louvá-lo pelo seu lavor em escrita tão documentada. E vamos agora mudar de ano.


Agência em Bolama do BNU, depois Hotel do Turismo, agora uma ruína completa
Monumento em Bolama, imagem retirada de RTP Arquivos, setembro de 1961

(continua)
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Nota do editor

Último post da série de 5 de fevereiro de 2025 > Guiné 61/74 - P26462: Historiografia da presença portuguesa em África (464): A Província da Guiné Portuguesa - Boletim Official do Governo da Província da Guiné Portuguesa, de janeiro a agosto de 1894 (21) (Mário Beja Santos)

Guiné 61/74 - P26487: Notas de leitura (1771A): "Um preto muito português", da luso-angolana e antiga "rapper" Telma Tvon (Lisboa, Quetzal, 2024)... Parte I - Afinal, quem somos nós, "pretugueses" ? (Luís Graça)



Telma Tvon (aliás, Telma Marlise Escórcio da Silva
(cortesia da Quetzal Editores)


(i)  nasceu em Luanda em 1980 (portanto, em plena guerra civil angolana, que vai de 1975 a 2002);

(ii) imigrou para Lisboa, em 1993 (com a irmã, sendo acolhida pela avó); 

(iii) frequentou o ensino secundário ao mesmo que tempo se integrava, desde os 16 anos,  na cultura rap, do soul e do hip hop;

(iii) pertenceu aos grupos Backwordz, Hardcore Click e Lweji, sendo os três grupos compostos por MC  femininas;

(iv) mais recentemente colaborou com o brasileiro  Luca Argel no projeto Samba de Guerrilha;

(v) licenciou-se em Estudos Africanos pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa;

(v)  fez  mestrado em Serviço Social pelo ISCTE-IUL.


Capa do livro de Telma  Tvon, "Um Preto Muito Português". 
Lisboa: Quetzal, 2024, 184 pp. (Série "Lígua Comum") (c. 15 €)



Sinopse > Um Preto Muito Português

João, aliás, Bidjura, como é conhecido, é filho de cabo-verdianos que vivem há muito em Portugal e neto de cabo-verdianos que nunca conheceram Portugal. Também é bisneto de holandeses que mal conheceram Portugal e de africanos que muito ouviram falar de Portugal. Vive em Lisboa, mas não é considerado alfacinha. Terminou a licenciatura na faculdade e vai trabalhar num call center, com outros negros e brancos, pobres e ricos. 

Budjurra faz parte de uma minoria que, lentamente, vai sendo cada vez menos minoria. É um preto português, muito português, que, ao longo do livro e das aventuras que relata, levanta questões relativamente a temas como racismo, discriminação, estereótipos, igualdade e humanidade, mas também música, rap, identidade - numa Lisboa morena e colorida que é necessário conhecer: 

«Posso dizer, sem qualquer orgulho, que sou um homem estranho. Tão estranho como a minha alma. […] E assim como os anos e meses  que4 passam em redor, continuo apenas mais um preto muito português.» 

Com a sua rara humanidade, Budjurra mostra-nos como se vive por dentro da invisibilidade da comunidade africana, como se lida com as narrativas falsas que a envolvem, como se sobrevive aos preconceitos e ao esquecimento. (Fonte: contracapa)


1.  Não sei se vamos ter um nova grande escritora da língua portuguesa. Esta é a sua primeira incursão no romance.  Nem sei se é um romance. É uma espécie de "diário de bordo" de um "pretuguês" que na sua viagem pelo seu quotidiano  da Grande Lisboa se interroga sobre a sua identidade, a sua relação com os outros, a começar pela sua família, os amigos, os colegas de trabalho, as mulheres e os homens com quem se cruza na vida, e que tem de lidar com o rascismo, o preconceito, a ignorância, a estupidez, o estereótipo, a discriminação, na escola, na rua, na esquadra de polícia, na agência de emprego,  no local de trabalho, na cama, na comunicação social, na política...

Longe de ser panfletário, é um livro que dá voz a muitos portugueses que tem raízes em África. Uma minoria até agora silenciosa, para além de alguns cantores e "rappers" de sucesso como o Gutto (nascido em Luanda em 1972,  "retornado" em Portugal, com  2 anos)... 

O mérito do livro, para já,  é o de dar voz a uma juventude que nem sempre está bem na sua pele, com a sua pele, e no país  onde nasceu, de pais em geral "imigrantes".

(...) " Telma Tvon trouxe a voz da juventude negra portuguesa para o romance. Amante de literatura, não encontrava obra que reflectisse a sua realidade. E assim nasceu Um Preto Muito Português, retratos da juventude negra dos subúrbios de Lisboa e de quem passa a vida a ser questionado: “De onde és?” (...) (Joana Gorjão Henriques, Público. 5 de Junho de 2018, 9:50

O protoganista não é sequer  a autora, bem podia ser uma espécie de "alter ego".  Mas teve "pudor" em escrever a sua própria história. Não, ela escreveu um livro na primeira pessoa, em discurso direto, dando voz a um homem, ao João, aliás, Badjurra, português nascido em Lisboa, filho de pais cabo-verdianos que emigraram em tempos "à procura de uma vida melhor": ele, de Santiago, ela de Santo Antão... 

E que até nem vivem na... Cova da Moura, ou naqueles "bairros problemáticos", ou nos chamados "bairros sociais"...Ele, João Moreira Tavares, o irmão Carlos e a irmã Sandra, nasceram ainda no "gueto", mas já não vivem no "gueto", desde cedo foram "viver nos prédios" (sic) com uma tia da mãe, já melhor integrada socialmente... 

Na cabeça de quem "imigra", também há a imagem do famoso "ascensor social" que leva os pobres das "subcaves" até pelo menos ao "1º andar", onde já se pode respirar fundo e ver a luz do sol...

No livro não dá perceber onde e quando, exatamente onde e quando, mas é na periferia de Lisboa, na "linha de Sintra", na primeira década do século XXI... 

Apesar de até nem ser muito "escuro", o  João, aliás Budjurra,  é preto mas "muito português"... E até licenciado, com estudos superiores:  licencidado em gestão ambiental, a trabalhar num "call-centre", e num segundo emprego, como muitos outros jovens...

2. Conhecia-a, à Telma Tvon,  na Lourinhã, nos "Livros a Oeste", em 15/5/2024. E fiquei encantado com a sua simplicidade, graça, espontaneidade, frontalidade,  inteligência emocional, capacidade de comunicação... 

Afinal, ela nasceu e viveu em Angola, até aos 13 anos  e tem a desenvoltura e a desinição dos/das MC ou "rappers", e sobretudo da malta nada e criada em Luanda.  De resto, a dedicatória que consta do seu livro, diz muito: "Para os meus de sangue e coração. Para os meus de rua e coração". 

Mas vamos  continuar a falar deste seu primeiro livro, onde ela resto usa (e abusa...) do "calão" de uum "!underground" sociocultural,  falado por estes jovens "pretogueses" (e não só). misturano o linguajar do crioulo, de Luanda, etc.: contei até agora umas boas 6 dezenas de vocábulos e expressões idiomáticas, tais como:
  • achismos
  • bad boy,
  • baggy,
  • banda
  • bater mal, 
  • bazar,
  • bazeza,
  • beber uma jola,
  • beca
  • birra,
  • brownskin,
  • boelo, 
  • bué, 
  • canucas, 
  • caretices,
  • castanhas,
  • cool,
  • curtir
  • desconseguir, 
  • desligar a ficha,  
  • estigar,
  • fake,
  • fashion,
  • funny.
  • ganda filme, 
  • katembe,
  • atons,
  • madie, 
  • mangueirinha,
  • mega fã,
  • metal, 
  • metaleiro, 
  • mo dread,
  • nha kamba, 
  • nudeza preta,
  • perar
  • playa,  
  • pretugueses,
  • profes,
  • pula,
  • ista,
  • wannabe, 
  • xaxar, etc.

Mekié, mana ?... Romance, diz o editor. Diário, dário de bordo de um "pretuguês", acrescento eu.  Para já citemos algumas das 49 entradas ou pequenos capítulos do livro que lá li e reli (entre parènteses, o níumero da página):

  • (...) Quem sou eu (9) | 
  • O Budjurra até é bacano (16) | 
  • Nem és muito escuro (18) | 
  • Tu agora chamas-te Arrastão, Budjurra (29) | 
  • No call-center, licenciado (42) | 
  • Querias tu ser cabo-verdiano, Budjurra (50) | 
  • Desmistificar o Black Power (56) | 
  • O teu amigo morreu, Budjurra (81) | 
  • Achas que sabes dançar, Budjurra ? (89) |  
  • Senhor sénior Budjurra (103) | 
  • O teu Escuro tem tanta Luz, Budjurra (127) | 
  • As tuas pequenas coisas, Mwafrika (135) | 
  • Tu não tens humor negro, Budjurra (142) | 
  • Os suspeitos do costume (145) | 
  • Voltar para onde nunca estiveste, Budjurra (160) | 
  • "Ser negro" - Gutto (172) | 
  • De Cabral a Budjurra (175). (...)

(Continua)

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Nota do editor:

Último poste da série > 10 de fevereiro de 2025 > Guiné 61/74 - P26481: Notas de leitura (1771): A colonização portuguesa, um balanço de historiadores em livro editado em finais de 1975 (5) (Mário Beja Santos)