Guiné > Região de Tombali > Bedanda > CCAÇ 6 > 1972 > O Obus 14...(*) Embora parecida, esta foto não é igual à que já tínhamos publicado aqui antes e que de resto figura na coluna do lado esquerdo do nosso blogue, na série "Fotos famosas"... Alguém sabe qual era o Pelotão de Artilharia que estava em Bedanda, nesta altura ?
Foto: © Vasco Santos (2011). Todos os direitos reservados.
"Foi tirada com a máquina rente ao chão. Bedanda tinha três. Uma arma demolidora. Um supositório de 50 quilos lançado a 14 km de distância... Era um pavor quando disparavam os três ao mesmo tempo... Era costume pregar sustos aos periquitos... Eu também tive honras de obus, quando lá cheguei... Guileje não tinha nenhum obus, mas sim três peças de artilharia 11.4. A peça era esteticamente mais elegante do que o obus" - disse-me o Amaral Bernardo, no dia em que o conheci pessoalmente, no Porto, no seu gabinete no Hospital Geral de Santo António, que é a sua segunda casa, e onde é (ou era, em 2007) o director do ensino pré-graduado da licenciatura de medicina do ICBAS - Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar/HGSA Ciclo Clínico (ou seja, responsável por mais de meio milhar de alunos, um batalhão)...
Foto: © Amaral Bernardo (2007). Todos os direitos reservados.
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Nota de L.G.:
(*) Vd. poste de 17 de Janeiro de 2011 > Guiné 63/74 - P7629: Memória dos lugares (121): Bedanda, do tempo da malta da CCAÇ 6 - 1972/73 (Vasco Santos)
9 comentários:
Não sei qual era o n.º do pelart de bedanda em 72.Quero rectificar os dados referidos do obus 14; o alcance máximo era de 16.600 metros com carga 4 e num ãngulo de 45º, o peso da granada era de 45kg.Quero ainda dizer que os cálculos de tiro eram feitos em jardas porque o obus era de origem inglesa e o peso da granada era em libras.Os dados referidos em cima são a conversão para o sistema métrico e decimal.Os cálculos tinham ainda em linha de conta a densidade do ar,que variava com a temperatura e humidade e ainda o chamado ângulo de sítio para a crista se houvesse um obstáculo à frente do obus, por isso meus caros infantes era muito difícil aos artilheiros calcularem com exactidão o local exacto do impacto da granada, mesmo hoje com gps é difícil.Aquela velha anedota de " Deus no livre da nossa artilharia que da do in nos livramos nós" só por ignorância, mas nós artilheiros aceitamos com com bonomia.Para terminar quero dizer que a velocidade de saída da granada do tubo dependia da carga mas era sempre superior à velocidade do som por isso fazia aquele som tão característico e se estivesse cacimbo então era cá um "ronco".O custo de cada tiro era apenas a módica quantia de 2.500$00.
Sempre disposto a dar lições de artilharia aos infantes...ah.ahh
um artilheiro com "MANGA SABURIA NOS CABEÇA" segundo os meus soldados tá claro
c. martins
Mais uma lição--- tá bem é à borla
O maior perigo ao fazer fogo era o chamado rebentamento à boca--estão a imaginar a granada explodir à saída do tubo-- mas estão mesmo mesmo mas mesmo mesmo.Não tenho conhecimento que tal tenha acontecido na guiné mas sei que aconteceu na E.P.A. em Vendas Novas.O raio de acção da granada ao explodir era teoricamente de 400 metros.Em Vendas Novas vi pinheiros com o tronco com 40 cm de diâmetro completamente cortados.Na artilharia considera-se que um erro de 100 metros é um tiro no alvo.
Se quiserem posso continuar a dar algumas explicações...são gratuitas
ATENÇÃO -- é extremamente ofensivo para um artilheiro chamarem canhões aos obuses e peças assim como cano ao tubo.Na artilharia não há canhões nem canos --ouviram.
o pseudo-catedrático em artilharia
c. martins
Bonitas fotos dos obuses 14 de Bedanda a fazer fogo nocturno.
Garanto que "metia respeito" quando os 3 disparavam ao mesmo tempo ou em sequência.
O Luís Graça pergunta que Pelotão de Artilharia lá estaria na altura.
Tal como já referi em comentário ao P7629 -LG/Vasco Santos, creio que, pelo menos no meu tempo (Maio/Junho 72 a Fev/Mar 73), não havia um Pelot. de Artilharia.
Tínhamos 3 obuses 14. Haveria talvez uma ou duas (três ?) secções de artilheiros (12/15 homens? O que dava 4 ou 5 por obus).
Só me lembro de 1 Furriel de Artilharia, o Ferreira, que foi substituir outro, o Naia.
Se se tratasse de um Pelotão, teria de haver um Alferes da especialidade, e não me lembro de nenhum.
Mas, com estes dados e fazendo fé nos comentário acima, do camarada "c. martins", que diz estar: "Sempre disposto a dar lições de artilharia aos infantes",
talvez ele nos possa dizer qual a dotação de pessoal de artilharia para um aquartelamento com 3 obuses.
Ou será que ele é mesmo um "pseudo catedrático em artilharia" como se auto intitula?
Um abraço para todos
José Vermelho
Caro Amigo Jose Vermelho, nao te querendo contradizer, posso afirmar que em Bedanda ccaç 6 havia um Alf. de artilharia - Alferes Silva, ha bastantes fotos onde ele esta presente com o Cap. Ayala. Para teres uma ideia, a 2ª. cart do BART 6521 foi para ccaç 6 para subsituir a que la estava no nosso tempo. Vou-me este fim de semana informar junto do Humberto Naia-Fur.art. qual a unidade de artilharia que estava em Bedanda em 1972.
quanto ao comentario do c.martins penso que em bedanda houve um rebentamento a boca. pelo preço que indica de cada tiro, em bedanda gastou-se muito dinheiro, ah!ah!
um abraço,
vasco santos
Valha-nos a belíssima disposição de C. Martins.
Aponta sempre certo... "à zona"!
Por cá, quando dizíamos "que grande canhão!", tinha outro significado. Não sei se por aí também.
Um abraço,
Carlos Cordeiro
Ok Vasco, o Naia certamente vai esclarecer devidamente a situação.
Um abraço
José Vermelho
Camarigo José Vermelho
"pseudo-catedrático" é só falsa modéstia, porque na realidade o que eu sou é mesmo "catedrático" --ou mais.
Bom, havia em toda a Guiné pelarts independentes, de obus 14 ou 10,5 e peças de 11,4 destacados pelo GAC 7, que era constituídos por três bocas de fogo,tendo cada uma delas uma dotação de 10 serventes e eram comandadas por um furriel,tendo obviamente como comandante do pelart um alferes.Os soldados como todos sabem eram do recrutamento local.Admirados com o custo de cada tiro ? ...oh meus desgraçados infantes.. julgam que não gastavam dinheiro.. cada tiro que davam com a G3 eram 7$50.. ou pensavam que era à borla.
Gastou-se muito dinheiro em Bedanda e nos outros sítios.. em contrapartida comiam farinha de arroz com "estilhaços" que era para aprenderem a não gastar tanto dinheiro com o material bélico
o "catedrático"... ou mais
c. martins
Camarigo c. martins
Além de catedrático,deves ter um título de "master" em artilharia.
Pelo menos já contribuiste com mais alguns dados para o nosso conhecimento geral.
Mas confirmas que os artilheiros eram dos maiores "despesistas" da quela guerra.
Agora percebo porque é que só comíamos arroz com "estilhaços" ou com salsichas.
É que o carcanhol não dava para tudo!!!
Eu bem que tentei poupar nos tiros de G3! Mas não serviu de nada!!!
Um abraço
José Vermelho
Caros camarigos
Não há dúvida que estamos perante duas fotos bem impressionantes.
É pena não terem som!
Quanto ao acréscimo de conhecimentos que aqui chegaram só posso agradecer e sublinhar o espírito divertido com que o "catedrático" C. Martins enriquece os posts e comentários que produz.
Abraço
Hélder S.
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