Foto nº 1 > Guiné > Região de Tombali > Catió > BCAÇ 2930 (Catió, 1970-72) > O então maj inf Mário Arada Pinheiro, 2º cmdt do BCAÇ 2930, com a "raínha de Catió" e algumas das suas filhas... Em chão nalu, ela era fula. As miúdas mais pequenas estão "meio escondidas", envergonhadas ou intimidadas (como era normal, na presença dos "tugas")...
Foto nº 1A > Guiné > Região de Tombali > Catió > BCAÇ 2930 (Catió, 1970-72) > O então maj inf Mário Arada Pinheiro, 2º cmdt do BCAÇ 2930, com a "raínha de Catió" e duas das suas netas...
A raínha de Catió, Catió, 1972
O major inf Arada Pinheiro, 2º cmdt,
BCAÇ 2930, Catió, 1972
O Cmdt CCS / BCAÇ 2930, cap SGE Manuel Pereira
de Carvalho (já falecido)
O major inf Arada Pinheiro, 2º cmdt,
BCAÇ 2930, à esquerda, e o ten cor
Ernesto Orlando Vieira Correia (já falecido)
1. Em complemento do poste P24275 (*), o nosso novo grã-tabanqueiro, nº 871, cor inf ref Mário Arada Pinheiro, com 90 anos de idade (completados em 12/12/2022), mandou-nos mais algumas fotos do seu tempo de Guiné,para completar o seu processo de adesão à Tabanca Grande.
Recorde-se que, após duas comissões de serviço em Moçambique, como capitão (em 1961/63 e 1968/70), foi mobilizado para a Guiné, como major, em rendição individual, e onde permaneceu, de 16/9/71 a 21/9/73.
Esteve um ano no comando do BCAÇ 2930 (Catió, 1971/73), em Catió, onde foi substituir o 2º comandante o maj inf Ernesto Orlando Vieira Correia, entretnato promovido a tenente coronele e cmdt do batalhão. Também exerceu funções como oficial de informações e operações. O 1º cmdt do BCAÇ 2930, ten Castro Ambrósio, terá sido afastado, por Spín0ola, do comando da unidade por razões disciplinares.
O BCAÇ 2930 era apenas composto por Comando e CCS (cmdt, cap SGE, Manuel Pereira de Carvalho) não dispondo de subunidades operacionais orgânicas. Em 16dez70, assumiu a responsabilidade do vasto Sector S3, com sede em Catió e abrangendo os subsectores de Bedanda, Catió, Cufar, Guileje, Gadamael e Cacine.
Com as subunidades que lhe foram atribuídas, desenvolveu intensa actividade operacional de patrulhamento, reconhecimentos e de vigilância da fronteira, especialmente na zona do corredor do Guileje, tendo ainda os seus aquartelamentos e aldeamentos sido alvo de frequentes e fortes flagelações, especialmente quando situados junto da fronteira. Além disso, coordenou e impulsionou a execução dos trabalhos de construção dos reordenamentos de Catió, Cacine e Gadamael, entre outros e os trabalhos da estrada Catió-Cufar.
Em 21Ago72, foi rendido no sector pelo BCaç 4510/72 e recolheu a Bissau, onde se manteve aguardando embarque. Nessa altura, o Mário Arada Pinheiro foi colocado na 2ª Rep (Repartição de Operações), do QG/CCFAG, na Amura, cujo chefe era o tenente coronel Firmino Miguel.
Cerca de 3 meses depois, foi convidao para (e nomeado) comandante do Comando Geral de Milícias, em substituição do major inf Carlos Fabião que regressara a Lisboa após 8 anos de Guiné.
Além das milícias, tinha também sob o seu comando as companhias africanas tal como os pelotões de caçadores nativos num total de cerca de 13000 militares.
O hoje cor inf ref Arada Pinheiro estava no CTIG, colaborando diretamente com Spínola quando:
(i) o líder do PAIGC, Amílcar Cabral, é assassinado em Conacri, em 20 de janeiro de 1972: Spínola estava em reunião com a sua equipa quando o diretor da PIDE, em Bissau, o inspetor Fragoso Alas, considerado "seu homem de mão", o interrompeu com a trágica notícia; Spínola ficou visivelmente surpreendido e transtornado;
(ii) foi decidido ocupar o Cantanhez e lançar a Op Grande Empresa (iniciada em 11 de dezembro de 1972); a decisão foi tomada numa reunião a três (Spín0la, Arada Pinheiro e o chefe da Repartição de Operações, Manuel Batista, se não erro; Spínola exigiu total sigilo: "vocès nem às vossas mulheres fakam disto!"; e foi lançado, por sugestão do Mário Arada, na 5ª Rep (Café Bento) o boato de que ia ser desencadeada uma grande operação lá para o Nordeste do território, Buruntuma, etc.;
(iii) da crise dos mísseis Strela (a partir de 25 de março de 1973) (Spínola teve que "pegar na malta dos helis e pô-los a voar com ele"...).
No exercício das suas funçóes, o então major fez dezenas de viagens por via aérea (nomeadamente em DO-27 e heli) (falou-me em meia centena...) e apanhou dois valentes sustos... De uma vez, quando vinha para Bissau, de Cufar (via Cacine), o heli, que seguia ao longo da costa atlàntica, para evitar os "Strela", chocou contra uma gaivota; o impacto foi tão grande que estilhaçou e furou a carlinga do heli; o Mário Arada, que ia a dormitar, acordou com um estrondo e com os restos ensanguentrados do pássaro, colados no seu camuflado...
Outro susto teve a ver com uma DO-27 cujo motor parou, no regresso a Bissau...Ia a voar muito alto sobre a região de Quitafine; ele e o piloto (iam só eles os dois) decidiram fazer uma aterragem de emergència numa bolanha...O major preparou.se para ir "tomar um banho", descalçou as notas, etc... Quando a aeronave estava a 200 metros do solo (pouco mais de 600 pés), o motor voltou a funcionar!... Foi um grande alívio, aterraram em Bissalanca onde tinham meia base à sua espera em grande alvoroço...
Batalhão de Caçadores n.º 2930 (1970/72)
Identificação: BCaç 2930
Unidade Mob: BC 10 - Chaves
Cmdt: TCor Inf Castro Ambrósio | TCor Inf Carlos Frederico Lopes da Rocha Peixoto | TCor Inf Ernesto Orlando Vieira Correia
2º Cmdt: Maj Inf Ernesto Orlando Vieira Correia | Maj Inf Mário Arada de Almeida Pinheiro
OInfOp/ Adj: Maj Inf Duarte Leite Pereira | Maj Inf Mário Arada de Almeida Pinheiro
Cmdt CCS: Cap SGE Manuel Pereira de Carvalho
Divisa: "Sempre Excelentes e Valorosos"
Partida: Embarque em 25Nov70; desembarque em 04Dez70 | Regresso: Embarque em 130ut72
Síntese da Actividade Operacional
Era apenas composto por Comando e CCS, não dispondo de subunidades operacionais orgânicas.
Em 16dez70, após sobreposição com o BArt 2865, desde 7dez70, assumiu a responsabilidade do Sector S3, com sede em Catió e abrangendo os subsectores de Bedanda, Catió, Cufar, Guileje, Gadamael e Cacine.
Com as subunidades que lhe foram atribuídas, desenvolveu intensa actividade operacional de patrulhamento, reconhecimentos e de vigilância da fronteira, especialmente na zona do corredor do Guileje, tendo ainda os seus aquartelamentos e aldeamentos sido alvo de frequentes e fortes flagelações, especialmente quando situados junto da fronteira.
Além disso, coordenou e impulsionou a execução dos trabalhos de construção dos reordenamentos de Catió, Cacine e Gadamael, entre outros e os trabalhos da estrada Catió-Cufar.
Dentre o material capturado mais significativo, salienta-se: 4 pistolas-metralhadoras, 4 espingardas, 2 lança-granadas foguete, 87 granadas de espingarda e 68 minas.
Em 21Ago72, foi rendido no sector pelo BCaç 4510/72 e recolheu a Bissau, onde se manteve aguardando embarque.
Observações - Tem História da Unidade (Caixa n.º 92 - 2ª. Div/4.ª Sec, do AHM).
Fonte: Excertos de Portugal. Estado-Maior do Exército. Comissão para o Estudo das Campanhas de África, 1961-1974 [CECA] - Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África (1961-1974). 7.º volume: fichas das unidades. Tomo II: Guiné. Lisboa: 2002, pág. 150
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Notas do editor:
(*) Vd. poste de 1 de maio de 2023 > Guiné 61/74 - P24275: Tabanca Grande (549): As "fotos da praxe" do cor inf ref Mário Arada Pinheiro, que completou 90 anos em 12/12/2022... Foi 2.º cmdt do BCAÇ 2930 (Catió, 1971/73) e Cmdt do Comando Geral de Milícias (1973)