1. Publicamos hoje as 9 primeiras páginas do relatório da 2ª Rep/CTIG, documento que nos está a ser gentilmente digitalizado pelo Luís Gonçalves Vaz [, foto à esquerda], a partir de um exemplar pertencente ao arquivo pessoal de seu pai, Cor Cav CEM Henrique Gonçalves Vaz, último Chefe do Estado-Maior do CTIG (1973/74), entretanto falecido em 2001.
O Luís Vaz (que tinha 13 anos, andava no liceu e estava em Bissau com a família em 25 de Abril de 1974) também teve a gentileza de fazer, da sua lavra, um compilação das partes mais interessantes do documento, do ponto de vista do conteúdo informativo. Iremos dar também continuidade à publicação desse seu texto (que está dividido por partes). Mas, para já vamos, ao encontro da sugestão de camaradas e leitores nossos, como o José Manuel Dinis, de quem se publica o seguinte comentário, de 21 de Janeiro, ao poste P3972:
“Caros Editores, o eventual interesse do relatório em epígrafe carece de uma publicação integral, para avaliação sistémica e conjuntural, na medida das possibilidades de cada um. A não ser assim, apenas ficamos a saber da existência de um relatório, mas aos costumes nada se acrescenta. A manter-se nas trevas, será uma oportunidade perdida. Abraços fraternos. JD”.
Nestas primeiras 9 páginas do relatório (que tem no total 74 páginas), aborda-se a situação política à data do 25 de Abril de 1974.
A. Período até 25Abr74
1. Situação em 25Abr74
a. Generalidades (p.1/2)
b. Situação política externa:
(1) PAIGC e organizações internacionais (p. 2/5)
(2) Países limítrofes (p. 5/8)
(3) O reconhecimento internacional do “Estado da G/B em 25Abr74 (p.8/9).
Entretanto, ainda há dias, o Luís Gonçalves Vaz esclareceu o significado das siglas CC/FAG, a nosso pedido:
(...) "Quanto às iniciais CC/FAG é: Comando-Chefe/Forças Armadas da Guiné. O Relatório, a que estou dar visibilidade, assinado pelo então sr. Major Tito Capela [e hoje maj gen reformado], foi elaborado, já depois da unificação entre o Comando-Chefe e o QG/CTIG. Ler, a este propósito, a nota do meu falecido pai, a saber:
Bissau, 20 de Agosto de 1974
(...) Despediram-se o Major Barreto Fernandes e o Tenente Abrantes, respectivamente, chefe da Secção de M.M. e Adjunto do Brig Comandante. Desde 17 que oficialmente se constitui o Q. G. unificado para o C. C. (Comando Chefe) e CTIG . Publicado em Ordem de Serviço do Comando Chefe.
Soube-se hoje após o almoço que irá vigorar o esquema: Totalidade de pessoal (-6000) evacuado até 20 de Setembro de 1974 (...); Restantes até Dezembro (?); Entretanto vai-se 'evacuando' o material ...". [Coronel Henrique Gonçalves Vaz, Chefe do Estado-Maior do CTIG].
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Nota de CV:
Vd. último poste da série > 25 de Janeiro de 2012 > Guiné 63/74 - P9398: Situação Militar no TO da Guiné no ano de 1974: Relatório da 2ª REP/QG/CTIG: Transcrição, adaptação e digitalização de Luís Gonçalves Vaz (Parte III)
Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
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2 comentários:
Caro Luís Vaz,
Muito obrigado pela decisão de publicar o relatório.
Apesar de publicdo depois de 25ABR74, e de também constituir uma justificação para o MFA, parece vir confirmar a crescente preocupação militar na Guiné, onde ao aguçar da guerra pela sofistificação de meios, não parecia que o Governo transmitisse a necessária confiança para a continuidade da acção numa perspectiva de superioridade no confronto. A estas razões, outras se lhes poderão juntar, como: as cada vez mais insistentes manifestações de repúdio pela guerra, tanto no plano político, como no social, e no jornalistico; as evidentes dificuldades no reapetrechamento material e humano das FA; a incapacidade do QP para emprestar a sua experiência e qualificação no teatro da guerra,e, finalmente, o isolamento internacional que Portugal atravessava, o estrangulava, e era contrário à ambição dos grupos económicos. A estas dificuldades, juntava-se a insuficiente preparação das NT, pois, enquanto nós éramos rendidos de dois em dois anos,e não se tirava partido do aperfeiçoamento resultante da experiência disciplinada (porque, por vezes, a experiência indisciplinada dava azo a actos de leviandade), o IN, ou uma parte determinada, ao contrário, mostrava tirar melhor partido das suas possibilidades. Apesar disso, soubemos à posterior, també se revelava cansado, e quase a desistir da prossecução da guerra, como é testemunho a "notícia" já aqui publicada pelo nosso Pira de Mansoa, a propósito do Nino.
Aguardo o restante com expectativa.
Um abraço
JD
Pessoalmente, quero aqui expressar o meu agradecimento a Luis Gonçalves Vaz, não ex militar, pelo contributo que tem dado a este espaço.
O meu obrigado,
BS
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