segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Guiné 63/74 - P8625: Álbum fotográfico de João Graça (8): Os djubis (putos) de Bissau (Parte I)










Guiné-Bissau > Bissau > 17 de Dezembro de 2009 > Bairro popular de Bissau, não identificado > Os djubis (putos) de Bissau...

Fotos  © João Graça (2009). Todos os direitos reservados


1. Continuação da série O Álbum fotográfico de João Graça (*), médico e músico, que esteve na Guiné-Bissau, nos finais de 2009 (e 5 a 19 de Dezembro), num jornada mix de voluntariado e de férias. Ofereceu os cinco primeiros dias  (de 6 a 10 de Dezembro de 2009), para trabalhar como médico no Centro de Saúde Materno-Infantil de Iemberém, no Cantanhez, com apoio da AD - Acção para o Desenvolvimento.   

Para além de Bissau e do Cantanhez, ele nesteve nos Bijagós, na zona leste (Banbadinca, Bafatá, Tabatô e Gabu) e na região do Cacheu (São Domingos) ... 

As fotos referentes aos djubis de Bissau  foram tiradas no bairro onde moram alguns elementos do grupo musical Super Camarimba, ao fim da tarde de 17 de Dezembro de 2009, 4ª feira, 13º dia da estadia do João Graça na Guiné-Bissau...

Parafraseando Fernando Pessoa (**), eu diria que o melhor da Guiné são as suas crianças , os seus djubis... Os seus putos (, vindo-me à memória o fado do Carlos do Carmo, com letra de Ary dis Santos)... O nosso João Graça assim também o entendeu, e tirou com a sua Nikon algumas das suas melhores fotos, tanto em Bissau como no Cantanhez, tendo por subject os djubis...

Em grande plano, aparece o artista, auto-retratado, rodeado dos seus amiguinhos de ocasião, ensaiando as mais divertidas caretas... Aqui fica uma amostra (Parte I).

Algumas destas fotos já constavam do mural da página do João Graça no Facebook.

[Selecção e edição das fotos: L.G.]

 
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Notas do editor 

(*) Vd postes anteriores da série:

(**) Transreve-se aqui, na íntegra, o conhecido poema do Fernando Pessoa,. que era genialmente recitado pelo João Villaret:

LIBERDADE

Ai que prazer
Não cumprir um dever,
Ter um livro pra ler
E não o fazer!
Ler é maçada,
Estudar é nada.
O sol doira
Sem literatura.

O rio corre, bem ou mal,
Sem edição original.
E a brisa, essa,
De tão naturalmente matinal,
Como tem tempo não tem pressa...

Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.

Quanto é melhor, quando há bruma,
Esperar por D. Sebastião,
Quer venha quer não!

Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar e o sol, que peca
Só quando, em vez de criar, seca.

O mais do que isto
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças
Nem consta que tivesse biblioteca.

Fernando Pessoa - 16/3/1935
(Originalmente publicado na Seara Nova, n.º 526, de 11/9/1937)

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