Caros amigos, Luís, Vinhal, Briote, Eduardo e toda a Tabanca Grande
Esta é mais uma estória passada em Galomaro no ano de 1971, provavelmente Maio/Junho, acerca de um levantamento de rancho, na CCS/BCaç 2912, iniciado pelo Pinto, salvo erro do Pel Rec, no qual participei juntamente com o condutor Brito e terminou em todas as praças.
O dia em que o Pinto piou
Pois bem - comia-se mal em Galomaro - não passávamos da bianda com estilhaços (arroz com naquitos de carne) num dia, para no dia seguinte a ementa apresentar esparguete com fiambre ou salsichas, (enfim... a dieta constante).
Sempre o mesmo tipo de sopa branca (sopa dos enfermos). Bife? - Só quando o rei fazia anos... e o maroto nunca se lembrava do aniversário ou pelo menos, poucas vezes o fazia.
Fruta metropolitana - em toda a comissão, coube a cada um de nós meia maçã. Claro que tínhamos o ananás, o mango, a banana, a papaia, mas essas, tínhamos de ser nós a fazer pela vida.
Enfim... passávamos fome, e só não a passava quem tinha um resto de patacão, para uma vez ou outra, se dirigir ao mini-restaurante do Regala, e procurar esquecer a ementa servida no Restaurante Morte Lenta da CCS.
Certo dia o Pinto, já referido, ao aproximar-se a hora do almoço saíu-se da casca e piou. Na formatura combinámos que ninguém comeria a bianda que iria ser servida.
Como me encontrava de Cabo de Dia, fui incumbido pelos camaradas de avisar as mesas, onde o condutor Brito colaborou. Claro que ninguém tocou nas terrinas. Nesse dia o almoço foi ração de combate.
O certo é que no dia seguinte estávamos a comer que nem lordes (o pianço deu resultado) e no decorrer do almoço tivemos a honra de ser visitados pelo Homem Grande de Bissau (Spínola) que mandou chamar o condutor Brito, tendo uma conversa com ele. Ficámos a saber que o Brito, tinha grandes conhecimentos em Bissau, a ponto de ser visitado pelo Comandante Chefe no mato, pois ele já tinha alertado alguém para os problemas de alimentação que tínhamos em Galomaro. Foi isto que constou.
A partir daí passámos a ser melhor alimentados e partilhávamos por vezes com os camaradas páras (havia sido colocada uma companhia de páras em Galomaro, por motivo de haver conhecimento de movimento de guerrilheiros na zona), retribuindo o que eles antes nos faziam a nós quando passámos pela amargura alimentar...
Ainda bem que o Pinto piou e o Brito ajudou, pois se assim não fosse, a comissão teria sido mais penosa, já que ainda faltavam 9 meses para o fim.
É destas pequena estórias, que embora com humor, vamos contando verdades e nos vão aliviando de pensamentos que teimosamente fazem parte da nossa vida.
Enfim... passávamos fome, e só não a passava quem tinha um resto de patacão, para uma vez ou outra, se dirigir ao mini-restaurante do Regala, e procurar esquecer a ementa servida no Restaurante Morte Lenta da CCS.
Certo dia o Pinto, já referido, ao aproximar-se a hora do almoço saíu-se da casca e piou. Na formatura combinámos que ninguém comeria a bianda que iria ser servida.
Como me encontrava de Cabo de Dia, fui incumbido pelos camaradas de avisar as mesas, onde o condutor Brito colaborou. Claro que ninguém tocou nas terrinas. Nesse dia o almoço foi ração de combate.
O certo é que no dia seguinte estávamos a comer que nem lordes (o pianço deu resultado) e no decorrer do almoço tivemos a honra de ser visitados pelo Homem Grande de Bissau (Spínola) que mandou chamar o condutor Brito, tendo uma conversa com ele. Ficámos a saber que o Brito, tinha grandes conhecimentos em Bissau, a ponto de ser visitado pelo Comandante Chefe no mato, pois ele já tinha alertado alguém para os problemas de alimentação que tínhamos em Galomaro. Foi isto que constou.
A partir daí passámos a ser melhor alimentados e partilhávamos por vezes com os camaradas páras (havia sido colocada uma companhia de páras em Galomaro, por motivo de haver conhecimento de movimento de guerrilheiros na zona), retribuindo o que eles antes nos faziam a nós quando passámos pela amargura alimentar...
Ainda bem que o Pinto piou e o Brito ajudou, pois se assim não fosse, a comissão teria sido mais penosa, já que ainda faltavam 9 meses para o fim.
É destas pequena estórias, que embora com humor, vamos contando verdades e nos vão aliviando de pensamentos que teimosamente fazem parte da nossa vida.
Um abraço para toda a Tabanca
Vasco Joaquim
Ex-1.º Cabo Escriturário
CCS/BCAÇ 2912
Galomaro
1970/72
__________
Nota de CV:
(*) Vd. poste de 23 de Julho de 2009 > Guiné 63/74 - P4729: Tabanca Grande (163): Vasco Joaquim, ex-1.º Cabo Escriturário da CCS/BCAÇ 2912, Galomaro, 1970/72
Vd. último poste da série de 21 de Julho de 2009 > Guiné 63/74 - P4720: Estórias avulsas (45): Uma estranha emboscada, CCAÇ 462, 1963/65 (José Marques Ferreira)
Vasco Joaquim
Ex-1.º Cabo Escriturário
CCS/BCAÇ 2912
Galomaro
1970/72
__________
Nota de CV:
(*) Vd. poste de 23 de Julho de 2009 > Guiné 63/74 - P4729: Tabanca Grande (163): Vasco Joaquim, ex-1.º Cabo Escriturário da CCS/BCAÇ 2912, Galomaro, 1970/72
Vd. último poste da série de 21 de Julho de 2009 > Guiné 63/74 - P4720: Estórias avulsas (45): Uma estranha emboscada, CCAÇ 462, 1963/65 (José Marques Ferreira)
1 comentário:
CARO VASCO,
NÃO PUDE DEIXAR DE FICAR PERPLEXO COM AQUILO QUE CONTAS.
QUEM FOI QUE SE "ORIENTOU" LÁ POR GALOMARO?
O FURIEL VAGUEMESTRE SÓZINHO NÃO FOI DE CERTEZA.
O COMANDANTE, TENENTE CORONEL OU CORONEL E O SARGENTO DA COMPANHIA
"MAI-LO" DITO VAGUEMESTRE,OU SERÁ QUE O CAPITÃO TAMBÉM GOSTAVA DE SACO AZUL???
EM 72 CADA HOMEM INDEPENDENTEMENTE DO POSTO,SOLDADO OU GENERAL,TINHA 30 ESCUDOS DE DIÁRIA QUE ERAM SUFICIENTES PARA UMA ALIMENTAÇÃO DIGNA.
O PROBLEMA RESIDIA NOS TERRENOS QUE ERAM COMPRADOS NO FIM DE CADA COMISSÃO,NOS SINAIS PARA COMPRA DE APARTAMENTOS ETC,ETC,ETC.
ERA ABSOLUTAMENTE INADMISSÍVEL QUE NUMA SEDE DE BATALHÃO A FOME ACONTECESSE...
TINHA DE HAVER MUITOS ADEPTOS DE SACO AZUL...
UM ABRAÇO.
MANUEL MAIA
Enviar um comentário