1. Mensagem de Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, Comandante do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 14 de Julho de 2011:
Queridos amigos,
Desculpem insistir na importância primordial deste livro, não estou preparado para dizer que é a mais importante biografia política de Amílcar Cabral, não hesito em dizer que se trata de um estudo muito acima das conjunturas e das conjecturas, estabelece com rigor o arco histórico entre a evolução dos movimentos independentistas e dá-nos o percurso ímpar de um pensador que não teve rival ao nível das colónias portuguesas.
Por favor, travem conhecimento com esta biografia de Amílcar Cabral
Um abraço do
Mário
"Amílcar Cabral – Vida e Morte de um Revolucionário Africano"
Amílcar Cabral: o revolucionário e o mito
Beja Santos
“Amílcar Cabral, vida e morte de um revolucionário africano”, por Julião Soares Sousa (Nova Vega, 2011), não nos cansamos de opinar, é um livro incontornável para quem se interessa por aprofundar os seus conhecimentos acerca da Guiné em guerra, queira conhecer a personalidade política do mais talentoso dos líderes revolucionários das colónias portuguesas ou quem esteja a investigar, em toda a amplitude, a história da Guiné-Bissau. Amílcar Cabral, por razões sobejamente conhecidas, confunde-se e entranha-se na vida do PAIGC, desde a sua fundação e até mesmo depois da sua morte, arquitectou uma estratégia diplomática para tornar a Guiné-Bissau independente e gizou um plano militar ofensivo que foi desencadeado a partir de Maio de 1973, quando já tinha entrado na lenda.
Julião Soares Sousa analisa exaustivamente a transição para a fase revolucionária à luz das manobras diplomáticas desenvolvidas sobretudo até 1963; aprecia e detalha os preparativos para o início da guerra chamando a atenção, como nenhum autor até hoje, para o conjunto de diligências que efectuou para tentar uma convergência com outros movimentos rebeldes; mostra como a luta armada foi previamente precedida de uma organização ideológica, e que, a despeito de inúmeras dificuldades de armamento, em escassos meses a região Sul desarticulou-se e o sistema económico-colonial entrou no plano inclinado, de onde nunca mais saiu. A par dessas diligências e da organização militar, Cabral continua tenazmente à procura de uma solução pacífica para a independência. Descobre, enfim, que tem apoios políticos em África mas este continente não lhe dá ajuda financeira nem se compromete a uma intervenção militar conjunta. China, URSS e Cuba vão ser os principais doadores. Os óbices, reticências, desconfianças também são enormes, tanto no Senegal como na Guiné Conacri. Cabral não desfalece, supera os escolhos internacionais, prestigia-se em areópagos em vários continentes, redige documentos teóricos ainda hoje dignos de leitura.
Emergem, com o crescimento da guerrilha, os focos de contestação interna, Cabral, longe dos teatros de operações, apercebe-se bastante tarde que a luta armada fez surgir caciques, alguns deles sanguinários, verdadeiros terroristas. Também aqui o autor descreve os antecedentes e as consequências do congresso de Cassacá, que mudaram o curso da história do PAIGC. A conquista da população torna-se um imperativo tanto para o PAIGC como para as tropas portuguesas. A historiografia de ambos os lados é praticamente omissa sob a forma como decorreu a sublevação das populações entre 1962 e os anos subsequentes, como se intimidaram as populações, como estas foram obrigadas a tomar partido e a entrar no chamado “jogo duplo”, a que nenhuma etnia escapou. Exerceram-se muitas formas de repressão brutal, corremos o risco de ficar sem o relato desses acontecimentos. Tanto Vasco Rodrigues como Arnaldo Schulz, os governadores que precederam Spínola, têm sido criticados por favorecer a opção militar em prejuízo das medidas de carácter social. É de facto com Spínola que Cabral e a direcção do PAIGC bem como os comandos militares da guerrilha vão conhecer um confronto sério: Spínola aprofundou a aliança histórica com os chefes islamizados e o seu plano de obras públicas expressa-se em números gordos: entre 1969 e 1973 foram construídas 8313 casas, 61 tabancas conheceram melhoramentos significativos e largos milhares de pessoas foram reagrupadas; em idêntico período foram alcatroados 520 km de estradas comparativamente aos 35 km construídos entre 1960 e 1968; a governação de Spínola também se fez sentir na saúde, na educação, na agricultura e no plano político – administrativo, sobretudo graças a uma instituição que granjeou imensa popularidade, os congressos do povo. Também acerca do número de pessoas controladas, o autor manifesta a sua isenção, chamando a atenção para vários exageros da propaganda, quer para a população fora do controlo das autoridades coloniais quer para os refugiados na Guiné-Conacri e no Senegal. Não obstante, com o evoluir da guerra alguns espaços de controlo passaram inequivocamente para a alçada do PAIGC.
Por exemplo, com o abandono de Béli e Madina do Boé, o PAIGC estendeu a sua influência em direcção à região do Gabu e conseguiu o maior domínio da margem direita do rio Corubal até ao Xitole.
As questões de formação eram primordiais no pensamento de Cabral, ele sempre estabeleceu uma conexão entre as duas componentes de guerra (as acções militares e políticas ou ideológicas) tal como disse em 1969: “Podemos derrotar os tugas em Buba ou em Bula, podemos entrar e tomar Bissau, mas se a nossa população não estiver politicamente bem formada, agarrada à luta como deve ser, perdemos a guerra”.
Noutra vertente, assume em grande peso as lutas internas, as dissidências e a constante tensão entre cabo-verdianos e guineenses, ainda hoje a historiografia guineense é estranhamente omissa sobre as crises de liderança, as tentativas de assassinato, as contestações surdas ou abertas, o que denota o pouco à vontade no tratamento das dificuldades que sempre ocorreram na vida do PAIGC, em todos os sectores.
Julião Soares Sousa deixa-nos também um quadro bastante claro sobre o entendimento que Cabral tinha do socialismo, ele pensava num estado descentralizado, pela manutenção de uma posição de não alinhamento na Guerra Fria, havendo que privilegiar a experiência das zonas libertadas e rejeitar a prevalência do aparelho administrativo colonial. Há muitas dúvidas sobre a solidez do seu pensamento marxista, mas é inegável que ele acreditava convictamente no partido único, seria o PAIGC a vanguarda da libertação nacional, isto sem prejuízo de uma estratégia para a prevenção do neocolonialismo, que também era uma das suas preocupações. Todo o ano de 1972, tempo em que o prestígio de Cabral está no zénite, é da procura do reconhecimento internacional, de eleições internas para se obter um consenso quanto à independência, mesmo que esta fosse declarada unilateralmente, tal como Cabral admitia desde Maio de 1968. A visita de uma missão da ONU aos chamados territórios libertados foi o teste de confiança decisivo para a ofensiva diplomática de Cabral.
E chegamos ao seu assassinato. Julião Soares Sousa sopesa as diferentes teses, aponta os autores materiais, equaciona os diferentes relatos, dá-nos um quadro vigoroso de quem e como actuou naquela noite. Sendo certo que o governo português equacionara a sua eliminação física no passado, naquele momento o seu desaparecimento provocou danos irreversíveis às estratégias de Spínola. Não é de negar a hipótese de que o seu assassinato iria atrasar a data da independência mas ninguém de boa fé pode advogar que as autoridades de Lisboa ou de Bissau iriam encontrar um interlocutor mais capaz, o PAIGC é já uma força incontestavelmente motivada e tem uma vida política com garantias de autonomia mesmo com o desaparecimento do seu líder carismático. E o autor escreve: “A análise dos acontecimentos do dia 20 de Janeiro parece não deixar margens para dúvidas que o assassinato de Cabral foi obra de dissidentes do PAIGC”. Tratou-se de um complot em grande escala e que ultrapassa as fronteiras da Guiné-Conacri, como ele enumera: as muitas contradições do discurso oficial; a história fantasiosa que esse mesmo discurso criou e recriou para, em nossa opinião, continuar a encobrir a verdade e o facto de, até hoje, não se conhecer nenhum relatório das três comissões de inquérito entretanto criadas. Não há nenhum documento que incrimine, directa ou indirectamente a PIDE, há hesitações e nuances em torno de Sekou Turé ou até mesmo de Osvaldo Vieira. E há provas de que a ala guineense do PAIGC projectava não se envolver na questão da independência de Cabo Verde, ficando a luta na Guiné a cargo dos guinéus. É de admitir que nunca se consigam juntar provas que tragam luz sobre quem instigou toda esta trama que levou os descontentes guineenses do PAIGC a liquidarem Cabral.
E muito provavelmente Marcel Niedergang, colunista do jornal Le Monde, teria razão num artigo que li publicou três dias após o assassinato de Cabral: com o seu assassinato era também a esperança de uma colaboração ainda possível entre Portugal e o seu território africano que se afastava abruptamente.
Por todas estas razões, o estudo monumental de Julião Soares Sousa é uma leitura imperdível.
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Notas de CV:
Vd. postes anteriores de:
5 de Julho de 2011 > Guiné 63/74 - P8508: Notas de leitura (253): Amílcar Cabral – Vida e morte de um revolucionário africano, por Julião Soares Sousa (1) (Mário Beja Santos)
13 de Julho de 2011 > Guiné 63/74 - P8549: Notas de leitura (256): Amílcar Cabral – Vida e morte de um revolucionário africano, por Julião Soares Sousa (2) (Mário Beja Santos)
e
19 de Julho de 2011 > Guiné 63/74 - P8570: Notas de leitura (257): Amílcar Cabral – Vida e morte de um revolucionário africano, por Julião Soares Sousa (3) (Mário Beja Santos)
Vd. último poste da série de 29 de Julho de 2011 > Guiné 63/74 - P8616: Notas de leitura (260): Costa Gomes, o último Marechal, por Maria Manuela Cruzeiro (Mário Beja Santos)
Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
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34 comentários:
Muito bem, Mário Beja Santos. Gostei da recensão. No meu pobre e humilde entendimento,
também tens qualidades. Obrigado pelo texto.
Abraço a todos.
António Graça de Abreu
EH...EH..EH
Não...não me regogijo
Afinal parece que no ponto de vista de Amilcar Cabral " podemos conquistar...se o nosso povo não tiver...perdemos a guerra".
CONCORDO,MAS ACRESCENTO..PERDEMOS TODOS.
Quando aqui se fala e argumenta de perder ou ganhar..blá--blá, penso que quem perdeu verdadeiramente a guerra foi o povo guineense, e nós por acréscimo..estou a falar do ponto de vista político..tudo o resto são tretas.
Um alfa bravo
C.Martins
Caro camarigo MBSantos
Esta obra parece ser um trabalho de fôlego do Julião S. Sousa que merece ser lida, de preferência devagar para ser 'estudada'.
O autor é um companheiro desta aventura chamada de "Tabanca Grande" ou Blogue do "Luís Graça e Camaradas da Guiné" e por isso já estava no meu horizonte adquirir o livro para o ler com atenção.
Agora, por razões acrescidas, irei colocá-lo na minha lista de prioridades.
Abraço
Hélder S.
Vale a pena ler. Eu estou a ler, mas confesso que muitas vezes, volto atrás para entender melhor. Reconheço não ser literatura para mim. Difícil de entender, mas fico com uma ideia.
Filomena
... citando: «prevenção do neocolonialismo, [...] uma das suas preocupações».
Elaboradíssima mistificação!
Para além da conversa fiada, quanto aos fundamentos "humanistas" daquela específica 'war by proxy' contra Portugal e todos os Portugueses, obviamente inclusos Guineenses e Caboverdeanos, Amílcar Lopes Cabral (12Set1924-20Jan1973) – exemplo acabado de pantomineiro e trampolineiro "político" (em terra de cegos... ) –, representa inconfessável epítome de neocolonialista africano.
Os resultados, desde há décadas estão comprovadamente à vista: de todo o Mundo civilizado; com excepção de terceiro-mundistas da "esquerda caviar" e de meia-dúzia de deslumbrados... , da mesma família "política" que lhe pagou viagens e estadias nos "paraísos socialistas", conferências de imprensa e outros meios de agit-prop internacional, a qual hoje em dia prossegue a hagiografia com os consequentes proveitos pessoais e clubísticos.
E que tem tudo isto – estes inúmeros e sucessivos "postais" publicitários sobre "as motivações de quem lançou a guerrilha na Guiné" –, a ver, com este blogue
que se louva como «um espaço dedicado à partilha de memórias de quem cumprir serviço militar na Guiné»?!
Rigorosamente, nada! Antes, pelo contrário: é persistente afronta à memória, individual e colectiva, de quem cumpriu o que, à época, a Pátria lhe pediu.
Tendes razão amigo JCAS, aqui neste "sítio" da memória aos que lutaram, em especial na Guiné, á memória dos que morreram, dos que vieram estropiados, o que vale a palavra escrita e filosofada sobre um revoluccionário que quiz "enrolar" o povo Guineense e os da sua própria raça ??
Nota-se que neste "sítio" não há cá galo que mande só há caga linhas !!!
Rui G dos Santos
Quando éramos novos, tínhamos medo dos vivos que com armas nas mãos nos combatiam, movidos por um ideal de liberdade que agora não me apetece discutir. Hoje já entradotes, temos medo dos que já morreram.
Sem comentários.
Permito-me lembrar que do outro lado também morreram e ficaram estropiados muitos combatentes, e na sua própria terra, convenhamos. Ou alguém duvida que a Guiné era muito dos guineenses, e nada de quem morava em Faro ou em Bragança? Nós fazíamos comissões de serviço de 24 meses e só sonhávamos com o dia do regresso. Eles faziam comissões sem limite de tempo. O limite era a morte ou a independência.
Percamos a nostalgia do império porque nem este pequeno rectângulo conseguimos governar.
Com respeito ao camarada RGS, pela minha parte, está desculpado pela grosseria com que trata a tertúlia e os editores. Não ofende quem quer.
Só não percebo porque nos lê. Masoquismo?
Carlos Esteves Vinhal
Ex-Fur Mil da CART 2732
Mansabá - 1970/72
Leça da Palmeira
Matosinhos
Camarada de armas Carlos Vinhal, não usei de grosserias deliberadamente, acho, por outro lado, que quem escreve, ou analisa um texto, deve ser isento, não conheço o recensor, nem quero conhecer ninguém, a mim bastou-me combater em campo e não no papel, saber das atrocidades cometidas contra os nossos soldados nativos, milicias nativas, população em geral, para sentir o dever de comentar pela negativa.
Conheci e convivi umas horas com o Snr.(!?) Luis Cabral, e para mim foi claro que as atrocidades aconteceram. Numa ida ao Alentejo com uns amigos dele, ele, Luis Cabral teve o azar ao almoço de se sentar á minha frente e começar a comentar para os MEUS amigos e dele:- "Como veem os inimigos de outrora encontram-se em amizade frente a frente!" disse-lhe tão simplesmente como isso, esta grosseria :- "Olhe, ó Luis, para isso ser verdade diga-me quantos mandou fuzilar, onde estão as valas comuns e então talvez haja paz no meu espirito"!
Ao que ele paparreou tentou falar mas CALOU-SE !!!
E agora camarada-de-armas Carlos Vinhal, obrigado pela "isenção" e até um dia, pois se venho aqui´a este "sitio", era tão só para tomar conhecimento de vivencias reais e sem comentários e em especial recensões partidárias.
Rui G. dos Santos
Ex- Alferes Miliciano
Bedanda 1963/1964
Bolama 1964/1965
Fulacunda uma a duas semanas
Nado em Sacavém 1941
Na ONU:
Amilcar Cabral foi reconhecido como legitmo representante, tal como sua luta e a de seu povo pela independência.
Guiné Bissau, foi reconhecida como Estado independente, sob ocupação colonial. Vêr resoluções da ONU da época (consultar net).
Amilcar Cabral, como dirigente da luta do seu povo, foi reconhecido e recebido como estadista por autoridades e vários chefes de estado de diversos países.
Foi tambem recebido p'lo Papa.
E foi assassinado por aqueles que estavam corrompidos pelo poder colonial com apoio do seu braço militar.
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Salazar, viu recusado o seu beija-mão, aquando a visita do Papa a Portugal, nem tão pouco se deu o encontro entre estados (Vaticano e Portugal)
Nunca correu mundo, para defender sequer a sua politica colonial e/ou a posição de Portugal.
Marcelo Caetano tentou, mas em Inglaterra, foi vexado.
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O minha inquietude, está em que alguns comentários, no meu entender, são deveras destruidores da abertura e à compreenção da nossa história, até do romantismo da mesma. Alguns comentários teem um objectivo defenido; recuperar valores que o povo português repudiou durante e depois em definitivo. Tendo seu apogeu na libertação de Timor.
Um abraço para todos e cada um.
Carlos Filipe
ex-soldado CCS BCAÇ3872 Galomaro/71
Salazar e Paulo VI tiveram uma reunião em Fátima, onde se cumprimentaram e conversaram a sós.
A mim, que sou um imberbe de apenas 30 anos, filho de veterano da Guerra do Ultramar, faz-me imensa confusão que, num fórum que se pretende de partilha de informação e experiências (?!) entre camaradas-de-armas que combateram por Portugal - contra inimigos que lhe fizeram guerra de guerrilha e praticaram actos de terrorismo - se faça o elogio de um dos seus mentores, através da divulgação de obra biográfica publicada. Amilcar Cabral foi revolucionário em quê? Não passou de um "vendedor de aspiradores ideológico", junto do povo incauto e inculto, para a grande empresa do socialismo soviético/chinês/cubano, tudo o mesmo...
Só no discurso armadilhado dos MFAs e abrilistas é que os inimigos de ontem são hoje nossos amigos. Foi com essa conversa subversiva que desmotivaram os homens que estavam no terreno a prosseguir com a missão de defesa da Pátria e dos portugueses pretos, brancos e mestiços.
A mim, que não estava vivo para ser digno de servir Portugal multisecular, continental, insular e ultramarino, multirracial, confunde-me esta ambiguidade de valores transmitidos às gerações mais novas, que recebem em tal fragilidade, o legado da História.
Por aqui se ve que nem toda
ajuventude esta "podre"
Um grande abraço
Pereira garcez
Muita gente confunde heroísmo, lealdade dos ex-combatentes com outras coisas.
Muitos dos ex-combatentes foram embarcados, outros aperceberam-se no terreno e mais tarde reconheceram que tinham sido usados pela propaganda de que éramos uma nação multirracial que ia do Minho a Timor.
Quando lá estiveram combateram, mas também se aperceberam que a sua luta, só servia para a manutenção de um regime e uma soberania sobre povos, que estavam praticamente na idade da pedra. Por isso a tal nação multirracial, nunca existiu a não ser nas intenções e discursos dos dignitários da potência colonizadora que era Portugal.
Quando um jovem de 30 anos, tem armadilhado um discurso como o Neves dos Santos, só prova que o ensino da História nada fez pelos os nossos jovens após o 25 de Abril. O que nos foi contado, a nós mais velhos sobre um passado glorioso e isento de pecados, foi transmitido também a esta geração que da guerra só ouviu o que lhe quiseram contar.
Muitos dos chefes da guerrilha foram políticos honestos e com ideias seguras do que queriam para o seu povo.
Amílcar Cabral é seguramente um dos maiores ideólogos de língua portuguesa. Teve de levar a luta até às ultimas consequências, pois não lhe foi dada a oportunidade de conseguir para o seu povo a independência, que considerava única via para a modernização e bem estar da sua Pátria.
Também nós tivemos que lutar pela nossa liberdade e bem estar, embora hoje se diga mal, nada tem de comparado com os nossos anos sessenta e setenta.
O que aconteceu a seguir não é líquido que não acontecesse se a independência, tem sido adquirida de forma diplomática antes da guerra começar. Mas a repressão dos ideais com violência, gerou violência e trouxe à tona ódios antigos.
Quantos aos interesses dos Russos, Cubanos e Chineses, que são os que se chegaram à frente na ajuda aos movimentos, estamos de acordo, ninguém dá nada de graça, mas onde estão eles hoje? No entanto não se fala dos interesses Americanos, que afinal ajudaram a despoletar a guerra e a mantiveram até á pouco tempo.
Não se fala das determinações das Nações Unidas, quanto à autodeterminação dos povos, que viviam em regime colonial.
Quanto à ambiguidade de valor que nós transmitimos às gerações mais novas, este blogue dá-lhes de graça uma coisa pela qual muitos milhares de portugueses lutaram e deram alguns a vida. Numa palavra só DEMOCRACIA.
Com muitas diferenças entre nós o que prova, que não somos uma mono cultura, discute-se em liberdade e é com essa liberdade, que se fará a História verdadeira.
Um abraço
Boa tarde companheiros
Aplaudo e subscrevo na integra o comentario do jovem NEVES DOS SANTOS, como se diz na minha terra
TOMA E EMBRULHA
Um grande abraço
ANTONIO BARBOSA
Ex Alf. Mil Op. Esp GUINE 73/74
No pressuposto que quis deixar expresso de ter 30 anos - pondo-me a jeito para o inevitável preconceito geracional e algum paternalismo - pretendi clarificar que me não move qualquer ressentimento pessoal em relação ao Estado Novo nem tenho fretes a fazer a seguidores de Oliveira Salazar (já que Marcello Caetano se enquadra noutra categoria de "estadista", e a esses também não). Portanto, talvez contrariamente aos sexagenários e septuagenários envolvidos pela tal propaganda de outrora, felizmente hoje inexistente na nossa adulta democracia..., não me posiciono dentro de qualquer cartilha difundida por ideólogos neo-fascistas ou comités-centrais. Sei, ainda assim, que Portugal já era pluricontinental, multirracial e multisecular pelo menos 500 anos do salazarismo e do marcellismo. Escravatura? Sim, concerteza, constituiu o recurso humano para o desenvolvimento de muitas das democracias do 1º Mundo (Estados Unidos, Inglaterra, França, Espanha, Bélgica, Holanda... até mesmo as tribos africanas entre si) e Portugal orgulha-se de ter sido pioneiro na sua abolição. Quem sou eu para explicar isto.
A estranheza que causa a quem visita este espaço e está na posição de não partilhar "experiências", logo, de querer apenas aprender sobre um período da história do País, é de que não se consegue reconstituir o puzzle, como propõem os seus editores. Antes baralham-se as peças e ocultam-se algumas. Uma pessoa da minha geração, entre os 20 e os 40, ao ver publicitada obra biográfica de Amílcar Cabral, fazendo a elegia do guerrilheiro revolucionário "honesto", num sítio que quer lançar luz sobre a Guerra do Ultramar, fica a pensar que Juramento de Bandeira foi este que os veteranos fizeram? Que Serviço prestaram verdadeiramente, se reconhecem ao "então" inimigo as suas razões de luta armada, de violência e violação? Meio-século depois é tempo de distinguir o que é carne e o que é peixe, para os mais novos saberem o que estão a comer.
Retirei o meu último comentário, porque ao fazê-lo julguei estar efectivamente a "falar" com alguém entre os 20 e os 40 anos, mas afinal enganei-me.
Há diálogos que ficam melhores quando transformados em monólogos.
Obrigado camarada M pelo telefonema de alerta. Devo-te esta.
Carlos Vinhal
Leça da Palmeira
Caro Carlos Vinhal, "vê" inimigos onde efectivamente não existem e nessa medida engana-se duplamente. Começando pelo segundo, induziram-no em erro nesse telefonema com um "alerta" incriminatório digno de informadores da Pide, da Stasi ou do KGB, porque tenho biologicamente 30, nascido e registado cidadão português no segundo semestre de 1980.
O primeiro engano, logo de partida, porque provavelmente julgava amorfos e acríticos, iletrados politicamente todos os jovens que este regime constitucional quis educar segundo as sebentas preparadas e pré-mastigadas. E daí o repertório sobre as maldades do Estado Novo que agora quis retirar. Só tenho a lamentar não existir verdadeira abertura na discussão destes temas.
A escravatura acabou por decreto em Portugal mas foi só no papel.
Foi substituída pela palavra «contratado» que não foi mais que uma escravatura encapotada.
A debaixo desse termo continuou-se a praticá-la mesmo cá, quando eu era criança ela era praticada das mais variadíssimas formas especialmente nos assalariados (jornaleiros) agricultas. Não era preciso ser de cor para ser escravo.
Quanto ao juramento de Bandeira o que é que lhe posso dizer, é que não eram homens livres que o faziam.
Juramento feito por homens que não podiam dizer não, tem o valor que tem.
Hoje muitos esquecem o quanto desejaram não serem mobilizados e muito menos para a Guiné.Quanto a « amorfos e acríticos, iletrados politicamente todos os jovens que este regime constitucional quis educar segundo as sebentas preparadas e pré-mastigadas»
Você tem exactamente a idade da minha filha, que é uma mulher culta e inteligente e felizmente ela como milhares de jovens não pensa como você.
Abraços
Permitam-me uma rectificação.
O encontro entre Paulo VI e Salazar, foi um encontro entre um Papa e uma personalidade portuguesa católica.
Mas não foi entre representantes de dois estados, Vaticano e o Estado português. Embora os efeitos públicos tivessem aparentado tal.
Vêr documentação (a do próprio Vaticano)da época.
Obrigado p´la atenção.
Cumprimentos p/ todos e cada um.
Carlos Filipe
ex-soldado CCS BCAÇ3872 Galomaro/71
Camaradas,
Para o caso de interessar:
A conferência de Bandung (1955) ficou como símbolo da emergência do 3º. mundo no plano internacional.
Em 1958/59 começaram em África algumas lutas independentistas, de que se destacaram os países francófonos do Magreb e o Congo.
Depois da entrada de Portugal para a ONU, o regime consegiu levar a melhor sobre os ataques acusadores de colonialismo, por via de uma argumentação regulamentar que proibia a discussão sobre assuntos internos de cada país, face às recentes alterações constitucionais ao Acto Colonial, a que se deve juntar intensa actividade diplomática para mobilizar nações europeias e americanas para o voto que nos fosse favorável, conforme aquela disposição.
Em 12/12/1959 (prosseguia o tribunal de Haia a apreciação do caso da Índia portuguesa) é aprovada uma proposta para examinar o problema (colonialisno) no plano abstracto, da doutrina e dos princípios, sem ter em mente um país ou uma política; de elaborar um estudo teórico, isento e dasapaixonado, quase científico, sobre a forma de interpretar e cumprir o artigo pertinente da Carta da ONU, por forma a enquadrar as realidades da nova lei que resultassem da alteração. Essas matérias seriam apreciadas pelo Comité dos Seis (Índia, México, Marrocos, Holanda, Reino Unido e EEUU). A partir desta data todas as moções contra Portugal foram aprovadas.
Em 1960 o 1º. ministro inglês fez uma demorada visita às colónias britânicas de África, não só em resultado dos conflitos que já se registavam no continente, mas também, pelas sucessivas propostas de discussão alimentadas pelo bloco URSS/3º.mundo, e à força dos canais diplomáticos.
"Em Salisbúria, e contra a opinião do 1º. ministro Roy Wallensky, chefe do governo local, Mac-Millan conclui pela necessidade de dissolver a Federação das Rodésias e Niassalândia". "Discursando em 13/02/60 perante o parlamento sul-africano... disse: de todas as impressões que recebi desde que deixei Londres há um mês, a mais profunda respeita à força da consciência nacional nacional africana. Toma formas diversas em diferentes locais, mas verifica-se por toda a parte. O vento da mudança sopra através do continente. ...As nossas políticas nacionais têm de o tomar em consideração".
"...o chefe do governo português vê na atitude da Inglaterra, da França e da Bélgica, um golpe profundo na política euro-africana"
Prepara-se o ataque em força.
"Aos seus colaboradores, Salazar aparece sereno, lúcido, tranquilo, como imune à realidade e às coisas. E diz: Olho, e à minha volta só vejo nevoeiro". E não alterou minimamente a política africana.
A diferença de competências entre Mac-Millan e Salazar pode, num primeiro lance, distinguir-se por questões meteorológicas.
As frases entre aspas são citadas da biografia de Salazar, da autoria de Franco Nogueira, Livraª Civilização Editora, 1984.
A propósito de colónias, naquele tempo, não sei como classificar as anexações soviéticas de nações europeias.
Abraços fraternos
JD
Caro Neves de Sousa;
Apesar de não ter o prazer de o conhecer não posso deixar de o cumprimentar pelos brilhantes e oportunos comentários aqui produzidos.
Bem haja!!!
Constantino Costa
CCavª. 8350
Guiné
Portugal
... citando dois veteranos, que prestaram serviço na Guiné:
1 – «Não combatemos pela Pátria salazarista e marcelista mas por um Portugal e uma Pátria que nos circulava no sangue e no entendimento. Essa Pátria não nos pode ser negada. Era, é a nossa terra, eram, são as nossas gentes. Com vinte e poucos anos, quase todos nós demos o melhor de nós próprios. [...] Temos orgulho na nossa bandeira e nesse estranhíssimo sortilégio de se nascer português.»¹
(¹) António José Graça de Abreu, nascido em 30Mar47 no Porto: em 23Jun72-20Abr74 alferes miliciano no noroeste e no sudoeste da Guiné; autor do "Diário de Guerra - Lama, Sangue e Água Pura", publicado em 2007; (ex-simpatizante maoísta); o que acima se reproduz, escreveu-o em 21Mai2009 e está publicado neste weblog.
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2 – «Questões que me parecem de fazer ressaltar: [...] A necessidade do tema ser tratado no âmbito da Universidade, [e também] dos OCS. [...] Haver que separar bem a 'Questão Ultramarina' da 'Questão do Regime'. Existiu uma sobreposição entre o regime salazarista e a questão do Ultramar, mas a questão ultramarina fazia parte da História e da herança da Nação: a 1ª República havia sido defensora da política colonial, bem como grande parte dos opositores do Estado Novo. Todas as grandes democracias europeias foram poderes coloniais, portanto não se devem misturar temas como "ditadura" e a questão colonial: o modo como o regime de então encarou a resolução do processo, é outra questão. [...] O termos perdido a guerra psicológica na Metrópole.»²
(²) José Eduardo Martinho Garcia Leandro, in "Estudos sobre as Campanhas de África (1961-1974)", pp.353-355; ed. Atena, Sintra, Março de 2000; (nascido em 1940 em Luanda; em 1961-63 alferes de artilharia, comandante de pelotão no noroeste de Angola; em Abr65-27Jan66 capitão comandante da CArt640 no sudoeste da Guiné, CG.2ªclasse "por feitos em combate"; e em 20Fev-30Jun66 comandante da CCmds-CTIG; [...] em 1996-98 general comandante do COFT, em 1998-2000 director do IAEM,
em 2000-2001 vice-CEME, e em 2001-2004 director do IDN).
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... and for now, I rest my case.
CONTRADIÇÕES
Oh meu caro Neves dos Santos.
Ao ler o seu comentário fiquei completamente "baralhado",é que é uma contradição, por um lado defende o estado novo ,depois diz que não está a fazer um frete aos salazaristas(seja lá o que isso for)em seguida entra em juizos de valor(preconceito geracional e paternalismo).Nada o move contra o estado novo...claro se ainda não tinha nascido..é natural.
Se iria defender a Pátria..como diz..isso também não sei..nem o senhor jamais saberá..por razões óbvias.
É contra que se faça a apologia do "revolucionário" Amilcar Cabral..isso chama-se censura, e numa democracia isso não deve nem pode existir.
Agora vamos ao meu lado "paternalista";o senhor não viveu esse tempo..e ainda bem..não foi expulso do ensino,só por pertencer a uma pró-associação de estudantes,não foi preso pela pide e torturado,não lhe foi colocada a hipótese do que devia fazer(aos 19 anos)se desertar ou ir para a guiné,sabendo que não ia defender a tal (sua pátria)..MAS FOI.. e sabe porquê..porque a minha Pátria naquela altura eram os portugueses que lá estavam..(os de cá e de lá)
Não..não sou nenhum ...ista.
Os seus comentários são bem-vindos,pelo menos para mim.
Fui e sou uma contradição..provavelmente.
Passe bem
C.Martins
As citações aqui apresentadas (sem pôr em causa a idoneidade das mesmas) foram convenientemente escolhidas, mas descontextualizadas das respectivas obras de que foram extraidas. Assim sendo valem o que valem (as citações) porque, mais não se pretende do que manter um 'muro' em permanente desintegração, para esconder o passado.
A acrescentar o seguinte do mesmo citador:
"...autor do "Diário de Guerra - Lama, Sangue e Água Pura", publicado em 2007; (ex-simpatizante maoísta);... "
A questão que se me coloca e tambem coloco aos editores responsáveis é, qual o estatuto do citador (JCAS) para fazer referencias neste contexto sobre as linhas ideológicas das pessoas que participam neste Blogue ??.
Descritas pelo mesmo, por: "... citando dois veteranos, que prestaram serviço na Guiné:".
Imagino que JCAS, não será 'ex-algo', é naturalmente o que sempre foi.
Assim sendo, alguma coisa terá com certeza que ser rectificada para a sã convivencia dentro do possivel entre os veteranos, neste caso da Guiné.
Carlos Filipe
ex-soldado CCS BCAÇ3872 Galomaro71
Caro Juvenal Amado,
Após o 25 de Abril, os programas de História de Portugal para os diversis graus de ensino foram totalmente reformulados. O facto de um jovem defender uma perspectiva histórica x não significa que a tenha aprendido nos bancos da escola.
Um abraço,
Carlos Cordeiro
Já agora, não me importei nada de ser citado aqui, ainda por cima ao lado do meu amigo General Garcia Leandro, homem superiormente inteligente e honesto, que também foi governador de Macau entre 1974 e 1979.
Também não me importo nada de ser ex-maoísta. Fui consequente, fui parar à China em 1977, passo a vida a estudar
a China, a dar aulas sobre a China, a viajar pela China (aí vou eu outra vez a 10 de Agosto!), a escrever sobre a China. E aprendi muito sobre a essência, a natureza de um regime comunista nos meus primeiros seis anos de vida e trabalho em Pequim e Xangai. Por isso me faz uma certa confusão ainda termos tantos comunistas, ou aparentados em Portugal, 7% dos portugueses,mais os Bloco de Esquerda, e ainda muitos no blogue
a guinar para a esquerda, quando na realidade ao defenderem ditaduras são gente da pior direita.
Quando já ninguém acredita no comunismo praticamente em todo o mundo, (porque faliu, quando implantado só trouxe mais pobreza e execráveis ditaduras)ainda temos tanta gente com complexos de esquerda, que não quer entender que os regimes comunistas, ou aparentados são todos de direita.
É um sintoma do subdesenvolvimento
cultural de Portugal. E nota-se bem no blogue, mesmo quando as pessoas disfarçam as suas ultrapassadas e anquilosadas opções políticas.
Pois, mas leiam na íntegra a minha carta aberta ao Salazar e Marcelo, de onde o Abreu dos Santos respigou a citação. Está no poste
7294 e aparece agora no cabeçalho
do blogue.
Para quem tenha dúvidas sobre o que sou.
Abraço do ex-maoísta,
António Graça de Abreu
O encontro entre Paulo VI e Salazar nunca poderia ser um encontro entre dois Estados, visto que a visita de Paulo VI não era uma visita oficial como Chefe de Estado do Vaticano.
Foi uma visita como peregrino como ele próprio declarou.
Por isso mesmo aterrou em Monte Real.
Mas nem Paulo VI deixou de ser Papa nesse encontro, nem Salazar deixou de ser Presidente do Conselho de Ministros de Portugal.
Um local de encontro e de troca de ideias entre homens livres,a tornar-se,lenta mas continuadamente,num novo tipo de local de encontro entre frustrados de um passado triste.Todos,desde os das extremas esquerdas arrependidas,ás extremas direitas serôdias,têm muito em comum,menos o facto de,em verdade,se poderem intitular de ex-combatentes.Alguns,dos primeiros,estiveram em confortáveis locais que de combates ouviram contar,e,dos segundos,nem sequer na guerra estiveram. Blogues deste tipo existem hoje muitos na Net. Rui Santos Noronha e Castro.
Ora aqui temos o único não frustrado e grande combatente que certamente passou todo o tempo a dormir no mato e a comer macaco cão, de seu nome RUI SANTOS NORONHA E CASTRO.
Seja bem-vindo.
Já agora conte-nos as suas histórias de grande combatente.
C.Martins
Isto de se sêr, intitular, ex-(qualquer coisa), ex-maoísta, ex-marxista-leninista, ex-defensor da ditadura do proletariado, ex-X, ex-Y, tem,(dá) pano para mangas.
Conheci muitos, alguns conhecemos nós todos, nomes para quê?,que após percursos vertiginosos, fulgurantes, na carreira dita política, hoje povoam os corredores, as ante-salas, e até as salas(salões) do poder. E não só as deste rectângulozinho à beira-mar plantado.
Depois, ganho o estatuto, acede-se facilmente, ficam à mão de semear,
as cadeiras do prestígio e dos proventos(reformas e não só)só ao alcance dos predestinados/iluminados deste mundo. E depois disfruta-se, convive-se,até se solidariza/compartilha/colabora com as coisas boas da democracia parlamentar dita " o melhor e mais justo sistema político do mundo". O que até eu concordo, ou melhor concordaria, se aplicado à risca.
Mas,há sempre um mas,o problema é que se convive, se desfruta, eu diria, se usufrui, essa "democracia", com os outros,também homens livres, libertos de "ismos e istas", se calhar também democratas, adeptos da erradicação dos males que enxameiam o mundo(desigualdades sociais cada vez mais acentuadas, pobreza extrema, fome a sério em alguns pontos do globo, melhor acesso à saúde e ao ensino, enfim o be-a-bá,da dita cuja "democracia").Mas estes últimos,que também são gente,e até
são n/amigos, e até alguns, são também ex- só que neste caso, combatentes, alguns desses, e muitos outros mais, diria eu,não podem disfrutar, não podem usufruir,
não podem viajar pelo mundo,não podem conhecer outras gentes e outras culturas/modos de vida, e sabem porquê?
Porque não têm, não tiveram os tais acessos, agora transformados em benefícios(repito, sejam reformas/subsídios/"dedicação à causa pública",o que seja, justa e adequada, pois concerteza,que com as coisas sérias da democracia, e da devoção à causa pública não se brinca não é verdade?.
E eu, que sou ex-coisa nenhuma, apenas serei ex-combatente,(e não o renego) apenas, se calhar, tirava o ex-,para continuar sendo, combatente, agora de outras guerras, as da vida, da justiça social, as de um mundo mais justo e mais feliz.
E para aplicar um ditado popular na minha terra(região),e porque já um comentarista anterior, meteu(está no seu direito)a colher(dos ditados) aqui vai:
"Espera aí,que eu já te atendo"
Abraços camarigos
Francisco Godinho
Com o passar dos anos,cada vez se väo encontrando mais "ex-isto" ou "ex-aquilo".A caridade Cristä ensina-nos a aceitar de bracos abertos os arrependidos.E ainda bem.Mas facto é que, durante uma já longa vida,tanto em Portugal como fora,nunca encontrei um antigo activista da chamada extrema direita que se auto-classifique de tal "ex".Fortes ideais?Forte carácter?De qualquer modo.......honra lhes seja feita! Um abraco.
Patriota
Patrioteiro
Patriotista
Comunista(engels..marx..lenine..staline..mao-tse-tung..pol-pot..e o da coreia do norte).
Facista(mussolini..hitler..)
Ditador(franco)
Ditadorzinho(salazar)
A cada um a sua verdade
O que é que isto tem a ver com este blogue..nada
Caros camaradas..vamos mas é falar daquilo que nos une..termos sido combatentes na guiné
C.Martins
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