Eu já não apanhei o Paulo Santiago em Bambadinca. Encontrava-me com o meu Gr Comb de reforço ao Batalhão de Piche, quando fui nomeado para comandar a Companhia de Instrução de Milícias, em Bambadinca.
Tive como segundo comandante um dos meus furriéis e 1º cabos como comandantes de pelotão, oriundos de diversas unidades. Foi uma temporada de cerca de 2 meses para preparar os pelotões militarmente para serem colocados em diversas tabancas, embora já não me recorde, para onde foram e qual era a origem dos seus elementos.
Foi um tempo agradável, de que gostei particularmente e pude conviver com a malta da CCS do BART 3873. O quartel era também maior e com outra filosofia que a que eu não estava habituado, quer no Dulombi, quer nas sedes dos Batalhões de Galomaro, de Piche e de Bolama, onde estivera antes.
Creio que a carreira de tiro era onde tu referes [, junto à ponte do Rio Udunduma, ] e tenho uma foto dela, mas não sei se dá para identificares. Recordo-me que também conheci na altura o Tenente Comando Jamanca, que comandava a CCAÇ 21, que intervinha na zona. Mais tarde iria intervir na área de Canquelifá, em conjunto com o BCA [, Batalhão de Comandos Africanos,].
Tinha um sargento na área administrativa que também fazia fotografia e onde muitos jovens africanos iam tirar o retrato (!!!). Isto admirava-me porque eram jovens, mas em idade de combater e, como se sabe, a maioria servia nas milícias, ou então nas fileiras do PAIGC.
Eu, por brincadeira, costumava dizer-lhes:
- Então onde é que ficou a kalash ou o roquete? Atrás de uma palmeira na bolanha?
Eles riam, mas...acho que muitas das vezes acertava. O quartel era aberto à população.
Não tive problemas com o pessoal, porque tinha uns óptimos instrutores, gente aplicada e isso foi manifesto no exercício final para os graúdos de Bissau verem - um golpe de mão, muito bem executado.
A única chatice foi que treinámos os milícias com as G3, e muito perto do fim foram-lhes entregues FN FAL, o que nos obrigou a um trabalho suplementar sobre esta arma. Ainda por cima, tive uma discussão com o responsável pelo Armamento (um Major)que afirmava que as armas eram novas e eu dizia-lhe que elas foram foi pintadas de novo, mas as coronhas, ainda em madeira, tinham inscrições feitas pelas nossas tropas com dizeres referentes a Angola. Calei-o.
Um abraço
LD
____________
Nota do editor:
Tive como segundo comandante um dos meus furriéis e 1º cabos como comandantes de pelotão, oriundos de diversas unidades. Foi uma temporada de cerca de 2 meses para preparar os pelotões militarmente para serem colocados em diversas tabancas, embora já não me recorde, para onde foram e qual era a origem dos seus elementos.
Foi um tempo agradável, de que gostei particularmente e pude conviver com a malta da CCS do BART 3873. O quartel era também maior e com outra filosofia que a que eu não estava habituado, quer no Dulombi, quer nas sedes dos Batalhões de Galomaro, de Piche e de Bolama, onde estivera antes.
Creio que a carreira de tiro era onde tu referes [, junto à ponte do Rio Udunduma, ] e tenho uma foto dela, mas não sei se dá para identificares. Recordo-me que também conheci na altura o Tenente Comando Jamanca, que comandava a CCAÇ 21, que intervinha na zona. Mais tarde iria intervir na área de Canquelifá, em conjunto com o BCA [, Batalhão de Comandos Africanos,].
Tinha um sargento na área administrativa que também fazia fotografia e onde muitos jovens africanos iam tirar o retrato (!!!). Isto admirava-me porque eram jovens, mas em idade de combater e, como se sabe, a maioria servia nas milícias, ou então nas fileiras do PAIGC.
Eu, por brincadeira, costumava dizer-lhes:
- Então onde é que ficou a kalash ou o roquete? Atrás de uma palmeira na bolanha?
Eles riam, mas...acho que muitas das vezes acertava. O quartel era aberto à população.
Não tive problemas com o pessoal, porque tinha uns óptimos instrutores, gente aplicada e isso foi manifesto no exercício final para os graúdos de Bissau verem - um golpe de mão, muito bem executado.
A única chatice foi que treinámos os milícias com as G3, e muito perto do fim foram-lhes entregues FN FAL, o que nos obrigou a um trabalho suplementar sobre esta arma. Ainda por cima, tive uma discussão com o responsável pelo Armamento (um Major)que afirmava que as armas eram novas e eu dizia-lhe que elas foram foi pintadas de novo, mas as coronhas, ainda em madeira, tinham inscrições feitas pelas nossas tropas com dizeres referentes a Angola. Calei-o.
Um abraço
LD
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Nota do editor:
Último poste da série > 25 de Outubro de 2011 > Guiné 63/74 - P8945: (Ex)citações (152): Strela, a ameaça ao domínio dos céus do ultramar português - Apreciação de António Martins de Matos ex-Ten Pilav, Bissalanca, 1972/74
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