1. Mensagem do nosso Camarada António Rosinha, com data de 2 de Dezembro p.p.:
Era melhor outros fazerem a guerra por nós?
Ouvi, na SIC, novamente uma solução pacífica e fácil para uma descolonização sem fazermos guerra.
Não prescindo de ouvir a opinião de ninguém, no que toca à guerra que nos calhou.
Não prescindo de ouvir a opinião de ninguém, no que toca à guerra que nos calhou.
E a opinião que com mais frequência se ouve, era a solução americana que foi oferecida ao Salazar pelo Kennedy. E hoje, dia 21 de Novembro, ouvi novamente na SIC, essa ideia como a melhor maneira de Salazar não precisar de mandar a juventude impreparada, fazer a guerra.
Essa solução era e é defendida pela maioria daqueles que foram para a Europa, não os que foram para o «bidonville» assentar tijolo, mas os que foram com mesada dos paizinhos ou com alguns estudos, foram para as universidades europeias, quando chegavam à idade militar.
Regressaram com essa ideia encasquetada, aquando o 25 de Abril.
Essa solução era e é defendida pela maioria daqueles que foram para a Europa, não os que foram para o «bidonville» assentar tijolo, mas os que foram com mesada dos paizinhos ou com alguns estudos, foram para as universidades europeias, quando chegavam à idade militar.
Regressaram com essa ideia encasquetada, aquando o 25 de Abril.
Foi hoje na SIC que o escritor João do Céu Silva, na apresentação de um livro seu, disse que Salazar podia ter seguido o que Kennedy dizia, e de quem todos gostávamos tanto.
Claro que nós (ele) gostava muito, foi pena que quem lhe deu o tiro em 1963 não era da mesma opinião.
Claro que nós (ele) gostava muito, foi pena que quem lhe deu o tiro em 1963 não era da mesma opinião.
Parece que o seu vizinho Fidel, também não simpatizava muito.
E aquele soviético que queria instalar os mísseis em Cuba também não alinhava com ele.
Mas que o jovem presidente era simpático lá isso era, mas não deixava de ser americano como aqueles americanos que fizeram duas Coreias, que fizeram dois Vietnames, mais tarde apoiaram a ocupação de Timor pela Indonésia, sem falar que foi no reinado e nas barbas de Kennedy que se construiu o Muro de Berlim, que no reinado de Kennedy não souberam os americanos o que fazer com Cuba.
Quando Kennedy foi assassinado, todos se lembraram que apoiou a UPA, em Angola, com fins bem definidos.
E quem conhecia as circunstâncias internacionais e africanas, estava no mínimo preparada uma Angola do Norte e outra Angola do Sul como as Coreias e os Vietnames, se os americanos liderassem os destinos de Angola... Jamais os Angolanos aceitavam a figura que chefiava a UPA.
Nessa altura já tinha sido liquidado Lumumba e o secretário-geral da ONU, derrubado de avião quando se ia avistar com Tchombé. Tudo com a extrema sensibilidade "política" de Kennedy.
Salazar não deixou os americanos fazerem a guerra por nós, só após a morte de Salazar é que os americanos ao lado de Sul-africanos se digladiaram em Angola contra Cubanos e soviéticos.
Enfim, penso que nessa altura, com muito sacrifício nosso, garantimos a futura integridade de quase todas as fronteiras coloniais, o que jamais era garantido se tivéssemos tido o critério de outras potências coloniais que optaram por entregar independências a tiranos protegidos por "legiões" e "mercenários internacionais".
Disso nunca ninguém nos poderá acusar, proteger tiranos, embora após o 25 de Abril alguns militares da nossa revolução e alguns civis, tenham tomado partido naquela guerra fratricida angolana.
Faz anos dia 22 de Novembro que em Dallas assassinaram o "desejado" de alguns portugueses. Embora haja dúvidas quanto ao assassinato de Kennedy… Salazar nunca foi suspeito.
Eu também não acreditava em Salazar, quando com aquela voz fininha, a tremer, dizia "as nossas colónias são muito invejadas".
Se fosse hoje, não lhe chamava os nomes que lhe chamávamos. A única mentira que o ditador dizia, era o Portugal de "Minho a Timor".
Afinal era só até ao Funchal.
Os meus cumprimentos
Antº Rosinha
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Notas de MR:
Retrato oficial de John F. Kennedy, pintado a óleo por Aaron Shikler (1970). Imagem do domínio público. Fonte: Wikipedia.
Foto de Salazar, em 1940. Autor desconhecido. Imagem do domínio público. Fonte: Wikipedia.
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