Data: 30 de Outubro de 2011 15:26
Assunto: Fado da Orion
Caro Luís, o prometido é devido:
O Fado da Orion foi escrito em Homenagem ao Comandante Faria dos Santos. A LFG passou mais de um ano acostada ao molhe do Pi(n)djiguiti porque tinha cedido a Batarda um dos motores.
Quando o recebeu de volta ou ele foi substituído por um novo, já não posso precisar, fez uma viagem experimental e de contrabando "a acreditar nos praticantes da má-língua" e, de seguida, foi o navio almirante da ida a Conacri, sob o Comando de Faria dos Santos, mais tarde Comandante do porto e, em seguida, Governador Civil de Aveiro.
Poeta e grande amigo, recebia a jantar e bem um pequeno número de amigos na torre, onde, no final, a poesia expulsava o álcool.
Ele foi, igualmente, a nossa chave de acesso à Base Naval de Bissau onde, às quintas-feiras, havia jantar melhorado e aberto a convidados.
por José Pardete Ferreira
[, LFG Orion, a navegar no Rico Cacheu, em 1967, foto à esquerda; crédito fotográfico: Manuel Lema Santos]
Tristes noites de Bissau,
[, LFG Orion, a navegar no Rico Cacheu, em 1967, foto à esquerda; crédito fotográfico: Manuel Lema Santos]
Tristes noites de Bissau,
Neste clima tão mau,
Passá-las não há maneira,
Sem comer arroz, galinha.
Ou então ir à "Marinha"
Ou então ir à "Marinha"
Aos "jantares da quinta-feira"!
Às vezes um Comandante,
Bom amigo, bem falante,
Obriga uma pessoa,
Com uma grande bebedeira,
Pensar que o Ilhéu do Rei
Fica em frente de Lisboa.
Refrão
Ser marinheiro
De "LFG' no estaleiro,
Sem motores nem cantineiro,
Junto ao cais sem navegar,
E esperando,
A comissão foi passando,
Ai!, os amigos engrossando,
Com o Geba a embalar.
Quando vinha dessa Terra
E voltava à minha Serra,
Nem eu queria acreditar !
Virei-me ainda p'ra ver,
O meu Adeus lhe lançar
E também lhe agradecer:
Com meu suor derramado
No teu chão, tão maltratado,
Deixo-te votos amigos
E, também, as minhas preces,
'squecendo rancores antigos,
Por ti, Guiné, que mereces.
Refrão...
(1ª parte e Refrão escritos em Bissau em Novembro de 1970. 2ª parte escrita em Setúbal na madrugada de 15 de Dezembro de 1997. Para ser cantado com a Música do "Fado do Cacilheiro" do Maestro Carlos Dias).
J. A. Pardete Ferreira
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Refrão...
(1ª parte e Refrão escritos em Bissau em Novembro de 1970. 2ª parte escrita em Setúbal na madrugada de 15 de Dezembro de 1997. Para ser cantado com a Música do "Fado do Cacilheiro" do Maestro Carlos Dias).
J. A. Pardete Ferreira
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Nota do editor:
Último poste da série > 28 de Outubro de 2011 > Guiné
63/74 - P8958: Blogpoesia (162): Lama, sangue e água pura (António
Graça de Abreu, Cufar, 27 de Agosto de 1973)
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