1. Mensagem de Manuel Maia, ex-Fur Mil da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4610, Bissum Naga, Cafal Balanta e Cafine, (1972/74), com data de 17 de Maio de 2009:
Estranhamente, no disparo anterior surgiu um comentário a um comentário que não me pareceu muito a propósito.
Primeiro porque a existir deveria ser direccionado a mim próprio autor do tiro e não a um camarada que esteve em Angola e segundo afirma consulta com assiduidade a nossa tabanca e que exerceu o direito à indignação comentando algum silêncio face ao insulto de AB...
MR, assina assim o comentarista, diz que o relativo silêncio se deve porque alguns entendem que o referido militar não merecerá quaisquer críticas, outros porque ainda não estarão refeitos do choque... (não acha tempo a mais, MR?) outros ainda aguardam esfriando a moleirinha (assim sendo não correrão o risco de a congelar???)
Muitos que reagiram a quente têm dado demasiado tempo ao homem para se retractar e ele não o fez...
Então se o arame não protegia das balas, dos mosquitos nem de nada, como diz MR, porque razão continua a aguardar serenamente?
Espero que pelo menos o faça sentado que sempre é mais cómodo...
Pela minha parte continuarei, qual D. Quixote combatendo moínhos de vento, a expressar por esta forma o meu repúdio, a destilar o meu desprezo a tão abjecta figura que denegriu a memória de tantos de nós, que partiram para sempre, para que ele possa agora, botar faladura arvorando-se em herói de pacotilha...
Os brasileiros têm uma expressão que acho engraçada e que a meu ver se adequa perfeitamente ao dito cavalheiro... pimenta no cú do outro é refresco...
Foram os bandos do arame farpado que ajudaram juntamente com os comandos africanos (os verdadeiros merecedores das medalhas que o dito ostenta...) a guindar até ao estrelato o herói de que se fala...
Tal como "CAIO, O MATA SETE", um dia,
enchendo-se de brios, valentia,
"brilhou" pela bravura ante inimigo...
Também o nosso Bruno em gesto heróico
"mosquitos da tabanca fez num oito"
e às cruzes e medalhas "chamou um figo"...
Foi "gosto vê-lo inchado garnizé",
mostrando a lataria, "ganha"(?) ao Zé,
qual "Action Man" herói da pequenada...
O Rambo, Incrível Hulk, Homem Aranha,
domínio intenso exerceu na bolanha,
matando toda aquela mosquitada...
Manuel Maia
__________
Nota de CV:
Vd. último poste de 16 de Maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4362: Bandos... A frase, no mínimo infeliz, de um general (19): Não nos remetamos ao silêncio... (Manuel Maia)
Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
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7 comentários:
MR = Magalhães Ribeiro
e-mail: magalhaesribeiro04@gmail.com
Não vejo em nenhum lado onde diga que, e passo a citar o que está no texto deste poste:
“MR, assina assim o comentarista, diz que o relativo silêncio se deve porque alguns entendem que o referido militar não merecerá quaisquer críticas… “
Nem sequer por simples dedução.
Devo andar a ver mal, ou a raciocinar pior!
Aconselho-o a ver os meus anteriores postes P4126 e P4151, onde demonstro ser um dos maiores críticos da infeliz frase do Sr. Gen. A.B. que, disse que resumidamente, é qualquer coisa como: “bandos que se acoitavam por detrás do arame farpado”.
O meu comentário, citando o comentário do meu grande e bom Amigo Júlio Pinto (ex-Combatente em Angola), deve-se a isso mesmo: Amizade pessoal!
MR=Magalhães Ribeiro
e-mail: magalhaesribeiro04@gmail.com
Manuel Maia, a tua poesia corrosiva é uma delícia. Vê as coisas pelo lado positivo, o AB não dar sinais de vida, alimenta a tua veia poética. Se ele demorar muito mais tempo a pronunciar-se corre o risco de ver nascer uma colectânea de poesia digna de ser editada em livro, E o seu teor não abona em nada a sua pessoa como militar ... Eu, se fosse ele, não perdia mais tempo em corrigir a enormidade que fez. Um abraço,
Raul Albino
Eu continuo na minha os ex-combatentes (bandos) deviam reagir da mesma forma que reagiram quando do artigo da Visão.
Ao Sr. A.B não lhe assiste o direito de tecer tais comentários por ele sem os "bandos" não podia passear tanto metal pendurado no peito.
Continuo revoltado e sempre que possa não me calo. Parece que toda a tabanmca está acomodada com a situação, vós sois os mais ofendidos, pois eu estive em Angola, mas sinto uma revolta enorme quando alguem pronuncia frases destas, foi pene o General n~ºao ter estado em Guileje e Gandamael, como aqueles bravos quelá estavam quando quase eram comidos vivos, mas foram de uma heroicidade sem limites. Já demonstrei na Tabanca o meu grande apreço pelos camarigos que sofreream na Guiné e continuo a manter essa admiração e não é um General qualquer que me vem fazer pensar o contrário. Viv am todos os ex- combarentes da Guiné, excepto AB.
~Júlio Pinto
ex- Angola
Camaradas,
Fala-se mais de AB, omito o nome de propósito para não lhe dar destaque, mas há que equacionar se não seria isso que ele pretendia, fala-se mais nele agora do que durante todas as suas comissões, o homem assim qualquer dia é famoso.
Há que não deixar esquecer é os nossos mortos e deficientes e fazer cair no esquecimento as tristes figuras ou figurões.
Digo eu.
BSardinha
Camaradas,
Era só o que faltava, que por causa de uma figura burlesca, ALMEIDA BRUNO, entrássemos em diatribes.
Que não falte alento ao poeta para gozar o bocado.
Quanto ao dito-cujo, não me interessa que faça ou simule a contrição.
Ele precisa é de água nos pézinhos, que o mantenha viçoso, a fim de nos lembrar que perdemos a guerra, não apenas por causa de um ditador caduco que uma vez caíu da cadeira, mas porque a guerra serviu os interesses de muita mediucridade.
O Manel deve, pois, ficar condenado às rimas, no entanto, com o jeito necessário para não quebrar os RayBan, não amolgar as latinhas, nem rebentar os botões à farda, sem corrermos o risco de perdermos a figura notável.
Abraços
José Dinis
grande Maia! GRANDE na poesia e também na prosa, óptimo encaixe a do brasileiro, continua um abraço Colaço.
Já fiz aqui um pedido ao Joaquim Fortado, para questionar o Sr. General.
É claro que não o irá fazer!
Mas de momento dá-me um toque de sadismo!
Que vontade eu teria que o sr. General me acompanha-se no dia "10 de Junho de 1965" na operação "Saturno" a Cabolol. Também foi o João Bacar Djaló e o seu "Bando"!
Não tenho o contacto do Sr. General, mas tenha um acto de humildade para com o que tem ao peito e peça desculpa, não a mim mas ao João da Torre Espada e a seus homens.
Força Manuel Maia, a Vate te seja pródiga porque saber tens tu!
Um abraço do tamanhao do Cumbijã,
Mário Fitas
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